Douglas e Braulio combinaram de se encontrar em uma cafeteria. Pouco depois de sua chegada, Douglas viu um homem de meia-idade se apressar para dentro e ao avistar o homem sentado em uma cadeira de rodas, moveu os lábios, permanecendo em silêncio por um momento antes de dizer, um tanto desconfortável:- Erik, por que você queria me ver?O rosto dele era muito parecido com o de um membro da família Rocha que havia desaparecido, Braulio sempre ficava momentaneamente atordoado ao vê-lo.Douglas acenou com a cabeça, sinalizando para Braulio se sentar:- Sobre o esquema de captação ilegal de recursos, Presidente Braulio, você tem algo a dizer?Antes de assumir o cargo de presidente do Grupo Reyes, Douglas tinha se encontrado com a família Reyes como Erik. Exceto por Braulio, os outros membros da família Reyes não sabiam que ele não era o verdadeiro Erik. Eles se opuseram à decisão de nomeá-lo presidente.Um homem frágil, trazido do interior, que nunca havia frequentado uma universidade, mui
Marta balançou a cabeça, voltando à expressão indulgente de sempre.- Não é nada, talvez tenha acordado cedo demais esta manhã, estou um pouco sonolenta. - Ela lançou um olhar em direção à porta. - E o Douglas? Não voltou com você?- Ele está bastante ocupado no momento, então eu vim primeiro...Natália ainda não havia terminado de falar quando o celular de Marta tocou. Ela olhou rapidamente para o visor e, com pressa, disse que ia atender a uma ligação, subindo as escadas antes mesmo de Natália terminar sua frase.Marta foi para o andar de cima e não desceu até Douglas voltar.Douglas olhou para a sala de estar vazia, empurrou a cadeira de rodas até ficar ao lado de Natália e segurou a mão dela. Embora agora vivessem juntos, ele não perdia nenhuma oportunidade de ter um contato íntimo com ela:- Por que só você está aqui? E a mãe?Sempre que voltava, elas estavam juntas conversando sem parar, parecendo mãe e filha de verdade, fazendo com que ele se sentisse como um genro não muito bem
Após o jantar, Douglas e Natália voltaram para o Jardim Gardênia. Estacionaram o carro, ela tirou a cadeira de rodas do porta-malas e esperou Douglas se acomodar antes de abrir a porta traseira do carro e pegar uma sacola de compras.Douglas sabia que ela tinha ido às compras à tarde e até comprou presentes para os pais dele. Ao ver a sacola de compras nas mãos dela, ele não se importou muito. Não tinha medo de Natália gastar dinheiro, só tinha medo de ela não gastar o suficiente. Se ela gastasse o suficiente, outros homens não poderiam sustentá-la, então ninguém competiria com ele.Pensando nisso, ele queria dar a ela um cartão bancário novamente.Ao entrarem, Natália tirou uma caixa de presente da sacola e entregou a ele:- A carteira que prometi te dar, veja se gosta.O sempre rápido presidente Douglas, ao ver a caixa de presente estendida em sua direção, ficou paralisado por um momento e, em seguida, se recuperou e estendeu a mão para pegá-la:- Desde que seja um presente seu, eu v
Este era o mesmo coroa que Dalia havia doado há alguns meses e, surpreendentemente, ainda estava no mesmo processo de restauro dentro da vitrine.Ela tinha um sentimento especial por cada artefato cultural que passava por suas mãos, sempre desejando se envolver desde o início até a conclusão do restauro. Se por acaso o trabalho fosse transferido para outra pessoa no meio do processo, ela sentia como se alguém tivesse roubado seu filho, se perguntando se os outros sentiam o mesmo.Sr. José acenou para algumas pessoas, esperando que elas se aproximassem antes de dizer:- Todos esperavam pelo seu retorno para começar o restauro deste coroa. A liderança superior pressionou várias vezes, e agora que finalmente você voltou, a pressão em meus ombros aliviou instantaneamente. Comecem logo e tentem terminar o quanto antes.Assim que terminou de falar, ele partiu, temendo atrasar o trabalho deles por sequer um segundo.Quando a coroa foi inicialmente devolvida ao país, causou bastante alvoroço.
