Douglas, com um gesto significativo, curvou os lábios:- Deixe eu me esforçar um pouco.Marta os incentivava a tentarem ter um filho o mais rápido possível.Natália, sem entender, perguntou:- O que?Vendo que Douglas não tinha intenção de explicar, ela não insistiu e, arrumando as coisas, Natália o empurrou até o quarto individual para fazerem um exame de rotina. A enfermeira que veio fazer a checagem já estava à porta, então ela simplesmente seguiu com eles.O leito do quarto individual também tinha um metro de largura, mas havia uma cama extra para acompanhantes.Notando o olhar de Douglas alternando entre as duas camas, a enfermeira advertiu, como de costume:- Não é permitido mover as camas, nem juntar para fazer uma única cama.Natália não sabia se era sua impressão, mas sentiu que, ao dizer isso, a enfermeira lançou um olhar rápido aos seus lábios.Após medirem a temperatura e a pressão arterial, a enfermeira saiu, mas antes de ir, ela fez uma última recomendação.- Não podem tr
A falta de oxigênio fez com que a mente de Natália se esvaziasse, ao ouvir aquelas palavras, gaguejou uma pergunta:- O quê?Douglas não disse nada, se apoiou com as mãos na cama, mostrando a ela com ações o que acabara de dizer.Natália levou um susto com ele, se questionando que tipo de paciente recém-recuperado agiria como um macaco, se movendo para todos os lados. Ela estava preocupada que, antes mesmo de suas pernas se recuperarem, suas costelas se quebrassem.Com as experiências anteriores, a habilidade de Douglas de se mover na cama estava cada vez mais aprimorada. Antes que Natália pudesse repreendê-lo, ele já estava firmemente sentado na cama.Uma cama de um metro de largura para acomodar dois adultos, sendo um deles um homem alto com pernas compridas, era de fato um desafio. E, possivelmente por estarem acima do peso, a cama fazia barulho ao se mover, Natália temia que esse som pudesse ser ouvido por alguém passando pelo corredor.Ela sentiu uma vergonha imensa.Ela estava pr
O olhar de Natália deslizou do rosto de Douglas, que franzia a testa tensamente, descendo pela sua garganta que se movia intensamente e pelo peito que subia e descia rapidamente, até pousar em algum lugar. Seu corpo estava levemente de lado, então não era possível ver nenhum contorno óbvio, mas a partir de sua voz rouca e suprimida, era evidente que ele não estava se sentindo bem. Natália arqueou uma sobrancelha triunfante em sua direção:- Você não consegue aguentar a dor da sua perna ferida, bem feito, aguente aí.Dito isso, ela foi diretamente para a cama ao lado, levantou o cobertor, se deitou e, casualmente, também apagou a luz.Douglas acabara de deitar nessa cama, e seu cheiro ainda não havia se dissipado completamente. No momento em que o rosto de Natália tocou o travesseiro, o aroma dele encheu suas narinas. Era reconfortante.De repente, o quarto iluminado mergulhou na escuridão, com a luz fria e pálida do corredor vindo através da janela na porta, iluminando um pequeno pedaç
Douglas lhe lançou um olhar que dizia "ela é louca, não ligue para ela".Em comparação com a calma dos dois, Thiago não estava tão tranquilo. Ele foi sufocado pelo ar que inalou e começou a tossir, dizendo com dificuldade:- O que você a chamou?Olga, que havia falado sem pensar, se sentiu um pouco envergonhada sob o escrutínio de três pares de olhos. Mas esconder a verdade só faria com que fosse mal interpretada. Se ela arruinasse o casamento do chefe, provavelmente não haveria mais uma família Sánchez na Cidade K.Sem poder mais esconder, Olga decidiu falar a verdade. Ela apontou para Douglas na cama do hospital:- O Presidente Douglas é o futuro sócio da família Sánchez. Qualquer pessoa que invista dinheiro eu chamo de chefe.Ela apontou para Natália:- A esposa do Presidente Douglas, ela não é também minha chefe?Thiago ficou sem palavras.A explicação era tão convincente que deixava qualquer um sem argumentos para rebater, admiravelmente astuta.Ele e Olga se encontraram por acaso
