Samuel demorou a responder. Depois de um tempo, disse:
- Como eu posso confiar em você? Eu não a conheço.
- Eu também não conheço você, Samuel Leeter.
- Primeiro você me dá as informações. Depois eu decido se são importantes o bastante para que eu a leve comigo até a Coroa Quebrada.
- Qual seu medo?
- De você ser uma espiã do rei.
Eu ri alto:
- Olhe para mim... Tenho cara de espiã do rei?
- Tem... Por mais rica que você seja, nunca vi uma garota com um segurança pessoal tão empenhado quanto o seu.
- E eu lhe confessar que isso envolve sentimentos por parte dele, o que diria?
Ele riu ironicamente:
- Eu diria que é óbvio que já percebi.
- Ele é só uma pedra no meu sapato.
- E inexperiente... Completamente inexperiente. Se deixou dopar
Eu nunca tive um diário, mas sempre passou pela minha cabeça que fosse escritas diárias, onde teria data e descrições do que a pessoa fez naquele dia. E por este motivo quando abri a primeira página fiquei um pouco decepcionada ao ver que não teria nada daquilo. Dizia “Momentos que vivi para recordar depois que eu morrer.” Como assim recordar depois de morrer? Minha tia Emy talvez não estivesse bem quando começou a escrever.Algumas coisas sem importância, embora revelassem sobre o que ela gostava ou não. Fui até a estante e peguei uma caneta marca texto para grifar o que eu achasse mais interessante. E lá estava a primeira revelação: “Sempre aceitei o casamento com naturalidade, pois mesmo não o conhecendo sabia que meu pai jamais me prometeria a um homem que não fosse adequado. Até porque ele sabe que sou futura rainha d
Ela me olhou impressionada. Eu sorri e tentei lhe mostrar o meu lado mais doce e gentil, que ultimamente pouco existia dentro de mim.- Beatrice, como você sabe, meu pai deixou que eu explorasse Avalon por cinco meses... Agora menos, pois o tempo passa muito rápido. Em breve eu me casarei, conforme foi decidido pelo melhor de nosso reino.- Eu sei disto...- E... Eu estou gostando muito de viver a vida como uma pessoa normal.- Estou tentando entender como você pode estar gostando, mas continue.- Como assim?Ela riu e balançou a cabeça:- Você só está gostando da vida lá fora porque nunca esteve lá, Alteza. Avalon não é bem como você imagina.Beatrice... Você pode me ser talvez mais útil do que eu imaginei.- A que exatamente você se refere? – perguntei curiosa.- Nada... Esqueça.- Quem s
Desci rapidamente até a sala de jantar íntima. Não demorou muito até meu pai e Beatrice se juntarem a mim. Ela estava linda de vermelho, eu não podia negar. E eu via a forma como meu pai olhava para ela. Era puro desejo... E acho que até... Carinho. Stepjan Beaumont era capaz de ter sentimentos verdadeiros por alguém? Seria ela capaz de amolecer o coração frio do meu pai, o rei mais temido de todos os tempos?- Como tem passado, Satini?- Bem, dentro do possível. Tentei encontrá-lo pessoalmente, mas me foi negado falar com o senhor.- Eu estava bastante ocupado.Eu poderia alegar que ele estava ocupado somente para mim e não para Beatrice. Mas para que começar aquela discussão se em nada mudaria para mim? Pelo contrário, havia risco de perder o pouco que eu tinha: minha liberdade provisória. A quem eu estava tentando enganar? Ele talvez nunca me
Observei o homem moreno, alto, magro e bem conservado curvado à minha frente. Os cabelos não eram muito curtos e estavam penteados para trás, não muito alinhados. Tinha o rosto triangular, lábios finos e dentes perfeitos. Seus olhos eram claros e ele era muito bonito. E eu nunca o tinha visto no castelo.- Obrigada. – eu disse.- Sean...- Majestade. – ele curvou-se para meu pai, havendo cometido a gafe de primeiramente curvar-se a mim e depois a meu pai.No mínimo curioso para um homem que provavelmente estava há bastante tempo no castelo e conhecia muito bem as mesuras e reverências corretamente. Por um momento me pareceu de propósito.- Apresento-lhe a princesa de Avalon, Satini Beaumont, na certeza de ter sua total discrição e honra em manter o segredo sobre sua identidade.- Com certeza, Majestade. Fiz meus votos no momento em que entrei para a guard
