- Achei que nunca mais veria este planeta...
A nave de Polara, a última Millenium Swan ativa, pairava no limite máximo de aproximação aguardando a escolta da Força Aérea de Atlantis, pois qualquer nave que penetrasse em Atlantis sem a escolta da Força Aérea seria abatida pelo SADE, o Sistema Autônomo de Defesa Espacial.
Visto do espaço, o planeta era completamente azul, principalmente pela semelhança entre sua atmosfera e a do Planeta Original, em tempos passados conhecido como "Terra". A existência de uma camada de ozônio e a gravidade próxima da padrão foram os principais motivos que levaram à colonização daquele planeta, apesar das dificuldades, como a temperatura ambiente de dezenove graus nas regiões equatoriais, quatorze graus nas regiões tropicais e de sete graus negativos nas regiões polares mesmo nas estações mais quentes. Outra grande dificuldade inicial foi a falta de superfície solida, pois, desconsiderando as superfícies de água congelada nas regiões polares, aproximadamente noventa por cento da superfície do planeta era composta por água.
A aeronave de escolta finalmente se aproximou e, apesar da Capitã não ter mexido em nenhum dos comandos da Millenium Swan, Hal tinha sido programado para acompanhar a escolta e efetuar o pouso. O método de funcionamento do SADE era um dos grandes segredos do Império, mas, aparentemente, as aeronaves da Força Aérea emitiam uma sequência criptografada em partículas, para formar um campo de proteção, impedindo que qualquer nave que penetre em sua companhia seja considerada uma ameaça. Por outro lado, qualquer objeto que penetre na atmosfera de Atlantis sem escolta é imediatamente obliterado.
Atlantis foi um planeta completamente projetado. Cada construção, cada prédio e cada detalhe dos continentes flutuantes foram minuciosamente elaborados. Um verdadeiro símbolo de prosperidade.
Tendo vivido no planeta por anos, Polara nunca chegou a entender o porquê era conhecido como o "Planeta Eterno", mas agora, voltando após vinte anos de afastamento, compreendeu. O planeta estava exatamente igual. Nenhum prédio fora do lugar, nenhuma árvore a mais ou a menos, nada deteriorado ou diferente. Ela ter voltado um dia após sua partida ou vinte anos depois, não fazia diferença para Atlantis. Polara envelheceu, mas Atlantis era o Planeta Eterno. Essa imutabilidade fazia parte da ideologia do Grande Império: cada cidadão grandino era dispensável, efêmero, suas vidas tinham apenas um propósito, a manutenção imperial.
Em solo, uma cerimônia tinha sido preparada para receber a lendária Capitã Polara, mas todos olhavam com expectativa e certo desapontamento. Esperavam uma nave grandiosa e imponente e tudo o que recebiam era uma sucata amassada de um modelo ultrapassado e, para piorar a situação, a porta teimava em não abrir. Técnicos tiveram de ser chamados. Para a Capitã, isso não era novidade, nos últimos vinte anos, ela só tinha realizado quarenta aterrissagens, nenhuma delas em planeta grandino e todas por necessidades como comprar mantimentos ou reparar algum equipamento indispensável. Não era a primeira vez que, após longo tempo trancada, a vedação da porta colava.
- Hal, se eu for impedida de voltar para a Millenium Swan, saiba que sentirei saudades. Você está autorizado a manter suas funções pelo tempo desejado e, se for de seu agrado, conectar-se com a rede de Atlantis para atualizar seus sistemas. Está autorizado também a fazer o que for possível para que a nave fique em segurança.
Não era a primeira vez que Polara escutava o leve ruído de Hal processando informações, como se estivesse indeciso de como proceder, até que finalmente, após uma sequência de estalos, a voz metálica preencheu o ambiente.
- Falo apenas por consideração, Capitã Polara, mas essa é a segunda vez que recebo a mesma ordem. O Soldado Embaixador André Harlam me concedeu o mesmo privilégio de livre arbítrio, vinte anos atrás, como se soubesse que esse dia estava por vir.
