Sinto mãos me sacudindo, mas eu não quero acordar, quero continuar aqui, com o Damian e a Luna, continuo deitada com os olhos fechados, mas de repente sinto um impacto forte no meu rosto seguido de uma forte ardência me fazendo abrir os olhos em resposta ao tapa que eu tomei. A patrícia estava abaixada ao meu lado, o olhar dela sobre mim fazia meu corpo arrepiar, eu conseguia sentir em todo o meu corpo o ódio que ela sentia por mim.- Acorda bela adormecida! – Ela falou entre dentes enquanto me encarava. – Já chegou a sua hora. – Senti o medo percorrer meus ossos com as palavras dela. Será que é isso? Será que chegou ao fim para mim? Estiquei minhas pernas que estava encolhida e dormentes, meus tornozelos ainda amarrados estavam doloridos e eu conseguia ver manchas vermelhas nas cordas. – Levanta logo, eu não quero chegar atrasada no meu encontro com o Damian.- Acha mesmo que ele vai cair nessa sua armadilha ridícula? - Falei entre dentes. – Acha mesmo que ele vai sozinho atrás de mi
Ponto de vista do Damian.O fato de saber que eu estava indo para uma emboscada não me deixou com medo, o Carlos foi muito esperto ao pensar em rastrear o esconderijo deles, isso me deixou um passo à frente, eu fiquei tão perdido sem minha menina, sabendo que ela está tendo que passar por tudo isso por minha culpa, que não estava se quer conseguindo raciocinar direito. Entrei na estrada de terra, já sabendo que essa era a única entrada e saída do cativeiro da minha menina e que a essa altura eles já tinham me visto chegar e provavelmente já estavam me aguardando lá dentro. O Carlos foi muito calculista com tudo, e claro a ajuda do Radie foi fundamental para rastrearmos o celular da Patrícia, agradeço pelo fato dela ser burra o bastante para utilizar o próprio celular para me ligar ao invés de um descartável, isso também ajudou muito.Paro o carro em frente a uma cabana de madeira grande e velha, desço do carro que estacionei a poucos passos da entrada e subo os poucos degraus da escad
Ponto de vista do Damian- Não tem mais! – A Sara estava com os olhos fixos na Patrícia, a arma que antes estava apontada para minha menina agora estava voltada para a Patrícia.- Que porra é essa Sara? – O homem que estava na minha mira estava ainda mais nervoso que a Patrícia.- Então você está do lado dela? – O olhar frio da Patrícia me causava arrepios.- Eu estou do lado do amor dele! Quero ele feliz mesmo que não seja comigo. – A Sara também estava calma, eu nunca imaginei que ambas seriam tão frias assim. Olhei para minha menina, ela tinha parado de chorar e agora me encarava com o olhar confuso e apavorado. – Eu fiz mal demais a eles dois apenas por escutar você! Não posso negar que eu me apaixonei por ele, mas, ele não me ama! E também não ama você porra!! – Ela estava começando a levantar o tom de voz. – Entrar nessa farsa toda era o mínimo que eu podia fazer para compensar a merda toda que NÓS duas fizemos com eles. – Os olhos da patrícia não se desviavam nem por um instant
Sem gracinhas. – Eu repeti. Girei a maçaneta e sai na varanda de madeira, a Patrícia veio logo atrás de mim fechando a porta atrás de si. Antes da porta se fechar por completo pude ver a Sara se abaixando para desamarrar minha menina.Agora vamos! Finalmente poderemos esquecer essas vadias e todo o mal que elas nos causaram, finalmente vamos ser felizes meu amor. – Ela estava animada como uma criança que ganhou um chocolate. Eu estava alguns passos à frente dela, ela ainda estava ao lado da porta com a arma apontada na minha direção. – Eu estou tão feliz que você finalmente percebeu que me ama. – Olhei para a arma na mão dela e ela seguiu meu olhar. – Não se preocupe com isso! – Ela falou se referindo a arma. – É só para garantir que você não vai me abandonar de novo, é só por garantia! Você entende ne meu bem? – Acenei com um gesto positivo em reposta. – Então agora vamos! Continua andando e entra logo no seu carro. – Meu carro estava parado um pouco à frente da varanda onde estávamo