Natália puxou a gola do suéter para baixo, apontando para as marcas vermelhas em sua pele, que foram feitas por Douglas na noite anterior.- Você por acaso não está com a cabeça cheia dessas coisas?Douglas se sentiu um tanto injustiçado. Eles eram marido e mulher, ele apenas a beijou, como isso poderia estar errado?- Eu sou um homem, ainda por cima um homem normal. Diante da mulher que gosto, vou ter impulsos, desejo, isso não é normal?Natália lhe lançou um olhar de desdém, enquanto o lóbulo de sua orelha, originalmente pálido, ganhava uma camada fina de vermelho.- Mesmo que você tenha impulsos, deve se conter.Douglas tentou explicar:- Não é algo que se possa simplesmente conter.- Quem disse que não? - Observando as sobrancelhas arqueadas de Natália e aquele olhar significativo, Douglas pressentiu que as palavras dela não seriam do seu agrado, e estava prestes a mudar de assunto quando ouviu a mulher dizer, com frieza. - Você me amou em segredo desde que era adolescente e ainda
Douglas, embora soubesse que Natália estava certa, ainda sentia um desconforto no coração e murmurou para si mesmo em voz baixa:- Há maneiras de preservar flores frescas.Natália ouviu claramente, mas fingiu que não tinha ouvido, inclinando levemente a cabeça:- O que você disse?- Nada, vou ao banheiro.Douglas ainda não podia andar, então tinha que usar uma cadeira de rodas para se mover. Como sua identidade ainda não tinha sido oficialmente revelada, não era apropriado ser visto por estranhos, então, por enquanto, apenas eles dois estavam na mansão. Natália tinha pedido à empregada que preparasse um quarto de hóspedes no primeiro andar, que por coincidência era o mesmo quarto que Thiago havia ocupado antes, até os lençóis e capas de edredom eram os mesmos.Isso só piorou o humor já aborrecido de Douglas.Douglas decidiu que no primeiro dia em que recuperasse sua identidade, demitiria Leandro por sua baixa inteligência emocional. Táli não sabia que as flores frescas poderiam ser pre
Douglas e Braulio combinaram de se encontrar em uma cafeteria. Pouco depois de sua chegada, Douglas viu um homem de meia-idade se apressar para dentro e ao avistar o homem sentado em uma cadeira de rodas, moveu os lábios, permanecendo em silêncio por um momento antes de dizer, um tanto desconfortável:- Erik, por que você queria me ver?O rosto dele era muito parecido com o de um membro da família Rocha que havia desaparecido, Braulio sempre ficava momentaneamente atordoado ao vê-lo.Douglas acenou com a cabeça, sinalizando para Braulio se sentar:- Sobre o esquema de captação ilegal de recursos, Presidente Braulio, você tem algo a dizer?Antes de assumir o cargo de presidente do Grupo Reyes, Douglas tinha se encontrado com a família Reyes como Erik. Exceto por Braulio, os outros membros da família Reyes não sabiam que ele não era o verdadeiro Erik. Eles se opuseram à decisão de nomeá-lo presidente.Um homem frágil, trazido do interior, que nunca havia frequentado uma universidade, mui
Marta balançou a cabeça, voltando à expressão indulgente de sempre.- Não é nada, talvez tenha acordado cedo demais esta manhã, estou um pouco sonolenta. - Ela lançou um olhar em direção à porta. - E o Douglas? Não voltou com você?- Ele está bastante ocupado no momento, então eu vim primeiro...Natália ainda não havia terminado de falar quando o celular de Marta tocou. Ela olhou rapidamente para o visor e, com pressa, disse que ia atender a uma ligação, subindo as escadas antes mesmo de Natália terminar sua frase.Marta foi para o andar de cima e não desceu até Douglas voltar.Douglas olhou para a sala de estar vazia, empurrou a cadeira de rodas até ficar ao lado de Natália e segurou a mão dela. Embora agora vivessem juntos, ele não perdia nenhuma oportunidade de ter um contato íntimo com ela:- Por que só você está aqui? E a mãe?Sempre que voltava, elas estavam juntas conversando sem parar, parecendo mãe e filha de verdade, fazendo com que ele se sentisse como um genro não muito bem