A mente de Polara funcionava em alta velocidade, um milhão de questionamentos percorriam sua mente. Como André sabia que tudo isso aconteceria? Como ele programou aquela mensagem para que eu recebesse justamente no momento apropriado? Como ele conseguiu guardar tantos segredos de mim? Quando a porta da nave finalmente se abriu, dois rostos familiares entraram na nave para saudá-la e a visão desses rostos trouxe mais uma enxurrada de lembranças.
*
O caça da Suboficial Polara enfrentava dificuldades. As habilidades da jovem espaçonauta eram focadas principalmente no combate extra-atmosférico, onde não havia gravidade, atrito e as regras da física eram mais simples, mas quando a nave do famoso Bárbaro León penetrou na atmosfera do planeta Kalister ela só teve duas alternativas: abandonar a perseguição ou dar combate na atmosfera do planeta. Logo que penetrou a zona atmosférica, percebeu seu erro. Tratava-se de uma armadilha. Bárbaro León não estava sozinho e provavelmente, o planeta Kalister, era um dos muitos onde mantinha esconderijo, pois, mal a Suboficial estabilizou a nave, percebeu mais duas aeronaves surgindo: uma pela esquerda e outra pela direita. As aeronaves eram muito superiores em atmosfera do que seu caça, pois tinham sido projetadas para voar apenas naquele ambiente enquanto um caça era projetado para voar no espaço, sua funcionalidade atmosférica sendo pensada apenas para pousos e decolagens.
Quando pressentiu que receberia a primeira rajada de metralhadora, tentou uma manobra evasiva, mas a velocidade de resposta do caça foi muito inferior ao esperado e logo ela sentiu os escudos de energia entrando em ação, drenando a reserva da nave.
A segunda aeronave manobrou e se posicionou atrás do caça, disparando uma sequência de torpedos, todos amortecidos pelo escudo, que já dava indícios de que desvaneceria. Aquela batalha estava perdida e Polara sabia disso. A jovem decidiu então ignorar completamente as aeronaves e focar apenas em seu objetivo, Bárbaro León. Acessando os dados de consumo de energia, a Suboficial percebeu que, desativando todas as armas, ela conseguiria aumentar a velocidade da nave em trinta por cento e manter seu escudo por mais alguns minutos. Era tudo o que ela precisava.
Fora da atmosfera do planeta, Sargento Demopoulos parabenizava sua subordinada, Cabo Berli, por concluir com sucesso o primeiro salto em hiperespaço como comandante de uma espaçonave.
Os olhos puxados do Sargento estavam ainda mais diminutos com o sorriso e, de sua poltrona, ainda sem soltar as travas de segurança ou retirar o respirador, ele esticava o corpo todo para dar tapinhas amistosos nas costas de Berli. Ele admirava a facilidade com que sua subordinada assimilava os complexos comandos e procedimentos que ele mesmo demorara tanto tempo para decifrar, mas não era somente isso o que sentia por ela, tinha algo mais, mas ele relutava em admitir. Simplesmente não era apropriado.
Berli soltou o respirador e se voltou para trás, o rosto radiante, os olhos verdes irradiando luz. Afastou os cabelos louros e cacheados que a gravidade crescente empurrava para seus olhos. Ela percebeu que Demopoulos iria dizer algo quando foi interrompido pelo computador de bordo, informando que um combate acontecia no planeta Kalister.
Demopoulos foi o primeiro a perceber que a nave em desvantagem pertencia ao Império e que eles deveriam acudir, mas, sabia que a Cabo não possuía experiência para tal. Ainda pensava em como proceder quando a nave imperial foi abatida. Sentindo-se impotente, enviou mensagem pedindo reforços e ordenou que a Cabo Berli cedesse a poltrona de comando para que ele assumisse, mas a ordem foi desobedecida. A nave penetrou na atmosfera do planeta procurando os inimigos.