Toda a sua atenção estava voltada para Douglas e só depois ele percebeu que a pessoa empurrando a cadeira de rodas atrás dele era seu rival, César.O encontro entre rivais era tenso, quase como um encontro entre a rainha e suas concubinas.Observando a perna do homem engessada, Leandro desejou poder se dar dois tapas no rosto. Como ele não tinha ido visitar o doente nos últimos dias? Mesmo que não fosse com sinceridade, mas apenas para cumprir o protocolo, ainda haveria uma chance de recuperar a situação agora. Já que o caminho à frente era sem saída, teria que encontrar um novo caminho.Ele agarrou o guidão da cadeira de rodas e, com um movimento, empurrou César para o lado, começando a atuar com emoção transbordante:- Presidente Douglas, finalmente o senhor voltou. Eu mal conseguia comer, todos os dias esperando pelo seu retorno. Emagreci muito, preocupado que o senhor não estivesse comendo ou se vestindo bem lá fora...Douglas franziu a testa, desmascarando ele sem piedade:- A bal
Os olhos de Raquel brilharam, achando que era uma ótima ideia, já que ela podia se dar ao luxo de criar uma criança. No entanto, após refletir, desistiu da ideia, pois criar uma criança não era como criar um cachorro, a criança precisa viver em um lar amoroso, com tanto amor de mãe quanto de pai.Mas antes que ela pudesse negar com a cabeça, a voz fria de Gustavo veio de trás dela:- Não pode.O susto quase fez Raquel pular da cadeira. Enquanto respirava fundo, ela se engasgou com a pimenta do churrasco, tossindo violentamente. Após finalmente conseguir parar de tossir, falou com voz entrecortada:- Você é um fantasma? Anda sem fazer barulho nenhum e ainda aparece do nada.Isso realmente a assustou.Gustavo levantou uma sobrancelha, dizendo com ironia:- Quer que eu use botas militares e dê três voltas ao seu redor até você me notar antes de falar?Raquel, com as bochechas vermelhas de tanto tossir, bebeu duas latas de cerveja, mas ainda assim não aliviou a ardência em sua garganta. Se
O conteúdo, o tom da conversa, já dava para perceber que não era nada sério. Ir uma vez, ir como assim uma vez? Natália encontrou o olhar inquisidor de Douglas, não era só ele que não tinha entendido, ela também estava por fora. Raquel, de forma misteriosa, piscou de maneira significativa e estendeu dois dedos em direção a ela, com uma voz que achava que ninguém mais poderia ouvir, disse:- Uma vez cinquenta reais, dois caras, bonitos e com bom físico, o mais importante é que sejam habilidosos... - A voz dela mal tinha terminado de ecoar quando Gustavo a arrastou pelo braço.Raquel, que já tinha dificuldades para andar, sentiu como se tivesse sido jogada em uma máquina de lavar em alta rotação, ficando tonta e incapaz de lembrar com quem estava falando.- Me solta, estou me sentindo meio nauseada.Ela franzia a testa, recusando a ajuda de Gustavo. Mal tinha afastado a mão dele e ainda não tinha dado um passo quando seu corpo caiu descontroladamente para o lado.Por sorte, o homem es
- Só qualidades? - Gustavo ergueu uma sobrancelha. - Um homem cheio de qualidades, que por apenas cinquenta reais se junta a você para jogar e ainda te chama de bebê, amor?Raquel ficou sem palavras.Cinquenta reais eram para os dois, cada um gastava apenas vinte e cinco reais.Mas, falar isso com certeza seria motivo de piada, e, embora esses apelidos não parecessem problemáticos enquanto jogavam, agora soavam incrivelmente embaraçosos.Ela olhou para Gustavo, cujos traços faciais eram frios e severos, e havia uma expressão rígida e séria entre seus olhos. Chamá-la de bebê com um rosto desses, ela sempre sentia como se estivesse sendo zombada, incapaz de sentir qualquer tipo de emoção.Quando o jogo foi encerrado, a tensão de lutar contra os monstros desapareceu e a sensação de embriaguez que estava sob controle voltou, fazendo com que Raquel, tomada pelo sono, não se importasse mais com o que Gustavo estava fazendo ao lado com seu telefone.- Estou tão cansada, vou dormir.Raquel est