Ponto de vista do Damian.Assim que comecei a andar com o carro minha menina adormeceu do meu lado, ela parecia tão calma e tranquila, por uma fração de segundos senti como se estivéssemos ainda no começo, como se não tivesse passado todos esses anos, senti como se ela ainda fosse minha. Andei por mais algum tempo até chegar em acostamento, assim que encontrei um eu parei o carro depois tirei o cinto de segurança dela e deitei o banco, queria deixar ela confortavel ate chegar na minha casa. liguei novamente o carro e voltei a via principal, o trânsito hoje estava calmo e não tinha nenhum sinal de engarrafamento, isso é bom, logo vou chegar na minha casa, vou levar ela pro quarto e preparar um almoço especial pra ela, como antes no nosso primeiro encontro, mesmo depois de tanto tempo eu ainda me sinto como no começo, ainda sinto aquela necessidade de proteger e amar ela, ainda me sinto loucamente apaixonado por ela. Olho pra minha menina dormindo calmamente no banco, as expressões séri
Ponto de vista do Carlos.- Acha que ela já chegou? - Eu perguntei pra Ana, nós dois estávamos sentados no sofá tomando café enquanto as meninas brincavam no cercadinho.- Pelo fuso horário acho que sim. - Ela tomou um pouco do café. - Posso te fazer uma pergunta? - Ela parecia ter receio de me perguntar.- Claro.- Por que você pediu pra ela ir atrás dele? - Boa pergunta. - Não tem medo de perder ela?- Bom, tecnicamente ela nunca foi minha Ana - Respirei fundo antes de continuar, eu ainda não estava entendendo ao certo o'que eu estava sentindo. - Ela nunca esqueceu ele, ela tentou eu sei, mas ela nunca conseguiu. Eu sempre soube que ela ainda o amava, mesmo quando ela " me deu uma chance", era sempre ele que ocupava o coração dela, sempre foi ele.- Nossa, eu não sei se eu teria a mesma maturidade que você. - Nem eu acredito que eu tive.- Eu vou ser feliz se ela for feliz. Pra mim isso é o bastante.- Eu te admiro muito Carlos, todo esse tempo você foi bom pra ela, e no fim, você d
Ponto de vista da Sara.Depois do acidente do Damian eu fiquei tomando conta dos negócios, eu queria muito ir pro hospital e ficar com ele, mas, eu sei que ele iria me querer a frente do projeto. Por sorte as modelos que o Josiano mandou vieram um dia antes e não estavam no carro junto com a fotógrafa, com isso só precisei substituir uma única pessoa, eu tive muito trabalho porém consegui fazer do novo projeto um grande sucesso. Hoje finalmente consegui colocar tudo em ordem, podendo vir ao hospital para visitar o Damian, eu tenho ligado todos os dias pra ter notícias dele, durante duas semanas eu ouvi a mesma coisa, “ O paciente ainda se encontra em estado de coma.” Ouvir isso todos os dias por duas semanas foi muito doloroso, porém, hoje quando liguei a recepcionista me disse que ele acordou, eu quase pulei de alegria com a notícia, então agora, aqui estou eu andando por esse enorme corredor, estou indo até a sala de espera, onde a enfermeira me apontou um dos médicos responsavel pe
Ponto de vista da Ana.Eu e o Carlos estávamos sentados junto com a Sara na cafeteria do hospital, ouvimos toda a história dela, não acredito que ela foi capaz de armar todo esse circo em silêncio e o'que é ainda pior, ela sustentou essa mentira durante quase três anos em troca de uma realidade falsa que a tal da Patricia inventou pra ela. Depois da mentira e da armação ela nos contou como o Damian ficou, contou do vício dele, da depressão, ela nos contou até que ela acabou se apaixonando por ele, porém ele nunca retribuiu. Olho pro Carlos e vejo que ele está totalmente perplexo como eu.- Gente, parece até novela, Porra, eu to sem palavras. - Falei com a Sara, realmente é difícil de acreditar que uma história assim possa realmente acontecer, tipo, isso é coisa que vemos em novelas né?!- Isso é demais pra mim. - O Carlos passou as mãos pelo rosto, ele estava cansado, muito cansado. - Eu acho que preciso de mais café. - Ele se levantou e foi até o balcão da cafeteria.-Eu estou cansad