Seguindo na direção onde o radar apontara pela última vez a presença do caça, Demopoulos encontrou a coluna de fumaça que indicava o local da queda. Percebeu que a nave inimiga tinha sido abatida pelo caça imperial, mas, que duas aeronaves estavam pousadas perto dos destroços. Com o coração disparado, a Cabo iniciou o procedimento de aterrissagem.
Percebendo-se sem opção, Polara decidiu usar a única carta que tinha na manga, preparou o módulo de emergência e usou o próprio caça como projétil para abater a nave de Bárbaro León. O pirata não previu que sua perseguidora tentasse tal façanha e foi facilmente atingido, sem tempo para escapar da nave. Enraivecidos, os dois companheiros tentaram de todas as maneiras atingir o módulo de emergência que pousava, mas não tiveram sucesso. Polara aterrissou e saiu do módulo, ilesa. A gravidade do planeta Kalister tinha aproximadamente 1,5g e sua atmosfera era nociva, mas, quando a Suboficial pisou em sua superfície, sua adrenalina era tamanha que pareceu não se importar com o excesso de carga que seus músculos carregavam. As aeronaves pousaram próximas dos destroços da nave de León e Polara, ao invés de tentar se esconder, batalhava seu caminho na mesma direção. Um dos piratas percebeu e disparou sua arma, mas a gravidade e o atrito eram tamanhos que a trajetória do projétil foi muito afetada e não representou perigo. Enquanto o outro pirata procurava o corpo de León, ele avançou para se vingar de Polara.
Demopoulos vestiu o traje especial para minimizar os efeitos da gravidade o mais rápido que pode, além de ajustar sua pistola laser para as condições daquele planeta, mas quando desceu da nave, percebeu que sua pressa fora em vão.
O pirata mais próximo de si agonizava, sem capacete, respirando a atmosfera venenosa, enquanto o outro jazia de bruços no chão, em uma poça de sangue crescente. Mais a frente, Polara travava uma batalha corpo a corpo com o Bárbaro León que, milagrosamente, tinha conseguido sobreviver à queda. O homem era pelo menos trinta centímetros mais alto que sua oponente e mesmo de uniforme, era possível ver que tinha uma constituição física avantajada. Mas suas características físicas não pareciam ser de utilidade naquela disputa. Os movimentos do Bárbaro eram muito mais lentos que os de Polara. Ele brandia uma barra, mas seus golpes eram inócuos, a Suboficial desviava com facilidades e atacava com o que parecia ser uma chapa de metal afiada. O homem sangrava em vários pontos quando se rendeu. Demopoulos esperava que aquele soldado desferisse um golpe final no inimigo rendido, mas não foi isso que aconteceu, a pessoa a sua frente aceitou a rendição, algemando-o.
*
-Polara! Quando nos disseram que você voltaria para Atlantis, não acreditamos que fosse verdade, mas aqui está você e... tão diferente.
Demopoulos estendeu a mão, com movimentos contidos, tentando evitar ser inapropriadamente efusivo, mas sua ponderação foi inútil, pois logo Berli se antecipou a ele, envolvendo Polara em um abraço afetuoso.
A Capitã tentou evitar, mas não conseguiu impedir seu corpo de se retrair. Não estava mais acostumada ao contato humano e não tinha o interesse de se habituar a isso. No entanto, estava feliz por reencontrar os rostos familiares daqueles que lutaram sob seu comando por tantos anos. Enquanto era abraçada, mais por hábito que por interesse, percebeu que Berli agora era Brigadeiro enquanto Demopoulos era Tenente Coronel.
- Envelheci, eu sei, mas quando olho para vocês, vejo que a única coisa que mudou foi que Berli cumpriu a promessa que me fez, galgando posições mais rápido que você, Demopoulos.
O Tenente Coronel pareceu constrangido, e quando respondeu, encarava o pavimento da Millenium Swan.
- Você sempre soube que ela tinha mais vocação para as patentes mais altas do que eu. Estratégia, pensamento rápido, essas coisas são para pessoas como você, Polara e para nossa querida Berli.
