De repente o som da porta da frente se abrindo chama nossa atenção e logo vários sons de vozes ecoam do hall até nós. Eu me levanto do banco e aliso minhas roupas, Briana me lança uma piscadela e faz um gesto para que eu respire fundo e mantenha a calma, eu faço, mas isso não impede que meu coração bata forte contra meu peito.
— Onde estão as pessoas dessa casa? — Uma voz grave masculina e animada ressoa, chegando cada vez mais perto.
— Aqui na cozinha, Sr. Allen! — Bri fala e logo cinco pessoas adentram o cômodo em que estamos com sorrisos largos.
— Ah, aí estão vocês. Srta. Delyon, que prazer conhecer você! — Fala o homem de cabelos grisalhos e presença imponente, com certeza ele é Dimitri Allen.
— Pode me chamar de Hayden, senhor. E o prazer é meu. — Lhe dou o meu melhor sorris
Adentramos a cozinha ainda sorrindo e eu vou até Eli, que provavelmente está só esperando que eu me aproxime para começar um interrogatório.— Olá. — Falo e aceno para Tobias, ao lado dele.— E aí. — Diz com um sorriso simpático e passa um braço por cima dos ombros de sua namorada.— E então, como foi a conversa com meu pai? — Dimitri volta ao meu campo de visão e responde por mim.— Muito boa, Hayden é encantadora e simpática, agora entendo o porque de Eli gostar tanto dela. — O duplo sentido é descarado! Eu limpo a garganta e tento não ficar vermelha.— De fato, não tem como não gostar de mim.Finjo jogar meu cabelo por cima do ombro de forma exagerada e arranco uma risada de Tobias e Evie, então Lucy e Joe se aproximam de nós.— Qual foi a piada?Lucy fala segurando uma taça com vinho – eles devem ter trazido de Londres, ou talvez seja aquele Golden Purple que a Briana falou –, mas eu não posso deixar de notar que o sotaque dela est
Ele me passa o celular por cima da mesa e eu o pego graciosamente, tirando minha mão da perna dele por um momento muito breve, mas, quando volto a toca-lo, ele põe sua mão sobre a minha e a aperta, isso é um aviso para não acabar piorando a situação dele, que eu espero que esteja bem difícil.— Aí. Meu. Deus! — Falo ao ver um Eli adolescente, usando jaqueta de couro, bracelete com espinhos, e gel no cabelo. — Eu não acredito que você passou pela fase rock. — Joe ri.— Eu tinha uns quatorze anos, dá um desconto. — Eu dou zoom na foto e ele toma o celular da minha mão.— Ei! — Reclamo.— Ninguém precisa ver isso mais de perto. — Ele devolve o celular ao irmão, que ri abertamente do outro lado da mesa.— Olha, se te faz sentir melhor… — Pego meu celular e desbloqueio, procuro na minha galeria e acho a foto que queria. — Eu era assim aos quatorze anos.Eu usava moletons largos, aparelho, e, principalmente, brincos enormes e coloridos, era uma mistura
— Eli… — Suspiro seu nome como uma oração enquanto ele pressiona contra mim, me apertando entre ele e a parede.— Esses sons que você faz… mal posso esperar para te ouvir chegar lá, querida. E se ele continuar pelo caminho que está indo, ele vai me fazer chegar lá, e talvez um pouco rápido demais para que eu possa aguentar sem sucumbir. As portas do elevador se abrem novamente e ele tropeça para fora, mas me segura firme, olho para ele cheia de preocupação, segurando-o em meus braços.— Me coloque no chão, Elijah Allen! — Ele ri e nega, continuando a andar pelo corredor. — E depois eu que sou teimosa!— Ah, você é! Pode ter total certeza disso. — E com isso ele captura meus lábios novamente, eu me esqueço totalmente do que estava falando.Mais alguns passos, um ranger familiar da porta do quarto dele e então uma superfície macia sob minhas costas. Seguro seu rosto contra o meu, sua barba por fazer pinçando na palma da minha mão, quero tomar tudo d
