Desde que atendeu aquela ligação de Tadeo, Natália passou a tarde um tanto inquieta, sem conseguir precisar o motivo exato.Provavelmente era um tipo de intuição natural das mulheres.Raquel ligou para ela à tarde, a convidando para jantar em sua casa à noite.- Minha mãe viajou recentemente e trouxe várias malas de carne bovina. Recentemente, ela ouviu algum especialista dizer que a carne congelada por muito tempo não é boa para comer, então ela insiste em comer carne bovina fresca em todas as refeições. Estou farta disso.Natália riu baixinho, sabendo que mesmo através do telefone, Raquel certamente estaria revirando os olhos.- Estou quase enojada de tanto comer. Vem logo me ajudar a comer um pouco.Natália respondeu:- Claro.Ela estava com algumas coisas na mente e queria conversar com Raquel.A família Valente morava em uma ilha no centro de um lago, próxima a um parque pantanoso. Natália estacionou seu carro na ponte e foi a pé, carregando um presente que comprou no shopping par
Natália balançou a cabeça e disse:- Não tenho certeza.- Você não o embriagou ontem à noite?Raquel reclamou com ela na noite anterior, dizendo que nunca tinha visto um pedido de casamento tão descuidado como o de Gustavo. Eles nem tinham definido o relacionamento e ele já queria tratar da certidão de casamento.Naquela hora, ela estava jantando com Erik e não respondeu muito à Raquel.- Eu o embriaguei, ele estava cheio de feridas, todas recentes.Raquel, como se sentisse a dor das feridas, fez uma expressão de dor e perguntou:- Você suspeita que as pessoas da família Reyes o maltrataram?Se Douglas só queria evitar ser reconhecido por Natália, não seria suficiente remover uma cicatriz? Por que ele teria que infligir tantas feridas em si mesmo? Sua identidade atual era o filho mais novo da família Reyes. Embora a família Reyes tenha caído em desgraça nos últimos dois anos, eles ainda deveriam ter dinheiro para a remoção de cicatrizes.Gustavo disse:- Eu conheço as pessoas da famíli
Após o jantar, Gustavo foi o primeiro a sair, e para evitar ser repreendida, Raquel se despediu rapidamente de seus pais e apressou Natália para saírem também.- Ainda bem que você estava aqui hoje, senão minha mãe teria me repreendido.Natália disse:- Eu acho que a tia gosta bastante do Adv. Gustavo.- Agora ela acha que todos os homens são bons, sempre com medo de que eu não me case.- Você realmente não sente nada pelo Adv. Gustavo?Gustavo era rico, bonito, alto, bem-sucedido profissionalmente e sem nenhum escândalo, além de ser tolerante com Raquel. Apesar de não ser muito agradável ao falar, ele parecia ser o marido perfeito.Raquel estava prestes a dirigir quando ouviu isso e parou por um momento, reprimindo seu habitual sorriso.- Não é que eu não goste dele, é que eu sou bastante realista e não quero gastar energia com alguém que não gosta de mim.- Ele veio hoje não para conhecer os pais, mas por causa da tia dele. - Ela explicou, para que Natália entendesse. - Ele foi força
Erik e Olga acabaram de sair do camarote quando encontraram Elías.Erik quase chamou "Pai", mas a razão veio antes da ação, e ele se conteve, mantendo sua expressão habitual enquanto acenava educadamente com a cabeça. - Elías.Elías ergueu uma sobrancelha:- Você me conhece?- Claro, o chefe da família León da Cidade A, quem no mundo dos negócios não conhece você?- Você se parece com Douglas, e seu tom de elogio também é bem parecido com o dele.Erik ficou em silêncio."Melhor você dizer isso em particular."Vendo que os dois tinham assuntos a discutir, Olga se afastou primeiro.Elías, com um ar de desculpas, disse:- Presidente Erik, peço desculpas por virmos assim sem avisar, interrompendo seu jantar, mas tenho um favor para pedir.Erik deu um passo para o lado, levantando a mão em um gesto de convite para o camarote.- Vamos entrar e conversar, Elías, você é muito gentil. Seja lá o que for, certamente ajudarei.Depois deste incidente, mesmo que Natália entendesse suas razões, ela
