Alice tranca a porta e se aproxima de Natália, que está sentada na poltrona, revisando as mensagens do celular. A filha, pálida, ainda tomada pelo impacto do que ouviu, senta-se na beirada da cama. Alice voz baixa, intensa. — Mãe... eu ouvi as empregadas falando coisas. Coisas horríveis. Natália sem tirar os olhos do celular. — Horríveis como o quê? Roubo de joias? Roupas trocadas? Por favor, Alice... Alice encarando a mãe. — Magda, a filha de um ministro russo. Queimada com ácido. Na frente de cem pessoas. Liza... teve a cabeça cortada e enviada para o pai. Por causa da Unirian. Porque queriam machucá-la. E o Dante... o Dante fez isso. Natália ergue os olhos, rindo, descrente. — Você anda assistindo muito filme. Isso aqui é uma mansão, não uma novela mexicana. Alice com voz trêmula. — Elas disseram que antes de ficar com a Unirian, ele fazia mulheres ficarem parecidas com ela. Loiras, cirurgias plásticas, roupas...E ele chamava todas de "cópias imperfeitas". Mãe..
Dante assentiu.— Ótimo. A casa deve permanecer pura. Qualquer desvio... será eliminado.Petrov entrega a Dante um pequeno pacote.— Encontramos isso no quarto delas. Fotografias. Anotações. Elas estavam mais envolvidas do que imaginávamos.Dante observa o conteúdo, seus olhos escurecendo ainda mais.— Que isso sirva de lição. Ninguém toca no que é meu impunemente.Ele se vira e sobe as escadas, cada passo ecoando como um aviso.Na – manhã seguinteUnirian entra na cozinha vestindo uma camisola de cetim, os cabelos ainda levemente bagunçados da noite anterior. A casa está calma, estranhamente calma. Ela olha em volta e franze o cenho.Unirian em voz baixa. — Onde estão Natália e Alice?Ela caminha até a bancada, onde Dante prepara café. Ele está de costas, com as mangas da camisa social dobradas e o rosto impassível.— Dante?Dante sem se virar de imediato.— Foram embora esta manhã.Unirian surpresa. — Foram? Assim, de repente? Sem nem se despedirem?Dante finalmente se vira com duas
Dante a carregou no colo, na banheira, ele controlava seu desejo de entrar. Depois de uma noite intensa inteira, Dante dormiu ao lado de sua amada. A manhã amanheceu calma, com a luz suave atravessando as amplas janelas da mansão Marchesi. Dante ajustava os punhos da camisa preta frente ao espelho de seu closet, cada movimento marcado pela precisão de alguém que estava prestes a comandar mais que uma sala — comandar um império. Unirian entrou silenciosamente no quarto, com um vestido justo de malha cinza que abraçava sua silhueta com elegância. Apesar dos oito meses de gravidez, sua barriga parecia de apenas seis — pequena, delicada, como se até o próprio bebê soubesse ocupar espaço sem exageros. Seus pés nus cruzaram o chão de madeira até ele. Dante a viu pelo reflexo no espelho, e sorriu de lado — aquela visão, mesmo simples, sempre o parava. Dante olhando-a de cima a baixo. — Você está linda. Mas o que está fazendo acordada tão cedo? Unirian com um brilho sapeca nos olhos.
