Capítulo 33 - Oportunidades (Parte 2)Edward Davies— Posso te perguntar uma coisa? — Quebro o silêncio instaurado entre mim e Ella.Já chegamos ao orfanato há alguns minutos. Ainda não conseguimos visitar o mesmo, já que precisamos esperar a diretora vir até nós. Estamos na sala de espera da coordenação do orfanato. Ella bate seus pés incansavelmente contra o carpete vermelho demonstrando que está nervosa. — Sim. — Ela para de bater os pés rapidamente e me encara curiosa.— Por que um orfanato?— Por que não um orfanato? — Me devolve a pergunta e ri ao final da própria frase. — Sei lá... — Ela dá de ombros. — Eu amo crianças. Odeio a ideia de que existem crianças que são abandonadas, que são maltratadas e até mesmo abusadas. — Expõe. — Quando eu era criança, meus pais me traziam aqui de vez em quando. Todo fim de ano a gente trazia presentes para as crianças... Depois de um tempo, eu não sei porquê, mas eles pararam.— Eu não sabia disso. — Coloco minha mão sobre a dela. — Esse ano
Capítulo 34 – Uma despedida sem chance de respostasEdward Davies‘’Oi!Eu acho estranho demais o fato de nunca sabermos quando veremos uma pessoa pela última vez. É estranho demais saber que, a última vez que eu te vi, nós não terminamos com uma conversa amigável, mas sim brigamos. E, meu bem, nós brigamos por uma coisa tão boba! Se eu soubesse que teria te visto pela última vez, eu teria te abraçado, te beijado, olhado nos seus olhos e te dito que você fez os meus dias mais bonitos. Nós não vivemos uma longa história, mas o que vivemos foi o suficiente para me fazer enxergar que a vida não é um inferno, mas que sim, eu posso sonhar com uma vida decente, basta eu encontrar a pessoa certa para tornar os meus dias mais bonitos. Como você fez. Infelizmente, agora seguiremos caminhos diferentes. Eu... Eu não dei a sorte que você deu ao ter pais maravilhosos e pacíficos. Os meus não sabem lidar com uma simples separação e, só para infernizar ao outro, fazem coisas estúpidas, como fiz
Capítulo 35 – Briga de garotas (Parte 1)Ella Williams— Sentindo falta do seu carro, né? — Quando chegamos ao colégio, desço da bicicleta de Edward, mas ele se mantém ali, pronto para mudar de rumo.Hoje o dia está ensolarado e os olhos do meu melhor amigo brilham como duas pedras de esmeraldas ao sol. Estão tão lindos, que parecem comemorar o clima abafado que nos fez guardar os casacos por hoje.— Não tanta quanto eu estava sentindo de andar de bicicleta contigo. — Cutuco sua costela como se fosse fazer cócegas e ele ri.É um lugar sensível para o homem que morre a qualquer sinal de simples cócegas. — Para de mentir, mocinha, é feio. O sinal do colégio toca e me faz revirar os olhos. Por dentro, sinto meu estômago revirar também, mas eu tento disfarçar abraçando Edward e passando-lhe uma falsa confiança de que tudo está bem.Nada está bem. Eu daria tudo para subir na bicicleta de Edward e ir junto com ele para qualquer outro lugar que não fosse Trinity College London. Mas Edward
Capítulo 35 - Briga de garotas ( Parte 2)— O que foi aquilo? Vocês conseguem perceber que agiram como animais? — Lucy não se permite nem sentar. Ela começa a dar o seu sermão em pé mesmo. Andando de um lado para o outro com as mãos nas costas. — Essa sonsa que começou com tudo. — Maureen tem a coragem de abrir a boca para falar. — A nojenta ainda teve coragem de cuspir na minha cara, diretora!— Maureen, eu estava vendo as câmeras justamente no momento em que você puxou Ella e a jogou no chão.— Viu, Maureen? Legítima defesa. — Sorrio vitoriosa. — Mas isso não quer dizer que a senhorita será poupada. Errou tanto quanto ela!— Me defendi. — E me defendo mais uma vez. — Eu quero saber o que está acontecendo com vocês este ano. Porque não é possível! Quando não falta, arruma brigas! — Há irritação nas palavras da senhora. Eu a entendo... Esse colégio é tudo para ela e, sendo um dos colégios mais caros de Londres, brigas são a última coisa que acontece nesse lugar. — Maureen e as am
