Natália parou por um momento, olhando para Isaac à sua frente e depois para o quarto atrás dele, surpresa, disse:- Como você está aqui?Isaac sorriu levemente, dando uma explicação casual:- Ontem à noite, eu e Lourenço bebemos um pouco demais e acabei ficando na casa da tia.- Ah.Diante de Isaac, Natália não sabia mais o que dizer, talvez por se sentir culpada, ou talvez porque os três anos os tornaram estranhos um para o outro.Ela forçou um sorriso e virou-se para descer as escadas.- Natália. - Isaac a chamou, estendendo um cheque. - Não estou precisando de dinheiro por agora, você não precisa se apressar para devolver.Natália baixou os olhos, vendo a quantia escrita no cheque, que não era nem mais nem menos exatamente os trezentos milhões com que ela brincou anteriormente. Tudo já estava assinado, bastava ela aceitar, e poderia ir ao banco hoje mesmo para fazer a transação e dar o dinheiro ao Douglas.Para ser honesta, ela estava tentada.Provavelmente qualquer pessoa se sentir
À noite, quando Natália recebeu a ligação de Douglas, ela já tinha feito sua higiene noturna e estava pronta para dormir.Ela tinha passado várias noites em claro seguidas, e finalmente nesta noite teria a chance de dormir cedo. Contudo, essa ligação perturbadora acabou com seus planos, e sua voz denotava claramente sua irritação.- O que você quer a essa hora da noite?- Abra a porta.O homem soltou essa frase e desligou o telefone antes que Natália pudesse dizer "Você está louco?", que ficou presa em sua garganta."Quem te dá o direito de me incomodar?"Natália jogou o celular de lado e se deitou para dormir, não sabendo se Douglas tinha decifrado seus pensamentos ou simplesmente perdido a paciência, mas assim que ela fechou os olhos, ouviu um estrondo vindo da porta de segurança!Um som de porta se abrindo vinha do apartamento ao lado.A vizinha era uma senhora de idade que Natália tinha visto algumas vezes e que não parecia muito amigável.Como esperado, a senhora abriu a porta já
- Ótimo, você ainda é minha esposa, futuramente você me acompanhará ao hospício.Natália franziu a testa, aquele miserável desprezível!O tom de Douglas era muito comum, mas a respiração que roçava o lado do seu ouvido estava reprimida, pesada e desordenada. Natália não tinha dúvidas de que se ela dissesse mais uma palavra de rejeição, ele recorreria a um método ainda mais bruto para se acalmar.O quarto caiu em um silêncio...Douglas olhou para o relógio de pulso, como se estivesse fazendo uma contagem regressiva.De repente, Natália falou:- Dez milhões.- O quê?- Eu te acompanho para discutir essa parceria. Se der certo, a dívida de trezentos milhões é cancelada. Se não der certo, você tem que me dar dez milhões pelo trabalho árduo.E se no final a parceria não se concretizasse? Ela não suportaria uma perda tão grande.Ela não cometeria tal tolice, até porque a confiança de Douglas já não era suficiente para ela, ela sempre sentia que esse canalha a estava enganando!Esse tipo de c
Natália riu levemente:- O que haveria de tão assustador nisso, estamos apenas sentados juntos.Douglas estava decidido a adicionar um pouco de verde à sua própria coroa, e ela estava cansada de explicar.Durante a discussão, a mesa de Isaac percebeu a presença deles. Eram todos conhecidos do mesmo círculo, e Isaac olhou para os dois, percebendo imediatamente que Douglas estava tratando de negócios, portanto, não interferiu.Douglas, com uma expressão impassível, encarou Natália e disse firmemente:- Me dê seu braço.Natália, descontente e suprimindo a voz, respondeu:- É apenas um jantar simples, não uma festa. Preciso realmente dar meu braço a você?Ela sentia que sempre agir assim parecia uma tentativa forçada de exibição, era muito falso.Douglas olhou para ela friamente.- Quem paga, manda. O que deve ou não ser feito é decidido por mim, o empregador. Você acha que tem o direito de dizer não?Bem, nos dias de hoje quem dava o dinheiro era que mandava, quem trabalhou nunca se depar
