Thiago caminhou diretamente até Natália e puxou para baixo as mangas que ela tinha arregaçado.- Com o ar-condicionado ligado, a temperatura aqui dentro está tão baixa, você não está com frio?Embora hoje fosse um dia ensolarado, a temperatura ainda estava bastante baixa, e ficar em um lugar sombreado podia ser um pouco frio, especialmente com o ar-condicionado ligado por causa da multidão no shopping.Natália perguntou:- Como você veio parar aqui?Thiago lançou um olhar para Raquel, que parecia culpada, e respondeu:- Alguém me mandou uma mensagem, e eu por acaso estava por perto, então decidi vir.Na verdade, não foi tão por acaso assim. Sua família estava tentando arranjar um encontro entre ele e Fernanda, e ele foi enganado pela mãe para ir até lá. Assim que chegou perto, recebeu a mensagem de Raquel.Fernanda ainda estava sentada no chão, irritada ao ver Thiago ajudando Natália com as mangas da roupa. Ele tinha ido direto até aquela mulher, sem sequer lançar um olhar casual em su
Douglas perguntou:- Você me bloqueou na lista negra?Hoje, na empresa, ele ligou várias vezes para Natália e todas as vezes a chamada indicava que a outra parte estava ocupada. Foi então que ele percebeu que havia sido bloqueado.Natália abriu a porta com sua impressão digital e entrou. Douglas se levantou prontamente, tentando segui-la naturalmente. Ele havia conseguido entrar em sua casa usando a desculpa de cuidar dela, mesmo que só pudesse dormir no sofá. Mas, pelo menos, Natália não o impedia mais de entrar.Agora, ele podia entrar na sala e, eventualmente, ele acreditava que conseguiria entrar no quarto dela também.Mas hoje, quando ele estava prestes a cruzar o limiar da porta, Natália estendeu a mão para impedi-lo.- Meu pé já está curado. Não preciso mais dos seus cuidados.Douglas olhou para o braço branco estendido diante dele. Após um longo momento, um sorriso baixo escapou de sua garganta, mas seus olhos e sobrancelhas não mostravam alegria. Seu rosto estava frio, tão gel
No dia seguinte.Natália foi à mansão na encosta da montanha, acompanhada por Alfonso.Após algum tempo juntos, eles se familiarizaram um com o outro, mas a conversa era limitada a assuntos genéricos; sempre que o misterioso patrão era mencionado, Alfonso se calava. Era cauteloso em suas palavras, e dela não se podia extrair informações úteis.Alfonso não podia subir ao segundo andar, então ele a deixou na escada.Anteriormente, Natália subiria diretamente, mas naquele dia, segurando o corrimão da escada, perguntou:- Alfonso, você não tem a menor curiosidade sobre o rosto do senhor?A pintura seria restaurada naquele dia, e ela havia marcado um encontro com o misterioso patrão.Alfonso respondeu:- A curiosidade matou o gato.Natália franzia os lábios, lançando-lhe um olhar de desdém com o canto do olho.- Você realmente é sem graça.Disse isso e subiu as escadas.Ela estava restaurando a pintura no escritório e estava familiarizada com o local. Gostava de ambientes iluminados e areja
Alfonso, ao reassumir seu papel como senhor, se mostrava ainda mais implacável do que quando era seu guarda-costas. Uma aura de opressão emanava dele enquanto olhava para Natália.- Srta. Natália, nosso relacionamento é meramente profissional. Eu te salvei na Cidade A porque você era lucrativa para mim. Investi tanto dinheiro em você, não posso simplesmente deixar tudo isso se perder.Ele tirou o chapéu, ajeitando seus cabelos desalinhados.- Não importa se há alguém no terceiro andar ou não. Mesmo que haja, são meus homens. Srta. Natália, você é apenas uma subordinada remunerada. Que direito você pensa que tem de questionar minhas ações?Natália franziu a testa e disse:- Eu só quero saber sobre o que está relacionado à minha mãe. Isso também fazia parte do acordo quando aceitei trabalhar com você.Se não fossem aquelas fotos e a impressão de que eles sabiam de algo mais, ela jamais teria aceitado o trabalho.Alfonso, franzindo a testa, respondeu:- Você ainda não descobriu nada e qua