Todos olharam para ele de relance, mas ele fez um sinal dizendo que estava bem.Seu corpo traía cada centímetro de autocontrole que jurava possuir. A respiração levemente acelerada. A gota de suor escorrendo discretamente pela têmpora. E os olhos — os olhos negros dele estavam mais escuros do que nunca.Unirian, ainda em silêncio absoluto, sabia o que estava fazendo. Sabia que ele não se moveria. Que não reagiria. Que só sentiria. Porque ela o conhecia como ninguém.Ele era o furacão que aterrorizava todos ao redor. Mas agora… era só um homem tentando resistir à mulher que amava.Mais uma vez, ela ousou brincar com o limite dele. E foi nesse momento, quando seus dedos desafiaram o último fio do autocontrole dele, que a mão de Dante apertou a borda da mesa com tanta força que o som da madeira rangeu pela sala.— Senhor Marchesi… — chamou outro sócio, preocupado. — Está tudo bem?Ele ergueu o rosto, com a expressão carregada de tensão.— Está.Mas até sua voz soava como um rosnado abafa
Ela pousou a testa na dele, os olhos fechados. As mãos repousadas em seu rosto, como se quisesse guardar aquele instante.— E você é o meu chão. Mesmo quando o mundo vira caos, você está ali. Firme. Por mim. Pelo nosso pequeno V.Ele sorriu. Pela primeira vez no dia, um sorriso real, sereno.— Nosso pequeno V… que já nasceu com sua ousadia e minha teimosia.Unirian riu baixinho, e ele a puxou para sentar-se no sofá atrás de si, fazendo com que ela se aninhasse no colo dele com todo cuidado por causa da barriga. As mãos grandes dele acariciavam suavemente o ventre que carregava seu filho.— Ele vai ser forte, como você — disse ela, com a cabeça no ombro de Dante — E vai ter o coração que só alguém nascido do teu ventre poderia ter — completou ele, beijando-lhe o topo da cabeça. — Não deixarei ninguém encostar um dedo nele. Ou em você. Jamais.— Eu sei… — ela respondeu, num sussurro. — Eu nunca me senti tão segura quanto nos teus braços. Mesmo quando você está prestes a explodir por min
A SUV preta acelera na escuridão, levando consigo três homens que já não têm nada a perder — e um deles com o coração inteiro nas mãos de uma mulher grávida, sua última linha entre o amor e a ruína.A tensão no ar é palpável. Eles sabem que algo muito maior está acontecendo, mas ainda não têm todas as respostas. Dante olha para o horizonte, os olhos fixos, cheios de ódio, mas também uma preocupação inusitada. Ele sente que algo está prestes a quebrar sua última esperança de humanidade: *Unirian*, sua esposa, grávida de seu filho.O som da porta sendo fechada ecoa pela casa. Dante entra, ainda carregando os vestígios da missão fracassada que ele acabou de enfrentar. Sua postura, normalmente inabalável, está um pouco mais tensa agora. Ele sabe que o que Jack disse não era só manipulação mental. Era uma verdade sombria e dolorosa que o atormenta. Mas ele tem uma missão maior agora.Ele entra no corredor silencioso da mansão. O lugar está calmo, com as luzes suaves iluminando os móveis lu
A penumbra do quarto trazia um clima de melancolia silenciosa. Apenas as luzes amareladas do abajur filtravam sombras suaves pelas paredes. Unirian estava sentada na beira da cama, usando uma camisola fina de tecido leve, que destacava a silhueta da barriga de oito meses — pequena, mas firme e cheia de vida. Dante estava de pé diante dela, com as mãos nos bolsos e o olhar preso ao chão por um instante, como se escolhesse cuidadosamente cada palavra.Ele finalmente ergueu os olhos e se ajoelhou diante dela.— Eu preciso ir, Unirian. — sua voz saiu grave, contida. — Algumas coisas precisam ser resolvidas… antes que nosso filho venha ao mundo.Ela franziu o cenho, levando a mão até o rosto dele com carinho.— Vai ser perigoso?Dante fechou os olhos por um segundo ao sentir o toque. Era o único toque no mundo que o domava.— Tudo é perigoso quando se tem algo a perder.— disse, abrindo os olhos com a intensidade de alguém que carregava o peso de um império às costas. — Mas prometo que volt
— O quê... Como você...? Dante apontando a arma para o peito dele. — Fiquei cansado de brincar. Hoje você vai cantar. Sem esperar, Dante o arrasta pela gola até a sala. Anton vê sua família reunida, cercada pelos homens de preto. Ricci encosta-se na parede, braços cruzados. Petrov segura um charuto apagado, o olhar duro. Dante o j**a no chão de joelhos. Dante olhando nos olhos dele. — Você não passa de um rato. Um peão. Quem está por trás disso, Anton? Anton tentando manter a pose, com o rosto marcado por sangue. — Você não entende... Eu só sou... um experimento. Um boneco nas mãos dele. Dante voz baixa, firme. — Quem é *ele*? Anton com um sorriso quebrado. — A verdadeira ameaça... nunca esteve sob sua mira, Dante. Ele te observa desde sempre. E agora... ele quer tudo. A sua família... a sua virgem... o seu legado. Dante se aproxima, com raiva latente nos olhos. Pressiona a arma na testa de Anton, mas... não atira. Dante com desprezo. — Se ele está me observando, que vej