CAPÍTULO 5

Keith

Eu quase cai ali mesmo. Acho que isso só não aconteceu porque ele me segurava forte.

A minha cabeça girou dando voltas. E eu comecei a ficar tonta novamente.

-Esta querendo me dizer que vai me estuprar? - Foi horrível perguntar isso, mas diante daquela situação temia muito pela resposta.

-Dependendo de você talvez não chegue a ser estupro.

-Como que dependendo de mim?

-Pense Katherine, só pense, pois eu acredito que você não é nenhuma idiota ou pelo menos não quero pensar que você seja.

O que passou com Walace veio novamente. Recobrando em minha memória de quando ele tentou se aproximar de mim com violência e coação para tirar a minha virgindade. Sim. Eu, Katherine sou virgem. E eu ocultei isso da minha vida por muitos anos, pois Walace foi, mas o trauma ficou, e agora a temida sexualidade me assombrava novamente.

Mas não permitiria que um homem por mais belo e rico que fosse a usasse como um instrumento para se vingar.

Isso não.

Eu estava com medo, mas me lembrei de quando prometi para a minha mãe em seu leito de morte que seria forte e que enfrentaria com garra qualquer tipo de situação.

A situação era embaraçosa, mas tudo bem. Eu iria me defender.

Me virei de frente para ele, olhando-o nos olhos.

-Tudo bem quer se vingar, vingue-se, mas garanto que não vai conseguir nada de mim desse jeito, e digo mais, será mais fácil, você me matar. - minha respiração ficou acelerada. -Se quiser me coloque em um cativeiro escuro, me torture, me deixe até sem água para beber ou algo para comer, mas tudo isso será em vão, pois em hipótese alguma, eu jamais serei sua, eu não pertenço a ninguém, nunca pertenci nem ao meu pai, com o senhor não será diferente. -terminando de dizer isso me virei de costas para ele, mas senti meu braço sendo agarrado com força me virando de frente a ele.

-Aqui ninguém me dá as costas, ouviu bem, muito menos uma mulher. Farei contigo o que eu quiser e veremos se você vai ter força o suficiente para se recusar a ser minha. - ele me soltou com brutalidade e virou as costas para mim saindo do quarto, trancando novamente a porta atrás de si.

-Ei espera, me deixe sair. Por favor. -Corri em direção a porta batendo assim que percebi que ele a trancou novamente.

“Ele não irá se atrever, se ele for capaz eu traumatizo o crânio dele.”

“Brenda, deve estar tão preocupada que eu não dei notícias.”

“Eu preciso pedir ajuda para ela..”

“Preciso sair daqui.”

Tentei me acalmar, meditando sozinha , tentando manter a calma dentro daquele enorme cômodo.

*****

Zahir

Sai andando mediante os protestos dela, até que ela parou de gritar e bater contra a porta.

Ninguém nunca me desafiou dessa maneira e muito menos me rejeitou.

Acredito que essa reação é só devido ao fato de ela estar com medo.

“Katherine Cooper” repetia entre os lábios."

"Difícil, quanto mais difícil mais eu gosto."

"E mais difícil ainda, será fugir de mim."

Pensei.

Nunca precisei obrigar uma mulher a se deitar comigo, então afastei totalmente o pensamento e a hipótese de violentá-la.

Eu sempre consegui tudo o que eu queria, inclusive mulher, e com a minha cativa não iria ser diferente, mais cedo ou mais tarde ela iria ceder. Não poderia ser tão difícil assim.

E gargalhei continuamente, sozinho a caminho do meu escritório.

****

LONDRES

Brenda

Eu estava muito preocupada. Por diversas vezes tentei contato com Keith e seu telefone só dá desligado.

-O que será que aconteceu? Porque ela não me atende o celular? -Deixei o celular em cima do rack para jantar.

-Keith ainda não atendeu? -Jesse se aproximou perguntando.

-Não, ela sumiu, não foi trabalhar hoje, fui na casa dela depois do serviço mas não me atendeu, e marcamos hoje de irmos na delegacia. Ela praticamente evaporou.

-Estranho até demais , tem certeza que ela não atendeu?

-Nenhuma de minhas ligações, nem mensagens, nada.

-Minha nossa Brenda e agora? O que fazemos?