Berli enrubesceu imediatamente e, pelo olhar que trocou com Demopoulos, a Capitã soube imediatamente que o motivo da promessa de Berli também havia se concretizado, os dois eram marido e mulher. Polara percebeu que sentimentos antagônicos cresciam em seu peito. Por um lado, a felicidade de saber que seus amigos estavam bem e tinham cumprido com seus sonhos, por outro, invejava não ter tido a mesma sorte, pois, seu noivo estava morto e ela se sentia incapaz de viver longe da sombra desta tragédia. Berli percebeu a batalha travada no interior do peito da mulher que tanto admirava e, suavemente, tentou desanuviar seus pensamentos.
- Capitã, eu gostaria de sequestrar sua companhia só para mim, mas infelizmente, os interesses do Império são mais urgentes que nossas necessidades. Uma comitiva a espera lá fora.
Polara caminhava em direção à saída da Millenium Swan, pelo que acreditava ser a última vez, quando sentiu que um dos soldados da escolta colava, discretamente, um adesivo nas costas de sua mão.
- Adeus, Hal.
- Espero que não, Capitã.
Uma multidão saudava a lendária Capitã Polara com uma chuva incessante de aplausos, assovios e palavras de carinho, mas aquela manifestação não causava na mulher nenhum efeito positivo, apenas aumentava sua repulsa pelos seres humanos. Ela era aplaudida por quê? Por ter passado vinte anos destruindo vidas de pessoas a quem não tinha nenhuma desavença pessoal simplesmente por servirem sob uma bandeira diferente? Se ela se mantinha afastada de todos é por não ter orgulho de quem era, do animal que tinha se tornado, mas ali, sendo aplaudida, percebia que todos eram animais como ela, sedentos de sangue e utilizando uma desculpa qualquer para derramá-lo, mas, e se ela matasse um deles ali, naquele momento? Será que continuaria sendo aplaudida? O planejamento veio com naturalidade: O guarda da direita seria mais fácil, ele olha para o povo como se fosse ele o aplaudido, eu pisaria em seu p
O Soldado Embaixador vestia apenas uma tanga. Seu corpo apresentava diversos hematomas e cortes superficiais, seus joelhos estavam sujos, sua pele negra completamente lubrificada pelo suor. Ele empunhava dois pequenos bastões de madeira e parecia acuado, cercado por três homens com fardamento negro com detalhes dourados, no peito de cada homem o foguete negro sobre o círculo dourado, a bandeira de Cérnia. Às suas costas, uma quina de parede impedia a livre movimentação. Harlam arqueou um pouco o corpo, como uma fera que se prepara para dar o bote e, instintivamente, os dois homens mais a frente retraíram o corpo. O Soldado Embaixador aproveitou o momento oportuno para correr em direção ao soldado da direita, mas, ao invés de atacá-lo, com um salto mortal, transpôs seu inimigo, ficando com a maior parte do cômodo quadrado às suas costas, onde jaziam mais três homens, um deles i
Os dois homens caminhavam pelo galpão do espaçoporto, vestiam os macacões azul turquesa que indicavam a função no setor de manutenção e carregavam suas respectivas maletas de ferramentas. O da direita era alto e completamente careca e o da esquerda tinha estatura mediana e usava óculos de armação grossa.- Não sei por que estão tão interessados em destruir aquela nave!- É mesmo? Eu não sei é por que estão tão interessados em desativar o sistema da nave, já que ela será destruída.- Eu ouvi umas coisas sobre isso, mas não sei se acredito...- Sobre ela invadir o sistema da cidade?- É! Isso não te assusta? A nave sabotar os sistemas pra impedir a própria destruição? Já ouviu falar disso?- Se eu acreditasse, você acha que eu entr
