Assim que desembarcamos do avião, ainda na pista de pouso, havia um carro com a bandeira de Alpemburg nos esperando. O motorista foi até Estevan e cumprimentou:
- Bom dia, Alteza. Sejam bem-vindos a Alpemburg. – ele se dirigiu a nós.
- Obrigada.
Sean acenou com a cabeça.
- Peça para pegarem as malas de Satini Beaumont. – falou Estevan.
O motorista falou com o outro homem que o acompanhava e os dois foram buscar minhas coisas. Sentei com Estevan e meu pai no banco de trás do carro confortável e grande. Os dois homens usavam uniformes iguais, pretos e discretos. O sol começava a aparecer. Do aeroporto eu não conseguia ver nada sobre aquele lugar. Eu estava ansiosa.
- Estevan, eu gostaria de lhe pedir uma coisa. – disse Sean.
Nós dois olhamos para ele, curiosos:
- Pois não, Sean.
- Eu gostaria de passar o dia e a noite com minha f
Era um dos empregados do hotel, trazendo um balde com espumante no gelo e um buquê de flores.Olhei surpresa.- Para Vossa Alteza, com os cumprimentos da família real D’Auvergne Bretonne.- Quanta gentileza! Obrigada.Fechei a porta e meu pai me olhou:- Bela recepção. Acho que eles gostam de você.- Espero que gostem depois de saberem da verdade.- Vamos pensar que Stepjan está com uma péssima reputação. Não ser filha dele a estas alturas é melhor do que qualquer coisa.- Eles poderiam não gostar do casamento, mesmo achando que sou uma Beaumont, em função de tudo que houve em Avalon. Ainda assim foram gentis.Abri o pequeno cartão, que estava escrito a caneta, com letras firmes: “Bem-vinda à nossa família, Satini. Com carinho: Família D’Auvergne Bretonne.”- Pelo vist
Senti meu coração pulsando cada vez mais forte. O medo de morrer tomou conta de mim... Justo agora que tudo estava se encaminhando na minha vida.- Eu não vou machucá-la, minha filha. – ele disse em voz baixa.Ele continuou me encarando e não me deixando falar até que pouco a pouco me acalmei. Tentei pensar que ele ainda não sabia a verdade e se ainda imaginasse que eu era sua filha, talvez não atentasse contra minha vida. Ao mesmo tempo vi o quanto eu era idiota: ele me queria morta quando sabia que eu era sua filha, sem nenhum tipo de sentimento de culpa.Levantei a mão tentando explicar que aquilo era um sinal de paz. Ele retirou a mão da minha boca e me abraçou, comigo ainda deitada. Senti o cheiro do perfume conhecido dele e a repulsa na mesma hora.- O... Que você está fazendo aqui?- Eu... Precisava vê-la... Saber como você estava...
Então por volta das 5 horas da manhã eu entrei nos portões do castelo de Alpemburg. O local era todo cercado por grades de ferro e ornamentado por um enorme gramado. O caminho que o carro fazia era iluminado por postes dourados. O automóvel passou por um portão eletrônico, descendo até o subsolo. Só consegui ver a fachada clara do castelo, que tinha dois andares. Conforme o veículo se locomovia, as luzes iam automaticamente ligando, até que finalmente paramos num local com cerca de cinco carros iguais: pretos, grandes, com vidros escuros e blindados. Adiante muitos outros carros, vários de corrida, a tão conhecida moto vermelha e outra preta ainda maior.- O que você faz com tantos carros? – perguntei.- Como sabe que é meu?- Só falta ter seu nome escrito. – brinquei.- Bem... Eu já lhe disse que gosto muito de correr, não &eac
Estevan me olhou confuso. Eu continuei:SATINI: Eu lhe entrego Stepjan Beaumont em troca de Isabella. Você o julga em Avalon e eu a julgo em Alpemburg, pelo crime de tentativa de assassinato da princesa de Avalon e por ferir Alexander.EMY: Isso não é muito justo, Satini D’Auvergne Bretonne. Creio que já possa chamá-la assim, pois toma decisões como rainha de Alpemburg.SATINI: Pode sim, Emy Beaumont... Acho que como não é minha tia, devo chamá-la assim. Embora eu saiba que ainda não assumiu oficialmente sua coroa e seu trono de direito, tenho certeza de que possa tomar esta decisão em nome de Avalon.EMY: Embora eu não esteja feliz nem satisfeita com sua proposta, confesso que admiro sua atitude.SATINI: É só uma conversa extraoficial entre futuras rainhas.EMY: Decisão difícil.SATINI: Tenho vontade de julgar Stepjan
