Keith
Eu quase cai ali mesmo. Acho que isso só não aconteceu porque ele me segurava forte. A minha cabeça girou dando voltas. E eu comecei a ficar tonta novamente. -Esta querendo me dizer que vai me estuprar? - Foi horrível perguntar isso, mas diante daquela situação temia muito pela resposta. -Dependendo de você talvez não chegue a ser estupro. -Como que dependendo de mim? -Pense Katherine, só pense, pois eu acredito que você não é nenhuma idiota ou pelo menos não quero pensar que você seja. O que passou com Walace veio novamente. Recobrando em minha memória de quando ele tentou se aproximar de mim com violência e coação para tirar a minha virgindade. Sim. Eu, Katherine sou virgem. E eu ocultei isso da minha vida por muitos anos, pois Walace foi, mas o trauma ficou, e agora a temida sexualidade me assombrava novamente. Mas não permitiria que um homem por mais belo e rico que fosse a usasse como um instrumento para se vingar. Isso não. Eu estava com medo, mas me lembrei de quando prometi para a minha mãe em seu leito de morte que seria forte e que enfrentaria com garra qualquer tipo de situação. A situação era embaraçosa, mas tudo bem. Eu iria me defender. Me virei de frente para ele, olhando-o nos olhos. -Tudo bem quer se vingar, vingue-se, mas garanto que não vai conseguir nada de mim desse jeito, e digo mais, será mais fácil, você me matar. - minha respiração ficou acelerada. -Se quiser me coloque em um cativeiro escuro, me torture, me deixe até sem água para beber ou algo para comer, mas tudo isso será em vão, pois em hipótese alguma, eu jamais serei sua, eu não pertenço a ninguém, nunca pertenci nem ao meu pai, com o senhor não será diferente. -terminando de dizer isso me virei de costas para ele, mas senti meu braço sendo agarrado com força me virando de frente a ele. -Aqui ninguém me dá as costas, ouviu bem, muito menos uma mulher. Farei contigo o que eu quiser e veremos se você vai ter força o suficiente para se recusar a ser minha. - ele me soltou com brutalidade e virou as costas para mim saindo do quarto, trancando novamente a porta atrás de si. -Ei espera, me deixe sair. Por favor. -Corri em direção a porta batendo assim que percebi que ele a trancou novamente. “Ele não irá se atrever, se ele for capaz eu traumatizo o crânio dele.” “Brenda, deve estar tão preocupada que eu não dei notícias.” “Eu preciso pedir ajuda para ela..” “Preciso sair daqui.” Tentei me acalmar, meditando sozinha , tentando manter a calma dentro daquele enorme cômodo. ***** Zahir Sai andando mediante os protestos dela, até que ela parou de gritar e bater contra a porta. Ninguém nunca me desafiou dessa maneira e muito menos me rejeitou. Acredito que essa reação é só devido ao fato de ela estar com medo. “Katherine Cooper” repetia entre os lábios." "Difícil, quanto mais difícil mais eu gosto." "E mais difícil ainda, será fugir de mim." Pensei. Nunca precisei obrigar uma mulher a se deitar comigo, então afastei totalmente o pensamento e a hipótese de violentá-la. Eu sempre consegui tudo o que eu queria, inclusive mulher, e com a minha cativa não iria ser diferente, mais cedo ou mais tarde ela iria ceder. Não poderia ser tão difícil assim. E gargalhei continuamente, sozinho a caminho do meu escritório. **** LONDRES Brenda Eu estava muito preocupada. Por diversas vezes tentei contato com Keith e seu telefone só dá desligado. -O que será que aconteceu? Porque ela não me atende o celular? -Deixei o celular em cima do rack para jantar. -Keith ainda não atendeu? -Jesse se aproximou perguntando. -Não, ela sumiu, não foi trabalhar hoje, fui na casa dela depois do serviço mas não me atendeu, e marcamos hoje de irmos na delegacia. Ela praticamente evaporou. -Estranho até demais , tem certeza que ela não atendeu? -Nenhuma de minhas ligações, nem mensagens, nada. -Minha nossa Brenda e agora? O que fazemos? -Agora mesmo vou ver Isac ,ele vai