A noite havia se tornado insuportavelmente fria, mas o gelo que consumia o meu coração era ainda mais cruel. Eu ainda podia ver Mirella fugindo de mim como se fosse um monstro, seu coração errando as batidas de tanto pavor e sua mente tentando se desconectar da minha a qualquer custo. Isso doía mais do que tudo o que tinha experimentado na vida.
Ela tinha escolhido o medo.
Eu sabia que era aterrador para ela me ver naquela forma. Eu sabia que, por mais que ela sentisse a conexão entre nós, o peso do desconhecido e o terror que o poder da lua trazia era demais para suportar. Mas isso não tornava a rejeição menos dolorosa.
Quando seu cheiro desapareceu na distância, senti meu corpo desmoronar, como se a lua, que antes me dava força, tivesse se apagado no céu. Era isso. Eu tinha perdido. Mirella, havia escolhido me deixar.
Minha forma monstruosa era tudo o que eu n&atil
Ele rugiu e avançou contra os Spinelli com uma fúria que parecia saída das entranhas da própria terra. Ele não era mais apenas o Alfa da Alcateia, era uma força da natureza, com um poder superior ao que já havia demonstrado.Os lobos Spinelli hesitaram por um momento, intimidados pelo tamanho colossal de Arturo em sua forma final, mas logo rosnaram e se atiraram sobre ele. Suas garras cortaram o ar e o ambiente foi tomado por um som agudo e metálico. Arturo se ergueu, seus músculos tensionados, e em um único golpe de suas garras enormes, derrubou dois lobos de uma só vez.Eu tive medo de me envolver na briga física, mas senti que não podia ficar parada. Corri até o lago leitoso e quando entrei nele o ar ficou mais denso, o poder da lua fluiu dentro de mim, queimando com uma intensidade fenomenal.Um lobo enorme que tinha cicatrizes que atravessavam seu corpo veio em fúria para cima de mim. Seus olhos vermelhos como brasa me encararam, sedentos.Agachei meu corpo e senti as patas se fe
A luz da lua brilhava intensamente acima de nós, mesmo com o teto da caverna sendo feito de pedras. Essa energia se refletia no lago leitoso que parecia pulsar de energia. Arturo estava diante de mim em sua forma monstruosa em toda a sua grandeza. Era impossível não sentir o medo me invadindo completamente, mesmo sabendo que era ele, que aquela fera diante de mim era o homem que eu havia começado a amar.Ele era gigantesco, onde antes havia um homem, agora estava uma besta colossal, elevando-se sobre tudo ao seu redor. Sua pele coberta por um pelo denso, como a noite sem estrelas. Suas patas, enormes e afiadas, se moviam com uma suavidade que contradizia a força bruta que emanava de seu corpo. Os músculos, antes humanos, agora estavam tensos, esculpidos de uma maneira quase selvagem, sua forma metade homem, metade lobo era uma visão aterradora e, ao mesmo tempo, estranhamente hipnótica.Seus olhos, que antes eram prateados e acolhedores, agora brilhavam como dois faróis intensos, carr
Ele interrompeu o beijo, arrastando os lábios pelo meu pescoço, mordiscando a pele sensível ali. Eu engasguei, inclinando minha cabeça para trás para dar a ele melhor acesso. Seus dentes roçaram por meus seios, uma breve picada que rapidamente se transformou em uma sensação inebriante. Ele se moveu mais para baixo, seus lábios capturando um dos meus mamilos, sugando-o em sua boca com um fervor que deixou meus joelhos fracos.— Isso, eu quero sentir isso — choraminguei, passando minhas mãos pelo seu abdômen musculoso. — Por favor, me possua completamente.Ele respondeu mudando para meu outro seio, esbanjando-o com a mesma atenção. As sensações duplas eram quase insuportáveis, cada puxão de sua boca enviava choques de prazer irradiando através do meu baixo ventre. Eu podia sentir minha excitação crescendo, acumulando-se entre minhas coxas, implorando por liberação.Sua mão deslizou pelo meu corpo, mergulhando sob o cós da minha calça para encontrar o calor do meu
