Samuel estava no bar e percebi nos seus olhos o quanto estava furioso. Sentei ao lado dele:
- Como você suporta este homem? – ele perguntou.
- Eu não suporto. – confessei.
- Nós o ajudamos e ele ainda pensa que mandamos fazer isso? Ele tentou me matar dias atrás, lembra?
- Como esquecer?
- Ele é um homem sem nenhum tipo de caráter. Queria brigar comigo, mas usaria uma arma e não os braços. Covarde. E ainda teve e petulância de me chamar de garoto.
Eu coloquei minha mão sobre a dele, que estava sobre o balcão. Ele fitou-a e depois enlaçou seus dedos nos meus. Meu coração palpitou e eu senti um frio na barriga. Eu queria não ter dúvidas, não sentir nada por Sam... Mas eu sentia. Embora não fosse nada comparado ao amor que eu sentia por Estevan, Samuel me tocava de alguma forma que eu não conseguia expli
- Já conhece a praça, Alteza?- Não...- É um dos lugares mais frequentados de Avalon. Pelo menos pela classe alta.Fiquei confusa. Por que Samuel queria me encontrar num lugar como aquele?- Eu... Tenho um encontro. – avisei.Ele sorriu:- Fico feliz.O encarei enquanto ele dirigia:- Fica mesmo?- Claro, Alteza.Como era bom alguém parecer se importar comigo. Mesmo que ele não se importasse realmente, eu preferia fingir que ele era sincero.- Seria por acaso com o rapaz de não foi encontrado no prédio?- Infelizmente não, Sean. Acho que nunca mais vou vê-lo.Ele demorou um pouco para dizer algo. Afirmou:- O bom é que Vossa Alteza conseguiu encontrar outra pessoa.- Não... Eu não consegui encontrar alguém com ele. Mas gosto de Samuel. Então vou pelo menos tentar.
Os olhos de Samuel seguiram os meus e ele perguntou:- O que ele está fazendo aqui?Eu simplesmente não consegui responder. Não sabia como agir, se ir até ele, se esperar ali. Foi então que ele virou as costas e saiu. Então eu não me contive e saí correndo atrás dele.- Estevan, espere.Ele não parou e eu segui até me aproximar, me colocando na frente dele, fazendo-o parar.- O que você quer? – ele perguntou de uma forma que atingiu meu coração como uma faca.- O que eu quero? O que você está fazendo aqui?- Não o mesmo que você, não é mesmo?Vi que Samuel estava um pouco adiante, mas pouco me importei. Meu coração batia tão descompassadamente e eu sentia dores no meu estômago. Sim, era isso que Estevan Delacroix ou seja lá a porra do nome que ele tivess
Virei para trás e encontrei os olhos de Samuel:- Eu não acredito que você fez isso por mim... – falei emocionada com a atitude dele para tentar me fazer esquecer o que havia acontecido com Estevan.- Vamos?- Sim...Ele abriu a porta e desembarcou do carro. Eu estava descendo quando senti a mão segura de Sean no meu braço. Ele me encarou:- Tem certeza de que quer fazer isso?- Tenho. E espero que fundo do meu coração que você não comente isso com ninguém.- Eu jamais faria isso.- Eu sei... – sorri.- Quer que eu vá junto ou prefere fazer isso sozinha?- Sozinha.- Imaginei... Se você não estivesse com ele, eu não aceitaria sua negação e a acompanharia. Mas pelo que percebi, estar com ele neste lugar é mais seguro do que em Avalon com o rei.- É mais seguro do que d
Quando cheguei no carro, Sean perguntou:- Podemos partir?- Sim. – confirmei vendo Samuel observando-nos saindo.Sean dirigia atentamente e eu fiquei em silêncio ao lado dele, mesmo sabendo que ele devia estar bem curioso quanto a tudo que estava acontecendo. No entanto ele só disse:- Ele é um bom garoto.Fitei-o e perguntei:- Sam?- Sim... Talvez o outro também. – ele me olhou de relance.Escorei minha cabeça no banco e suspirei:- Estevan não vai me perdoar nunca...Ele riu:- Acho que você está sendo muito precipitada, Alteza.- Ele me disse com todas as letras, Sean. Eu fui uma burra...- Estevan é o do prédio, que sumiu sem deixar recado?- Sim. – confirmei.- Mas... Qual dos dois é o seu namorado?- Nenhum. – confessei e comecei a rir. Realmente era engraçado