me acompanhar até a delegacia. Farei uma queixa, pois isso não é normal, Keith nunca sumiu assim. -Tem certeza que vai acionar a polícia? -Jesse quis saber. -As vezes ele está namorando e não quer que ninguém saiba. -Até parece que você não conhece Keith, Jesse, ela nunca faria isso, eu sei porque a conheço, e ela me contaria. Algo me diz que alguma coisa aconteceu com a minha amiga. Então estou indo agora dar queixa, pois quanto antes, melhor. ******* ABU DHABI Keith Se passou umas cinco horas, após a saída do sequestrador do quarto. Eu havia cochilado novamente, meu corpo estava muito pesado. Acordei com tanta fome, que me estômago virava e revirava. “Ele vai me castigar com a comida.” Pensei. "Tenho que arrumar um jeito de escapar daqui." Nesse instante a porta se abre e entra uma moça baixinha, ela aparentava ter uns vinte e cinco anos e usava um hijab tapando os cabelos. -Boa noite senhorita, trago seu jantar e roupas para você vestir.-disse com simpatia. Apesar do leve sotaque, notei que ela falava muito bem o inglês. Eu não disse nada, só a acompanhei com os olhos. Assim que ela colocou a bandeja na mesa, corri pegando os talheres e o prato e comecei a comer desesperadamente. -Calma senhorita, vai se engasgar, com cuidado. -Que comida maravilhosa. Você não imagina o quanto estava faminta. -Que bom que gostou, o senhor sheik mandou trazer, ele presumiu que você tinha fome. Eu parei de comer , assim que ouvi a menção, olhei para o prato desconfiada. -Ele quem mandou? -Sim, mas fique tranquila, o senhor jamais lhe faria mal, então pode comer sem preocupação. “Ao menos não me castigará através da comida.” Pensei confiando naquela moça. -Escuta, como você se chama? -Samira, à sua disposição. -Sou Katherine,mas me chame de Keith . -Meu senhor me deixou encarregada para cuidar de você. -Cuidar de mim? - Olhei para ela. -Sim, sou a sua criada pessoal agora. Mas que história é essa? Prisioneira com direito a uma criada? Isso é a coisa mais sem pé e cabeça que já havia visto. O tal sheik planejava algo, sem dúvidas, seja o que fosse, eu não estava gostando nadinha dessa situação. Como assim colocou uma criada à minha disposição? Quanto mais matutava , mais confusa ficava. "Preciso arrumar uma forma de sair daqui e talvez essa moça possa me ajudar." -Vou arrumar o seu banho. -disse Samira caminhando para o banheiro. -Espere, moça. - ela se virou. - Samira seu nome , certo? -Sim. -Eu preciso sair daqui, por favor, me ajuda, como faço para escapar? Ela me olhou confusa e espantada. -Fugir? Entendi certo? Você quer fugir? -Isso , por favor, estou aqui sequestrada, me ajuda. Ela fez um longo silêncio. -Desculpe, mas você não pode ir, o senhor me deu ordens para não deixá-la sair. Ela viu que comecei a chorar, se aproximou de mim para me confortar. -Se você sair eu vou ser responsabilizada, e vou ter que responder para o senhor Al-Samir. Peço desculpas, mas infelizmente não posso ajudar. É praticamente impossível sair dessa mansão. Pois ela é rodeada de câmeras de vigilância e homens armados. balancei a cabeça fungando. -Eu entendo. -Mas fique calma , seja como for, você vai conseguir resolver, está bem? - Samira me lançou um pequeno sorriso. -Vou preparar um banho para você. - levantou-se e saiu. ***** Zahir Estava bastante ocupado revisando alguns documentos. Desde a discussão com aquela garota atrevida, voltei para o escritório ficando aqui, mesmo depois que Nahan saiu. Ouvi o toque na porta e percebi que era Nádia, uma de minhas funcionárias. -Entre! -Com licença, senhor, mas chegou visita. -Visita? A essas horas? -disse olhando o meu relógio de pulso, já beirava às oito da noite. -Mas não estou esperando ninguém. -É a senhorita Rosana. -Rosana??? Mas o que ela faz aqui nos Emirados?Zahir -Pode ir Nádia, avise que espere na sala de entrada, pois eu já vou. -Sim senhor, com licença. Droga!!! Rosana era a última