Natália sabia que Douglas provavelmente já tinha comido demais, mas não esperava que ele tivesse se empanturrado tanto assim, e ainda por cima foi tão tolo que só parou quando realmente não conseguiu comer mais. Ela instintivamente quis ir até ele, mas depois de dois passos, parou e virou-se para comprar água no supermercado ao lado.Quando ela saiu, Douglas já tinha terminado de vomitar e estava parado ali, com uma expressão de desconforto no rosto.Natália lhe entregou a água.- Desculpe, mas você podia ter dito que não conseguia comer mais, não precisava se forçar assim.O homem pegou a água das mãos dela, enxaguou a boca e começou a beber devagar.Seu pescoço inclinado revelava uma linha elegante, a maçã do pescoço se movendo para cima e para baixo com o ato de engolir. Do colarinho ligeiramente aberto da camisa, podia-se vislumbrar sutilmente o seu osso da clavícula. Com as luzes de neon brilhantes ao fundo e o céu escuro acima, ele parecia uma obra de arte meticulosamente esculpi
O olhar que fixava nela pertencia a Douglas.Não se sabia quanto tempo ele estava sentado ali, ainda vestindo as roupas que usara na rua. Sentado sozinho, segurava um copo transparente com um líquido âmbar, iluminado pela luz tênue, criando um mosaico de luzes cintilantes em seus dedos.Ele era deslumbrante.Seja pela aparência, porte físico, ou carisma, até mesmo suas roupas, visivelmente caras, atraíam os olhares ao redor de forma inescapável.No bar, havia muitas mulheres do ramo de serviços sexuais - sensuais, conservadoras, inocentes, de todos os tipos. Elas conversavam juntas ou circulavam com taças de vinho, sentando-se com aqueles que lhes interessavam, ou que demonstravam interesse.Natália, que havia chegado há pouco, já tinha visto vários casais de mãos dadas, corpos entrelaçados, partindo juntos. Um deles estava bem atrás dela, tão perto que ela podia ouvir claramente suas conversas. Eles falavam de sentimentos, parecendo genuinamente apaixonados, como se estivessem confirm
Assim que Natália se levantou, Isaac também se levantou.- Eu te acompanho.- Não precisa, Sr. Isaac, continue bebendo com eles. É só descer um andar, não precisa me acompanhar.A frase que Miguel disse a Isaac sobre permitir ou não, claramente a colocava sob a categoria de pertencente à família de Isaac. Embora soubesse que poderia estar pensando demais, ainda assim era melhor evitar mal-entendidos.Se algo não é possível, é melhor deixar claro. Não adianta rejeitar com palavras, mas com ações dar sinais mistos, criando a ilusão no outro de que, talvez, com um pouco mais de esforço, ele possa conquistá-la.Sentimentos são às vezes um produto de auto-reforço. Devido à indecisão de uma parte, a outra recebe sinais errados e se aprofunda mais em suas convicções.É como pescar. Se alimentar demais o peixe, ele não morderá a isca. Mas também não pode deixar de alimentá-lo. Antes de pescar, não é necessário preparar o local? Alimente-o com um terço do necessário, mantendo-o com fome, mas se
Douglas tinha uma expressão fria no rosto, levantou o pé e pisou sem cerimônia.Não parecia estar aplicando muita força no início, mas a maneira como ele rolava o pé para os lados e pressionava lentamente, aumentando gradualmente a força, tornava a dor insuportável, concentrando todos os pensamentos naquela área.E o homem de pé ainda parecia tão sereno, além de um olhar excessivamente frio e penetrante, quase não havia emoção em seu rosto, podendo até ser descrito como elegante.Se alguém visse apenas seu rosto, nunca associaria essa crueldade à sua expressão naquele momento.No espaço apertado do elevador, ecoou o uivo de dor do homem.Natália, embora não fosse um homem, naquele momento também sentiu uma dor ilusória, com as pernas ficando tensas.O homem tentou afastar a perna de Douglas que pressionava seu abdômen inferior, mas por mais que ele se esforçasse, o outro não se movia.Então, os gritos agudos e miseráveis aumentavam à medida que o elevador descia, ecoando em cada andar.
