Capítulo 32 – DemissãoEdward Davies— Bom dia, Dona Monique! — Cumprimento a mulher ao surpreender-lhe entrando na cozinha antes do meu horário de trabalho. Assim que saí do colégio, não fui para casa. Cada hora de trabalho é importante para mim já que preciso juntar dinheiro para o próximo ano na faculdade. Então, eu decidi que essa semana de suspensão será uma semana de horas extras de trabalho. Agora só falta que Monique aceite isso e me permita trabalhar um pouco mais.— Não era pra você estar na escola, garoto? — Ela declara com a mão no peioto por causa do susto. — Aconteceram alguns probleminhas, então eu terei que me ausentar dela por uma semana. Tento mentir, mas acho que está bem na cara. Ninguém precisa se ausentar da escola por uma semana se está bem de saúde...— Foi suspenso, é? Não parece muito o seu estilo. — Sim, eu fui. — Afirmo. — Então eu gostaria de saber se a senhora poderia me deixar trabalhar mais algumas horas aqui... Só por essa semana.— Na verdade, eu
Capítulo 33 – Oportunidades (Parte 1)Ella WilliamsMamãe costuma dizer que não há nada melhor do que um dia após o outro. Foi o que ela disse para mim ontem, antes que eu fosse dormir. Ou melhor, depois que ela deixou o meu quarto pensando que eu ia dormir. Mas não, eu não dormi. Eu passei a noite inteira acordada. Literalmente vi o dia amanhecer da janela do meu quarto.No primeiro momento, quando fiquei sabendo o que Chad tinha feito comigo, não liguei tanto para as consequências. O problema é que a ficha foi caindo aos poucos. É aquilo... No silêncio, é a hora que a nossa mente mais trabalha. E foi no silêncio da noite que eu comecei a pensar sobre tudo o que aquele vídeo envolveu. Eu não poderia me sentir mais envergonhada. E eu não falo isso me referindo a ter sido exposta de tal maneira, sobre o meu corpo, ou sobre qualquer outra coisa. Eu falo mesmo sobre ter sido burra o suficiente para ter caído no joguinho de Chad tão facilmente. Edward estava certo o tempo inteiro. Sempr
Capítulo 33 - Oportunidades (Parte 2)Edward Davies— Posso te perguntar uma coisa? — Quebro o silêncio instaurado entre mim e Ella.Já chegamos ao orfanato há alguns minutos. Ainda não conseguimos visitar o mesmo, já que precisamos esperar a diretora vir até nós. Estamos na sala de espera da coordenação do orfanato. Ella bate seus pés incansavelmente contra o carpete vermelho demonstrando que está nervosa. — Sim. — Ela para de bater os pés rapidamente e me encara curiosa.— Por que um orfanato?— Por que não um orfanato? — Me devolve a pergunta e ri ao final da própria frase. — Sei lá... — Ela dá de ombros. — Eu amo crianças. Odeio a ideia de que existem crianças que são abandonadas, que são maltratadas e até mesmo abusadas. — Expõe. — Quando eu era criança, meus pais me traziam aqui de vez em quando. Todo fim de ano a gente trazia presentes para as crianças... Depois de um tempo, eu não sei porquê, mas eles pararam.— Eu não sabia disso. — Coloco minha mão sobre a dela. — Esse ano
Capítulo 34 – Uma despedida sem chance de respostasEdward Davies‘’Oi!Eu acho estranho demais o fato de nunca sabermos quando veremos uma pessoa pela última vez. É estranho demais saber que, a última vez que eu te vi, nós não terminamos com uma conversa amigável, mas sim brigamos. E, meu bem, nós brigamos por uma coisa tão boba! Se eu soubesse que teria te visto pela última vez, eu teria te abraçado, te beijado, olhado nos seus olhos e te dito que você fez os meus dias mais bonitos. Nós não vivemos uma longa história, mas o que vivemos foi o suficiente para me fazer enxergar que a vida não é um inferno, mas que sim, eu posso sonhar com uma vida decente, basta eu encontrar a pessoa certa para tornar os meus dias mais bonitos. Como você fez. Infelizmente, agora seguiremos caminhos diferentes. Eu... Eu não dei a sorte que você deu ao ter pais maravilhosos e pacíficos. Os meus não sabem lidar com uma simples separação e, só para infernizar ao outro, fazem coisas estúpidas, como fiz
