Alex narra:Ava ficou pensativa e com os olhos baixos, lentamente, deslizou a mão até a barriga.-Então, Ava, diga-me a verdade! Você não quer ter um filho comigo? – gritei alto, fazendo com que ela arfasse.-Quero? – ela murmurou, sem olhar para mim. – Ainda não sei, eu não saberia.-Depois de três anos juntos e de termos nossos gêmeos, você ainda não sabe? Não tem nem coragem de me contar?Vi o traço de dor em seus olhos e pude sentir meu sangue ferver de raiva. Não quis dizer mais nada, saí do banheiro e fui direto para o nosso guarda-roupa, onde peguei a primeira flanela que encontrei, um moletom, um tênis e comecei a me vestir.-O que está fazendo, aonde vai? – perguntou ele, assim que me viu vestindo minhas roupas a toda velocidade.-Preciso dar uma volta. – grunhi, passando por ele, pelo lado, para sair.Comecei a dirigir, não sabia exatamente para onde estava indo, só sabia que precisava de ar fresco e pensar que, se continuasse naquela discussão, poderia dizer co
Ava relata:Alex estava feliz, não havia dúvida disso e, embora no início eu não quisesse estar grávida, senti que a empolgação dela era contagiante, contagiou meu coração, porque eu mesma estava começando a sorrir com a notícia da minha gravidez.Eu estava com medo? Sem dúvida, eu estava em pânico, mas as palavras e o apoio de Alex me deram uma mudança de perspectiva e comecei a ver minha gravidez de uma maneira diferente.Uma pequena ilusão nasceu dentro de mim.Alex queria ir ao médico no dia seguinte, ele estava muito ansioso, mas tive de insistir que ele tinha uma consulta marcada para alguns dias e, como estávamos muito ocupados com o trabalho, ele não teve escolha a não ser aguentar.No dia seguinte, fomos trabalhar como de costume e, por mais que Alex quisesse gritar aos quatro ventos a notícia do novo membro da nossa família, tive de convencê-lo de que o melhor a fazer era esperar até que o médico confirmasse.Ele não queria entender que esses testes caseiros poderiam f
Alex relata:Com a gravidez de Ava mais adiantada do que esperávamos, as preocupações que ela estava tentando ignorar, para mim, eram prioridade.E acho que a coisa mais estressante de todas foi evitar que ela se estressasse de forma redundante. Especialmente considerando o quanto minha esposa pode ser teimosa.Mas eu prometi ajudá-la e apoiá-la durante esse processo, então, todos os dias, eu me esforçava em dobro para liberá-la dos compromissos, evitar as pressões e tornar a gravidez mais suportável.Só que, quanto mais eu tentava, mais tensa e irritada ela parecia.O desfile de moda seria em poucos dias e tudo o que precisávamos fazer era acertar os detalhes. Mas Ava insistia em cuidar de tudo e, bem, isso levava a discussões.Com o passar dos dias, Ava se tornou mais inconstante, parecia uma bomba-relógio prestes a explodir, mas sua atitude ruim não ia me fazer mudar de ideia, ela deveria se concentrar no bebê, em cuidar de si mesma durante a gravidez, o trabalho deveria ser
Ava relata:Eu estava muito assustada, as pontadas na minha barriga estavam ficando cada vez mais contínuas e cada vez mais pessoas se aglomeravam ao meu redor.No início, como em qualquer outro evento, cumprimentei efusivamente, sorrindo, dando parabéns e sendo muito amigável, no entanto, estava começando a me sentir sobrecarregada e me virei, procurando o apoio de Alex, pois sabia que se alguém poderia me tirar dali, era ele.Mas Alex não estava lá.Não sabia em que momento ele havia desaparecido, olhei em volta, entre todos os rostos ao meu redor e o de Alex, ele não aparecia, nem de perto, nem de longe.Minha respiração ficou mais agitada, meus nervos estavam ficando mais fortes, senti que precisava de um pouco de ar.-Por favor… Com licença. – Tentei passar por entre as pessoas, procurando por minha ajuda, minha ajuda: meu marido.Andei um pouco e, no meio do caminho, as pessoas me paravam para continuar com seus elogios, tentei me desculpar a cada vez, seguindo meu camin