pessoa que eu estava pensando. Ao lidar com o caso da garota sequestrada, me esqueci de todas as mulheres que me rodeavam. -O que faz aqui? - Disse entrando depois de alguns minutos na sala de visita e fixando o olhar para Rosana. -Quanto tempo hein? Isso é forma de me receber? Se eu não te procurar, você não vem me ver. Zahir o que está acontecendo com você habibi? -O que quer? Eu estou muito ocupado. - fui o mais direto possível. -Estava com saudades. -Rosana fez um biquinho e deitou a sua cabeça em meu peito me abraçando. -Olha Rosana, tenho minhas ocupações, e além disso eu lhe disse na última vez que nós vimos que não era para você vir a minha casa me procurar. - Falei enquanto me desviava do beijo dela. -Eu sei meu Habibi, mas eu estava com muita saudades e vontade de ver você. -É melhor você ir, depois eu te ligo. -Está me descartando, po
Keith A medida que caminhava ficava maravilhada com o tamanho da casa. Já havia visto no hotel lindos e enormes cômodos de luxo, mas o luxo do hotel não se compara com a dessa linda mansão. E fiquei de boca aberta mais ainda quando avistei um jato. Um jato nos fundos da mansão em uma pista. Eu não imaginava um dia avistar todas essas maravilhas de perto. -Venha, entre.- ele subiu e ergueu a mão para me ajudar a subir e a me acomodar. Hesitei ficando por uns segundos imóvel, admirando o grande objeto voador que estava à minha frente. -O que foi? - Ele ficou me encarando. -Nossa é muito lindo, nunca imaginei ver um de perto. -Então vem, sobe se a parte externa te deixou maravilhada então venha ver o que tem dentro.-falou estendendo a mão novamente para mim. Novamente hesitei. -Eu tenho medo. -Não tem porque ter medo,é seguro. Vem você não vai nem perceber quando ele decolar.- ele estendeu a mão de novo e eu o segurei. Senti como se fosse um choque eletrocutando o m
Zahir Já era por volta das quatro da tarde, quando notei que ela despertou. Ela estava deitada na cama de uma de minhas suítes e eu na sacada apreciando a paisagem. -O que aconteceu? - a voz dela saiu como um susurro. -Você estava cansada, e passou por um estresse. -respondi ainda estando na sacada. -A médica que te examinou disse que o clima pode ter influenciado no seu cansaço, até porque o clima daqui é diferente do clima da Europa.- caminhei entrando no quarto observando ela. -Como você se sente? -Como acha que estou? - ela falou bem desnorteada passando a mão pelas têmporas, parando e observando ao seu redor. -Onde estou agora ? Que lugar é esse? -Estamos no Catar como te disse. Especificamente em Doha e em umas de minhas casas. -O quê? Mas porque me trouxe para cá? Você… você teve coragem? -Tenho coragem de fazer muitas outras coisas caso a senhorita não colabore. Eu trouxe você porque eu quis. Você não se lembra? Estávamos desembarcando e então viemos para cá, ent
"Por favor diga que sim."Torcia bem no meu íntimo para que ela deixasse.-Veja bem, senhorita, o senhor Al-Samir, me deu ordens para que cuidasse de você e não te deixasse sair, mas não me disse nada a respeito de usar o telefone, então por isso, você pode usar, mas seja breve, antes que ele apareça por aqui.Que alívio.Essa senhora foi uma alma boa.-Me desculpe perguntar, mas como a senhora se chama?-Sou Elmira. - a senhora sorriu -Sou a governanta do senhor Al-Samir e se precisar de mim, senhorita, estarei lá embaixo na cozinha.-Elmira, me chame de Keith, descarte o senhorita, por favor.-Esta bem, Como preferir , senhorita Keith.-Sorriu.-Com licença.Que simpatia de senhoraAssim que ela saiu, peguei o telefone e disquei o número de Bremda.-Ai será que faz chamada internacional? - Me perguntava para mim mesma. - Parece que está chamando.-Alô?Brenda?Sou eu Keith.-Aqui é Jesse,Brenda saiu, Keith onde você esta?-Eu estou....(-esta falando com quem Jesse?)escutou a voz de fun
