POV: CALLIE
— Ele não voltou, de novo. — Sussurrei em frente ao templo nos meus sonhos, os olhos carregados de lágrimas. Por mais que relutasse, não conseguia deixar de retornar todas as noites ao recinto que julguei ser seguro. — Nos perdemos?
As lágrimas rolavam, cada gota uma pontada de dor no peito. Talvez ele me culpasse pelo que aconteceu e por ter vindo ao lado da Deidade Maligna, mas precisava entender o que Yulli havia dito: “Abrace o seu destino”.
Nunca foi sobre prever os passos de Nocturnus, mas sim, se tornar sua rainha e destruí-lo de dentro para fora. Semanas vagando pelos corredores de seu castelo sombrio, onde as paredes ecoavam gritos e gemidos de dor, me levaram até portas que, ao abrir, revelavam uma câmara de almas torturadas, presas por pedras de essência!
Sempre que o Deus Obscuro emanava seu poder ou abria u
POV: AARONDerrubei Yenne ao chão, cravando minhas presas em seu braço e esmagando-o com força brutal. O grito dela reverberou por toda a cidade em chamas, um lamento que parecia amplificar a destruição ao nosso redor.— Você vai se arrepender do que está fazendo, Alfa! — Ela disse com ódio nos olhos, cerrando os dentes contra a dor. — Isso não vai trazê-los de volta. A Luna precisava cumprir seu destino.— Não, feiticeira, eu farei com que todas vocês, bruxas, se arrependam de me trair. Usarei vocês como exemplo para outras espécies. — Rosnei, fazendo o chão ao redor tremer. Abocanhei seu tornozelo, arrastando-a pela floresta antes de lançá-la contra uma rocha. Coloquei minha pata em sua cabeça, pressionando-a contra a pedra enquanto minhas presas pairavam perigosamente próxima
POV: AARON— Você também! — Rosnei, cerrando os punhos, vendo o choque em seu rosto.— Não... isso não é justo... — Murmurou ela, desviando o olhar. — Eu não suportava mais, estou cansada...— E eu? — Gritei, dando um passo à frente, parando antes de alcançá-la. — Como acha que tenho me sentido, Callie? Rigan era o nosso filho!— Eu sei! — Ela gritou, se aproximando ainda mais, buscando meus olhos. — Não posso me perdoar pelo que houve. Eu falhei.— Não, Lobinha. — Segurei suas mãos nas minhas, sua pele quente parecia aliviar um pouco da pressão que sentia. Meu lobo uivava em desespero dentro de mim. — A falha foi minha. Sou o seu companheiro e seu alfa. A morte do nosso filho foi culpa minha e não a culpo por me od
POV: KEENANAcordei atordoado, com a cabeça latejando e o quarto girando ao meu redor. O que havia acontecido? Franzi o cenho, confuso, tentando entender por que estava no hospital. Poucas memórias vinham à mente, mas uma delas era clara: Yulli havia desaparecido e o filhote do Alfa estava morto. Toquei a cabeça, sentindo o mal-estar que dominava meu corpo, uma sensação ruim percorrendo cada fibra dos meus músculos.De repente, um estrondo ecoou do lado de fora do hospital. Corri para a janela e vi fumaça e ouvi gritos. Ao centro da confusão, bruxas invadiam a cidade em um ataque coordenado.— Beta, estamos sendo atacados! — disse Ryan, aparecendo na porta do quarto.— Percebi, gênio. Mande soar o alerta; vou avisar o rei Lycan — respondi, passando pelo doutor, ainda um pouco tonto, e me encostando no batente da porta.— Você está bem? Ainda não se recuperou, precisa descansar — o médico me encarou firmemente, avaliando meu estado.— Estou bem. Leve os pacientes para a ala mais segura
POV: AARON— O que você disse? — rosnei, avançando até ficar cara a cara com ela, feroz. — Acha que suas mentiras vão livrar sua vida da traição que cometeu?— Não, eu não acho — respondeu ela, firme, encarando-me diretamente. — Mas não estou mentindo. Rigan vive.— Eu ouvi o seu último suspiro, bruxa. Vi quando o ceifou diante de nós, sem um pingo de remorso — rugi, vibrando a estrutura ao agarrá-la pelos braços com força. — Explique!— Você viu o que quis ver. Magia de ilusão. Estava fraco demais para perceber a manipulação diante de seus olhos — Yulli gemeu com o aperto. O beta se ergueu, ainda tonto, colocando a mão na cabeça e pousando a mão sobre a minha.— Por que faria isso? Por que magoaria a Callie dessa forma? Você a destruiu! — bradei, com os olhos semicerrados, apertando ainda mais seus braços, cortando-a. — Comece a falar, Yulli, ou não responderei por mim.— Me perdoe, grandão, eu nunca quis magoar vocês — soluçou, escorregando até o chão, pendurada pelos braços. — Eu m
