Douglas abaixou o olhar para Natália, que franzia a testa. Embora relutante em seus braços, seu olhar estava fixo em Thiago. Parecia que só tinha olhos para o homem à sua frente. As mãos de Douglas deslizaram de seus ombros até a cintura dela, apertando-a com força e brutalidade, trazendo sua atenção de volta para si. Seus olhos estavam escuros e impenetráveis.- Vamos.Álvaro já havia posicionado o carro ao lado deles, com perspicácia, pronto para abrir a porta com um simples gesto.- Não...Natália mal começou a recusar, e Douglas já a havia forçado a entrar no carro. Thiago ficou pálido, tentou intervir, mas seu movimento foi bloqueado pelos seguranças à sua esquerda e direita. Num piscar de olhos, Natália foi levada para o carro por Douglas, a porta fechou, e o veículo partiu rapidamente do hospital.Não eram apenas Álvaro e Leandro no carro.A voz de Thiago, misturada ao rugido do motor, chegou até os dois no banco de trás, com expressões variadas:- Douglas, se você ousar forçá-l
O homem abaixou a cabeça, aproximando seu rosto atraente de Natália. Seu nariz era reto, e os lábios, atraentes tanto na forma quanto na cor, estavam agora a uma distância ínfima.Diante dessa proximidade, o coração de Natália acelerou subitamente. Ela estendeu a mão, pressionando contra o peito dele:- O que você está fazendo?Ela estava assustada!Devido à proximidade, Douglas falou com a voz baixa, com sua habitual indiferença, mas um leve tom de riso podia ser ouvido, embora isso não diminuísse o frio intimidante em suas palavras:- Já que não há mais esperança com Isaac, você consideraria ficar com Thiago?Seu hálito caía sobre os lábios de Natália, que inclinou a cabeça para trás, tentando aumentar a distância entre eles. Mas ela já estava prensada contra a porta, sem ter para onde fugir.- Você não ia passar o remédio? Vai se deitar ali.Ela apontou para o sofá, empurrando Douglas, que já estava quase completamente colado a ela.A posição era arriscada, e qualquer descuido poder
Douglas soltou Natália, enquanto a mulher olhava para ele com um olhar feroz, o pescoço ainda marcado pelas mordidas fortes que ele havia dado...Se ela tivesse uma faca em mãos naquele momento, provavelmente a teria cravado nele sem mostrar nenhum sinal de medo.Douglas não respondeu, seu olhar fixo nas mãos de Isaac...Ele havia aberto a porta com sua impressão digital.Filho de uma família nobre, a inteligência emocional era um curso básico, e a primeira lição era observar e entender as palavras e ações das pessoas, por isso, mesmo sem Douglas dizer nada, Isaac imediatamente entendeu o que ele queria dizer.- Desculpe, estava com pressa naquele momento e não tive tempo de deletar.Isaac sabia que o que fez não foi apropriado. Ele abriu a porta, manipulou a tela sensível ao toque por alguns momentos e deletou sua impressão digital do sistema.Douglas, distante, nem sequer sugeriu que ele entrasse para conversar, apenas ficou parado na entrada, com uma expressão sombria:- Tão tarde a
O pé de Natália freou bruscamente ao parar o carro. O funcionário da floricultura, segurando um buquê, notou sua chegada. De forma quase cômica, ele puxou o celular do bolso e comparou-a com a foto no visor. Confirmado que era o carro dela, começou a caminhar em sua direção.Naquele momento, os funcionários do Estúdio Azaleia estavam aglomerados na entrada, curiosos. Quando chegaram, o homem já estava lá, segurando um buquê enorme, impossível não notá-lo.O carro de Natália havia entrado no estacionamento do Estúdio Azaleia e, sob tantos olhares, ela não podia simplesmente ir embora sem mais nem menos. Isso só faria parecer mais suspeito e não resolveria nada. Então, ela apenas assistiu o homem se aproximar.- Desculpe, a senhora é a Sra. Rocha?Sua voz era tão alta que Natália podia ouvi-lo claramente, mesmo com os vidros fechados. Após um momento de silêncio, ela estacionou o carro e saiu.- Sr. Douglas mandou essas flores para a senhora. Por favor, assine aqui para recebê-las.Assim
