Felícia
- Meu Deus, Jú! Já são sete e meia! Rodney chegará às oito horas, precisamos nos apressar, anda logo! - Tentei fazer com que Júlia se apressasse, mas ela demorou mais uns quinze minutos ainda no game em que ela se viciou, estamos no shopping quase o dia inteiro, e a maioria do tempo passamos aqui.
- Olha, se quiser eu posso posar com você amanhã, hoje sinto muito mesmo amiga, mas você sabe que tenho plantão. - Júlia diz assim que estaciona em frente à minha casa.
- É claro que vou querer Jú, eu nem conheço esse cara que Lucas quer que eu atenda, promete que vai vim amanhã depois do seu trabalho? - Júlia é enfermeira.
- Prometo, xau beijos e, amiga, se este tal Rodney for inconveniente, você sabe que não precisa hospedá-lo, não sabe? - Júlia leva seu olhar para além de mim. - Será que aquele carro estacionado ali é o tal Rodney? - Ela diz e eu me viro para olhar também.
- Droga, estou atrasada, se Lucas souber...
- Ai meu Deus, xau Felícia, amanhã eu te ligo. - Júlia se irritou e eu saí do carro apressada pegando minhas sacolas.
Júlia arrancou pneu e foi embora, já eu fiquei parada, não sabia se entrava na casa ou, se chegava até o Honda Civic estacionado logo à frente. Eu sabia o que tinha que fazer, então me encaminhei até o carro decidida.
Me abaixo para ficar da altura da janela.
- Olá, como se chama e o que quer? - Eu não iria perguntar logo de cara se era o Rodney, vai que fosse algum cara mal encarado que mentisse ser o Rodney apenas para entrar em minha casa? Eu sou muito cabreira com essas coisas. Ele é moreno dos olhos castanho claro e está usando calça jeans e uma camisa pólo que lhe cai muito bem.
O homem me olhou indecifrável por alguns segundos, como se me analisasse. Eu coro, pois sei que estou bem bonita. Linda, para ser mais sincera.
- Eu me chamo Rodney, por acaso você é a Felícia Quinei? - Ele me olha tão intenso que eu me estremeço toda. Então esse é o homem que terei de convidar para se hospedar em minha casa? Farei com o maior prazer. Brincadeira estou apenas brincando, é que ele é muito bonito, e eu não estou acostumada a isso. - Então? Vai me dizer se é a Felícia? - Ele me sorri um sorriso tão lindo que me derrete, eu sou assim tão frágil?
- S-sim, sim eu sou a Felícia Quinei, por favor, entre em minha casa, lá conversaremos melhor. - Sorrio, ele sai do carro e dá a volta ficando ao meu lado.
Ele deve ser uns vinte centímetros mais alto que eu, pois tenho que levantar o rosto para encará-lo.
- Depois de você. - Muito gentil pelo visto.
Dou sinal para o porteiro, e em seguida ele abre o portão social.
- Por favor, me permite? - Ele estende a mão para que eu lhe entregue as sacolas.
Faz muito tempo que eu não presencio tanta gentileza sendo dirigida a minha pessoa, sendo assim eu sorrio muito feliz e entrego.
Valdir
Assim que estacionei meu carro em frente à casa do Quinei, respirei fundo e me dirigi até o interfone de comunicação do portão, o porteiro me avisou que nem o senhor Quinei e nem a senhora Quinei estavam. Presumi que ela estava aproveitando a viagem do marido para aprontar, mas o acordo era às oito horas eu chegar, e pelo visto ela não tem consideração pelos amigos do marido. Usei meu tempo então para analisar a casa deles, branca muito grande e chamativa, ninguém diria que em uma casa tão grande e bela assim viveria uma família de fachada e cheia de segredos, tanto da parte dele quando dela.
Alguns minutos depois, uns quinze mais ou menos, percebo um carro mais atrás do meu, continuo na minha posição e, se for a senhora Quinei ela irá entrar na casa.
Uma morena alta de cabelo curto desce do carro carregando várias sacolas, enquanto o carro sai quase derrapando. Seria o amante da tal Felícia? Que ela é a Felícia já não tenho dúvidas, pois fica olhando para a casa e para o carro indecisa, e neste momento está vindo até o carro.
- Olá, como se chama e o que quer? - Fiu fiu! Que beleza de mulher, meu trabalho não será tão ruim afinal! Uma pena que uma mulher tão linda seja tão desprezível. Desprezível, porém linda.