-Agora mesmo vou ver Isac ,ele vai me acompanhar até a delegacia. Farei uma queixa, pois isso não é normal, Keith nunca sumiu assim.

-Tem certeza que vai acionar a polícia? -Jesse quis saber. -As vezes ele está namorando e não quer que ninguém saiba.

-Até parece que você não conhece Keith, Jesse, ela nunca faria isso, eu sei porque a conheço, e ela me contaria. Algo me diz que alguma coisa aconteceu com a minha amiga. Então estou indo agora dar queixa, pois quanto antes, melhor.

*******

ABU DHABI

Keith

Se passou umas cinco horas, após a saída do sequestrador do quarto.

Eu havia cochilado novamente, meu corpo estava muito pesado. Acordei com tanta fome, que me estômago virava e revirava.

“Ele vai me castigar com a comida.”

Pensei.

"Tenho que arrumar um jeito de escapar daqui."

Nesse instante a porta se abre e entra uma moça baixinha, ela aparentava ter uns vinte e cinco anos e usava um hijab tapando os cabelos.

-Boa noite senhorita, trago seu jantar e roupas para você vestir.-disse com simpatia. Apesar do leve sotaque, notei que ela falava muito bem o inglês.

Eu não disse nada, só a acompanhei com os olhos. Assim que ela colocou a bandeja na mesa, corri pegando os talheres e o prato e comecei a comer desesperadamente.

-Calma senhorita, vai se engasgar, com cuidado.

-Que comida maravilhosa. Você não imagina o quanto estava faminta.

-Que bom que gostou, o senhor sheik mandou trazer, ele presumiu que você tinha fome.

Eu parei de comer , assim que ouvi a menção, olhei para o prato desconfiada.

-Ele quem mandou?

-Sim, mas fique tranquila, o senhor jamais lhe faria mal, então pode comer sem preocupação.

“Ao menos não me castigará através da comida.”

Pensei confiando naquela moça.

-Escuta, como você se chama?

-Samira, à sua disposição.

-Sou Katherine,mas me chame de Keith .

-Meu senhor me deixou encarregada para cuidar de você.

-Cuidar de mim? - Olhei para ela.

-Sim, sou a sua criada pessoal agora.

Mas que história é essa? Prisioneira com direito a uma criada?

Isso é a coisa mais sem pé e cabeça que já havia visto.

O tal sheik planejava algo, sem dúvidas, seja o que fosse, eu não estava gostando nadinha dessa situação. Como assim colocou uma criada à minha disposição?

Quanto mais matutava , mais confusa ficava.

"Preciso arrumar uma forma de sair daqui e talvez essa moça possa me ajudar."

-Vou arrumar o seu banho. -disse Samira caminhando para o banheiro.

-Espere, moça. - ela se virou. - Samira seu nome , certo?

-Sim.

-Eu preciso sair daqui, por favor, me ajuda, como faço para escapar?

Ela me olhou confusa e espantada.

-Fugir? Entendi certo? Você quer fugir?

-Isso , por favor, estou aqui sequestrada, me ajuda.

Ela fez um longo silêncio.

-Desculpe, mas você não pode ir, o senhor me deu ordens para não deixá-la sair.

Ela viu que comecei a chorar, se aproximou de mim para me confortar.

-Se você sair eu vou ser responsabilizada, e vou ter que responder para o senhor Al-Samir. Peço desculpas, mas infelizmente não posso ajudar. É praticamente impossível sair dessa mansão. Pois ela é rodeada de câmeras de vigilância e homens armados.

balancei a cabeça fungando.

-Eu entendo.

-Mas fique calma , seja como for, você vai conseguir resolver, está bem? - Samira me lançou um pequeno sorriso. -Vou preparar um banho para você. - levantou-se e saiu.

*****

Zahir

Estava bastante ocupado revisando alguns documentos. Desde a discussão com aquela garota atrevida, voltei para o escritório ficando aqui, mesmo depois que Nahan saiu.

Ouvi o toque na porta e percebi que era Nádia, uma de minhas funcionárias.

-Entre!

-Com licença, senhor, mas chegou visita.

-Visita? A essas horas? -disse olhando o meu relógio de pulso, já beirava às oito da noite. -Mas não estou esperando ninguém.

-É a senhorita Rosana.

-Rosana??? Mas o que ela faz aqui nos Emirados?

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