A vida em Port Angeles e arredores havia mudado totalmente desde aquela grande batalha. A sensação de paz e tranquilidade envolveu todo o território e para além da fronteira norte, onde nunca mais se ouviu falar dos Spinelli.A escuridão e o caos dos últimos meses agora pareciam um pesadelo distante. A brisa parecia mais leve, o ar mais limpo e o único barulho aterrorizante eram o silvo das árvores durante as noites.A calmaria que estávamos vivendo era diferente do tédio do meu trabalho de jornalismo. Eu me sentia útil, estava envolvida com novas amigas Ômegas que decidiram ficar e treinava os meus poderes com Naomi e Amber. E todos os dias eu retornava para os braços de Arturo, sem medos ou batalhas interferindo.Arturo e eu estávamos livres para viver o que queríamos. Juntos.O sol estava se pondo quando Arturo apareceu na varanda, os olhos prateados
Alguns meses depois.O SOL da manhã invadia suavemente o quarto, seus raios acariciando minha pele enquanto eu me mexia preguiçosamente na cama.E, claro, havia outra coisa que me trazia um conforto ainda maior — ou, neste caso, alguém.Meus dedos deslizaram instintivamente sobre minha barriga, que agora estava arredondada, sinal claro da vida que crescia dentro de mim. Uma nova vida. Nossos filhos. Era quase surreal pensar que estava grávida, que Arturo e eu estávamos prestes a nos tornar pais. A sensação era ao mesmo tempo avassaladora e reconfortante, uma mistura de ansiedade e expectativa, mas acima de tudo, havia uma alegria que tomava conta de mim sempre que pensava nos nossos pequenos.— Bom dia, minha lua — Arturo disse com sua voz rouca em meu ouvido.Ele estava ali, deitado ao meu lado, os olhos prateados brilhando com uma mistura de carinho e adoração. Seus dedos já haviam se movido para acariciar minha barriga,
Três anos depois.A LUZ da lua prateada banhou a noite sobre a montanha, iluminando toda a terra com um brilho sereno. Toda a Alcateia estava reunida ao redor da clareira diante da mansão Pellegrini, performando a batalha final que havia acontecido na fronteira norte.Eu estava sentada na varanda da nossa casa, com meus filhos nos braços, assistindo a cena diante de mim com um sorriso suave. Dois meninos e uma menina, meus pequenos milagres.No decorrer desses três anos, Port Angeles começou a ter cada vez mais filhotes de lobos e isso mudou o ambiente por completo, agora as noites na montanha eram cheias de vida e risos, além de pequenas travessuras.Após o fim da apresentação, Arturo pegou suas crias para se divertirem um pouco.Os pequenos correram atrás dele, com seus risinhos contagiantes. Após o batismo da lua que ocorreu quase que de imediato após o nascimento, os três assumiram formas humanas que eram uma perfeita
Enquanto íamos noite adentro, Arturo me puxou de lado e ficamos observando nossos filhos brincarem com os lobos da alcateia, seus risos ecoando pela montanha. A lua brilhava sobre nós, mas desta vez, não havia mais medo, apenas amor e esperança.Arturo apertou minha mão, e eu olhei para ele, meus olhos cheios de amor.— Vários lobos continuam a chegar... — comentei.— É, a nossa família não para de crescer — aprovou. — Desde que você chegou, parece que os planetas se alinharam. E como várias Ômegas raptadas pelos Spinelli permaneceram conosco, isso fortaleceu o poder coletivo e atraiu novos lobos...— Eu fico feliz pelas crianças — assenti. — Estão cheios de amiguinhos e sempre saem para se aventurar pela montanha.Fiz uma pausa dramática e encarei Arturo.— Não há mais perigo algum, não é?— Não em nossas terras. Nós tomamos conta de tudo e expandimos nosso poder territorial, Mirella. E agora temos lobos o suficiente para proteger to
Com as vozes de Maya:O vestido era tão justo que eu mal conseguia respirar. O tecido vermelho abraçava meu decote e apertava ao redor do tórax antes de abraçar meus quadris. A longa fenda a partir do alto da coxa era a única razão pela qual eu conseguia andar, mas jamais conseguiria me sentar sem que o vestido levantasse.Era exatamente assim que meu pai queria. O único momento em que ele desejava que eu me sentasse seria se eu estivesse montando nas coxas de alguém.As coxas do Alfa Larson Peterman, da Matilha Chalmer Basin, para ser mais específica.Essa era a noite em que eu finalmente sairia do controle do meu pai e pertenceria a outra pessoa. Eu não sabia nada sobre ele, só podia esperar que fosse mais gentil do que meu pai. No que me dizia respeito, todo mundo tinha que ser mais gentil do que Bruce Callahan.— Sorria— , Bruce ro
Só que eu não conseguia. Meu peito estava apertado e estava ficando ainda mais difícil respirar. A sala estava começando a girar.Em vez de deixá-lo me conduzir pela multidão, tentei me afastar, mas sua mão envolveu meu pulso. — O que você acha que está fazendo, chapéuzinho?— Eu só... preciso de um pouco de ar.— O que há de errado? Preocupada com seu amante?— Meu... o quê?— Certamente, eu o tinha ouvido mal.— Sua horda de amantes?— Sua voz se elevou e seu sorriso esfriou. — Eu sei tudo sobre você, Maya Callahan. Sei o que você tem feito à noite, e sei o que seu pai quer.À noite? Eu só me sentava no telhado e tentava fingir que estava livre enquanto sentia a lua me banhar com a sua luz.— Meu pai... ele quer que a gente se case...— Sussurrei enquanto minha mente girava. A situação não era nada do que eu havia imaginado ou planejado. Parte de mim esperava que Larson fosse meu herói, talvez até um verdadeiro compan
A passarinha não havia dito uma palavra durante o trajeto de carro, e seu rosto estava completamente sem expressão quando meus homens a levaram até o quarto do hotel. Estavamos a apenas quinze minutos do hotel – ideia de Kork, caso eu não aparecesse no baile.Meu telefone já estava explodindo, mas eu ignorei. Alguém acabaria distraindo Kork. Eu não sabia ao certo por que me senti compelido a tirar a ruiva do baile. Era, em maior parte, uma desculpa para não ter que entrar lá, mas não demorou muito para saber o que havia acontecido. Larson havia reivindicado sua esposa, e não era a ruiva rejeitada.Ela era adorável. Pequena para um lobo, com um rosto pequeno em forma de coração e cabelos ruivos misturados com dourado. Sardas pontilhavam a ponte de seu nariz, mas não havia nenhuma outra indicação de que ela passara muito tempo ao sol. Sua pele era
Em vez de responder, ela ficou olhando para fora da janela. — Não conheço muito bem a região. Para onde você acha que eu deveria ir?Eu queria exigir uma resposta. Em parte, porque não estava acostumado a ser ignorado, mas também porque ela era um mistério, e eu não gostava de mistérios. Em vez disso, me lembrei da tarefa que tinha em mãos. Quanto mais cedo eu terminasse de me reunir com os alfas aqui, mais cedo eu poderia ir embora.— Casa.Seu rosto se enuviou. — Não posso fazer isso. Preciso respirar e pensar.— Respirar e pensar pode ser mais fácil com uma calça jeans.Seu olhar deslizou em minha direção. — Você não entende muito de mulheres, não é? Ninguém pensa mais fácil com jeans.— E no que você está pensando?— Que acabou— , ela sussurrou tão baixinho que eu quase não ouvi. — Você realmente me trouxe aqui só para que eu pudesse me limpar? Sem nenhum outro motivo?— É tão difícil acreditar nisso?— Vejo a maneir