- Eu me chamo Rodney, por acaso você é a Felícia Quinei? - Ela me olha de uma forma que parece querer me devorar, não dou uma hora para eu conseguir cumprir a minha tarefa. - Então? Vai me dizer se é a Felícia? - Ou vai querer me beijar aqui mesmo sua safada? Sorrio e ela me sorri novamente, não vou negar que ela tem um sorriso devastador.
- S-sim sim eu sou a Felícia Quinei, por favor, entre em minha casa, lá conversaremos melhor. - Ela me parece sem jeito e desconfortavelmente tímida em me convidar para entrar, pura encenação, vamos jogar então Felícia, Felícia, que nome bonito.
Saio do carro e me encaminho ao lado dela, que por sinal é bem mais alta do que parecia, não mais alto do que eu, mas é um mulherão, até demais para o Quinei, está explicado o porque de ela o trair. Não, ele e nem ninguém merece traição, e irei ajudá-lo a se vingar dessa feiticeira.
- Depois de você. - Sorrio educado e gentil.
Felícia avisa o porteiro para abrir o portão e assim que o portão social é aberto eu me apresso em plantar meu charme:
- Por favor, me permite? - Eu sei que as mulheres amam serem tratadas com gentileza e, eu até gosto de lhes ser gentil, não que a Felícia mereça, mas gosto de ser gentil com ela também.
Felícia se surpreendeu com meu gesto e me entregou suas sacolas com um baita de um sorriso, cara que mulher venenosa! Eu cairia facilmente, me renderia por ela.
Valdir- Lucas me avisou que não estaria aqui, infelizmente, mas que em breve irá voltar e, eu ficarei um mês aqui com vocês! - Digo assim que me assento na bela poltrona em que Felícia me acomodou.- Ele realmente lamentou muito essa reunião de trabalho ter aparecido em um momento tão inoportuno, ele preza muito o senhor e me deixou ordens extremas de lhe fazer companhia e de lhe tratar muito bem até que ele volte, então tenho muitos programas preparados para o senhor, e espero que não se chateie enquanto meu esposo estiver fora. - Felícia se sentou a poltrona na minha frente e encarou-me com um olhar que não consegui me decidir se era de desprezo ou de desgosto, poderia ser os dois misturados. - Mas me diga a sua versão de como se conheceram? Lucas não diz coisa com coisa às vezes e não é sempre que consigo entender as suas histórias. - Felícia passou a mão pelos cabelos, se surpreendeu com algo, e sorriu nervosa.<
ValdirAgora consigo entender o porquê de Lucas Quinei querer se vingar dessa mulher, tão bela e perfeita que ninguém suspeitaria de seu caráter. Eu mesmo, se não soubesse de seus atos, cairia em seu anzol feito um patinho. Tão linda com este vestido vermelho curto até o meio das coxas, discreto e sedutor, ela soube combinar a cor do vestido com a sandália azulada entrelaçada em suas pernas. E este pescoço? Tão delicado, elegante e convidativo ao mesmo tempo.- Que lugar agradável senhor Rodney. - Felícia me tira dos meus pensamentos.- Será mais agradável quando me chamar apenas de Rodney, já não tínhamos combinado isso? - Sorrio enquanto encaro seus olhos amêndoas.- Preciso lhe dizer que, não estou acostumada a estar a sós com outro homem que não seja meu marido, e isso me deixa desconfortável, e sem mencionar que o senhor fica me olhando deste jeito, como se estivesse me paquerando, esta me paquerando senhor Rod
ValdirEu me levantei as seis horas da manhã e fiz a minha caminhada matinal. Quando retorno já são sete e quarenta, e como a Felícia ainda não se levantou eu aproveito para ligar na agência e passar o relatório para Richard, como eu sempre faço...- Eu até estava relutante em completar o serviço Richard, mas a mulher é uma tremenda de uma vadia! Ela realmente merece o que vai acontecera a ela. - Dou o relatório para Richard de meu progresso da noite anterior pelo telefone. - É muito linda, isso eu tenho que admitir, a danada é a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida! - Digo empolgado- Não seja exagerado Valdir, a coitada é uma desnutrida que não entende nada de moda! - Richard altera a voz ao dizer isso.- Você a conhece? - Pergunto interessado.- N-não, mas as pessoas que a conhecem dizem isso, que ela nem é tão bonita e só consegue amantes pelo dinheiro que
