Douglas originalmente queria explicar a ela por que tinha que permanecer na família Reyes sob a identidade de Erik, mas, ao ver a expressão de Natália, parecia que ela estava ansiosa para que ele tirasse as calças. Ele olhou pela janela, observando a noite densa lá fora. Aquele momento, a sós, em casa, um lugar tão privado...Douglas mordeu o lábio, subitamente envergonhado:- Eu li na internet que quatro meses já é suficiente, mas não perguntei ao médico. Você perguntou?Não era lugar para conversar no corredor. Natália, de costas para ele, estava digitando sua senha, confusa com o estranho comentário dele.- O que é suficiente?Não era que ela fosse ingênua, mas realmente não passava pela sua cabeça que Douglas, com sua identidade ainda não reconhecida, pensasse naquilo. Qualquer pessoa normal estaria preocupada em encontrar maneiras de fazer a esposa acreditar em sua identidade.Douglas a seguiu para dentro, fechando a porta atrás de si.- Você não está pensando... - Ele parou no me
Natália sabia o que ele queria dizer com aquelas palavras. A última vez que ela levantou sua camisa e viu aquelas cicatrizes, ficou chocada.Ela baixou a cabeça. Os botões da camisa de Douglas estavam fechados até o topo, bem no pescoço, a impedindo de ver as cicatrizes que estavam escondidas. Embora não as visse, ela as gravou profundamente em seu coração.Uma sensação sufocante e opressora subiu em seu peito, como se uma mão a estivesse apertando fortemente, a deixando extremamente desconfortável.Ela rapidamente empurrou Douglas.- Vou tomar um banho.- Táli...Ele não percebeu a tempo e foi empurrado por Natália. Quando reagiu e tentou puxá-la de volta, já era tarde demais.A porta do quarto foi fechada e trancada por dentro.Douglas ficou parado na porta, desesperado, mas ainda assim batendo levemente na porta.- Táli, se você não quer ver, tudo bem, mas abre a porta, por favor.Silêncio reinava do outro lado da porta.Ele não sabia se Natália ainda estava lá, mas, como o apartame
No dia seguinte, Natália acordou na cama. Ela se virou, abraçando o cobertor macio, enquanto olhava fixamente para o céu cinzento lá fora. Estava nublado, as folhas nas árvores já começavam a amarelar e o vento as fazia emitir sons. O óleo essencial para dormir realmente funcionou. Ela teve uma noite sem sonhos e dormiu muito bem, acordando revigorada, sem aquele estado sonolento de antes.Na noite anterior...Natália se sentou abruptamente na cama. Ela havia sido segurada por Douglas e, incapaz de se soltar, adormeceu sobre ele. Mas como voltou para a cama? Ela tentou se lembrar, mas parecia que não tinha acordado durante a noite. Baixou o olhar e levantou o cobertor, observando suas roupas. Incerta se Douglas havia ido embora, ela havia trocado de roupa antes de sair. Porém, agora estava de pijama, o mais sensual de seu armário, de seda roxa. Não precisava pensar muito para saber que tinha sido Douglas quem a trocou. Ela mordeu o lábio com raiva, aquele safado.Após se arrumar e vest
Lourenço encontrou Douglas sentado num banco no térreo do hospital, com a cabeça erguida e os olhos semi-fechados. Havia um vai e vem de pessoas ao redor, um ambiente barulhento e agitado. Ele franziu a testa e foi até lá, se sentando ao lado de Douglas com impaciência:- Por que você tinha que marcar aqui, logo num hospital?Douglas, sem se mover e com a voz fraca, respondeu:- Estou com febre.Lourenço se moveu desconfortavelmente para o lado.- Se está com febre, por que não vai se registrar e ver um médico? O que está fazendo sentado aqui no saguão? Esperando a febre baixar sozinha?- Você pode se registrar na ginecologia por mim.Lourenço quase se engasgou com essa resposta, dizendo agitadamente:- Eu não estou grávido, por que eu iria me registrar na ginecologia? E, além disso, você já viu algum homem se registrar lá?- Eu li na internet que com quatro meses de gravidez a barriga começa a crescer, mas a barriga da Táli ainda está lisa. Estou preocupado que o bebê possa ter algum