Desci às 19 h 30 min para a garagem onde ficava o carro que me conduziria por Avalon. Eu estava vestida com uma calça simples preta e uma blusa branca. Fiz um rabo de cavalo para parecer mais casual.Mia e Alexander já estavam me aguardando. Ele abriu a porta para mim e eu disse firmemente:- Gostaria que se curvasse, Alexander, como mandam os protocolos.Ele se curvou:- Ao seu dispor, Alteza. Farei o mesmo em todos os lugares aos quais a conduzirei.- O que está acontecendo? – perguntou Mia confusa.Olhei-o com desdém e entrei no carro. Ele deu a partida e nos dirigimos para fora do castelo.- Para onde devo levá-la, Alteza?- Travessia, Night Rock.- O rebelde... – ele ironizou.- Chega, Alexander. – gritou Mia.- E você pretende ver o amigo do rebelde? Só passando por cima de mim...- Você está proibido pelo rei
- Agora você vai nos colocar dentro do castelo? Quem é você, Satini Kane? – perguntou Isabella.Eu não sei se ela foi irônica ou estava confusa e preocupada.- Eu só tentei ajudar... Se vocês não querem, tudo bem. Pensam que não é um risco para mim?- Se é tão arriscado para você, por que está propondo isso? Seu desejo de conhecer a Coroa Quebrada é tão grande assim? – perguntou-me Samuel.- Eu sinceramente não tenho nada a perder. – falei.- E se o rei souber... E a punir?Dei de ombros:- Como eu disse, não tenho nada a perder.- Sabe o que eu acho mais engraçado, minha cara Satini Kane? Você literalmente não existe... Eu procurei por seu nome em todos os lugares possíveis na web... E é como se você fosse um fantasma. E eis uma situação
Eu sabia que todos me observavam. E não tinha certeza se deveria fazer aquilo...- Para onde? – perguntou a voz conhecida.- Para onde você quiser. – eu disse na certeza de que se estivesse junto dele, nada mais importava.Ele me entregou um capacete. Em seguida acelerou e partiu e pela primeira vez eu o senti junto de mim. Lentamente passei meus braços pelo seu abdômen a fim de me segurar. E me apertei ao corpo dele, escorando minha cabeça nas suas costas. Juro que eu tentava entender o que aquele homem fazia comigo, mas eu não conseguia. Era como se ele aparecesse sempre na hora que eu não o esperava... Sendo que meu coração esperava por ele o tempo inteiro.Eu não sabia nada sobre ele, mal sabia o seu nome. Ainda assim eu deixava tudo por ele, sem me importar com nada.Encontrá-lo numa moto nunca fez parte dos meus sonhos com relação a ele. Estev
Eu achava o rosto dele tão delicado, tão perfeito, tão doce... Mas seu corpo não era de garoto. Era de um homem.- Relaxe... – ele falou olhando nos meus olhos. – Eu não vou machucar você... Eu prometo.Meu corpo imediatamente obedeceu ao seu comando. Eu jamais pensei que ele fosse me machucar de propósito, assim como não imaginei sentir o desconforto que eu sentia em alguns momentos que ele aprofundava os dedos, embora eu estivesse completamente lubrificada e meu corpo estivesse em chamas querendo-o dentro de mim.- Eu não aguento mais... – falei com o pouco de força que me restava. – Eu quero você... Agora.Dizendo isso eu empurrei sua cueca para baixo e seus lábios novamente tomaram os meus, agora delicadamente, apaixonadamente. Meus dedos se perderam em seus cabelos molhados enquanto eu puxei sua cabeça com força para um beijo ainda