Ponto de vista da Sara.Assim que o Damian saiu pela porta com aquela louca um sentimento ruim preencheu meu peito, algo muito ruim estava prestes a acontecer. - Sara me solta! – Olhei pra Maria que ainda estava no chão amarrada, e foi só então que eu notei que eu tinha congelado no lugar ainda apontando a arma para o nada.- Tá! – Respondi saindo do meu transe. Me abaixei rápido e comecei a desamarrar os pulsos dela. - Nossa! – Ela passou uma mão sobre um pulso, ele estava muito, muito ferido. – Isso dói.- Desculpa por isso. – Falei de forma sincera enquanto desamarrava os pés dela. Ela colocou uma mão sobre a minha e me olhei de forma doce e agradecida. - Não me peça desculpas! Você ajudou a salvar minha vida! E eu espero de coração que um dia possamos nos entender.- Eu não sabia nada sobre a morte dos seus pais. – Senti as lagrimas escorrem pelo meu rosto. – Eu juro que nunca faria algo assim e eu, eu sinto muito por tudo isso, me perdoa? – Senti como se um enorme peso estives
Sinto um cheiro forte que parece ser desinfetante me incomodar, minha garganta está seca e meu corpo dolorido e cansado. Fico ali deitada com os meus olhos fechados, mas, mesmo assim a claridade me irrita os olhos, minha cabeça está doendo e eu sinto um sono muito forte, tento voltar a dormir, mas de repente as lembranças começam a rondar minha cabeça, lembro do sangue e do corpo frio do Luan caído no chão, o sangue da Sara em minhas mãos, o sorriso dela enquanto ela dava o seu último suspiro, o Damian... Meu Deus, o Damian? Abri meus olhos de uma só vez, a luz fez meus olhos queimarem, mas a única coisa que conseguia pensar era ele, me sentei de uma só vez na cama e senti uma tontura forte.- Damian? – Olho ao redor, estou em um quarto de hospital como imaginei pelo cheiro, no meu braço tem um acesso que está ligado a uma bolsa de soro, por impulso tento levantar minha mão para arrancar o acesso e me levantar, mas sinto que alguém está segurando minha mão, olho para ver quem é e me d
Ponto de vista da Maria.Acordei meio atordoada, eu ainda estava no hospital, mas, hoje era o último dia, finalmente ia ganhar alta, pela primeira vez me deparo com o quarto vazio, fico ali deitada olhando pro teto branco do quarto, é incrível o tanto que minha vida mudou nesses últimos anos, conheci muitas pessoas, perdi algumas também, tudo foi tão confuso, é como se uma avalanche passasse por mim, me derrubando e me esmagando. Ouço batidas leves na porta e antes que eu respondesse a Ana entrou como um furacão.- Graças a Deus você vai pra casa. – Ela parecia animada, talvez até mais que eu.- Ainda Bem, como ta a Luna? To com saudade dela. – Ela estava colocando minhas coisas em uma bolsa.- Ela ta bem, tem que ver na animação dela quando eu contei que você ia voltar pra casa hoje!- não vejo a hora da minha vida voltar ao que era antes. – Nesse momento ela parou e se sentou na minha cama.- Amiga, eu acho que nada vai voltar a ser como antes, mas, pode ter certeza de uma coisa, eu
Uma semana se passou, e até agora eu não tive nenhuma notícia do Damian, a Ana está cada vez mais estranha, ela sai quase todos os dias e volta tarde e cansada, se eu não soubesse o tanto que ela ainda ama o Miguel poderia até pensar que ela ta se encontrando com alguém, ela me comprou um celular novo, já que o meu acabou ficando quase todo destruído no acidente que a Patrícia causou, tentei ligar várias vezes pro Damian mas ele nunca me atende, por mais que a Ana diga que não eu sinto que tem alguma coisa de errado em tudo isso. - Maria?? – Ela entrou no meu quarto me tirando dos meus pensamentos. - Cadê a Luna? – Foi a primeira coisa que perguntei, afinal ela saiu Ra levar as meninas no parquinho. Ela pensou por alguns instantes, parecia estar procurando as palavras.-Deixei as meninas com minha mãe, pode ficar tranqüila.- Você está estranha. – Ela parecia muito empolgada.- O que vai fazer?- Eu ia ler um livro até vocês chegarem para eu ficar com a minha menininha, por que?- B