"E se ele me fizer abortar o bebê?" O carro de luxo parou à beira da estrada e buzinou. Vitória reconheceu o veículo como sendo o de Dario. Ela viu a janela do carro descer, o homem sentado no banco do passageiro, o perfil elegante e charmoso oculto dentro do carro, seus olhos finos, penetrantes e desafiadores. Os lábios finos do homem se abriram levemente: — Entre no carro. Vitória realmente não queria entrar, mas o tom dele claramente não lhe deu chance de recusar. Ela já havia notado que várias pessoas estavam olhando, então se curvou e entrou no carro. A porta se fechou, isolando tudo o que estava fora. Vitória se encostou na porta, mas ainda sentia a presença imponente e inegável do homem ao seu lado. Ela segurou a respiração, sem dizer uma palavra, como se estivesse esperando seu julgamento final. Após um tempo, a voz dele soou fria e profunda: — Você gosta de crianças? Vitória engoliu em seco: — Mais ou menos... Afinal, o bebê era dela, então, claro q
Dario perguntou como ela iria interpretar uma mulher grávida.Vitória hesitou por um momento. Isso realmente exigiria atuação? Ela já era uma, afinal."Isso conta como uma atuação fiel ao papel?"Vitória respondeu com a maior seriedade:— Isso exige algum tipo de talento para atuar?— É verdade, sua atuação sempre foi excelente. A Maia vai vir cuidar de você como se fosse uma grávida de verdade, então é melhor não pensar demais, para que não acabe revelando o segredo na frente dela.— Fique tranquilo, Sr. Dario. Vou fazer o meu papel da melhor maneira possível. Agora, o senhor poderia providenciar logo a cirurgia?Ela não queria lidar com a Viviane, preferia que Dario fosse direto com ela.Essa mulher falsa sempre se saía bem nas atuações e certamente iria continuar encenando na frente de Dario. Por isso, a cirurgia com a Sra. Solange definitivamente não seria adiada.Vitória desceu do carro e entrou no hall. O homem a seguiu, com um olhar um tanto complicado.Maia já a esperava no hal
No entanto, alguns pratos estavam mais distantes e, após dar uma olhada, ela desistiu.No segundo seguinte, os talheres de Dario caíram à sua frente. Ela parou por um momento e, então, com calma, disse:— Obrigada, querido. Você também tem que comer.Vitória sorriu, pegou um pedaço de comida que ele não gostava e colocou no prato dele.Dario olhou rapidamente, sem alterar a expressão, e retirou os talheres.Ao lado, Maia observava, satisfeita, e acenou com a cabeça, pensando em contar tudo direitinho para a Solange depois.Após a refeição, Vitória esfregou a barriga:— Estou um pouco cheia.— Sr. Dario, que tal acompanhar a Sra. Lopes para uma caminhada? Faz bem tanto para a gestante quanto para o bebê.Vitória parou por um momento:— Não precisa, não.Pedir para Dario acompanhá-la em uma caminhada era mais fácil do que ela sair sozinha.A voz calma do homem soou ao lado dela:— Tudo bem.Vitória forçou um sorriso:— Na verdade, eu posso ir sozinha.O homem colocou o braço ao redor dos
Vitória não esperava que ele ainda fosse lhe fazer essa pergunta; isso complicava as coisas. O homem, de cima para baixo, percebeu a expressão de dificuldade: — Está tão difícil assim de responder? — Não é bem isso. — Vitória hesitou por um momento, olhou para ele e disse. — Então, você quer ouvir a verdade ou a mentira? — Acho melhor você ficar quieta. — Dario disse, se virando e indo embora. Vitória deu um passo à frente, e então viu o grande cachorro ao lado se levantar, abanando a cauda e olhando para ela. Ela imediatamente parou e, instintivamente, deu alguns passos para trás: — Você... Você não vem para cá, né? Ela olhou para o cachorro à sua frente. Embora não tivesse má intenção com ele, o trauma psicológico da infância fazia com que ela tivesse medo da aproximação de cães. — Vem cá. Quando Vitória estava prestes a sair correndo, o homem, que havia desaparecido na escuridão, voltou. Ele estava parado sob a luz do poste, estendendo a mão para ela. Quando
