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Capítulo V: O Frio da Mansão Dasílis

Narrado por Eva Solis:

Atravessei o portão imponente da mansão Dasílis com um misto de ansiedade e desamparo. A grandiosa estrutura à minha frente parecendo um castelo gelado, suas paredes de pedra e janelas largas refletindo a luz do entardecer de maneira quase severa. A casa é, sem dúvida, um espetáculo de beleza arquitetônica, com seu design clássico e detalhes requintados, mas a imponência de sua fachada contrastava com a sensação de frieza que eu sinto.

O caminho de pedras que leva à entrada principal parece interminável, e logo me pergunto, em meio à minha inquietação, como seria possível que alguém pudesse se sentir confortável aqui. A atmosfera austera da mansão parece refletir não apenas o ambiente físico, mas também o estado emocional de Ezra, minha irmã. Com um coração pesado e uma mente tumultuada, respiro fundo fechando os olhos, antes de tocar a campainha.

A porta enorme foi aberta por um mordomo elegante que me conduz através de um hall de entrada vasto e silencioso. O interior da mansão é tão imponente quanto o exterior, com pisos de mármore polido e móveis de madeira escura, que emanam um ar de riqueza e formalidade. Até tento ignorar o frio que parece permear o ambiente, concentrando-me em minha missão: convencer minha irmã a libertar Isabela, a minha filha.

Ao adentrar a sala principal, meu celular vibra no meu bolso, o senhor que e conduz educadamente parece compreender ao se afastar educadamente, o reconhecer o número, atendo, se trata de Ezra. O meu coração palpita ao apertar o botao. O contraste entre a beleza impecável de Ezra e a rigidez da mansão me fizera me perguntar sobre a natureza da decisão que me trouxe até aqui. A frustração e a preocupação em mim são palpáveis.

— Ezra, precisamos conversar — Digo-lhe, com a voz trêmula ligeiramente, o silêncio angustiante dominava o fundo, desta vez, Ezra me odia-la cada vez mais.

— Por favor, diga-me que vai liberar Isabela. Fátima está pronta para cuidar dela, e eu prometo que farei qualquer coisa para garantir que você esteja segura e bem.

Ela permaneceu em silêncio por um momento, e o único som no ambiente era o crepitar do fogo na lareira. A ausência de calor na sala parecia fazer eco na falta de empatia de Ezra.

— Eva, você sabe muito bem que as coisas não são tão simples — respondeu Ezra, sua voz suave e controlada. — A situação exige mais do que apenas promessas. As decisões foram tomadas com base em uma necessidade estratégica. Não é apenas sobre você ou sobre mim; é sobre garantir a estabilidade e a segurança que todos nós precisamos.

Senti uma onda de desespero e impotência. A ideia de que a minha filha esta sendo usada como uma peça em um jogo de xadrez cruel é demais para suportar. Eu me questionei sobre a origem da decisão de Ezra. Era possível que seu pai, em seu estado ausente e distante, tivesse algum papel , ela parece tão segura e confiante nisso, sendo nítido que ela e Ivone não estão sozinhas nisso, mas quem poderia ajudar alguém em tamanha crueldade? A presença opressiva e imutável da mansão parecia refletir a influência de um passado que eu tento esquecer.

Enquanto a conversa prosseguia, observei o comportamento dos demais presentes na mansão. Os empregados, que se moviam com uma eficiência quase robótica, cujas expressões eram formalmente educadas, mas desprovidas de calor, apenas aumentavam o meu desconforto.

A sensação de que a casa, embora bela, era um lugar onde o respeito por seu pai e sua presença se evaporara, fez-me questionar sobre o que havia se tornado de sua família.

Os meus pensamentos foram interrompidos por uma nova série de questionamentos que surgiram em minha mente. O fato de Ezra ter se casado com Mason Dasílis — um homem que eu considero distante e antipático — parecendo uma anomalia. Seria que o pai delas, que nunca havia sido um pilar constante em suas vidas, havia exercido algum tipo de influência coercitiva? Ezra havia sempre sido a irmã determinada e fria, mas a decisão de se casar com Mason parecia ter uma motivação mais profunda e menos evidente.

Eu me vi perdida em pensamentos sobre a manhã que havia vivido. A sensação de frieza da mansão Dasílis não era apenas física, mas emocional, refletindo o distanciamento e a falta de conexão que havia marcado meu relacionamento com a minha irmã e com o restante da família. Cada canto da casa parecia conter ecos de um passado doloroso, e a estranha indiferença de Ezra para com a situação de minha filha amplificava a sensação de alienação.

A mansão Dasílis, com sua beleza fria e impessoal, parecendo um símbolo de tudo o que eu preciso enfrentar. E, à medida que me afastava da conversa com Ezra, sentia-me mais certa de que a minha jornada esta longe de terminar, e que o verdadeiro desafio é encontrar uma maneira de resgatar a minha filha e restaurar o que havia sido perdido na complexa teia de poder e manipulação que agora envolve as nossas vidas.

Eu me vi sozinha em meio à imponente mansão Dasílis. A frieza que emanava do ambiente era quase palpável, e o contraste entre a opulência da casa e a sensação de desolamento que sinto é muito profundo. Determinada a entender este jogo, para livrar a Isabela disto, decidi explorar a mansão, tentando ignorar a crescente sensação de opressão que pairava sobre mim.