Em um porão de uma mansão nos subúrbios da cidade, Douglas mal entrou e já sentiu um forte cheiro de medicamento, além do odor mofado e turvo do ar que não circulava há anos.Se ouviam vozes baixas vindas de dentro.Douglas, com passos firmes, caminhou em direção ao fundo do porão. Quanto mais avançava, mais claras as vozes se tornavam.- Héctor, não se mexa, sua ferida vai abrir.- Assim que eu sair daqui, vou acabar com aquele moleque, um inútil que ousou me emboscar.- Héctor, por agora, melhor não pensar em sair. Cuide das suas feridas primeiro.Ele não ousou contar a Héctor que todas as suas propriedades foram apreendidas, sob a acusação de tráfico de drogas e agora a polícia estava à sua procura.Ao ver Douglas entrando, a pessoa rapidamente se levantou e foi para o lado.- Presidente Erik.Douglas acenou com a cabeça em resposta.Héctor se sentou na cama, se apoiando na cabeceira e segurando a ferida com os dentes cerrados:- Presidente Erik, subestimei aquele inútil e acabei se
O número de crianças no orfanato era pequeno, assim como o de funcionários, e o jardim um pouco afastado estava cheio de ervas daninhas que já alcançavam a altura de uma pessoa. Eles foram atraídos por um som agudo de latido de cachorro, mas ouviram apenas um latido.Marta, que anteriormente foi perseguida pelo cachorro de Pietro por três quarteirões, tinha um certo medo psicológico, mas aquele latido soava tão miseravelmente que certamente indicava perigo. Após alguns segundos de conflito interno, ela decidiu ir verificar.Temendo assustar o cachorro e causar mais danos, eles caminharam suavemente, sem fazer barulho. Foi então que viram uma cena extremamente chocante: um filhote de cachorro de aproximadamente um mês de idade, que já havia sido torturado até a morte, com o corpo coberto de sangue.A cabeça do cachorro estava enrolada em filme plástico, camada após camada, com um buraco rasgado em sua boca, o que explicava o latido agonizante que eles ouviram - mas foi apenas um. E o jo
Douglas, com seu rosto belo e impassível, não mostrava qualquer expressão. Seus dedos acariciavam a superfície do telefone, um frio severo oculto no fundo de seus olhos. Momentos depois, um sorriso de significado ambíguo surgiu em seus lábios. Com uma voz clara e um tanto divertida, ele disse:- Claro.Sob o olhar de Tadeo, ele ligou para Natália. O som mecânico da chamada não atendida ecoou do fone, audível mesmo sem o viva-voz na atmosfera silenciosa:- Desculpe, o telefone que você ligou está temporariamente indisponível.Ele ainda não tinha sido removido da lista negra desde a última vez que foi bloqueado.- Não consigo ligar...Assim que Douglas terminou de falar, Tadeo balançou seu celular, dele emanando um som:- Quando fui à casa da família Rocha procurar pela Irmã Natália, acabei trocando contatos com ela. Irmão, parece que você foi bloqueado, hein?Sua voz soava um tanto orgulhosa e feliz. Douglas permaneceu imperturbável. Ser colocado na lista negra por Natália parecia não a
Natália estava aliviada por não ter bebido água, caso contrário teria cuspido tudo na cara dele. Esse homem devia estar pagando por ter maltratado cachorros, só podia estar louco.Ela engoliu em seco, segurando a frase "Você me acha com cara de quem tem uma reciclagem de lixo?" e a engoliu de volta.- Seu irmão concordou? - Perguntou ela, acariciando sua barriga. Não ia mentir, era bem macia e confortável ao toque. - Estou grávida, se você for meu namorado, vai ter que ser o padrasto do bebê. Você ainda é tão jovem...Tadeo a interrompeu, com um olhar sincero:- Eu não me importo, Irmã Natália, eu gosto de você e também vou gostar do seu filho, como se fosse meu próprio filho.Natália não conseguiu se conter e virou o rosto rapidamente.Ela estendeu a mão, gesticulando desculpas, e só depois de se recompor, falou:- Desculpa, é uma reação normal de grávida, não é nojo de você. O que você estava dizendo mesmo?Tadeo ficou internamente sem palavras.Olhando nos olhos claros e tolos de Na