Vitória voltou para o quarto de cima e percebeu que Dario ainda não havia retornado; provavelmente estava no escritório. Ela já estava acostumada com o modo de vida dos dois; afinal, ele sempre dormia no escritório. Se virou e foi até o closet, onde viu que, além das roupas de Dario, só havia suas próprias roupas. Tudo parecia exatamente igual ao que estava quando ela saiu, sem mudanças. Ela até pensou que encontraria as roupas de Viviane ali, mas, ao procurar, não encontrou nenhum sinal de mulher. Não deveria ser assim. Vitória se apoiou na porta do closet. Ela conhecia o local muito bem, e não havia vestígios que ela não pudesse encontrar. Mas, infelizmente, nada ali. Se lembrou do que a empregada Kátia tinha dito, que Viviane nunca havia dormido ali. "Será que o Dario, apesar de ser um canalha, é um homem de boa conduta?" Vitória pensou por um longo tempo, mas logo percebeu que sua atenção novamente estava sendo atraída por Dario. Rapidamente, pegou um pijama par
Dario se sentou abruptamente na cama, sua voz fria:— O que aconteceu?Ele finalmente havia encontrado um médico adequado e, teoricamente, após a chegada, a cirurgia da avó deveria ser agendada rapidamente.— Houve um acidente de carro no caminho. A pessoa ainda está na emergência.— Eu já estou indo.Dario puxou o cobertor e se dirigiu ao closet.Ao lado, Vitória também foi acordada. Ela ouviu as palavras de Dario e se perguntou se algo estava acontecendo com a empresa.Logo, o homem apareceu no closet, se vestindo rapidamente, com uma expressão tensa.Vitória esfregou os olhos:— O que aconteceu?Dario hesitou um momento:— Não é nada grave.Ele não mencionou nada sobre o médico e se virou para sair do quarto da mansão.Dario foi direto para o hospital. Seu assistente pessoal o aguardava do lado de fora da emergência e, ao vê-lo, rapidamente começou a dar a ele um relatório da situação:— Sr. Dario, o médico não corre risco de vida, mas quebrou o braço direito. Não sabemos se ele con
No entanto, no momento seguinte, ele recebeu uma mensagem de WhatsApp de Viviane. Ao ver o conteúdo, se virou e saiu do quarto.Vitória percebeu que ele tinha saído do quarto e, lentamente, abriu os olhos, com um olhar carregado de sarcasmo.Ela acariciou sua barriga e, depois de se acalmar, rapidamente adormeceu.No dia seguinte, Vitória voltou para casa, arrumou suas coisas e se preparou para ir à universidade se matricular.Hanna, um pouco preocupada, segurou sua mão:— Você realmente vai morar no campus? Eu posso fazer comida gostosa para você todo dia quando voltar.— Tia Hanna, agora eu não sou mais uma criança. Posso me cuidar sozinha.Vitória tinha certeza de que precisava morar no campus. Caso contrário, se Hanna soubesse que ela estava passando as noites na casa da família Lopes, ficaria preocupada e talvez acabasse descobrindo tudo, até mesmo deixando escapar algo na frente do irmão.Ela não queria complicações. De qualquer forma, sua avó ia fazer a cirurgia na próxima seman
Viviane estava um pouco irritada:— O Bryan não quer me ver, e a cirurgia da Sra. Solange está se aproximando. Se ele não aparecer, como vou negociar com o Dario?Fazer com que Bryan realizasse a cirurgia em Solange era sua única carta na manga.— Srta. Viviane, de qualquer forma, o médico que o Dario trouxe não pode mais realizar a cirurgia. Só ele pode procurar seu irmão para fazer isso, então não há pressa.— Como não há pressa? Você não viu no hospital? O Dario acabou salvando aquela mulher, a Vitória, antes. E ele ainda não aceitou minha proposta, até foi procurar outro médico para operar a Sra. Solange.Viviane sentia que a situação estava fugindo do seu controle, especialmente com a atitude do Dario em relação à Vitória, o que a deixava muito insegura.— Srta. Viviane, enquanto o Dario ainda precisar de você, há uma chance.— Você tem razão, mas o Dario ainda não me procurou.Viviane estava muito ansiosa, não conseguia prever qual decisão o Dario tomaria.Ela rapidamente disse: