Despertei sentindo dor nas costas e com um pouco de dificuldade para respirar, além de tosse.
Olhei e vi Léia e Mia sentadas próximas a mim. Assim que perceberam que eu estava acordada as duas se aproximaram da cama.
- Como está, querida? – perguntou Léia passando a mão na minha testa.
- Bem... Mas com fome.
- Está tudo pronto aqui para você, meu bem.
As duas me ajudaram a sentar, colocando almofadas e travesseiros atrás das minhas costas. Apesar de tudo, eu me sentia um pouco melhor. Mia trouxe uma tigela com uma sopa e começou a dar na minha boca. Era uma sopa leve e rala, mas estava gostosa. Aliás, com a fome que eu sentia era capaz de comer qualquer coisa.
- O que aconteceu? – perguntei. – Acho que tive febre.
- Sim, meu bem. Já passa da meia noite. Alexander percebeu que você estava com muita febre. Ele lhe medicou e depois
Sim, meu pai não quis saber sobre mim naquele dia. Mas em nada mudou o domingo “em família”.Embora eu soubesse que ele havia sido informado de eu ter passado mal, estar febril e delirando, não tocou no assunto, nem perguntando se eu estava melhor. Talvez ele estivesse decepcionado por eu estar sentada à mesa naquele momento e não dentro de um caixão. Sorri para mim mesma... Eu era forte, muito forte. Sobreviver 17 anos a Stepjan Beaumont não era para qualquer um. Conversei com Beatrice sobre os preparativos para o baile, que seria em menos de três semanas. Ela contratou uma equipe de decoração indicada por alguém que ela conhecia e me garantiu, entusiasmada, que seria tudo perfeito. Mal ela sabia que não havia a mínima possibilidade de ser perfeito, pois eu não queria conhecer meu futuro marido.Primeiro eu queria evitar o casamento por meu amor a
Eu segui em silêncio, escutando somente o som do carro em movimento. Sabia que havia pessoas do meu lado e eu sentia cheiros diferentes. Tentava ficar calma, embora fosse quase impossível naquele momento. Ninguém dizia nada. O silêncio absoluto pairava no ar. Eu sequer tentei fugir, pois percebi que era impossível. Eles eram muitos. E nós só tínhamos Sean. Eu esperava que ele e Mia estivessem bem. Se acontecesse algo com eles, eu morreria de culpa.O carro parou e me fizeram caminhar. Eu queria fazer perguntas, mas as palavras morriam na minha garganta. O silêncio ainda pairava e eu só escutava os sons dos passos no chão.Fui posta em uma cadeira e me amarraram, com as mãos para trás.- Está... Doendo. – falei com dificuldade e medo.Não pensei que fossem soltar um pouco a pressão da corda. Mas foi o que fizeram. O capuz foi tirado da minha c
Depois de ouvir tudo, minha tia disse:- Não posso dizer que é um plano perfeito. Precisamos fazer alguns ajustes... Não quero uma guerra com Stepjan neste momento, mesmo sabendo que tenho como defender a Coroa Quebrada.- Vocês... Tem como se defender da guarda real?- Sim... Temos alguns guardas infiltrados... Não dentro do castelo, mas nas posições externas. Nem tudo é perfeito na segurança do castelo de Stepjan.- Vocês estão melhores organizados do que eu imaginava.- Sim... Foram muitos anos nos preparando para este momento. E temos muitos aliados na alta cúpula de Avalon, inclusive na Corte.- Na corte? – perguntei completamente estupefata.- Somos bem armados... Mas eu não queria a guarda real aqui dentro da Coroa Quebrada. Não quero a morte dos meus soldados, entende? E não quero assumir uma Avalon onde eu tive que mat
A própria Emy me levou até onde estavam Sean e Mia. Subimos ao segundo andar de um dos prédios e entramos numa porta que dava para um apartamento amplo.Meus amigos estavam sentados à mesa com Samuel e Emília, conversando. Assim que me viram, Mia correu até mim e abraçou-me preocupada:- Como você está, Satini?- Eu... Creio que vocês estavam melhor que eu. – sorri satisfeita por ver que eles estavam bem.Samuel me olhou, percebendo que eu estava junto de sua mãe. Fiquei na dúvida se ele sabia do plano dela de me capturar. Mas pela forma como ele me olhou, preocupado, eu creio que ele sabia como fizeram para me trazer até a Coroa Quebrada.- Tudo bem, Satini? – perguntou Sean.- Sim, tudo bem, Sean. Não se preocupe.- Você... Não foi machucada, não é mesmo? – Sam perguntou.- N&atild
Assim que entramos no nosso carro, eu disse a Sean:- Vamos dizer ao meu pai que tentaram me sequestrar.Ele me olhou confuso:- Como assim?- Sean, eu quero que você vá até ele e fale como foi. Pode contar exatamente como aconteceu, claro que ocultando o fato de que fomos realmente capturados. Você dirá que conseguiu fugir e me salvar. Eu quero que preste atenção na reação dele e depois conversaremos sobre isso.- Mas... Já temos um plano, Alteza. Por que isso?- Por favor, Sean...- Claro, eu não vou contestar sua ordem, Alteza.Eu encostei no braço dele carinhosamente e disse:- Não quero que entenda como uma ordem, Sean. Mas quero que você veja com seus próprios olhos uma coisa. E é preciso que faça isso.- Como desejar, Alteza.- Poderia me chamar de Satini?- Acho que não..
- Você já machucou sua irmã? – ela perguntou-lhe.- Não...- Por que Satini? Ela é sua futura rainha.- Eu... Amo ela. E fico completamente louco quando estou perto desta mulher.- Você não pode amá-la, Alexander. Ela foi criada como sua irmã.- Ela não é minha irmã. – ele gritou. – Nunca foi. Desde que me conheço por gente eu a amo, minha mãe.- Meu Deus! – ela me olhou e eu percebi o quanto ela sofria.- Eu... Sinto muito, Léia. Eu não posso corresponder a este amor... – falei.- Você sempre soube que ela seria de outro homem. Ela é prometida a ele desde que nasceu. Como você foi tão tolo, Alexander?- Eu...- Eu sempre tratei-os igual... Para que ela se sentisse amada e parte da nossa família, porque eu sabia que ela não tinha uma.
Exatamente no horário combinado eu estava em frente a porta indicada por meu pai. Ele chegou junto de Beatrice, o que me surpreendeu.- Alteza. – ela disse curvando-se quando me viu.- Não precisa mais fazer isso, querida. – ele lhe disse.Claro que não. E se preferir pode até me matar, que ele não vai se importar.- Parabéns pelo bebê. – falei.- Obrigada.Ele abriu a porta e atrás dela havia um cômodo comum, mas com três guardas armados de prontidão.Quando nos viram, curvaram-se e um deles digitou a senha num painel eletrônico que destrancou a porta, que se abriu automaticamente. Meu pai entrou e eu e Beatrice o acompanhamos. Havia dois painéis enormes, um de cada lado da parede, envidraçados. E dentro deles várias coroas. Acredito que havia ali a primeira coroa usado pelo rei de Avalon.- Podem ficar a vont
- Léia eu vou embora. E você vai me ajudar. – falei firmente.- Não... Eu não posso fazer isso.- Por favor, eu preciso ir embora imediatamente deste lugar.- Por que você está tão nervosa? O que está acontecendo?- Eu vou me juntar a Mia. Não posso permanecer aqui. Minha vida está em risco. – eu falei andando de um lado para o outro.Léia me balançou pelos ombros, olhando nos meus olhos:- Querida, fale comigo... O que houve? Você está muito nervosa.- Léia, Beatrice está grávida. Meu pai vai ter outro filho. E ele vai me matar. Eu ouvi ele dizendo isso...Ela ficou em silêncio me encarando. Depois me abraçou com força:- Não vai acontecer nada com você, Satini. Eu prometo.- Você não pode me proteger... Ninguém pode, Léia. Ele