O Sr. Eduardo, um homem corpulento que suava com facilidade, deixou Natália com a sensação de que sua mão estava envolvida em uma substância úmida. Ela rapidamente retirou sua mão e deu vários passos para trás, com o rosto frio o suficiente para congelar alguém no lugar.- Sr. Eduardo, por favor, comporte-se. - Disse ela com firmeza.O Sr. Eduardo havia segurado sua mão apenas para sondá-la um pouco, pois, embora sentisse algo por Natália, ele sabia que "para bater em um cachorro, devia-se olhar para o dono". Não valia a pena entrar em conflito com Douglas por causa de uma mulher.Ele rapidamente se retraiu, apressando-se em se desculpar:- Desculpe, desculpe, não foi minha intenção, eu só queria perguntar que perfume você usa, para eu comprar um frasco para minha esposa.De qualquer maneira, ela estaria ali por alguns dias, oportunidades não faltariam.O Sr. Eduardo, uma raposa velha que tinha experiência nos negócios, era mestre em ocultar suas intenções e atuar com convicção:- Quan
Douglas segurou a mão de Natália, empurrando a porta do quarto que ela tinha aberto com força, e caminhou tranquilamente para dentro sob o olhar fulminante dela.Natália franziu a testa.- Este é o meu quarto, o que você pensa que está fazendo?Douglas curvou os lábios num meio sorriso:- Tomar um banho e dormir.Seu tom era leve, com um traço de humor, mas ela podia ouvir o desafio em suas palavras.Douglas estava definitivamente fazendo de propósito; ele queria vê-la enfurecida e impotente contra ele.O quarto que Natália havia reservado era uma suíte com cama grande, com um sofá próximo à janela. Não havia outro lugar para descansar.Douglas não se rebaixaria a dormir no sofá, então, no final, ou ela dormiria com ele, em um desconforto compartilhado, ou ela deitaria no sofá pateticamente e assistiria ele confortavelmente deitado na grande cama de dois metros que ela havia pago.Natália apertou os lábios, descontente:- Vá para o seu próprio quarto.Embora este resort de águas termai
Sra. Felícia, com um sorriso radiante, aceitou o presente:- Obrigada, como eu poderia recusar? - Ela tirou de sua bolsa uma caixa de presente, dentro havia uma pulseira de diamantes. Não era extremamente cara, nem única em seu estilo. - Isto eu comprei enquanto fazia compras outro dia, não é nada caro, apenas um pequeno gesto meu, agradeço pelo perfume que você me deu.Natália sabia que não poderia aceitar, trocar uma pulseira de diamantes recém-comprada por um perfume de segunda mão que custava algumas centenas, o presente era generoso demais, ela temia ser esmagada por ele!- Sra. Felícia, eu não posso aceitar, a garrafa de perfume que comprei custou apenas trezentos reais, não posso deixar você ter esse prejuízo.- Natália, estou apenas pedindo desculpas em nome do meu marido, ele foi imprudente esta manhã. Ele perde a medida quando bebe e acabou te ofendendo sem querer.Natália arqueou uma sobrancelha, Sra. Felícia já tinha enfiado a caixa de presente em suas mãos.Já que era um p
Sr. Eduardo falou com a voz intencionalmente abaixada, talvez para torná-la mais profunda e magnética.No entanto, Natália se assustou tanto que seu corpo inteiro tremeu, e ela atirou o celular em direção à fonte do som.Sr. Eduardo soltou um gemido abafado de dor, levantando a mão para cobrir o rosto enquanto o sangue do nariz jorrava loucamente entre seus dedos, pingando no chão.- Sr. Eduardo, o senhor está bem? - Natália estava desesperada procurando por um lenço em sua bolsa, só para descobrir que não tinha trazido uma consigo. - Peço desculpas, fui seguida por um homem mau quando criança e fiquei muito sensível. Eu perco o controle facilmente quando alguém se aproxima.Nesse momento, Sr. Eduardo estava com tanta dor que sua mente estava um caos, mal podia ouvir o que Natália estava dizendo. Se não fosse pela pequena quantidade de razão que o lembrava quem ela era e seu leve sentimento de piedade pelas mulheres, ele teria a esbofeteado logo em seguida!O sangramento no nariz conti