ValdirEstamos indo na casa dos pais de Felícia, com o carro e motorista dela, não que eu não tenha oferecido levá-la em meu carro, mas ela foi teimosa e aqui estou eu.É por causa do trabalho, por isso tenho que ficar aqui sentindo este perfume pecaminoso, que cheira a sensualidade ao meu lado.E este vestido rodado de renda branca? Como ela consegue ser tão sexy e delicada ao mesmo tempo?- Como seus pais se chamam? - Investi em um assunto encarando seus olhos amêndoas, pois esse silêncio está me pregando peças.- Ricardo e Patrícia. - Responde desviando o olhar.- Belos nomes. - Continuo encarando ela que me olhou engraçada.- É muita gentileza sua Rodney, obrigada. - Sorri divertida.Continuamos conversando até a casa dos pais dela, que por sinal é uma mansão também, bem mais grande e bonita que a casa da Felícia. Eu não sou pobre, m
FelíciaNão foi nada como eu imaginei... Sempre pensei que meu pai teria um ataque no coração e teria que ir para a UTI quando tivesse a mínima suspeita de que eu e Lucas não estávamos bem... Mas ele não ficou tão mal e, isso significa que eu não vou matá-lo quando me separar de Lucas!Meu Deus, se eu soubesse disso eu teria feito antes!Eu não estava com a intenção de lhes ser tão direta hoje, mas não suportei ver meu pai falar tão bem de Lucas e minha mãe dizer novamente que quer um neto... Foi demais. A presença de Rodney foi de grande ajuda, talvez seja por isso que me senti mais segura ao confessar, seja como for meu pais já estão cientes de que eu e Lucas podemos nos separar, na verdade vamos nos separar.- Seus pais não ficaram muito felizes com a idéia de vocês se separarem. - Rodney se sentou ao meu lado no banco do jardim em que brinquei durante toda a minha infância, quando eu ainda era ingênu
Rodney- Espero vê-lo novamente Rodney, e por favor perdoe a grosseria de meu marido, aquele velho turrão. - Dona Patrícia desculpou-se em um abraço.- Com certeza iremos nos ver novamente, e imagina só, eu entendo perfeitamente o seu Ricardo. - Beijei o rosto dela.Felícia abraça a mãe que disse algo no ouvido dela que a constrangeu.São ótimas pessoas os pais de Felícia, eu realmente gostaria de vê-los novamente, mas não acho que isso vá acontecer.***- Droga! - Felícia disse assim que avistou o carro vermelho em frente a casa dela, o mesmo de ontem.- Algum problema Felícia? - Pergunto divertido, com certeza é o amante dela, e agora ela está envergonhada.Ela me olha divertida.- Nada demais, apenas que eu terei de inventar uma ótima desaculpa. - Desce do carro toda sorridente.
Felícia- Aí meu Deus... - Resmungo baixinho, eu não sou feita de ferro!Ele é tão perfeitamente sedutor! Algo nele me atrai muito, como se fosse algo sobrenatural, não entendo essas coisas.Rodney me vira de frente para si, e me encara.- Eu sei que você quer alguma coisa comigo, minha linda... - Acaricia meu rosto. - Por que está fazendo isso comigo? Por que está me negando sentir o seu gosto? - Beija meu pescoço, me provocando pequenas exclamações de prazer.Por que a vida tem que ser tão injusta comigo? Por que eu não posso viver este momento?- Eu quero, mas não posso Rodney, você sabe disso. - Desvencilho-me desses braços firmes e corro para a segurança de meu quarto.Eu bem que gostaria de por um par de chifres naquele endiabrado, iria combinar bem com ele.ValdirTomo um banho e saio. Estou completamente es
FeliciaEu tive coragem... Fiz uma loucura... Eu fiz! Nós fizemos!E... Que loucura! Senti sentimentos e sensações nunca antes conhecidas por mim, depois disso será difícil demais aceitar menos.É como se a vida estivesse se abrindo para mim, mostrando os caminhos maravilhosos que eu tenho para seguir.- Eu não diria amante, Rodney... - Digo quando estamos em minha cama, Rodney me trouxe carregada.Me sinto como uma adolescente prestes a cometer uma loucura.- Então o que você diria minha linda? O que você quer que eu seja para você? - Perguntou abraçado a mim.Ergo minha cabeça até ele.- Você não disse que foi o destino que te colocou em minha vida? - Questionei e ele ascentiu.- Então... Vou te chamar de meu salvador, que me resgatou! - Digo e ele sorri.Porque é realmente isso que e