O interior da casa parece ser um labirinto de corredores largos e elegantes, cada sala decorada com uma sofisticação que apenas acentuava a sensação de distância emocional. Passei por várias salas luxuosamente mobiliadas, cada uma mais impressionante que a anterior, mas todas igualmente geladas e impessoais. A mansão, apesar de sua beleza, tem uma sensação de isolamento que me faz sentir como se estivesse caminhando por um espaço onde o tempo e as emoções haviam sido congelados.

Ao explorar a casa, notei alguns detalhes que chamaram a minha atenção. As paredes eram adornadas com retratos de família que refletiam uma história de riqueza e poder, mas nenhum deles parecia transmitir calor ou intimidade. Os móveis eram de uma elegância fria, e os objetos decorativos, embora belos, pareciam mais como peças de exibição do que elementos de um lar acolhedor.

A frieza da mansão Dasílis parecia agora um reflexo da própria situação em que eu me encontro, como alguém poderia viver num lugar tão frio, tão impesoal? Sentindo uma mistura de determinação e desespero, era preciso enfrentar as duras realidades da nova situação e encontrar uma maneira de sair de tudo isso, apesar dos desafios que se apresentam.

Enquanto a noite avançava e a mansão permanecia envolta em seu silêncio frio, por mais determinada, eu senti medo. O futuro de Isabela depende de minhas ações por aqui, navegar por esse labirinto de desafios e, com cada passo que dou, era preciso me se preparava para enfrentar o que quer que estivesse reservado para nós

A noite passa e nenhum sinal dele, respiro profundamente no enorme quarto, que parece tão frio quanto as demais parte da casa, aproveitando a solitude momentanea, pego o meu celular outra vez, ligo para Fátima, a minha amiga para saber como ela está, e se pode saber como está Isabela.

O que logo ela atende, segundo toque.

Fátima: "Oi, Eva, é você?" (me atende com um tom preocupado)

Eva: "Fátima, sou eu. Como está Isabela? Está tudo bem com ela?" (Digo ansiosa)

Fátima: "Sim, Isabela está bem. Ela está aqui comigo. Estava um pouco assustada no começo, mas está se adaptando. Tem sido um pouco agitado aqui, na verdade."

Eva: "Graças a Deus. O que você quer dizer com agitado? O que está acontecendo aí?" (respiro aliviada, mas ainda apreensiva)

Fátima: "Ezra tem estado realmente agitada. Ela tem recebido muitas ligações e, parece, está ignorando algumas delas. Não estou certa do que está acontecendo, mas ela está muito nervosa. É como se estivesse lidando com uma situação complicada."

Eva: "Isso não é bom. Ezra está realmente ocupada e parece estar no meio de uma tempestade. O que mais você pode me contar? Isabela está em um lugar seguro, certo?" ( Me deixando ainda mais preocupada)

Fátima: "Sim, Isabela está segura. Ela está brincando um pouco com alguns brinquedos que trouxeram, e eu estou aqui para garantir que ela fique confortável. Apenas não sei o que está acontecendo exatamente com Ezra, mas parece que ela está tentando lidar com vários problemas ao mesmo tempo"

Eva: "Entendo. Eu só espero que ela mantenha Isabela segura. Estou em uma situação complicada aqui. O que você acha que Ezra está planejando ou por que ela está tão agitada?"

Fátima: "Não tenho certeza, mas parece que há algo que está fora do controle dela. Talvez tenha a ver com os acordos que ela fez ou com algum problema relacionado ao Mason. De qualquer forma, ela parece estar cada vez mais desesperada para manter tudo sob controle."

Eva: "Isso faz sentido. Eu estou tentando entender como posso melhorar minha situação aqui, mas tudo parece tão fora de lugar. Como você acha que eu deveria proceder? Não quero que Isabela esteja em perigo enquanto eu tento resolver isso." Digo pensando profundamente.

Fátima:"Eu acho que a melhor coisa que você pode fazer é se concentrar em manter a calma e buscar maneiras de negociar com Ezra. Quanto mais você puder manter a cabeça fria, melhor será para encontrar uma solução. E, por favor, mantenha-se segura. Não quero que você se coloque em uma situação arriscada."

Eva:"Obrigada, Fátima. Eu farei o possível para lidar com tudo aqui. Só peço que continue cuidando de Isabela e me mantenha informada sobre qualquer novidade. Agradeço por estar ao lado dela."

Fátima: "Não se preocupe, Eva. Eu vou manter você informada sobre tudo o que acontecer. Apenas lembre-se de que você não está sozinha nisso, e faremos o possível para proteger Isabela."

Eva: "Obrigada. Vou me esforçar para resolver isso o mais rápido possível. Fique segura e cuide da minha filha. Falaremos em breve."

Fátima: "Claro. Fique bem e até mais."

A ligação é encerrada, o que presumi que ela estava ocupada, fosse com Isa ou para observar Ezra, colocando o celular de volta em meu bolso, com um misto de alívio e preocupação. Mal olho pela janela, alguém b**e na porta, viro-me para olhar, o coração acelerado, o peso da responsabilidade que carrego e a urgência de encontrar uma solução, digo que entre, mas temo quem vem.

Para meu alívio, o senhor Homes, surge na porta. —Senhora o jantar será servido, deseja fazer a sua refeição no quarto? — Engulo em seco toda a apreensão, apenas afirmo, parece que o patrão dele não virá hoje para casa.

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