Ponto de vista do Damian.Estou dentro do meu carro, tem uma pessoa deitada e dormindo no banco ao meu lado, eu não consigo ver o rosto, mas, sinto uma sensação de alivio por ela estar comigo, a pessoa ao meu lado se mexe no lugar e um sorriso aparece nos meus lábios, tento ver o rosto dela mas não consigo pois os cabelos negros dela estão tampando todo o seu rosto, sinto o perfume dela e o cheiro doce e sensual aquece meu coração. Eu não sei quem é essa pessoa,mas, eu sei que eu sentia a falta dela, eu sei que ela é a dona do meu coração. Pisco os meus olhos e de repente tudo muda a minha frente, vejo um clarão que por frações de segundos cegam os meus olhos, sinto um impacto sobre o meu corpo e sinto dor, muita dor, minha respiração fica pesada e minha cabeça começa a doer, não consigo abrir meus olhos por muito tempo e tudo que eu vejo são cenas picadas, vejo o parabrisa quebrado, vejo minhas mãos que estão machucadas, vejo o banco do passageiro vazio, olho ao redor e não encontro
Ponto de vista da Maria.Já não sei ao certo quanto tempo eu estou aqui, mas parece que é muito. Onde eu estou é muito escuro, aqui não tem janelas e a única porta fica quase o tempo todo trancada, um homem vem e traz um prato de comida fria e um copo de água, Nos primeiros dias eu me recusei a comer,mas, depois não tive muita opção, era isso ou então morrer de fome. Meus pulsos estão amarrados um no outro e meus pés também, ele me solta quando traz a comida pra eu usar o banheiro e depois me prende novamente. Olho ao redor tentando mais uma vez achar uma saída, mas, como sempre não encontro nada, aqui parece ser uma espécie de porão, as vezes ouço passos e vozes vindos de cima, sempre é a voz de uma mulher e de um homem, às vezes parecem que eles estão discutindo, outra hora parece que estão transando. Aqui em baixo a única companhia que tenho são dos ratos, que são muitos, o chão de madeira velho e gasto tem vários buracos onde eles se escondem, a porta tem além de uma fechadura gra
Ponto de vista do Carlos.Passei a noite em claro pensando em como agir, já tive algumas ideias porém preciso pensar exatamente no que fazer e em quem eu posso contar, não são muito boas as minhas opções e com certeza vai ser bem difícil enganar essa tal de Patrícia sem contar que pelo que o Damian se lembra ela tem um cúmplice. Me levanto logo cedo pela manhã e vou pra cozinha fazer café, eu sou o tipo de pessoa que não funciona bem antes de tomar logo umas quatro xícaras de café pela manhã, eu voltei pra minha antiga casa, ela é grande e tem muito espaço paras as meninas brincarem, assim que chego na cozinha vejo a Ana já preparando o nosso café.- Bom dia Carlos. - Ela fala ainda de costas pra mim.- Bom dia.- Não consegui dormir nada essa noite, tô tão preocupada com a Maria, será que ela está bem? Eu estou rezando pra gente encontrar ela o mais rápido possível, mas, parece que nada acontece. - Pela voz da Ana pude perceber que ela está tão frustrada quanto eu.- Eu também não do
Ponto de vista da Maria.Estou deitada no chão, encolhida no meu canto, olhando pro outro lado do comodo vejo os ratos andando de um lado pro outro, olhando eles me vem o pensamento de como a Ana estaria gritando se ela estivesse aqui, como eu sinto saudades de todo mundo. O frio parece que está cortando minha pele, olho em volta mais uma vez em busca de algo que eu possa usar pra me aquecer mas, mais uma vez não encontro nada, minha cabeça está doendo mais que o normal dos últimos dias, minha perna tem um corte fundo que está inflamando cada vez mais. Ouço o Luan e Patricia discutindo no andar de cima, eles estão andando de um lado pro outro com passos pesados, ouço a Patrícia gritar e logo em seguida escuto um barulho alto de alguma coisa se estilhaçando, escuto a porta lá de cima bater e depois passos pesados descendo as escadas, alguém está indo pra cá! Merda! O medo estava me consumindo cada vez mais, eu não parava de pensar na minha filha, ela não pode ficar sem mãe, ela é tão p