Isaac tocou o nariz, um pouco embaraçado, e disse:- Embora os homens às vezes tenham impulsos sexuais, Douglas...Foi a primeira vez que ele discutiu esse assunto com alguém, e essa pessoa era a mulher que ele estava tentando conquistar, o que realmente o deixava envergonhado:- Ele provavelmente não faria algo como contratar uma prostituta, e essa moça provavelmente não é o tipo dele.Isaac se enganou, pois a mulher nunca reapareceu, e com a personalidade de Douglas, se ele realmente não estivesse interessado, teria mandado ela embora rapidamente.Isaac olhou para ela preocupado.- Natália...Natália sorriu para ele, seus olhos e sobrancelhas não mostravam tristeza.- Você também teve um dia cansativo hoje, vá descansar cedo no seu quarto. Amanhã não vamos passear pelo interior do prédio?Depois de se despedir de Isaac, Natália fechou a porta. Passando pela escrivaninha, pegou o celular, trocou por um chip sem registro e ligou para a polícia, relatando o que tinha visto no bar no and
- As pessoas apenas falam por cortesia, não esperavam que você realmente levasse a sério e denunciasse. Antes, ao chegar na Cidade A, não se recebia esse tipo de informação. Cada cidade tem seu lado sombrio, conhecido apenas por alguns, desde que não venha à tona. Mas recentemente, na Cidade A, ocorreu um caso terrível. Com o apoio de forças sinistras, uma mulher foi raptada em plena rua, um incidente que se tornou conhecido em todo o país. Por isso, a fiscalização está mais rigorosa ultimamente.Este hotel também está desafiando as autoridades.Ele franziu a testa, olhando seriamente para Natália, exibindo toda a sua autoridade e opressão naquele momento.- Se eu posso descobrir isso, outros também podem. Quem ousa fazer algo assim tem apoio por trás.Natália sabia disso, por isso havia trocado o chip do telefone antes de ligar, mas, acostumada com a tranquilidade, se esqueceu de trocar de volta depois da ligação.Douglas, vendo que ela não falava, pensou que ela estava se sentindo re
Natália olhou para o objeto que Douglas segurava em sua mão, seus olhos pularam de surpresa e constrangimento, e ela rapidamente empurrou-o.- Douglas, você é um cafajeste, saia daqui agora.Ela o empurrou com tanta força que, enquanto Douglas se desequilibrava, ela também avançou alguns passos para frente, impulsionada pela inércia. O homem, instintivamente, envolveu sua cintura, esquecendo-se de que usava chinelos descartáveis do hotel.A sola dos chinelos, com mais atrito do que sapatos normais e não tão firmes nos pés, fez com que ele tropeçasse ao andar. Ele perdeu o equilíbrio e, com Natália, rolou para a cama.A cama do hotel de luxo, macia e elástica, amortecia a queda, fazendo-os quicar levemente.O rosto de Natália estava pressionado contra o peito de Douglas, através do tecido ela podia sentir claramente os músculos tensos e a pele quente do homem. A mão dele, que segurava o objeto, agora estava presa sob o peso dela.O som vibratório ecoava ritmicamente no quarto silencioso
Douglas estava encostado preguiçosamente na parede, com os braços cruzados sobre o peito, e a abertura da camisa se alargava mais com seus movimentos, revelando duas marcas vermelhas brilhantes em seu peito.- Afinal, você já vai fazer trinta anos, como ainda pode fazer uma pergunta tão ingênua? Eu estou aqui, é claro, porque dormi aqui ontem à noite.Se Isaac ainda conseguia manter algum semblante de cavalheiro quando abriu a porta, agora sua expressão mudou completamente, com um olhar frio e acusatório:- Você a forçou?- E se fosse algo consentido por ambos? Isaac, desde o dia em que você recusou ajudá-la, você já estava fora do jogo. Com ela, você não tem mais chance alguma, e sua insistência agora é apenas uma perda de tempo, alimentando o carinho que ela sentia por você na infância.Mesmo sabendo que as palavras de Douglas representavam apenas sua própria opinião, Isaac não conseguiu controlar suas emoções e agarrou a gola aberta do homem, ocultando aquelas marcas vermelhas irrit