Dessa vez eu não espero que ele me beije, eu o beijo, cada vez mais eu sinto essa necessidade de colocar meus lábios nos dele de um jeito desesperado. Entre nós há mais que só uma tensão sexual. Eu sei. Ele sabe. E podemos sentir isso sempre que nos beijamos assim. Eli me puxa pela cintura tentando suprir o desejo que emana dos nossos corpos, a precisão de proximidade, a carência um do outro.
— Eli…
Suspiro o nome dele em seus lábios e ele retribui fechando a prancha de queda sobre as teclas e, me colocando sobre ela, ele se levanta e se posiciona entre minhas pernas para voltar a me beijar – nenhum ferimento de guerra pode impedi-lo quando esse olhar está em seu rosto. Eu o abraço pelo pescoço e sua mão desce pelas minhas costas até o final dela, um pouco acima da minha bunda.
— Droga, Hayden, você vai me deixar louco. — Ah, se ele soubesse o que faz comigo…
Ele segura minha bochecha com uma mão e faz um carinho suave enquanto me olha com um brilho nos o
A quinta feira chega e eu acordo bem cedinho como sempre para acompanhar Eli na caminhada, que agora virou corrida, matinal, a perna dele melhorou bastante mesmo desde que conseguir convencê-lo a fazer os exercícios, então deixamos de fazer uma caminhada lenta limitada por uma bengala, para um trote suave, mas sei que logo ele vai conseguir correr como em sua época de colégio.Só que durante essa manhã, mesmo ele insistindo que está bem e cumprindo o que prometeu em relação aos beijos, ele está mais calado que o normal, arrisco dizer que ele está até um pouco tenso e me pergunto se o jantar dessa noite é a causa de tudo isso. Eu não entendo, pelo o que Dimitri falou, esse é um evento ocasional, então por que raios Eli está nervoso com isso? Será mesmo que ele está desconfortável com aquele papo de eu perguntar sobre o passado dele, ou é outra coisa?Suspiro longa e pesadamente, os olhos dele se voltam para mim por um breve momento, então ele volta a olhar para frente e n
De repente o som da porta da frente se abrindo chama nossa atenção e logo vários sons de vozes ecoam do hall até nós. Eu me levanto do banco e aliso minhas roupas, Briana me lança uma piscadela e faz um gesto para que eu respire fundo e mantenha a calma, eu faço, mas isso não impede que meu coração bata forte contra meu peito.— Onde estão as pessoas dessa casa? — Uma voz grave masculina e animada ressoa, chegando cada vez mais perto.— Aqui na cozinha, Sr. Allen! — Bri fala e logo cinco pessoas adentram o cômodo em que estamos com sorrisos largos.— Ah, aí estão vocês. Srta. Delyon, que prazer conhecer você! — Fala o homem de cabelos grisalhos e presença imponente, com certeza ele é Dimitri Allen.— Pode me chamar de Hayden, senhor. E o prazer é meu. — Lhe dou o meu melhor sorris
Adentramos a cozinha ainda sorrindo e eu vou até Eli, que provavelmente está só esperando que eu me aproxime para começar um interrogatório.— Olá. — Falo e aceno para Tobias, ao lado dele.— E aí. — Diz com um sorriso simpático e passa um braço por cima dos ombros de sua namorada.— E então, como foi a conversa com meu pai? — Dimitri volta ao meu campo de visão e responde por mim.— Muito boa, Hayden é encantadora e simpática, agora entendo o porque de Eli gostar tanto dela. — O duplo sentido é descarado! Eu limpo a garganta e tento não ficar vermelha.— De fato, não tem como não gostar de mim.Finjo jogar meu cabelo por cima do ombro de forma exagerada e arranco uma risada de Tobias e Evie, então Lucy e Joe se aproximam de nós.— Qual foi a piada?Lucy fala segurando uma taça com vinho – eles devem ter trazido de Londres, ou talvez seja aquele Golden Purple que a Briana falou –, mas eu não posso deixar de notar que o sotaque dela est
Ele me passa o celular por cima da mesa e eu o pego graciosamente, tirando minha mão da perna dele por um momento muito breve, mas, quando volto a toca-lo, ele põe sua mão sobre a minha e a aperta, isso é um aviso para não acabar piorando a situação dele, que eu espero que esteja bem difícil.— Aí. Meu. Deus! — Falo ao ver um Eli adolescente, usando jaqueta de couro, bracelete com espinhos, e gel no cabelo. — Eu não acredito que você passou pela fase rock. — Joe ri.— Eu tinha uns quatorze anos, dá um desconto. — Eu dou zoom na foto e ele toma o celular da minha mão.— Ei! — Reclamo.— Ninguém precisa ver isso mais de perto. — Ele devolve o celular ao irmão, que ri abertamente do outro lado da mesa.— Olha, se te faz sentir melhor… — Pego meu celular e desbloqueio, procuro na minha galeria e acho a foto que queria. — Eu era assim aos quatorze anos.Eu usava moletons largos, aparelho, e, principalmente, brincos enormes e coloridos, era uma mistura
