Ele ocupa todo o sétimo andar e eu adoro. Tenho a minha própria sala e fechei uma grande sala para ser o atelier, as costureiras que Regina arrumou para mim agora trabalham lá e eu consegui fechar contrato com os tecidos do esposo da amiga de Laila. Tudo está se encaixando aos poucos. Já recebi algumas propostas de modelos e socialites pedindo modelos exclusivos para elas, com mais de cinco zeros no valor. A decoração ainda está meia pálida e não existe logotipo ainda. Planejo fazer isso quando o restante dos modelos estiverem prontos. No total eu já criei com a ajuda das costureiras vinte modelos diferentes. No meu escritório eu pego o meu diário e decido terminar mais um desenho que fiz de Marco, dessa vez dormindo. Há algumas semanas Marco me perguntou o que era exatamente esse caderno e eu lhe respondi que são os meus pensamentos e sentimentos mais profundos. Eu morreria de vergonha se ele visse, afinal, mais da metade dos desenhos são dele. Passo algumas páginas olhando os dese
— Obrigada tia, mas eu quero saber o que Marco pretende fazer comigo, pois ele irá se arrepender pela vida inteira se me matar. — Minha voz sai fria na melhor maneira que eu consigo junto a lágrimas. — Vocês se esquecem que além de sua esposa eu sou parente de vocês. Sou uma Raffaelo. O pai dele dá um passo à frente. — Está nos ameaçando? Você é mesmo como seu pai — cospe e eu me enervo. — Ele é seu primo, a maça não cai muito longe da árvore. Do mesmo jeito que ele é mau, vocês me provaram que não é só ele o fruto podre da árvore — eu cuspo de volta e Marco anda e para na minha frente. — Você nos ofende, nos trai e ainda acha que está certa? Eu devia te jogar na sarjeta que é onde você merece! Eu tremo, mas não desvio o meu olhar do seu. — Um dia você verá que está errado e quando esse dia chegar eu vou rir da sua cara. — Ele dá mais um passo a frente. Olho Marco nos olhos e toco o seu rosto com a mão trêmula. — Eu nunca faria isso com você Marco. Eu te amo. — Ele fraqueja
— Você ia me bater — eu sussurro mais para mim do que para ele. — Você merece uma bala na testa por ter me traído — ele grita e ameaça dar um passo para frente. — Eu nunca te trai! — grito de volta com raiva. — Eu estou com muita raiva agora Marco. Eu pensei que você fosse inteligente. Qualquer um pode ver que é uma armação! Vamos descer o conselho está reunido. OS seguranças vem até mim para me acompanhar. Ele desce atrás de mim sem dizer nada, eu sou carregada como uma prisoneira indo para o corredor da morte. Eu entro no escritório e deve ter uns cinco homens bem velhos no escritório. Eu olho em volta, mas ninguém fala nada. Nem mesmo Tia Regina. Eu vejo que ela tem lágrimas caindo, mas não se move para me ajudar. Ela nunca iria contra Marco. — O que vamos fazer filho? — A voz de Tia Regina e tremula. — Eu não vou deixar você passar por isso. A bile sobe pela minha garganta. Eles querem me matar? Eu tento segurar, mas não consigo. Rapidamente pego a lixeira de Marco me se
Sou levada novamente para o quarto, o que me deixa arrasada, ser tratada como uma criminosa. Eu não aceito que marco me trate assim e me faça esquecer tudo que vivemos juntos. Eu ainda não consigo acreditar que ele acredita mesmo que eu trai ele. E me disse aquelas coisas horríveis. Passaram três dias deis da reunião do conselho. Cada dia me sinto pior, mais também mais pensativa em tudo que está acontecendo. Estou sentada próximo à janela, desenhando em meu diário, quando a porta se abre, Marco entra no quarto! Levanto os olhos e tenho que controlar a respiração. Assim como eu, ele está mais magro e cheio de olheiras. Eu sei que ele não veio voltar atrás na decisão e admitir que está errado. Eu vejo nos olhos dele que ele ainda me acha culpada. Isso dói. Eu não estou no meu melhor momento, estou cheia de dor no ombro, com diarreia e dor para fazer minhas necessidades, sem falar no mal-estar. Tenho vomitado muito. Sinto-me pior só dele estar perto. — O que quer? — pergunto mantendo