Capítulo 36 – Sr. razãoElla WilliamsA hora do almoço chegou e, com ela, eu cheguei ao orfanato pronta para levar Edward comigo para uma pausa. Ao chegar, tive que ir até Amy para que ela liberasse minha entrada na cozinha para chamá-lo. Carregando a minha cesta de piquenique e com uma touca descartável na minha cabeça, entro na cozinha vagarosamente, procurando meu amigo com o olhar. — Ella? — Ele logo me vê e não prende sua gargalhada alta, chamando atenção de mais dois homens que estão trabalhando com ele.— Qual é? A regra para entrar aqui é usar touca, ok? — Eu rio colocando a cesta na bancada. — Aliás, só estou usando isso para te chamar pra comer.— Olha eleee, a namorada veio buscar para um piquenique romântico, Carl... — Um homem alto e forte zomba do meu amigo que fica com as bochechas vermelhas ao falarem que sou sua namorada.— Sou apenas uma amiga, meninos. — Sorrio sem graça e me aproximo deles com a mão estendida pronta para cumprimentá-los. — Sou Isabella, mas podem
Capítulo 37 – Essa daqui não é a nossa Ella. (Parte 1)Ella Williams — Eu te vi com os maiores hoje no refeitório. Desistiu de ficar com os bebês?Já está escuro, a cada pedalada que Edward dá em sua bicicleta, sinto um frio percorrer a minha espinha. São praticamente as primeiras palavras dele desde que eu subi em sua garupa lá no orfanato. Eu estou nervosa. Não pelo que aconteceu mais cedo, com ele no nosso piquenique. Quanto a isso, estou bem, eu entendi seu posicionamento e o respeito. O problema real é que meus pais me ligaram e foram ignorados por mim a tarde inteira. A reunião com Lucy Adams não deve ter sido nada boa e eles certamente estão furiosos comigo. — Sim... — Balanço minha cabeça tentando me livrar dos pensamentos ruins sobre o meu futuro.O castigo eterno é certo. Não há mais nada que eu possa fazer. — Por quê? — Ele continua em busca de uma resposta.— Você tinha razão, ou melhor, tem. Eu me apego muito fácil às pessoas. — Sinto muito. — Ele declara parando a b
Capítulo 37 – Essa daqui não é a nossa Ella. (Parte 2)Edward Davies — Eu não sabia o que tinha acontecido na escola. — Sento-me no sofá de frente para os pais de Ella que parecem bem nervosos com toda a situação. — Sinto muito por tudo que está acontecendo.— Eu não sei mais o que fazer para ajudar a minha filha. — A mãe de Ella passa as mãos pelo rosto enquanto chora. — Ella nunca foi assim, Ed. O que está se passando na cabeça dela? Se quer ela tinha coragem de mentir! De uma hora pra outra começa a namorar, mente sobre onde está, briga, é suspensa...— Muitas coisas aconteceram, Robin. Eu sei que Ella ainda é a mesma, só está confusa demais e talvez precise de um tempo para organizar os próprios pensamentos. — Por isso liguei para Erin. Ela vai voltar pra terapia, ela precisa disso. — Robin me responde.— Vou tomar um banho e quando acabar eu vou falar com Ella. Talvez eu consiga fazê-la se acalmar.Eu me levanto e, depois de me despedir dos dois com um aperto e um abraço, subo
A história de nós doisCapítulo 38 – Pequeno susto (Parte 1)Ella Williams Uma leve chuva cai do lado de fora da minha janela. O dia hoje amanheceu nublado, com algumas nuvens e, para completar, a chuva, por amis leve que seja, não para de cair. Todo o cenário cinzento à minha frente combina perfeitamente com o meu mau-humor. Sim, Ed tinha razão sobre um novo dia me permitir acordar mais calma. Eu estou mais calma, contudo, meu peito ainda se encontra apertado com tudo o que estou vivendo. Sobretudo, com a decepção que estou sentindo. Não estou decepcionada com os outros, mas comigo.— Filha? Vamos, eu vou te levar até Erin. — Afirma minha mãe entrando no meu quarto. — Bom dia, meu amor. — Ela se aproxima, me abraça e, com muita ternura, beija minha testa.Eu correspondo seu abraço, abrigo minha cabeça em seu peito e me permito fechar os olhos para sentir com mais intensidade o momento. Nada falo, apenas a abraço e me permito sentir pelo menos um pouco de alívio ao ser abraçada por e