Poderoso Wallace
Poderoso Wallace
Por: Pierre Wallace Thompson
01

E a culpa foi toda dela!

A gente nunca imagina como uma única pessoa pode foder nossa vida de uma forma tão completa. Tudo por culpa de uma pessoa. Uma pessoa que tem nome e sobrenome: Mariah Thompson. Para vocês entenderem melhor, deixa eu contar como tudo aconteceu...

Estávamos na Midnight, uma boate pequena, mas bastante agradável, quando Mariah, a culpada de todos os meus problemas, teve a brilhante ideia de irmos para uma das salas reservadas. Não que eu não goste das salas reservadas, afinal, eu sei muito bem o que vai acontecer quando entro em alguma delas, mas eu já não estava mais com saco para o “mimimi” dela.

Mariah era minha namorada há um pouco mais de 3 meses e, apesar de bastante gostosa, era ciumenta, intelectualmente limitada e incrivelmente irritante. Por que namorávamos? Eu acabei de dizer que ela era gostosa, e bastante, não disse? Mas depois do 3º mês, nem os seus peitos siliconados nem o fato dela saber massagem tailandesa estavam ajudando em mais nada e sempre que ela me ligava chamando para sair, eu tinha vontade de cometer suicídio só para não passar nem mais um segundo ouvindo-a falar sobre suas amigas Tiffany e Lindsay, igualmente gostosas e burras, e seus dramas passados nas academias e salões de beleza do mundo. Suas amigas eram um achado. A Tiffany não era tão boa de cama, diga-se de passagem, mas nós estavámos fazendo bons progressos, já a Lindsay tinha aquele papinho cafona de não sair com namorado de amiga, e era exatamente por aquilo - e por eu não estar mais aguentando ter que escolher em qual dos dois vestidos de diferentes tons de rosa a minha namorada ficava melhor - que eu havia decidido terminar tudo.

Quando ela me ligou, me convidando para sair com "as meninas, hihihi" - sempre havia uma risadinha imbecil ao final de cada frase - eu pensei que seria o momento perfeito. Afinal, que outra chance eu teria de terminar um relacionamento e arrumar uma transa em um espaço tão curto de tempo? Só que aquela ideia de irmos para um espaço privado atrapalhava tudo. O plano era terminar na pista de dança, onde nenhum choro pode ser ouvido e qualquer escândalo pode ser facilmente confundido com uma dança eufórica relacionada ao excesso de álcool. Gritei "Vamos continuar aqui, Mariah", mas ela respondeu com uma cara de cão carente, "Eu tenho uma surpresa para você, bebê". Respirei fundo e concordei com um aceno. Mariah pulou e segurou meu braço, me puxando para tal sala.

Cumprimentou o segurança e seguimos pelo corredor escuro até um dos cubículos.

"Adivinha qual é a surpresa...", Mariah falava com um tom insinuante, segurando os seios de um jeito que, se eu estivesse excitado seria sexy, mas como eu só estava com tédio, era inconveniente e um tanto engraçado.

"Não faço ideia, querida", eu respondi, sentando em um dos sofás de couro preto que estava no canto da sala.

"Mas acho que antes da sua surpresa, preciso te dar a minha", falei em um tom irônico, a voz rouca.

"Na-na-ni-na-não", ela respondeu sorrindo, tornando a cena mais inconveniente ao imitar uma voz infantil. Eu me levantei e segurei as duas mãos dela, simplesmente para afastá-las dos seus peitos. Aquilo estava me incomodando.

"É importante, Mariah. Se eu não disser isso agora, vou acabar morrendo...", minha voz baixa estava mais cautelosa do que nunca, eu não queria que ela me odiasse, afinal não preciso de marketing negativo por aí, então precisava terminar de um jeito que ela acabasse achando que foi ideia dela. "Você sabe como andam as coisas entre a gente ultimamente... E... Eu sei que você merece muito mais...".

E foi nessa hora que as coisas começaram a complicar. Aconteceu tão rápido que eu preciso parar, respirar fundo para tentar lembrar ao certo como minha vida começou a desandar.

Resumindo as próximas cenas, foi mais ou menos assim: Mariah me abraçou com muita força, e meu iPhone acabou indo parar no chão. Eu abaixei para pegar o celular e ela começou a chorar e a dizer que sabia que esse momento ia chegar. E também disse alguma coisa sobre ter certeza de que eu não era o cara horrível que todos falavam.

Eu pensei, "Pronto, agora fodeu de vez."

Ela me levantou tão rápido que eu nem consegui pegar a bosta do celular (que acabou se perdendo no fim das contas). Mariah tirou a roupa tão rápido quanto um adolescente consegue dizer "MULHER PELADA" e praticamente me estuprou. OK, eu colaborei, mas a culpa não foi minha, tenho partes de mim que agem e pensam por conta própria.

Acabamos suados, eu com as calças jogadas em algum lugar, e com a cueca pra lá da metade da perna, e a Mariah em cima de mim, seminua e falando em idiomas desconhecidos. E só quando ela disse que o que ela queria mais que tudo passar o resto da vida comigo, que eu percebi o pequeno engano que havia acabado de acontecer.

Eu juro que pensei em ficar quieto e deixar essa história de terminar para um momento em que estivéssemos vestidos, mas eu não podia. Não seria justo, sabe? A gente passa tanto tempo imaginando uma coisa, sonhando, idealizando... E depois a realidade vem e acaba com a gente? Nem pensar! Eu precisava falar para a Lindsay que estava livre e levá-la para o motel que eu havia reservado há três dias. A Mariah não tinha o menor direito de se colocar, com seus peitos grandes, no meu caminho. Não mesmo!

Então eu fiz o que qualquer pessoa em sã consciência faria... Eu disse: "Mariah, eu quero terminar com você!" E assim que as palavras saíram eu me senti feliz, leve, realizado. Fiquei me perguntando por que levei tanto tempo para falar aquilo.

A felicidade não durou nem dois minutos. Mariah se levantou com raiva e começou a gritar coisas como “Você é a pessoa mais terrível do mundo!”, “Eu te odeio!”, “Vou te matar!”. Aquela mulher estava possuída! Eu me levantei e pedi para que ela ficasse calma. Disse que eu pagaria o que fosse necessário para fazê-la se sentir melhor. Foi aí que a mulher virou o demônio em pessoa! Se ali tivesse mais do que almofadas e algumas velas, eu estaria ferrado porque ela começou a tacar tudo que podia em cima de mim.

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