Douglas apertou os lábios, se calando.O jantar terminou nesse silêncio estranho e inquietante.Natália se levantou para pagar a conta, mas Douglas a deteve.- Leandro já pagou.Ele nunca pensou em segurar a mão dela antes, pois não se sentia digno, e Natália não aceitaria, mas uma vez que a segurou, não queria mais soltá-la.- Está uma noite bonita, que tal darmos um passeio?Natália olhou para o céu escuro, incapaz de ver qualquer sinal de bom tempo. Parecia até que a temperatura estava caindo, e o vento frio batia em seu corpo.- Vai você, eu não estou interessada.Ela estava preocupada e cansada após um longo dia, sem energia para passear. Só queria voltar para casa, tomar um banho e relaxar assistindo a uma série de TV.Estava prestes a tirar a mão do aperto de Douglas, quando ouviu o homem perguntar:- Você não quer saber quem em Cidade A quer te machucar?Natália ergueu surpresa a cabeça, se esquecendo de retirar a mão.- Você descobriu?- Sim. - Douglas aproveitou para segurar
Natália não conhecia bem a pessoa que chegava, mas já tinha visto antes. As feições do rosto daquela pessoa deixaram uma impressão profunda nela, especialmente a aura de alguém que sempre teve muito poder e autoridade. Em comparação, ela conhecia melhor a pessoa que vinha atrás.Afinal, tinham se encontrado ontem e tiveram um breve contato.Era Fernanda.Natália se virou para a pessoa que chegava, endireitando as costas.- Tia, bom dia.A mãe de Thiago passou o olhar silenciosamente por ela, mantendo um sorriso leve, apropriado, mas um tanto falso no rosto.- Hoje vim aqui perto para resolver algumas coisas e pensei em convidar a Srta. Natália para tomar um café, mas agora vejo que não é necessário. A Srta. Natália e o Presidente Douglas parecem claramente um casal. Quando vocês se casarem novamente, a família Valente certamente trará um presente para parabenizá-los pessoalmente.Ela não veio para convidar Natália para tomar café, mas para adverti-la a se afastar de Thiago.A mãe de T
As mãos de Natália estavam sendo seguradas por Douglas, e os dois estavam próximos o suficiente para que, ao levantar os olhos, ela pudesse ver o reflexo de si mesma nas pupilas dele. O homem estava vestido com uma camisa de mangas compridas de cor clara e calças escuras. A chuva havia encharcado metade de suas roupas, até mesmo seu cabelo estava um pouco molhado, mas ainda assim ele exalava uma aura de dignidade e elegância, sem parecer desleixado mesmo estando molhado.As pontas dos dedos frios de Douglas acariciavam a palma da mão dela, um gesto carinhoso que não deixava espaço para ambiguidade ou indecência.- Táli, desde que nos casamos, a família Rocha e eu somos seu apoio.As pequenas emoções que Natália sentira por Douglas desapareceram com essas palavras.Ela respondeu com ironia:- Ah sim, esse apoio é tão incrível, invisível aos outros, que grande apoio!Além de algumas pessoas próximas, ninguém sabia que ela e Douglas eram casados.Vendo a raiva no rosto dela, ele tentou se
Douglas apoiou a mão na toalha, parecendo que ia fazer um show ali mesmo para ela. Natália, com os olhos queimando como se tivessem sido tocados pelo fogo, desviou o olhar rapidamente para outro lugar. Ela foi diretamente até ele e o empurrou para fora do quarto.- Dez minutos já estão quase acabando, tranque a porta quando sair e leve a toalha para jogar fora. - Disse Natália, e imediatamente fechou a porta do quarto.No banheiro, o vapor da água se espalhava, e no ar flutuava o cheiro familiar do seu sabonete, misturado com outro aroma, o perfume que Douglas costumava usar. Era uma mistura estranhamente íntima. Em teoria, após três anos de casamento, essa cena deveria ser completamente normal. Mas, na memória de Natália, era a primeira vez que acontecia.Quando eles moravam em Jardim Gardênia, cada quarto tinha seu próprio banheiro, e havia outro banheiro compartilhado. Douglas raramente voltava para casa e, mesmo quando voltava, era sempre tarde, então nunca ocorreu essa situação de