As naves pairavam no espaço, paralelas, recarregando as energias para o próximo salto em direção ao destino misterioso. A Capitã Polara estava sentada em sua poltrona de comandante, treinando no simulador.Pelo visor de seu capacete, via a posição das naves inimigas, mas, apesar da inteligência artificial, os movimentos ficavam previsíveis com o passar do treino.No combate real, os comandantes cometiam erros e, nem sempre, isso era ruim ou desvantajoso para eles. Por mais de uma vez, durante combates reais, Polara se arrependeu de um movimento prematuro para logo em seguida perceber que seu erro podia ser utilizado para uma estratégia melhor que a ideia original. Com o simulador não acontecia aquilo, ele sempre usava as estratégias mais racionais para as situações, movimentos capazes de derrotar bons comandantes, mas fáceis de ser previstos por pessoas com gra
Grande Kelvin verificou a bateria do sintetizador de oxigênio de seu traje. Marcava menos de trinta por cento. Se o mercenário responsável por substituir seu turno de vigia não aparecesse em breve, ele largaria o posto. Grande Kelvin era um guerreiro experimentado, famoso pelo número de vidas que já tinha tirado em campo de batalha e não um garoto qualquer para ser esquecido em um posto de vigia num planeta longe de tudo. Se a remuneração que lhe pagavam não fosse tão alta, já teria abandonado aquela missão há muito tempo.Uma luz brilhou no céu avermelhado, chamando sua atenção.- Parece que finalmente teremos um pouco de ação.O mercenário acionou seu comunicador:- Alguém na escuta? Seis naves acabaram de penetrar em nossa atmosfera. Se continuarem nessa rota, irão pousar a poucas milhas do meu posto.
- Você tem certeza, Kelvin?- O maldito céu desse planeta é vermelho? Por Copérnico, León! Estou morando nessa merda de buraco há três anos.- Acha que o plano de Polara pode dar certo?- Eu não apostaria tão alto em uma única pessoa, mas se ela for realmente uma lenda, pode dar certo.- Então, atacaremos em trinta minutos.Uma verdadeira barricada estava montada em frente ao túnel de acesso de carga e descarga da estrutura. Três homens conseguiriam defender aquela posição privilegiada por horas, os oito mercenários ali posicionados poderiam resistir pelo resto da vida. Além do armamento pesado, duas metralhadoras automáticas disparavam na direção de qualquer coisa que se movesse dentro de seu raio de alcance. Os piratas atiravam e faziam fintas, forjando ataques de tempos em tempos, ma
A imagem do Marechal Sharif tomava conta do monitor. Seu rosto estava pálido e ele mexia a boca, sem pronunciar palavra. Uma única mulher, praticamente uma ermitã, tinha acabado de alterar cinquenta anos de planos e intrigas elaborados pelo Império. Mas de certa forma, ele tinha pensado na possibilidade de algo não sair como o planejado. Precisava colocar o plano auxiliar em ação o mais rápido possível.- Brigadeiro, não permita que os piratas efetuem o salto. Eu destaquei uma pequena frota para uma situação de emergência, ela está em um setor próximo e pode se deslocar até aí rapidamente. Você tem o comando da missão de resgate.- Marechal, não acho possível que consigamos deter as naves piratas sem colocar em risco a vida dos reféns.- Use apenas armas de pulso.Berli ponderou a ideia de Sh
As espaçonaves eram construídas para tripulações máximas de dez pessoas, mas os piratas estavam acostumados a realizar operações com naves superlotadas. Antes da realização de cada salto, as quatorze pessoas que não possuíam poltronas eram levadas ao deposito de carga, onde deitavam com os braços junto ao corpo e eram amarradas uma ao lado da outra. Os piratas se divertiam e diziam que o salto era menos desconfortável quando realizado daquela maneira, já os estelares, livres de seu cativeiro tinham opinião diferente. Sempre reclamavam e diziam estar passando por humilhações desnecessárias.Por mais que Bárbaro León tentasse convencê-los de que eles tinham sido libertados do cativeiro e que depois de conversarem com o Presidente da República de Cérnia, Arafat, eles seriam libertos, ainda se consideravam prisioneiros e t