Capítulo 5 Bater nele com cinto
Durante todo o trajeto, o interior do carro permaneceu silencioso. A atmosfera tensa fez com que Álvaro não se atrevesse a mudar de velocidade enquanto dirigia.

Foi só quando o carro chegou ao estacionamento da mansão nos arredores da cidade que ele finalmente suspirou aliviado, saiu do carro e abriu a porta do motorista.

Natália não era tão delicada quanto Douglas, não gostava de ser tão "cuidada" pelos outros. Enquanto se preparava para abrir a porta do carro, Douglas falou indiferentemente:

- Eu gosto de mulheres peitudas e burras?

Natália quase se engasgou, ela havia esquecido completamente desse assunto até que ele mencionou. Ela havia soltado essa provocação apenas para difamá-lo, quem saberia do que ele realmente gostava?

Ela se virou e viu o olhar de Douglas caindo exatamente abaixo de sua clavícula, não sabia se era intencional ou não, mas aquele olhar continha um certo significado a mais.

E esse significado a mais, Natália podia entender como desprezo.

- Não é da natureza dos homens gostarem de peitos grandes? - Ela respondeu.

Ela achava que era este o motivo para que, após três anos de casamento, ela nem mesmo tenha sido capaz de despertar os desejos mais básicos nele. Mas a Bianca também tinha um corpo comum.

Douglas franziu a testa, negando:

- Eu não gosto.

No entanto, Natália sorriu de canto de boca. Sua beleza já possuía um tipo de ataque ativo, com esse sorriso, se fosse um homem comum, sua alma seria conquistada. Mas Douglas apenas a olhava indiferentemente, sem nenhuma reação em seu rosto.

Ela disse:

- Não me importa se você gosta ou não. Eu gosto dos grandes e funcionais. Essa é a principal razão para eu querer me divorciar de você.

O rosto de Douglas ficou instantaneamente sombrio, e o ambiente dentro do carro ficou mais frio visivelmente.

A isolação acústica do carro não era boa, e Álvaro, que estava do lado de fora, ouviu toda a conversa dos dois. Nesse momento, sua testa estava coberta de suor frio. Vendo que Douglas estava prestes a ficar com raiva, mesmo sob pressão, ele rapidamente abriu a porta do carro e disse:

- Senhores, chegamos em casa.

Natália foi a primeira a sair do carro e viu Marta saindo da casa com um sorriso amigável no rosto. Ela segurou a mão de Natália e a levou para dentro enquanto dizia:

- Querida, eu pedi para dona Rose fazer um suco antioxidante para você hoje à noite, e adicionei alguns ingredientes especiais para cuidar da sua beleza.

Douglas, que ainda estava sentado no carro, foi completamente ignorado.

Depois de entrarem na casa, Marta sussurrou:

- Aquele moleque não te intimidou, né?

Ela tinha visto as notícias de ontem e estava com medo de que Natália estivesse triste, então pediu para que eles voltassem para passar a noite.

- Mãe, eu e ele...

Natália tentou mencionar o divórcio com Douglas, mas foi interrompida por Marta:

- Se aquele moleque te incomodar, me avise. Vou pedir para o pai dele bater nele com um cinto! Não seja condescendente com ele. Mais tarde, vou te enviar um cardápio com todas as coisas que ele não gosta, e a partir de amanhã, você vai alternar e cozinhar uma porção para ele todos os dias durante um mês. Também vou ligar para o Leandro e dizer a ele que não deve ajudar Douglas de forma alguma, senão ele será demitido!

Ela não mencionou Bianca em nenhuma palavra, com medo de que Natália ficasse triste ao ouvir sobre isso.

Dona Rose estava segurando um xale enquanto se aproximava das duas e dizia:

- Sra. Marta, você ainda estava se sentindo indisposta agora há pouco, por que não pegou um xale antes de sair? Sra. Natália, por favor, convença a Sra. Marta, ela não está levando a sério sua própria saúde.

Assim, Natália perdeu completamente a oportunidade de mencionar o divórcio.

- Mãe, o que está te incomodando? Chamaram o médico?

Marta acenou com a mão, dizendo:

- Ah, é apenas uma velha doença, vai passar com descanso. Não há necessidade de chamar um médico para vir a este lugar remoto no meio da noite.

