- Não, vá mais cedo, volte um pouco mais cedo.Natália havia hesitado antes de falar, e Isaac, percebendo claramente, sabia que ela provavelmente estaria ocupada mais tarde.- Então, vou arrumar as malas agora.Ela já estava pensando nisso, e agora que seu desejo se tornou realidade, Natália não se fez de difícil e aceitou.Isaac se levantou e pegou as chaves do carro na gaveta.- Vamos, eu te levo de volta, pegue sua bagagem e vamos direto para o aeroporto, vamos passar por lá de qualquer maneira.Os dois saíram juntos da empresa, e logo após a partida deles, Douglas terminou sua reunião.Depois do incidente anterior, todos no departamento do projeto reconheceram seu rosto. Quando o viram chegar, não esperaram ele perguntar e disseram logo:- Sr. Isaac e Natália foram para o aeroporto.Eles tinham ouvido um pouco da conversa quando Sr. Isaac estava passando o trabalho para o subgerente.- Para o aeroporto?Douglas olhou para ela. A jovem de vinte e poucos anos não conseguia suportar o
Isaac percebeu imediatamente algo estranho em Natália. Quando ela estava prestes a correr para longe dele, ele rapidamente segurou sua mão e perguntou:- O que houve com você?À distância, ao ver o olhar de Natália direcionado para eles, Leandro alertou nervosamente:- Acho que a Sra. Rocha viu você.Essa atitude deles era como espiar.Douglas franzia a testa e disse:- Não, ela não está olhando para mim.Assim que terminou de falar, Natália se libertou da mão de Isaac e correu rapidamente para uma área menos movimentada.Douglas ordenou a Leandro:- Barre a pessoa.Isaac, momentaneamente aturdido, também a seguiu, mas a rua estava cheia de gente. Natália desviava habilmente entre a multidão e logo se misturou às pessoas, desaparecendo de vista.Natália mantinha o olhar fixo na figura esbelta que estava a certa distância. A mulher, de estatura média, movia-se rapidamente entre a multidão como um peixe, mostrando ocasionalmente meio rosto que Natália reconhecia bem. A mulher usava uma p
Natália disse:- Não quero apostar com você.Ela realmente não queria perder tempo com ele nesse tipo de bobagem.Douglas falou:- Então venha comer algo comigo agora.Natália ficou sem palavras.Natália, por hábito, tentou pegar seu celular para ligar para Isaac e tranquilizá-lo, mas não encontrou o aparelho. Lembrou que seu telefone estava na bolsa, que Isaac tinha agarrado junto com ela. Quando ela se soltou, acabou deixando a bolsa com ele.Nesse momento, Isaac estava procurando por Natália, com Leandro seguindo-o de perto.- Sr. Isaac, o Presidente Douglas acabou de me mandar uma mensagem. Sra. Rocha se assustou um pouco e ele a levou de volta para o hotel.Isaac parou e olhou para Leandro.- Foi Douglas que mandou alguém levar ela embora?Leandro explicou seriamente:- Como isso seria possível? O Presidente Douglas apenas a viu e correu atrás. Se ele soubesse que havia alguém cuja simples presença causaria tal reação na Sra. Rocha, já teria trazido essa pessoa para ela há muito t
Natália sabia que Douglas provavelmente já tinha comido demais, mas não esperava que ele tivesse se empanturrado tanto assim, e ainda por cima foi tão tolo que só parou quando realmente não conseguiu comer mais. Ela instintivamente quis ir até ele, mas depois de dois passos, parou e virou-se para comprar água no supermercado ao lado.Quando ela saiu, Douglas já tinha terminado de vomitar e estava parado ali, com uma expressão de desconforto no rosto.Natália lhe entregou a água.- Desculpe, mas você podia ter dito que não conseguia comer mais, não precisava se forçar assim.O homem pegou a água das mãos dela, enxaguou a boca e começou a beber devagar.Seu pescoço inclinado revelava uma linha elegante, a maçã do pescoço se movendo para cima e para baixo com o ato de engolir. Do colarinho ligeiramente aberto da camisa, podia-se vislumbrar sutilmente o seu osso da clavícula. Com as luzes de neon brilhantes ao fundo e o céu escuro acima, ele parecia uma obra de arte meticulosamente esculpi