Quando acordei na manhã seguinte meus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Assim que Léia entrou com meu desjejum, esbravejou:- Princesa, o que fizeram com você?Eu sorri tristemente:- Não fizeram nada comigo, Léia. Eu chorei, só isso.- Mas... Por quê? O que a incomoda ou a entristece, minha querida?Incomodo-me com seu filho, querida Léia. Eu o queria morto. E me entristeço por acabar de perder meu único e verdadeiro amor porque ele me viu beijando outro homem. Ah, o homem que eu beijava é um dos principais líderes da Coroa Quebrada, só para constar. No entanto eu disse:- Nada sério.- Você não costuma chorar por qualquer motivo, princesa. E eu mais do que ninguém sei disto. Você sempre foi forte, desde pequena. Então estas lágrimas me preocupam sim.- Estou... Com dú
- Pois então... Quem sou eu para tentar acabar com todos os problemas de Avalon, não é mesmo?- Não estou falando que Vossa Alteza não consegue... Mas estou tentando fazê-la entender que não pode carregar esta responsabilidade nas suas costas. É muito jovem para isso.Antes que eu pudesse responder, apareceu Alexander. Ele ainda estava mancando de uma perna e com hematomas no pescoço e um corte na testa.- Vai sair, Alteza? – perguntou parando ao meu lado.- Não.- Então... Por que está aqui?- Vim combinar a próxima saída com Sean.Percebi o olhar de desconfiança dele, que continuou:- Estou aguardando seu chamado para a noite do final de semana.- Creio que eu não vá chamá-lo, Alexander. Não vou sair.- Não vai sair? - ele perguntou surpreso. – Isso seria...
Tudo estava saindo conforme o planejado. Meu pai havia aceitado a festa em forma de baile, onde eu conheceria o meu futuro marido. Este era o único jeito de eu poder ser sequestrada em segurança de dentro do castelo de Avalon.E eu não poderia dar esta tarefa a ninguém além de Samuel Leeter. Ele era a única pessoa que eu confiava que me sequestraria e não me faria nenhum mal, por mais que ele odiasse a princesa. Quando ele soubesse que ela era eu, sabia que ele não seria capaz de me maltratar, por mais furioso que ficasse. No fim, eu poderia realmente lhe ajudar, pois eu queria que eles pudessem sim ter acesso ao castelo e eu era a melhor fonte possível, pois morava lá dentro.Jogaria na mídia o sequestro e depois o mundo estaria de olho em Avalon... E no rei Stepjan que não pagaria para resgatar a filha. Eu tinha absoluta certeza de que ele não faria isso. Em primeiro lugar porq
- Sua mãe era uma mulher doce, gentil... Não acho que ela realmente gostava do papel de rainha... Ou de mulher de Stepjan Beaumont.- Mas ela foi prometida a ele...- Sim, ela vinha de uma família de muitas posses, embora não com títulos.- Como você a conheceu?- Eu... Fazia a segurança dela.- Você era o guarda costas da minha mãe? – perguntei atônita.- Sim.- Por que não me contou antes?- Por que... Também tinha dúvidas se poderia confiar em Vossa Alteza.- Quais os lugares que minha mãe ia? O que ela mais gostava de fazer?- Ela era jovem e cheia de vida. Mas se limitava a estar preparada o tempo inteiro para ter um filho.- Isso é a coisa mais triste de tudo... E acho que por este motivo eu não perdoo meu pai.- Ela se preocupava com isso.- E você sabe como ela se se