POV: KEENAN— Ele está escondido nas ruínas da antiga cidade, além da floresta negra. — Disse Yulli, a voz cheia de dor e resignação. — Mas mesmo se chegar lá, não sairá vivo, os ancestrais o protegem.— Se os ancestrais tivessem poder para me matar, já teriam feito, feiticeira. Você sabe disso. — rosnou o Rei Lycan, com uma fúria contida. — Prendam-na nas correntes, pendurada.— Alfa, por favor, não envolva Rigan nesta guerra. Deixe-o em segurança! — gritou ela, aflita, dando um passo em sua direção. Parou imediatamente ao ver os olhos dele tomados pelo ódio. — Sei que falhei como amiga e traí sua confiança, mas nunca machuquei, nem machucaria, seu filhote.— Não deixarei minha prole nas mãos das bruxas. Acha que sou tolo? — o rosnado que explodiu do peito do Lycan era intenso e ameaçador. — Querem um sangue supremo híbrido, com magia antiga, para manipular desde jovem. Acha mesmo que não vejo o que desejam fazer?— Isso não é verdade! — contestou Yulli, seus olhos arregalados de sur
POV: CALLIE— Manterei seu velcro longe de seus olhos, para que possa ver a dor e sofrimento de seus inimigos, minha Rainha. — Ressoou a Deidade obscura, sua voz reverberando com uma força sinistra. — Alimente-se do tormento, torne-se forte e faça-os sucumbir aos seus pés!Um portal se abriu diante de nós, Sora inclinou-se, cedendo espaço para que eu passasse. Saltamos à frente da cidade, onde a Seita estava reunida, pronta para atacar os lupinos.— Não hesite, híbrida. Em seu mundo, ou você é a caça ou o caçador. Vamos ver até onde irá para provar sua lealdade a nós! — disse ela, exibindo seus dentes afiados, tão sombria quanto seu irmão.Atacamos uma das cidades onde os guerreiros do Alfa Supremo se escondiam em uma armadilha. Usei minha visão a meu favor, derrubando alguns inimigos com magia e transformando-me na forma lupina para atacar. Estava implacável e impiedosa.Parei em frente a um filhote, meus olhos lacrimejaram ao ver seu medo e fragilidade. Sussurrei antes que Sora Rhea
POV: AARONAs patas batiam contra a água formada pela garoa fina que cobria minha pelagem, o som abafado pelos passos ritmados no chão encharcado. O frio tentava invadir, mas não penetrava os pelos grossos lupinos que me protegiam. O anseio e a necessidade de ver meu filhote queimavam em meu peito, uma chama que nada poderia apagar. Rigan estava vivo. Soltei um uivo aos céus, uma manifestação de felicidade genuína que ecoou pela floresta, reverberando nas árvores altas e escuras.Minha determinação era inabalável. Faria aquelas malditas bruxas sangrarem por cada momento de angústia que me fizeram passar. Trarei meu filhote de volta para os braços de minha companheira em segurança. Afastaria nossa família desta guerra maldita e colocaria um fim em Nocturnus de uma vez por todas.Passei por entre a floresta negra, onde os sussurros dos ancestrais me alcançaram como ameaças invisíveis, quase palpáveis:“Volte, guerreiro, ou sofrerá as consequências de sua desobediência.”— Para o inferno
POV: CALLIENovamente, me encontrava diante das ruínas do sonho, questionando-me se ele apareceria. Quanto mais Aaron lutaria contra o sono para me evitar? A incerteza me corroía, mas então, ouvi sua voz suave por trás de mim, fazendo meus pelos se arrepiarem com seu tom leve e novo.— Lobinha... — Sua voz carregava uma doçura incomum, que me fez virar rapidamente para encará-lo.— Alfa. — Murmurei, sentindo um nó na garganta. — Eu sinto muito!Ele franziu o cenho, claramente confuso, e inclinou a cabeça para o lado. O cansaço era evidente em seus olhos.— Pelo quê? — Ele arqueou uma sobrancelha, e notei que seus músculos estavam mais relaxados do que antes. Um cheiro familiar permeava o ar ao nosso redor, trazendo uma sensação de nostalgia. — Preciso te contar algo importante. — Disse, levantando a mão para silenciá-lo.— Eu também. — Respondi, nervosa, mordendo os lábios enquanto enrolava os dedos nos fios de cabelo. Ele se aproximou, pegou uma mecha do meu cabelo e inalou seu cheir