O olhar que fixava nela pertencia a Douglas.Não se sabia quanto tempo ele estava sentado ali, ainda vestindo as roupas que usara na rua. Sentado sozinho, segurava um copo transparente com um líquido âmbar, iluminado pela luz tênue, criando um mosaico de luzes cintilantes em seus dedos.Ele era deslumbrante.Seja pela aparência, porte físico, ou carisma, até mesmo suas roupas, visivelmente caras, atraíam os olhares ao redor de forma inescapável.No bar, havia muitas mulheres do ramo de serviços sexuais - sensuais, conservadoras, inocentes, de todos os tipos. Elas conversavam juntas ou circulavam com taças de vinho, sentando-se com aqueles que lhes interessavam, ou que demonstravam interesse.Natália, que havia chegado há pouco, já tinha visto vários casais de mãos dadas, corpos entrelaçados, partindo juntos. Um deles estava bem atrás dela, tão perto que ela podia ouvir claramente suas conversas. Eles falavam de sentimentos, parecendo genuinamente apaixonados, como se estivessem confirm
Assim que Natália se levantou, Isaac também se levantou.- Eu te acompanho.- Não precisa, Sr. Isaac, continue bebendo com eles. É só descer um andar, não precisa me acompanhar.A frase que Miguel disse a Isaac sobre permitir ou não, claramente a colocava sob a categoria de pertencente à família de Isaac. Embora soubesse que poderia estar pensando demais, ainda assim era melhor evitar mal-entendidos.Se algo não é possível, é melhor deixar claro. Não adianta rejeitar com palavras, mas com ações dar sinais mistos, criando a ilusão no outro de que, talvez, com um pouco mais de esforço, ele possa conquistá-la.Sentimentos são às vezes um produto de auto-reforço. Devido à indecisão de uma parte, a outra recebe sinais errados e se aprofunda mais em suas convicções.É como pescar. Se alimentar demais o peixe, ele não morderá a isca. Mas também não pode deixar de alimentá-lo. Antes de pescar, não é necessário preparar o local? Alimente-o com um terço do necessário, mantendo-o com fome, mas se
Douglas tinha uma expressão fria no rosto, levantou o pé e pisou sem cerimônia.Não parecia estar aplicando muita força no início, mas a maneira como ele rolava o pé para os lados e pressionava lentamente, aumentando gradualmente a força, tornava a dor insuportável, concentrando todos os pensamentos naquela área.E o homem de pé ainda parecia tão sereno, além de um olhar excessivamente frio e penetrante, quase não havia emoção em seu rosto, podendo até ser descrito como elegante.Se alguém visse apenas seu rosto, nunca associaria essa crueldade à sua expressão naquele momento.No espaço apertado do elevador, ecoou o uivo de dor do homem.Natália, embora não fosse um homem, naquele momento também sentiu uma dor ilusória, com as pernas ficando tensas.O homem tentou afastar a perna de Douglas que pressionava seu abdômen inferior, mas por mais que ele se esforçasse, o outro não se movia.Então, os gritos agudos e miseráveis aumentavam à medida que o elevador descia, ecoando em cada andar.
Isaac tocou o nariz, um pouco embaraçado, e disse:- Embora os homens às vezes tenham impulsos sexuais, Douglas...Foi a primeira vez que ele discutiu esse assunto com alguém, e essa pessoa era a mulher que ele estava tentando conquistar, o que realmente o deixava envergonhado:- Ele provavelmente não faria algo como contratar uma prostituta, e essa moça provavelmente não é o tipo dele.Isaac se enganou, pois a mulher nunca reapareceu, e com a personalidade de Douglas, se ele realmente não estivesse interessado, teria mandado ela embora rapidamente.Isaac olhou para ela preocupado.- Natália...Natália sorriu para ele, seus olhos e sobrancelhas não mostravam tristeza.- Você também teve um dia cansativo hoje, vá descansar cedo no seu quarto. Amanhã não vamos passear pelo interior do prédio?Depois de se despedir de Isaac, Natália fechou a porta. Passando pela escrivaninha, pegou o celular, trocou por um chip sem registro e ligou para a polícia, relatando o que tinha visto no bar no and