Eu não tinha tempo para garotas mimadas como Aline. Se eu queria conhecer a história triste dela? Não. Se que queria ser inimiga dela? Não. Mas também não tinha intenção de ser amiga. Eu não precisava mais de amigas falsas. E se ela pensou que me passou pela cabeça sentir qualquer tipo de medo ou ciúme dela, se enganou. Eu era de Estevan assim como ele era meu. E aquela mulher me dizia que foi casada com o irmão dele, que morreu há poucos meses e se interessava por ‘meu Estevan’ por causa da coroa? Eu ri sozinha. Eu sabia muito bem o que pessoas como ela faziam pelo metal de ouro na cabeça. E também sabia como contê-las. Eu não era uma menina inocente. Eu era Satini, a menina virgem que conquistou o príncipe de Alpemburg duplamente e que uniu um reino em chamas. A puta pervertida que antes de invadir o castelo de Avalon, parou para transar loucamen
Depois de uma semana de tratativas, Stepjan Beaumont finalmente voltaria para Avalon, onde seria julgado por sua própria irmã. Enquanto isso Emy finalmente foi coroada a primeira rainha de Avalon. Eu soube que foi uma cerimônia simples, mas com a presença de todas as pessoas que quiseram participar daquele momento, daquela nova era que iniciava no reino. E agora ela tinha poder para fazer o julgamento do irmão.Antes da partida de Stepjan, eu fiz questão de vê-lo quando ele deixasse a penitenciária de segurança máxima de Alpemburg. Estevan e Sean me acompanharam. Ele viajaria no mesmo jato particular que traria Isabella.Ver Stepjan Beaumont com algemas foi uma das melhores sensações da minha vida. E acho que não era tanto pelo que ele fez comigo, pois ele simplesmente me ignorou a vida inteira. Mas era como se eu estivesse vingando minha mãe. Durante dezessete anos ele me f
- Léia, é você mesmo? – perguntei quando a senti junto de mim, quase não acreditando.- Minha querida, sim, sou eu. Não perderia seu aniversário por nada neste mundo. Afinal, foram 18 anos juntas.A abracei novamente. Senti tanta saudade...- Quem é o responsável por isso? – perguntei.- Estevan e eu. – disse Sean.- Este foi o melhor presente que eu poderia ter ganhado neste dia.O jantar foi agradável, mas eu mal esperava para ele acabar e eu ficar com Léia. Queria tanto saber sobre Mia e Alexander, bem como estava tudo em Avalon.Depois da sobremesa, fomos para a sala onde tradicionalmente o rei servia-se de licor para si e seus convidados. Havia um bolo decorado na mesa com dezoito velas. Achei fofo e carinhoso o gesto dos D’Auvergne Bretonne.Cantaram parabéns e depois saboreamos o bolo de chocolate, que estava muito bom. Es
Quando acordei na manhã seguinte, Estevan estava sentado à minha penteadeira, observando o desenho do meu vestido de noiva. Levantei rapidamente fui até lá, puxando da mão dele.- Ei, você não pode olhar o vestido antes do casamento.- De onde é este vestido? Pelo que minha mãe me disse você estava com problemas para achar algo que a agradasse.- Eu desenhei. – confessei.- Você? Como assim?- Por quê? Acha que eu não seria capaz de fazer isso? – brinquei.- É um desenho lindo... Perfeito.- Obrigada. – falei um pouco envergonhada.- Acho que você tem um talento incrível. Só não sei se para o desenho ou a moda.Olhei para o rascunho na minha mão. Não deixava muito a desejar comparando com alguns estilistas com os quais já tive o prazer de ser vestida. Lembrei tamb