Após o nosso momento na caverna, vesti as roupas e subi nas costas de Arturo e ele saiu como um raio caverna afora, pela floresta, pela estrada que levava a fronteira norte, percorrendo quilômetros em questão de segundos devido ao seu grande poder que havíamos emanado juntos.Eu sentia o poder da lua dentro de mim, uma força que nunca tinha imaginado. Era como se cada célula do meu corpo estivesse carregada de energia, mas ao mesmo tempo havia um peso: a responsabilidade de enfrentar os Spinelli, regatar a mãe de Amber e de proteger essas terras.Quando chegamos à fronteira, a visão que nos aguardava fez meu estômago revirar. Havia uma horda de lobos Spinelli, muitos mais do que imaginávamos. Eles se estendiam por toda a planície, eles eram de todos os tipos e tamanhos, mas independente disso seus olhos brilhavam como brasas no meio da noite. Eram uma força de destruição implacável, e por um momento, o medo tentou se enraizar em meu coração.Arturo rosnou baixo, sentindo minha tensão,
O caos da batalha ao nosso redor era quase impossível de descrever. Os rugidos e uivos dos lobos soaram mais fortes do que o vento, o sangue manchou a terra sob nossos pés e o cheiro de violência se impregnou no ar.Eu estava concentrada em manter o poder da lua fluindo através de mim, tentando usar cada grama de força que restava para ajudar Arturo e a alcateia a repelir os Spinelli.De repente, vi algo que me trouxe um lampejo de esperança.Correndo na nossa direção, surgiram mulheres — muitas mulheres, suas roupas rasgadas e seus rostos marcados pelo sofrimento, mas elas estavam livres.Correndo atrás deles, Noah, Troy, Flynn e Skylar protegiam a retaguarda e repeliam uma horda Spinelli que tentou impedi-los de chegar; seus corpos estavam cobertos de arranhões, mas seus rostos radiantes de vitória.— Nós conseguimos, libertamos todas as Ômegas! &
MIRELLA ESPOSITOApós o meu chefe pedir por mais um artigo sobre “as tendências históricas na cor dos tecidos usados em toalhas de mesa do século XVIII” – sim, isso existe e, surpreendentemente, alguém em algum lugar, realmente quer ler sobre – eu decidi que era hora de desligar o computador e limpar a minha mesa de trabalho.Eu tinha acabado de sair da faculdade de jornalismo, com um bom emprego no mais respeitado veículo de imprensa do país. Infelizmente todo o meu talento ali era usado apenas para matérias que ninguém nunca iria ler.— Fico feliz que vai tirar esse monte de documentos e encadernados de vista, enfim poderemos voltar a ter contato visual. — Kira brincou.Levantei e comecei a arrumar as pilhas intermináveis de papéis, documentos e livros que cobriam cada centímetro da minha mesa.Claro, eu sabia que Kira estava apenas me provocando, mas ela não estava completamente errada. Eu tinha me enterrado em tanto material de pesquisa inútil que nem conseguia me lembrar da últim
Port Angeles costumava ser uma cidade tranquila. Bem, tão tranquila quanto uma cidade que abriga uma Alcateia inteira de lobos pode ser. Nos últimos anos, essa calmaria havia se tornado cada vez mais rara, porque além de enfrentarmos inimigos na fronteira ao norte, lidávamos com uma cisão dentro do nosso próprio clã.Esfreguei a palma da mão aberta em meu rosto e mantive meu olhar fixo na janela do escritório, observando a linha das árvores que margeavam o território da nossa alcateia, que antes ia até perder a vista, agora a fronteira se aproximava.— Arturo?Meu irmão Draven me chamou, interrompendo o fluxo dos meus pensamentos. Ele tinha o talento de aparecer nos momentos em que eu mais queria ficar sozinho.— Precisamos conversar.— Pode falar.Me direi para ele e encostei na mesa de madeira antiga.Draven, o Beta mais proeminente de toda a Alcateia e meu braço direito, estava parado à porta, braços cruzados e aquele olhar sério que sempre usava quando queria me dar alguma notícia
A carta repousava em cima da impressora, como se desafiasse minha capacidade de ignorá-la. Enquanto eu me acomodava na cadeira para mais um dia de trabalho, minha cabeça não conseguia se concentrar nos tecidos do século XVIII, apenas na propriedade na encosta da montanha em Port Angeles. Kira e eu passamos um tempo pesquisando tudo sobre e tentando entrar em contato com alguma autoridade da cidade, sem sucesso.Tudo isso era o tipo de coisa que eu via em filmes, não na minha vida monótona e presa a um escritório abafado, cercada por documentos esquecidos e projetos que ninguém se importava em ler. Kira olhou para mim, ansiosa. Eu sabia que ela queria que eu dissesse algo sobre o assunto, qualquer coisa que mostrasse que eu tinha um plano ou pelo menos uma ideia do que fazer a seguir.Mas a verdade era que eu não tinha.Essa notícia havia caído como um raio em um dia já chuvoso, e minha mente se recusava a processá-la completamente.— O que decidiu?— Nada, ainda, mas falei com a minha