Capítulo 35 – Briga de garotas (Parte 1)Ella Williams— Sentindo falta do seu carro, né? — Quando chegamos ao colégio, desço da bicicleta de Edward, mas ele se mantém ali, pronto para mudar de rumo.Hoje o dia está ensolarado e os olhos do meu melhor amigo brilham como duas pedras de esmeraldas ao sol. Estão tão lindos, que parecem comemorar o clima abafado que nos fez guardar os casacos por hoje.— Não tanta quanto eu estava sentindo de andar de bicicleta contigo. — Cutuco sua costela como se fosse fazer cócegas e ele ri.É um lugar sensível para o homem que morre a qualquer sinal de simples cócegas. — Para de mentir, mocinha, é feio. O sinal do colégio toca e me faz revirar os olhos. Por dentro, sinto meu estômago revirar também, mas eu tento disfarçar abraçando Edward e passando-lhe uma falsa confiança de que tudo está bem.Nada está bem. Eu daria tudo para subir na bicicleta de Edward e ir junto com ele para qualquer outro lugar que não fosse Trinity College London. Mas Edward
Capítulo 35 - Briga de garotas ( Parte 2)— O que foi aquilo? Vocês conseguem perceber que agiram como animais? — Lucy não se permite nem sentar. Ela começa a dar o seu sermão em pé mesmo. Andando de um lado para o outro com as mãos nas costas. — Essa sonsa que começou com tudo. — Maureen tem a coragem de abrir a boca para falar. — A nojenta ainda teve coragem de cuspir na minha cara, diretora!— Maureen, eu estava vendo as câmeras justamente no momento em que você puxou Ella e a jogou no chão.— Viu, Maureen? Legítima defesa. — Sorrio vitoriosa. — Mas isso não quer dizer que a senhorita será poupada. Errou tanto quanto ela!— Me defendi. — E me defendo mais uma vez. — Eu quero saber o que está acontecendo com vocês este ano. Porque não é possível! Quando não falta, arruma brigas! — Há irritação nas palavras da senhora. Eu a entendo... Esse colégio é tudo para ela e, sendo um dos colégios mais caros de Londres, brigas são a última coisa que acontece nesse lugar. — Maureen e as am
Capítulo 36 – Sr. razãoElla WilliamsA hora do almoço chegou e, com ela, eu cheguei ao orfanato pronta para levar Edward comigo para uma pausa. Ao chegar, tive que ir até Amy para que ela liberasse minha entrada na cozinha para chamá-lo. Carregando a minha cesta de piquenique e com uma touca descartável na minha cabeça, entro na cozinha vagarosamente, procurando meu amigo com o olhar. — Ella? — Ele logo me vê e não prende sua gargalhada alta, chamando atenção de mais dois homens que estão trabalhando com ele.— Qual é? A regra para entrar aqui é usar touca, ok? — Eu rio colocando a cesta na bancada. — Aliás, só estou usando isso para te chamar pra comer.— Olha eleee, a namorada veio buscar para um piquenique romântico, Carl... — Um homem alto e forte zomba do meu amigo que fica com as bochechas vermelhas ao falarem que sou sua namorada.— Sou apenas uma amiga, meninos. — Sorrio sem graça e me aproximo deles com a mão estendida pronta para cumprimentá-los. — Sou Isabella, mas podem
Capítulo 37 – Essa daqui não é a nossa Ella. (Parte 1)Ella Williams — Eu te vi com os maiores hoje no refeitório. Desistiu de ficar com os bebês?Já está escuro, a cada pedalada que Edward dá em sua bicicleta, sinto um frio percorrer a minha espinha. São praticamente as primeiras palavras dele desde que eu subi em sua garupa lá no orfanato. Eu estou nervosa. Não pelo que aconteceu mais cedo, com ele no nosso piquenique. Quanto a isso, estou bem, eu entendi seu posicionamento e o respeito. O problema real é que meus pais me ligaram e foram ignorados por mim a tarde inteira. A reunião com Lucy Adams não deve ter sido nada boa e eles certamente estão furiosos comigo. — Sim... — Balanço minha cabeça tentando me livrar dos pensamentos ruins sobre o meu futuro.O castigo eterno é certo. Não há mais nada que eu possa fazer. — Por quê? — Ele continua em busca de uma resposta.— Você tinha razão, ou melhor, tem. Eu me apego muito fácil às pessoas. — Sinto muito. — Ele declara parando a b