- Tadeo, faz o latido do cachorro, rápido, faz o latido...

- Tadeo, olha só, esse é do seu tipo, não é? Até parece uma cadela. Você tem que ser legal com ela, vai que é sua futura esposa. Olha só como sua esposa é bonita, vem cá, dá um beijo.

As crianças não entendem essas coisas, tudo o que sabiam era o que viam na televisão.

- Hahaha...

Os latidos dos cães e as risadas das pessoas se misturavam, agudos e penetrantes.

Na cama, Tadeo abruptamente abriu os olhos, o teto acima dele se escondia na escuridão, apenas uma vaga sombra da luz podia ser vista. Ele olhava fixamente para aquela área, sem ninguém por perto, sua expressão revelava ressentimento, frieza, ferocidade e ódio, sem tentar esconder nada.

Aquela sombra em seus olhos, gradualmente tomava a forma de um cachorro.

Que coisa mais repulsiva.

Não se sabe quanto tempo passou, até que Tadeo finalmente se levantou da cama. Descalço, caminhou até a mesa e se serviu de um copo de bebida, bebendo ele em um só gole. A sensação de queima