Que tipo de pergunta estranha era essa?O assistente, assustado, quase saltou da cadeira. Ele tinha estado observando aquele homem, mas só pensava que o seu jeito tinha algo confortável, sem outras intenções...Mas não, o ponto agora não era esse, era por que o Presidente Erik faria tal pergunta?- Presidente Erik...Vendo seu constrangimento, Erik logo percebeu que ele estava pensando em algo preocupante e rolou os olhos para ele, sem palavras.- Eu estou perguntando, se você fosse uma mulher, preferiria o tipo de homem como ele ou como eu?O assistente que ele escolheu, por que era tão sem noção quanto o Leandro, aquele idiota, incapaz de entender as entrelinhas e só pensando em fantasias?Leandro, ocupado na Grupo Rocha preparando os materiais para a licitação depois de amanhã, não se conteve e espirrou, atraindo os olhares de todo o escritório.O Assistente Leandro, quando trabalhava com o Presidente Douglas, sempre foi sério. Nem sequer espirrar, quanto mais soltar um pum, ele se
O homem que apareceu na porta da sala de reuniões estava vestido com um terno claro, de estatura alta e elegante, com um ar distinto ao seu redor. Seu rosto, muito parecido com o de Douglas, estava coberto por uma máscara. A franja ligeiramente longa escondia sua testa, revelando apenas seus olhos.Além disso, ele apareceu acompanhado do representante do cliente, parecendo estar em uma conversa agradável.Ao ver ele de máscara, Natália suspirou aliviada, temendo que Pietro não suportasse o choque e desmaiasse.Erik e Douglas tinham auras diferentes, talvez por causa de suas roupas, tornando difícil os associar como a mesma pessoa sem ver seus rostos ou ter contato direto.Mas Pietro já havia ouvido falar que ele era muito parecido com Douglas, por isso não pôde deixar de olhar mais algumas vezes, perguntando em voz baixa a Natália ao seu lado:- Esse é o filho mais novo da família Reyes que foi trazido do interior no ano passado, e realmente se parece muito com Douglas?Natália olhou r
O corredor foi invadido por uma cacofonia de ruídos, sinalizando a queda de alguém. Ao lado de Natália, um membro do Grupo Rocha também foi arrastado escada abaixo, mas, por sorte, alguém o agarrou a tempo.Pietro, por coincidência, conversava com sua assistente do outro lado, escapando do acidente.Após a queda, um silêncio perturbador reinou. Alguém acendeu a lanterna do celular, iluminando a cena. A visão era sombria , sangue escoava lentamente de baixo do corpo caído.Natália, ainda encostada na grade metálica da escada, observou horrorizada. Uma camada de suor frio cobriu suas costas, a umidade da camisa grudando em sua pele, a fazendo tremer incontrolavelmente.Se não fosse por aquela mão salvadora...Ela poderia estar entre os feridos.Sob o choque, Natália tentou seguir o braço que a segurava, mas ao se virar, a mão se soltou. Seus olhos encontraram os de Erik, indecifráveis na penumbra.Lágrimas brotaram em seus olhos, misturando medo, alívio e uma miríade de emoções conflitan
Entrou no carro.Assim que Natália ia baixar a cabeça para olhar o tornozelo, alguém se inclinou primeiro, segurando sua panturrilha.O aroma desconhecido do homem envolveu o ar.Seus dedos longos pressionaram suavemente ao redor do tornozelo inchado de Natália. Ela gritou de dor e instintivamente tentou recuar o pé.Erik segurou firme, levantou a cabeça, seus olhos pousaram nas sobrancelhas franzidas de Natália, que suportava a dor. Parecia que emoções intensas se agitavam em seus olhos, mas ao olhar para ela, voltaram ao normal.- Não se mexa. - Sua voz rouca era baixa e suave.Erik tirou os sapatos dela, segurou seu pé e o girou para os lados.- Dói?Natália sentiu com cuidado.- Está suportável.- Você não quebrou o osso, mas tem uma contusão no tecido mole, ainda precisa de cuidados. - Erik pensou no modo como ela tinha caminhado pulando em um pé, com raiva acumulada no peito, e não conseguiu controlar o volume da voz. - Você não deve sair da cama por pelo menos um mês.Natália qu