Marco: Tomo mais um gole do uísque que desce queimando na minha garganta, só assim eu posso sentir algo. Beatriz conseguiu me destruir. O amor dói e é venenoso. Eu pensei que podia confiar entregar meu coração a ela, mas ela me humilhou, me traiu. Não sei porque acreditei que as mulheres eram diferente, meu pai disse que elas devem ser apenas peças do xadrez. Nunca pensei que Beatriz fosse capaz disso. Ela está mais magra e abatida, mas eu não me arrependi de tê-la visto hoje, eu precisava ver seus olhos. Ela não sabe, mas toda a noite depois que ela dorme eu entro no quarto para observá-la. É meu jeito masoquista de me machucar. Eu queria que tudo fosse uma mentira, mas não é. Junto com as fotos vieram o endereço de onde foram tiradas e a hora, eu vi o GPS do seu celular que marcava que ela estava nesse lugar e nessa hora. Não restavam dúvidas. Maria e Tia Regina continuam a tentar provar a inocência dela, mas parece que elas não estão indo b
— Depois do café você pode visitar Beatriz— falo e volto para o meu jornal sem olhá-la. — Claro que sem qualquer eletrônico e nem fazer fofocas. — S-sim — ela sussurra e eu posso ouvi-la chorar baixo de alegria. Levanto rapidamente o meu olhar e vejo Maria e Tia regina trocando sorrisinhos felizes. — Ela vai precisar de você depois do que eu fiz ontem à noite — resmungo querendo tirar o sorrisinho delas, mas logo me arrependo me lembrando o que eu fiz. — O que você fez, Marco? — Tia Regina pergunta lentamente com medo da resposta. — Eu estava bêbado e não me lembro bem. — Dou de ombros e me levanto. — Estou indo para a empresa, quer carona para algum lugar, eu soube que a Senhora tomou frente da marca da Beatriz? Ela nega e eu sei que ele vai entrar no quarto junto com Maria, não nego. Nesse momento eu só quero sair daqui. Entro no meu carro
— Vamos embora agora! — ele ruge. — Agora temos a prova, ela usava ele como fachada. Aquela p*uta! — Ele bate com força no painel e o rádio começa a tocar Burn to die da Lana Del Rey fazendo ele sair do carro. Eu não tive culpa dessa vez, Maria me falou que Beatriz adorava as músicas da Lana Del Rey e fez Marco se lembrar. Eu fico olhando ele pegar um táxi, mas sem fazer a curva para casa e me preocupo. Saio do carro e mando uma mensagem para Victor, eu preciso que alguém me pegue aqui já que não dirijo a muitos anos. Pergunto se o SPA faz parte dos empreendimentos da máfia e ele confirma. Quatro horas depois eu tenho a resposta que preciso para provar a inocência de Beatriz. Ela nunca foi no andar de cima onde tem o quarto que foi usado para as fotos. Uma pena que as fitas de segurança foram apagadas bem nesse dia. Mas o cabeleireiro de Beatriz disse que era o aniversár
— Beatriz se esse for algum jogo é melhor parar, já estamos preocupados com Tia Regina e acabamos de perder uma pessoa importante — O pai de Marco rosna e eu aceno. — Eu só preciso ir ao banheiro — resmungo e me levanto morrendo de dor. — Para tentar fugir com esse seu teatro fajuto? — ele continua. Eu olho para Marco me sentindo mais humilhada, mas ele não diz nada. — Eu posso ir ao banheiro, Marco? Ele acena curto, mas rosna. — Eu ficarei esperando na porta. Eu aceno a contragosto e dou uns passos, mas uma dor me faz parar e me segurar na parede. Eu coloco a mão na minha barriga com força e sei que algo não está certo. Sinto minha calcinha molhar. O que está acontecendo? — Beatriz? — Marco me segura e tira os óculos e o cabelo do meu rosto e ele fica em alerta total. — Você está pálida. O que está sentindo? Eu nego e engulo seco com outra dor. — Me diga, bambina. O que sente? — ele diz com a mão acariciando meu rosto. Eu abro a boca para dizer algo, mas meu mundo fica pret0. A pri
— O que acontecerá agora Beatriz? — Maria diz, me tirando dos pensamentos. — O médico falou que tinha grandes chances de Regina ficar bem, ela poderá falar o que descobriu. Aqueles tiros não foram por nada. Acho que sabiam que ela estava peto, a família acredita que foram para Victor, mais eu sei que não foram, queriam calar ela. Alguém contou que ela estava lá e tinha descoberto coisas. Eu aceno e seco algumas lágrimas. — Eu só quero que esse dia acabe, quero esquecer que me casei e amei Marco. Eu o odeio… só quero ir para casa. — Minha voz sai chorosa e eu não posso controlar as lágrimas que caem. A porta se abre revelando Marco, ele está com a cara abatida e não me olha nos olhos, na certa ouviu o que eu disse. Em sua mão tem uma bandeja com comida e uma fatia de torta de limão, o meu favorito. — Você não tem se alimentado bem — ele diz colocando a bandeja no meu colo. Eu não faço nenhum movimento de agradecê-lo. Marco fez o inferno na minha vida, ele me humilhou, me acus