Aos poucos, todos despertaram completamente e já tinham notado como Felipe estava irritado, especialmente quando tentou sair e percebeu que estavam trancados ali pela barreira que David colocou. Felipe deu um murro na parede.— Calma, Felipe, não adianta ficar assim. Eles devem ter um bom motivo para ter nos deixado para trás. — Ana tentava acalmar o filho.— Qual é a desculpa para me deixar para trás nisso, mãe? Ela é minha irmã, e nós dois nos casamos ontem. Não era para ser diferente? — Felipe não escondia sua raiva e decepção.— Minha irmã também me deixou para trás — Maya tentou amenizar as coisas.— E você não está brava com ela?— Para dizer a verdade, não. Confio na minha irmã, Felipe, e sei que se ela não me levou, tem um motivo. E vamos ser claros, eu não sou tão forte quanto ela. Eu poderia atrapalhar mais do que ajudar.Maya sabia o que sua irmã tinha visto e pensou que talvez David também tivesse visto o mesmo.— Eu não sei qual o motivo dele, mas acredito que ele teve um
Os quatro avançaram contra Felipe, que se defendia como podia. Por terem ambas as genéticas, acabavam sendo mais rápidos que ele. Ária atacou a mulher à frente com feitiços e tentava se aproximar. Ela sabia lutar e, se chegasse perto o suficiente, preferia usar a força contra aquela mulher em vez de magia.Felipe focou em um dos homens e conseguiu prendê-lo, quebrando seu pescoço. Ele sabia que isso não o mataria, já que era um vampiro também, mas o deixaria desacordado por algum tempo. Um deles conseguiu jogar Felipe com um golpe na parede e avançou em direção a ele. Felipe lhe deu um chute e se levantou rapidamente.Ária conseguiu enfraquecer sua oponente e jogou uma cadeira nela, interrompendo seu feitiço. Ária avançou sobre ela, dando-lhe um soco, derrubou a garota e subiu sobre ela, desferindo mais alguns socos no rosto até que ela ficou desacordada. Um gemido foi ouvido por Ária e ela sabia que era de Felipe. Correu de volta para perto, subjugando os outros que estavam próximos
David mantinha um olhar gélido em direção a Claus, enquanto o outro sorria com satisfação.— Olha só como meu monstrinho mudou.David ficou ainda mais irritado ao ouvir Claus chamá-lo de monstrinho.— Eu não sou um monstro e muito menos seu.Claus sorriu e olhou em direção a Felipe.— É claro, agora você é dele, não é? Como é mesmo o nome? Felipe, não é isso?David mudou completamente sua expressão ao perceber que Claus olhava para Felipe.— Mas tenho que confessar que estou realmente curioso para saber em que você se transformou — disse Claus, fazendo um gesto com a cabeça para que atacassem. Eles não atacaram todos de uma vez; alguns focavam em David, enquanto outros se concentravam no restante da equipe. Felipe ainda estava fraco, mas conseguia ficar de pé. Mário o soltou e começou a lutar também.David, por vezes, apenas subjugava seus adversários; em outras, arrancava seus corações, tudo isso sem tirar os olhos de Claus, que o observava com um olhar e um sorriso de satisfação. O
A situação de Astrid estava ficando cada vez pior. Ela sentiu que, se não conseguisse trazer David de volta, acabaria mesmo morrendo ali. Tentou falar seu nome mais uma vez, mas foi em vão. Astrid viu David olhar novamente em direção a Felipe, observando-o. Em seguida, ele voltou a olhar para o ponto de luz à sua frente e fechou os olhos. Astrid começou a sentir a pressão em sua cabeça aliviar lentamente. Astrid não sabia o que era aquilo ou o que tinha acontecido, mas independente do que fosse, estava funcionando para David. Ela parou de sentir dor, e a aura de David havia mudado. Ele beijou Felipe e o colocou deitado no chão. Então, foi em direção a Astrid, que estava caída, e mordeu sua mão, entregando seu sangue para ela.Astrid aceitou porque realmente estava fraca. Ela não entendia completamente o que tinha acontecido. Os olhos de David estavam roxos, indicando que ainda estava sob efeito da magia, mas parecia lúcido e sob controle.Assim que Astrid parou de beber, ela se sento