KeithVoltei para o meu quarto , pois precisava calcular e me preparar para executar o próximo passo de seu plano.“Tenho mais é que deixar de ser besta.”“Essa dívida é do meu pai, assim que encontrá-lo , ele vai me ouvir , e vai devolver todo o dinheiro e nos livrar dessa enrascada que nos meteu.”"Só espero que eu consiga encontrar meu pai antes do árabe.""Caso contrário, meu pai será um homem morto."~O que Keith jamais poderia saber é que a devolução do dinheiro roubado, não seria o suficiente para livrá-la de Zahir.~Durante aquela tarde fiquei na companhia da senhora Elmira, e ela parecia ser uma senhora muito amigável e generosa. Ela respondia todas as minhas perguntas e dúvidas em relação à cultura árabe de boa vontade. O inglês dela tem muito sotaque e ela misturava muitos termos entre o inglês e o árabe, e até achei bonita essa mistura. Ela me disse que os mulçumanos fazem cinco orações ao dia, essas orações chamam de Salat, e é uma forma de devoção a Allá que todos os mu
Keith Não acreditei quando ouvi. Então o meu plano estava muito próximo de acontecer e daria certo. Com a ausência dele seria muito mais fácil. Eu realmente pensava assim. Quando percebi que ele se levantou da poltrona se despedindo de Elmira, subi veloz as escadarias em direção ao quarto, entrei às pressas e pulei na cama. Puxei o edredom e me cobri fingindo que estava dormindo. Minutos depois percebi que alguém entrou no quarto, mas não acendeu a luz. Aquele perfume masculino que ele exalava foi invadindo as minhas narinas, fazendo o meu coração disparar, fez eu ter certeza de quem estava ali Ele ficou observando por um tempo e depois saiu. Quando percebi que não havia mais ninguém além de mim , novamente me levantei. Nesse horário a casa estava em um absoluto silêncio. "Será que todos já haviam ido dormir?" Desci as escadas novamente em direção a biblioteca dele. Entrei já procurando. -Deve estar por aqui. - Lembrei que ele disse que meu passaporte e os meus outros doc
Keith O sol estava escaldante. Não demorou muito para que eu sentisse uma sensação de tontura e fraqueza. A desidratação e o meu corpo cansado me fizeram maneirar nos passos. À medida que eu respirava com dificuldade os meus passos iam ficando cada vez mais lentos. Avistei o que parecia ser um ônibus, fiz um gesto pedindo ajuda, mas o ônibus seguiu sem sequer reduzir. A essas alturas eu já me encontrava desesperada e com medo. Caminhei mais um pouco, mas me vi perdida, não avistava ninguém por perto e para piorar a ventania daquela região lançava areias em meus olhos. “Vou morrer aqui.” Em poucos minutos eu engatinhava fraca e tonta. A minha cabeça já estava explodindo. Arrastei para debaixo de um ponto que parecia ser uma parada de ônibus para me abrigar dos fortes raios solares. Não demorou muito para que eu perdesse completamente todos os meus sentidos. ***** Zahir Eu já estava em um nível extremo de impaciência. Fiz com que todos os funcionários procurassem por Katheri
Keith -Então quer dizer que enquanto eu me preparava para viajar você arquitetava fugir pelas minhas costas? Estou certo Katherine Mota Cooper? Permaneci em silêncio olhando para um ponto vazio do quarto enquanto ele falava. Pela voz dele, deu pra notar que estava bastante bravo. Ele continuou. -Sabe o que é pior? E a sua irracionalidade em pensar que eu não iria te encontrar. Você é uma louca, quase que você morre nessa estupidez. -Se bem que se eu morresse seria um alívio. - dei de ombros, mas isso pareceu o irritar ainda mais.-Cala boca que sou eu quem está falando aqui. - ele odiava ser interrompido. -E eu que pensava em te liberar para voltar para a sua casa. Mas agora, definitivamente você não volta para a Inglaterra, e mais, se depender de mim, você vai ficar aqui para o resto de sua vida.-Você está louco. -Você não me viu louco ainda, menina, deveria me agradecer por poupar a sua vida, pois se não fosse por mim, você estaria uma hora dessas enterrada naquela areia.-Po