O ar fresco da manhã combinado com o orvalho umedecendo minha bochecha me acorda, puxo Kas para mais perto do meu peito para que ela não pegue um resfriado, ela resmunga um pouco por ser movida, mas não acorda. Minha pequena dorminhoca, ela odeia acordar cedo. Eu sorrio enquanto respiro fundo com meu nariz enterrado em seu cabelo, sua chuva fresca e cheiro de liláses se misturam com outra coisa. Lama e um pouco de sangue.

Espere ai. Lama e sangue?

Meus olhos se abrem e vejo que o sol está nascendo sobre a borda das árvores, ainda estamos na floresta, olho em volta e descubro que estamos na grama ao lado do Rio de Sangue. Nós dois estamos nus e parecemos ter rolado em poças de lama, há uma pilha de restos de coelho por perto. Percebo que meu rosto está pegajoso, limpo minha boca com as costas da mão e vejo que está coberta de sangue pegajoso, quase seco, que cheira igual a carcaça de coelho. Nojento.

Em algum ponto durante a noite, Kas e eu nos transformamos, mas não consigo me lembr