Ava relata:-Eu aceito, mas com uma condição. – Alex murmurou, com um gesto malicioso, deslizando a mão com a qual ele estava acariciando minha bochecha antes, pelo meu braço.-Qual deles? – perguntei, sentindo minha pele formigar ao seu toque.-Que… Mesmo que fiquemos com raiva… Não podemos deixar de lado os jogos conjugais e o afeto… É fatal ir dormir com raiva. – Ele falou muito seriamente.-Ehh? – De onde ele tira essas coisas em um momento como esse? — ponderei perplexo.-Acho que seria uma boa opção… — ele comentou pensativo. – Se você estiver com raiva de mim, naquela mesma noite, imediatamente, você tem que me dar umas palmadas, assim você libera a raiva e eu relaxo… - Ele comentou como se nada fosse, enquanto encolhia os ombros.-Ha, ha, ha, ha, ha. – Eu comecei a rir, não conseguia lidar com as fantasias do meu marido. – E se for você que estiver com raiva?-Podemos tentar isso também. – Ele levantou uma sobrancelha, maliciosamente. – Não sabemos se a palmada v
Ava relata:-Desculpe-me… - Isso realmente me irritou. Quero dizer, como aquela mulher poderia ser tão descarada ao me pedir os detalhes do meu marido depois de todas as vezes que a vi tão pegajosa com ele? Ela pode ser meu ídolo pessoal, mas com meu Alex, nenhuma realeza se meteria. – Mas o que ela está tramando? – rosnei.-O que ela está fazendo? – Ela pareceu perceber minha mudança repentina de humor.-Quero dizer… - Inspirei, tentando me controlar. – Desde que começamos esse processo, não pude deixar de notar a… “preferência” que você tem pelo meu marido. – Expliquei com muita seriedade. – E não posso deixar de me perguntar: o que você pretende para ele?-Não pretendo nada, Sra. Grand, apenas que na vida, assim como no mundo dos negócios, é mais fácil conviver com cavalheiros do que com damas, as mulheres tendem a interpor nossas emoções e nossos sentimentos, como a senhora está fazendo, os homens são mais claros e pontuais… Ou o Sr. Grand alguma vez sugeriu que eu fizesse
-Sou uma mulher independente, forte e corajosa. Sou uma mulher independente, forte e corajosa. Sou uma mulher independente, forte e corajosa.De pé, nua, em frente ao enorme espelho de corpo inteiro do banheiro, repeti meu novo mantra para mim mesma várias vezes, gaguejando, enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.Eu já tinha tomado banho, mas o som da água corrente me ajudou a me acalmar, o vapor que saía da água parecia calmante. Além disso, meus gemidos eram menos audíveis.A batida repentina na porta do banheiro me fez reagir com um pequeño sobressalto.-Sim, sou eu.-Filha, sou eu? Você está bem? – Reconheci a voz do meu avô Chester do outro lado da porta. Tentei me acalmar, respirei fundo e limpei minha garganta.-Sim… Sim, Abu, obrigada. – Os passos de meu avô podiam ser ouvidos atravessando a sala. – Há algo errado? – perguntei nervosa, tentando parecer natural.-Não, filha, não é nada sério, é que eu bati várias vezes na porta do seu quarto e você não respo
Fiquei mais nervosa, não estava acostumada a ser o centro das atenções, mas me lembrei de que não era mais aquela Ava tímida e introvertida, então decidi avançar balançando todo o meu corpo.-Não posso acreditar! – Cecil foi o primeiro a me abraçar.-E nós estávamos fazendo planos para confortá-la! – Paula me deu um beijo no rosto.-Você está…! Você está incrível! – Maggie me abraçou.-O que aconteceu com você? – Paula perguntou enquanto eu me sentava em uma das cadeiras ao redor da mesa.-Bem, eu balancei a cabeça. – Balancei a cabeça levemente. – Estou cansado de sofrer, o que isso me traz de bom? Estou disposta a pular todos os estágios do luto e começar a me divertir de uma vez por todas. – Encolhi os ombros.-Eeeeesssssooooo. – Todas as garotas torceram por mim.O garçom chegou, anotou nosso pedido e, em um minuto, chegou com várias rodadas de bebidas.Nada mais de choro, nada mais de Mike e nada mais de lamentar meus exnamorados. Embora naquela manhã eu achasse que