— Eli… — Suspiro seu nome como uma oração enquanto ele pressiona contra mim, me apertando entre ele e a parede.— Esses sons que você faz… mal posso esperar para te ouvir chegar lá, querida. E se ele continuar pelo caminho que está indo, ele vai me fazer chegar lá, e talvez um pouco rápido demais para que eu possa aguentar sem sucumbir. As portas do elevador se abrem novamente e ele tropeça para fora, mas me segura firme, olho para ele cheia de preocupação, segurando-o em meus braços.— Me coloque no chão, Elijah Allen! — Ele ri e nega, continuando a andar pelo corredor. — E depois eu que sou teimosa!— Ah, você é! Pode ter total certeza disso. — E com isso ele captura meus lábios novamente, eu me esqueço totalmente do que estava falando.Mais alguns passos, um ranger familiar da porta do quarto dele e então uma superfície macia sob minhas costas. Seguro seu rosto contra o meu, sua barba por fazer pinçando na palma da minha mão, quero tomar tudo d
Meu celular toca novamente no quarto e eu fecho os olhos com força, abraço meus joelhos e afundo meu rosto entre eles.— Quer que eu atenda?— Não posso te pedir isso, Eli. — Fungo e seco as lágrimas.— Você não pediu, eu me ofereci. — O toque insiste e eu solto um longo suspiro derrotado.— Tudo bem, mas se for ele, pode jogar o celular pela janela. — Ele apenas concorda e sai do banheiro, mas volta segundos depois com meu celular ainda tocando.— Ayla. É sua irmã, não é? — Concordo e me levanto, pego o celular com as mãos trêmulas e atendo.— Ayla? Já passam da meia noite aqui, está tudo bem? Tento soar o mais calma possível, mas simplesmente não consigo quando a escuto soluçar. Meu coração aperta e eu coloco uma mão sobre o peito. Eli me puxa para um abraço, o que me dá um pouco mais de forças.— Hayden… me desculpa, me desculpa! — Meu coração acelera, me sinto começar a suar frio, ela não é de chorar.— Se acalme e
Chegamos no escritório dele, estava lotado de pessoas elegantes, sorridentes, todos da elite de Chicago, todos grandes advogados, alguns políticos e alguns com profissões um pouco mais honestas. Andamos de mãos dadas pelas pessoas e agradecemos os elogios com sorrisos largos.— Amor, eu preciso falar com meu chefe, você pode esperar por mim no bar?— Claro. — Ele beija meus lábios de um jeito doce e faz um carinho em minha bochecha.— Lembre de não beber nada com álcool. — E com isso ele sai.Solto um suspiro com o leve desconforto pairando na boca do meu estômago e pesando em minha cabeça, talvez seja melhor se eu não beber nada com álcool mesmo. Me sento no bar e peço um coquetel simples, de morango e sem álcool como Jackson sugeriu.— Ei, Hayden! — Charlie diz ao se sentar ao meu lado.— Oi! — Dou um abraço breve nele, olho em volta com receio de Jackson ter visto e limpo a garganta. — Como você está? Já faz um tempo que não vejo você. —
— Espero que sim, querida. Você sabe o que eu acho de Jackson. Ele não é bom para você, ele não te faz sorrir, não como você sorria antes dele. Você está feliz, Hayden? — Eu engulo em seco e seguro a respiração, levo os pratos para a pia e começo a lavar.— Claro.Mas como se fosse algum tipo de punição pela mentira descarada, o gosto amargo do bile sobe pela minha garganta e eu não consigo segurar, só tenho tempo de correr até a mesa, pegar uma sacola que estava jogada lá e vomitar.— Hayden! — Minha mãe diz alto e com um tom preocupado, logo Jackson e Ayla entram na cozinha também.— O que aconteceu? — Jackson pergunta da porta da cozinha enquanto Ayla vem para o meu lado.— Estou bem, só me senti enjoada de repente. Acho melhor a gente voltar para casa Jackson.— Sim, precisa descansar. Ayla diz e eu levanto o rosto para ter certeza da reação de todos, os três me olham preocupados, mas minha mãe claramente está tendo um pensamento