David analisou a situação e pensou no que fazer. Ele não estava disposto a abrir mão de Felipe. Se fosse preciso ser egoísta, ele seria. Sabia que não aguentaria viver sem Felipe.— Quer saber, Felipe? Você tem razão. Eu preciso de uma pessoa forte ao meu lado. Analisando bem agora, não acho que você seja essa pessoa — disse David, com dificuldade.Era difícil para David dizer aquelas palavras para Felipe, mas ele precisava fazer. Felipe cerrou a sobrancelha, não acreditando no que estava ouvindo. David pegou a aliança de Felipe que estava em sua mão e a colocou em uma cômoda, fazendo questão de que Felipe visse.— Eu pedi para Astrid fazer o feitiço na sua aliança caso não conseguisse sair à luz do dia, mas parece que você não vai mais precisar, nem para andar à luz do dia, nem para o nosso casamento.— Quando você se for, nossa ligação também irá desaparecer, e então posso seguir em frente e encontrar outra pessoa para suprir sua falta na cama e sua falta para nosso filho — disse Da
Todos estavam felizes e contentes com o fato de Felipe não querer mais desistir de sua vida. Eles continuaram ali, desfrutando de uma paz e harmonia que todos sentiam. Com Claus morto, todos podiam respirar aliviados. Tudo o que David queria era voltar para a casa de Felipe, que também podia considerar sua, tomar um bom banho e descansar um pouco. Felipe percebeu a aparência cansada e abatida de David, embora todos os seus ferimentos já tivessem se curado, ele ainda parecia exausto. David não dormiu a noite toda. Mesmo sendo um vampiro, ele ainda tinha seu lado lobo e bruxo que necessitavam de repouso e horas de sono. Sem falar que a gravidez também contribuía para sua sonolência. Felipe avisou a todos que iria embora levar David para descansar, e todos também voltariam às suas vidas. Astrid e Maya retornariam ao santuário, Ária e Penélope voltariam para a casa de Santiago, e Débora já estava passando mais tempo na casa de Mário, então não se preocupava em voltar para a casa de Sant
David se lembrou do momento em que estava ajoelhado, segurando Felipe nos braços. Ele não via nada e não ouvia nada, a única coisa em que David prestava atenção era na sua dor, uma dor agoniante e dilacerante. Para David, era como se seu coração tivesse sido arrancado do peito e esmagado.Enquanto sentia a magia tomando conta de si e a dor aumentando cada vez mais, David viu a mulher misteriosa que o estava rodeando se aproximar dele. Ela se ajoelhou ao lado de David e Felipe, e David perguntou quem ela era.— Meu nome é Georgina, David. Sou sua ancestral e a bruxa que carregou a Magia da Transcendência. Tenho observado você há algum tempo e sabia que isso poderia acontecer, já que você possui a mesma magia que um dia eu possuí.Georgina tocou o braço de David e continuou a falar:— Estou aqui para ajudar você, David. Eu não tive essa ajuda quando foi a minha vez de perder o controle. Eu não sabia que tinha uma segunda opção. — Que opção posso ter? Felipe está morto e eu não posso… n
Depois de mandar Felipe embora e incendiar toda a casa, David usou a magia para se proteger da explosão que criou, destruindo completamente o local. Ele saiu andando em meio às chamas até emergir do que restou da casa.Determinado, David partiu em busca do homem que ele queria matar. Conseguira sentir o cheiro dos dois e os rastrearia através dele e da magia. Claus possuía outra casa na região, e David seguiu na direção dela. Sabia que a residência não estaria desprotegida totalmente, e poderia esperar por outro confronto, mas sua raiva e vontade, faria com que fosse rápido.O cheiro os levou até uma casa. Como muitas das propriedades de Claus, esta também era grande e luxuosa. Grande parte daquele luxo, David sabia, veio literalmente de seu sangue e suor. Ele observou por alguns instantes a movimentação da casa e então avançou a passos largos em direção ao jardim. Assim que o viram, os guardas partiram em sua direção, mas David os afastava com um simples movimento das mãos. Sabia qu