Meu celular toca novamente no quarto e eu fecho os olhos com força, abraço meus joelhos e afundo meu rosto entre eles.— Quer que eu atenda?— Não posso te pedir isso, Eli. — Fungo e seco as lágrimas.— Você não pediu, eu me ofereci. — O toque insiste e eu solto um longo suspiro derrotado.— Tudo bem, mas se for ele, pode jogar o celular pela janela. — Ele apenas concorda e sai do banheiro, mas volta segundos depois com meu celular ainda tocando.— Ayla. É sua irmã, não é? — Concordo e me levanto, pego o celular com as mãos trêmulas e atendo.— Ayla? Já passam da meia noite aqui, está tudo bem? Tento soar o mais calma possível, mas simplesmente não consigo quando a escuto soluçar. Meu coração aperta e eu coloco uma mão sobre o peito. Eli me puxa para um abraço, o que me dá um pouco mais de forças.— Hayden… me desculpa, me desculpa! — Meu coração acelera, me sinto começar a suar frio, ela não é de chorar.— Se acalme e
Chegamos no escritório dele, estava lotado de pessoas elegantes, sorridentes, todos da elite de Chicago, todos grandes advogados, alguns políticos e alguns com profissões um pouco mais honestas. Andamos de mãos dadas pelas pessoas e agradecemos os elogios com sorrisos largos.— Amor, eu preciso falar com meu chefe, você pode esperar por mim no bar?— Claro. — Ele beija meus lábios de um jeito doce e faz um carinho em minha bochecha.— Lembre de não beber nada com álcool. — E com isso ele sai.Solto um suspiro com o leve desconforto pairando na boca do meu estômago e pesando em minha cabeça, talvez seja melhor se eu não beber nada com álcool mesmo. Me sento no bar e peço um coquetel simples, de morango e sem álcool como Jackson sugeriu.— Ei, Hayden! — Charlie diz ao se sentar ao meu lado.— Oi! — Dou um abraço breve nele, olho em volta com receio de Jackson ter visto e limpo a garganta. — Como você está? Já faz um tempo que não vejo você. —
— Espero que sim, querida. Você sabe o que eu acho de Jackson. Ele não é bom para você, ele não te faz sorrir, não como você sorria antes dele. Você está feliz, Hayden? — Eu engulo em seco e seguro a respiração, levo os pratos para a pia e começo a lavar.— Claro.Mas como se fosse algum tipo de punição pela mentira descarada, o gosto amargo do bile sobe pela minha garganta e eu não consigo segurar, só tenho tempo de correr até a mesa, pegar uma sacola que estava jogada lá e vomitar.— Hayden! — Minha mãe diz alto e com um tom preocupado, logo Jackson e Ayla entram na cozinha também.— O que aconteceu? — Jackson pergunta da porta da cozinha enquanto Ayla vem para o meu lado.— Estou bem, só me senti enjoada de repente. Acho melhor a gente voltar para casa Jackson.— Sim, precisa descansar. Ayla diz e eu levanto o rosto para ter certeza da reação de todos, os três me olham preocupados, mas minha mãe claramente está tendo um pensamento
— Ouça a voz da razão! Eu apenas sai com meus amigos e minha irmã para almoçar uma única vez! Pelo amor de Deus, Jackson, Charlie é seu amigo também! — E com isso eu recebo um tapa no rosto tão forte que me faz prender a respiração, o estralo foi alto e a dor é uma queimação latejante.— Que porra de amigo?! Eu vejo como ele olha para você. — Eu viro minha cabeça para ele, segurando minha bochecha com uma mão trêmula e o coração acelerado.— Ele nos apresentou! Por que diabos alguém apresentaria outra pessoa para a mulher que ele gosta?! — Grito e o que eu recebo dessa vez não é um tapa, mas um soco furioso que me faz cair para trás.— Você é uma vagabunda inútil! Não consegue segurar a própria calcinha, agora está grá
Ao sair do elevador, a primeira coisa que eu noto é minha blusa e meu sapato jogados, saio catando tudo e colocando embaixo do braço.— Meu Deus, nem quero imaginar o que a Bri faria se encontrasse minha roupa jogada pela casa assim. — Eli ri e pega o vinho na geladeira, em seguida pega duas taças.— Eu adoro a Bri, é como se fosse uma mãe para mim, mas se ela visse isso, não ia deixar nenhum de nós ter paz para o resto de nossas vidas. — Eu concordo com a cabeça e pego a taça que ele me oferece.— Nem me fale.Bebemos alguns goles do vinho em um silêncio confortável, nós dois mergulhados em pensamentos, foi uma noite longa, embora divertida na maior parte do tempo, a última hora foi uma tortura total. Acho que vai ser melhor se eu conseguir aliviar um pouco o clima.— Sabe, eu comentei com a Briana que estava precisando comprar algumas telas e tinta, então ela me disse o melhor lugar na cidade para achar o que preciso, e de brinde me ajudou a planejar