Neste momento, Natália estava saindo com alguns colegas, que agora lhe lançavam sorrisos maliciosos.Depois de um dia inteiro sendo alvo de brincadeiras, ela já conseguia encarar o olhar das pessoas com naturalidade. Quando Viviane passou ao seu lado, inclinou-se e sussurrou:- Tally, você não cobriu a marca de beijo atrás da sua orelha.Natália, uma mulher que nunca namorou e foi direto para um casamento, onde permaneceu sozinha por três anos, mesmo com toda sua compostura, não conseguia lidar tranquilamente com tal constrangimento. Ela rapidamente cobriu a orelha com a mão, bloqueando o olhar de Viviane.- Não adianta esconder, todos já viram.Natália havia se olhado no espelho pela manhã, cobrindo as marcas no pescoço com corretivo, vestindo uma blusa de gola alta e enrolando um cachecol, até seu cabelo habitualmente preso estava solto. Apesar de todas essas precauções, ainda assim não conseguiu esconder tudo.Viviane, sempre alegre e destemida, vendo o rosto de Natália corar, cumpr
Ao ver Bianca aparecer na porta, e associando às palavras de Natália, não era difícil adivinhar a causalidade.Douglas estreitou os olhos, com uma frieza intensa e indiferença extrema.Ele não demonstrou raiva, mas sua fúria era palpável, apertando a mão de Natália cada vez mais forte, quase violentamente:- Foi você quem a chamou aqui?A dor intensa se espalhou do braço de Natália por todo o corpo, e ela não pôde evitar um grito, mas antes que pudesse se soltar, Douglas já havia soltado sua mão.Ele abaixou a cabeça, olhando para o pulso avermelhado da mulher.- Desculpe, eu não me controlei.Embora Douglas estivesse educado e até se desculpasse por machucá-la, o que soou mais sincero do que a desculpa apática na porta do Estúdio Azaleia, Natália inconscientemente se afastou dele.A atitude dele parecia a de um psicopata de série de TV, especialmente se ele usasse óculos com armação dourada.- Já que foi você quem a trouxe, então cuide para que ela vá embora.Natália chamou Bianca, pr
A questão do programa de variedades, Sr. Dario já havia mencionado ao Sr. Borges havia meio mês. Naquela época, Natália não estava no Estúdio Azaleia e, como Sr. Borges sabia que ela tinha o hábito de não mostrar o rosto, ele prontamente recusou a oferta em seu nome.No último documentário, Natália apareceu apenas suas mãos, e, ao lado do atraente Pedro, despertou a curiosidade dos internautas sobre sua aparência, levando um documentário tão obscuro a alcançar as notícias mais vistas.Quando Natália recebeu a ligação do Sr. Borges, informando que ela havia aceitado participar, o outro lado ficou extremamente feliz, informando-a que as filmagens seriam na semana seguinte.Não sendo celebridades, o que eles menos tinham eram compromissos.No dia anterior ao início das filmagens, Natália recebeu da produção do programa a programação e a lista de participantes. Embora não conhecesse ninguém, ainda assim era necessário cumprir com os formalismos.Ela não estava lá para gravar o programa, ma
Douglas estava franzindo a testa, olhando para os documentos em suas mãos.- Qual identidade?- Ela é a Tally. - Temendo que ele não entendesse, Bianca enfatizou. - A pessoa que restaurou a pintura antiga para mim.Ela queria usar aquela pintura para agradar Marta e surpreender Douglas, por isso não mencionou nada antes, mas o incidente que ocorreu na festa de aniversário trouxe Tally à tona."Tally?"Douglas, folheando os documentos, parou com os dedos, desviando o olhar dos papéis e demorou para responder.Ouvindo sua resposta tão calma, Bianca prendeu a respiração, incrédula:- Você já sabia?Douglas ficou em silêncio.- Não sabia.Ele tinha ouvido alguém chamado Pedro se referir a Natália como "Tally", mas na época ele apenas pensou que fosse um apelido, e como não se importava muito com o assunto, não deu muita atenção.Agora, diante do questionamento de Bianca, ele não ofereceu explicação nem achou necessário.Bianca elevou a voz:- O que ela me enganou, você também sabe? Ou você