Realmente era tarde, Marta acompanhou Natália para terminar de beber o suco e colocou a pulseira com aquele pingente de jade pronto em suas mãos, depois subiu as escadas para dormir.

Antes de sair, ela lançou um olhar feroz para Douglas, avisando:

- Seu peste, se você não acalmar Natália esta noite, eu vou te matar!

Douglas ficou com cara de tacho.

Ele não disse uma palavra desde que voltaram, e agora ele também estava sendo alvo?

O quarto de Douglas e Natália ficava no segundo andar, e dona Rose já havia preparado a cama para eles.

Natália foi pegar seu pijama, se preparando para escovar os dentes, mas quando abriu o armário, descobriu que seu conjunto de pijamas de algodão puro havia desaparecido e, em seu lugar... Havia vários vestidos de dormir sensuais de seda com decote em V, incluindo dois conjuntos de fantasias sensuais.

Marta tinha um enorme desejo de ter um neto, e todos na mansão sabiam disso. Eles começaram a preparar o quarto do bebê desde que se casaram, comprando pilhas e pilhas de brinquedos e roupas, tanto para meninos como para meninas.

Agora essas roupas também eram preparadas para que o casal pudesse conceber um bebê...

Natália não pôde deixar de sentir pena da sogra. Se ela soubesse que esses três anos foram um casamento sem sexo, ela ficaria tão furiosa a ponto de varrer Douglas, esse homem inútil, para fora de casa?

Ela olhou para Douglas novamente e viu que ele também estava olhando para o guarda-roupa cheio dessas roupas. Seu olhar continuava frio como sempre.

Ele a olhou de soslaio e disse:

- Essas não combinam com você.

Natália revirou os olhos.

Ela escolheu o conjunto que cobria mais carne e estava prestes a pegá-lo quando Douglas jogou uma de suas camisas em sua direção, dizendo:

- Use isso.

Natália aceitou. O homem era alto e sua camisa cobriria seus joelhos, certamente era melhor do que esses estranhos vestidos de dormir. Ela não fez drama e foi direto para o banheiro com a camisa.

De acordo com a lei, metade dos bens em nome de Douglas pertenciam a ela. Então, teoricamente, essa camisa agora era dela.

Depois de secar o cabelo, Natália saiu do banheiro e viu que Douglas estava de pé no terraço fumando. Uma fina névoa de fumaça envolvia seu rosto, suavizando um pouco seus traços afiados.

Talvez fosse apenas uma ilusão, mas quando os olhos de Douglas caíram sobre ela, eles de repente ficaram um pouco mais profundos, mas foi apenas um instante.

Ele apagou o cigarro e entrou, sem parar, passando ao lado dela e entrando no banheiro.

Natália já estava acostumada, tão entorpecida pela tristeza que não sentia mais nada.

Logo depois, alguém bateu na porta. Era dona Rose trazendo uma tigela de sopa.

- Sra. Natália, a Sra. Marta preparou pessoalmente essa sopa para o jovem mestre. Por favor, fique de olho para que ele tome tudo e não desperdice os esforços da Sra. Marta. Ela se queimou ao fazer essa sopa... Ela pode ser teimosa, mas ainda se preocupa com o jovem mestre, com medo de que ele não esteja comendo bem lá fora. Então ela me pediu para trazer aqui.

- Está bem.

Natália entendia muito bem, afinal, era seu filho biológico, Marta não poderia deixar de se importar.

Douglas tomou banho rapidamente e, ao sair, viu a sopa na mesa de centro.

Natália disse:

- Foi a mãe quem fez pessoalmente. Tome logo.

Douglas olhou para a sopa, não disse nada e não mostrou interesse em beber.

Ao ver isso, Natália se lembrou das palavras de dona Rose e de todas as vezes em que ele recusou a comida que ela preparou ao longo dos anos. Ela ficou um pouco irritada:

- Douglas, sua mãe se queimou ao fazer essa sopa, você tem coragem de desprezar o cuidado dela?

A expressão "desprezar o cuidado" parecia ter um significado oculto aos ouvidos de Douglas.

Ele olhou para ela, ergueu levemente os lábios e perguntou com um sorriso enigmático:

- Você realmente quer que eu tome isso?
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