Quando abri os olhos ela estava lá, parada na janela de seu quarto observando as estrelas. Antes de me aproximar a admirei por alguns segundos; seus cabelos soltos caindo por suas costas e sendo bagunçados pela brisa noturna, a forma com que ela estava perdida em seus pensamentos como se estivesse voando entre aqueles pontos piscantes mentalmente, me aproximei lentamente e sentei ao seu lado despertando-a de seu devaneio.
— Olá. — Ela beijou meu ombro e apoiou sua cabeça ainda olhando para o céu.
— Olá. — Beijei sua testa. — Como você está?
— Estou bem. Só um pouco perdida em pensamentos enlouquecedores! — Ela deu um sorriso meio triste que fez meu coração pulsar de dor.
— Por que? — Falei, confuso e aflito.
— Sabe tenho medo. — Ela me olhou de soslaio.
— Medo
Estávamos perdidos em nossa conversa quando minha mãe entrou em casa com uma cara de birra bem séria.— O que foi mãe? — Falei preocupado.— Quando iria me contar que está namorando? — Ela falou fazendo um bico enorme.— O vovô é um grande linguarudo, eu ia te contar hoje! — Falei indo ao seu encontro e sorrindo.— Você está vendo Ravena? Ele conta para o avô dele primeiro do que para a gente que convive nessa casa com ele! — Ela falou furiosa.— Na verdade, eu já sabia. — A Ravena falou escondendo um risinho descontraído.— Quer dizer então que é assim Merlin, todo mundo sabe da sua namorada menos eu que sou a sua mãe? É isso mesmo; a gente cria dá amor dá carinho para o filho crescer e não nos falar mais nada. &
Quando voltei para casa minha mãe e a Ravena estavam sentadas no sofá conversando sobre algo.— Aonde você estava? — Perguntou Aradia.— Adivinha? — Falei me sentando no meio delas completamente sorridente— Não sei. — Ela disse dando de ombros.— Eu consegui! Estava lá no outro mundo com a Isis. — Falei animado!— Conseguiu levar a Isis para aquele lugar? — Ravena falou pensativa.— Sim, precisavam ver o sorriso encantador dela admirada com a praça, as pessoas demonstrando seu poder ao ar livre. — Falei lembrando do quanto a Ísis tinha ficado feliz.— Você estava na praça? — Ravena falou confusa.— Sim. — Eu disse animado.— Eu também estava lá, mas não vi vocês! — Ela falou um pouco perdida.
Quando acordei fui diretamente ver se a Ravena ainda estava no quarto, bati na porta e demorou uns dois minutos até que ela abrisse descabelada e com cara de sono!— O que houve? — Ela falou bocejando.— Preciso de sua ajuda. — Falei segurando um risinho ao notar sua cara assustada e sonolenta.— Espero que seja muito importante para estar me acordando às seis da manhã. — Ela respirou fundo tentando manter os olhos abertos.— Eu acredito que vou ser pai! — Falei completamente animado.— Oi? — Ela arregalou os olhos e saiu do quarto me encaminhando ao sofá da sala!— Acordou né! — Eu ri. — Eu tenho certeza que a Isis está grávida. — Falei agora assustado com minhas próprias palavras.— Como assim! — Ela sentou no sofá e me encarou.— Você sabe
Quando entrei a Isis não estava na sala, então chamei seu nome algumas vezes e ela não me respondeu. Meu coração começou a bater forte ao não escutar sua voz em resposta ao meu chamado.— Amor? — Gritei um pouco mais alto, olhei todo o andar de baixo e subi as escadas num surto de adrenalina; ela não respondia, ela não estava ali, aonde ela estaria então? Procurei em nosso quarto e nada! — Amor? — Gritei novamente quase enlouquecendo. Já não tinha mais lugar nenhum que eu procurasse; meu coração estava quase pulando da minha boca quando me lembrei de um lugar.Passei pela porta do quarto em direção ao fundo do corredor, a porta do quarto de hospedes estava meio entreaberta; costumávamos guardar as roupinhas do bebê lá então entrei. Ela estava sentada na cama dobrando as roupinhas e ouvindo m&uacut
De repente a porta se abriu e entrou Philipus e dois homens que eu não conhecia. O encarei assustado e confuso, como ele poderia estar ali?— Como? — Falei intrigado com a sua presença!— Olá para você também, Senhor Merlin! — Ele falou sorridente.— Como você veio parar aqui? — Falei confuso e com raiva.— Olha é uma longa história, mas suponho que terei muito tempo para te contar! — Ele falou se aproximando da minha cadeira.— Cadê a Isis, Philipus? — Perguntei tentando me soltar da cadeira.— Ela está segura e será bem cuidada. — Ele falou dando de ombros.— Ela está grávida, tenha coração! — Falei irado.— Você teve coração quando me escreveu doente? — Ele me encarou! &mdash
— O que você está fazendo? — Ela se aproximou de mim e sussurrou furiosa.— Estou salvando sua vida, meu amor. — Falei triste.— Não vê que isso não vai resolver? Sabe que isso não é possível então não blefe com ele! Quando ele perceber que não está dando certo ele vai matar você e caçar a nossa família nem mesmo que seja no fim do mundo! E outra, ele não vai aceitar ficar sem mim, você o criou assim e sabe que ele me ama o suficiente para não abrir mão.— Se você estiver na realidade, não; eu preciso pelo menos ganhar tempo! — Falei não vendo nenhuma outra alternativa.— E você acha que ele não pensou nisso tendo arquitetado todo um plano com normas e leis do seu mundo? Você acha que ele não vai colocar pessoas
Logo a parteira chegou e iniciaram o processo do parto, ela não estava muito dilatada para a passagem do bebê então tiveram que esperar um pouco mais e fazer alguns exercícios. Ravena encheu uma banheira com água morna e logo Isis se deitou dentro e tentou relaxar... A dor era insuportável, mas ela aguentaria pela filha dela! Logo as lágrimas alcançaram o seu rosto; aquilo estava errado, era para Merlin estar ali, segurando suas mãos, a acalmando, mas ele não estava. Ele estava preso num cativeiro se sacrificando para que aquilo estivesse acontecendo. Ela se emocionou ao pensar nisso, valeria a pena; tinha que valer! Ravena estava fazendo um cafuné em seus cabelos para que ela pudesse relaxar e aguentar a dor, a parteira media sua pressão minuto após minuto, eles nunca optaram pela maternidade no submundo, eram parteiras que faziam os trabalhos pois acreditavam ser melhor para mãe e para
1 Ano Depois...Abri os olhos e pude vê-la deitada sobre a cama com seu olhar perdido no vazio, me aproximei despertando-as de seus devaneios.— Merlin. — Isis cerrou os olhos tentando discernir se era real ou apenas um sonho.— Oi meu amor. — Falei abraçando-a.— Estava com tanta saudade. Por que se arriscou a vir me ver? — Ela falou com seu rosto aninhado em meu pescoço e a voz embargada.—Meu amor, eu não poderia deixar de vir num dia tão especial. Amanhã nossa filha faz um aninho de vida. — Falei sorrindo para ela.— Sim! Eu não poderia estar mais feliz, queria tanto que estivéssemos ao lado dela. — Ela falou limpando as lágrimas que agora caiam sobre seu rosto.— Mas estamos meu amor; estamos aqui por ela, e eu sei que um dia podere