POV: CALLIE— Eu não consigo! — Gritei, embaixo da cachoeira, esforçando-me para conter a intensidade da queda d'água sobre meu corpo. — Não tenho como reverter o fluxo da água.— Você está lutando contra a natureza e não trabalhando junto a ela! — Retrucou Yulli ao meu lado, sua voz alta se misturando ao som da água. — Apure seus instintos, escute a água, capture a fenda no fluxo e molde-a com a magia. Não pense, sinta e faça!A força da água pressionava meus ombros, cada gota pesada como uma pedra. A sensação era avassaladora, e o pânico começava a crescer dentro de mim.— Você vai me matar afogada! — Rosnei, minhas presas expostas em um reflexo de frustração e medo.— Callie, você precisa ser menos loba e mais bruxa hoje. Quer proteger Rigan? Então se esforce. — Repreendeu-me Yulli, sua firmeza inabalável. — É para o seu bem, amiga.Assenti, ciente da escuridão absoluta em que vivia. Não havia visão para enxergar o que acontecia à minha frente, mas meus outros sentidos estavam aguç
POV: AARON— Do passado? — Arqueei uma sobrancelha intrigado, isto nunca havia acontecido, Callie sempre virá o futuro nada retroativo ou presente. — Como isto é possível?— Eu... Eu... não sei... — Gaguejou Callie confusa.— O que você viu? — Perguntou a feiticeira próxima o suficiente. — Você se feriu?— Não, eu estou bem. — A lobinha parecia ter se recuperado, erguendo o queixo em nossa direção. — Vi o dia em que Hunter atacou a cidade das bruxas e tomou Lyra como sua, ele disse que precisava de um filho de sangue antigo e Lycan para ser a chave de libertação de Nocturnus, segundo a profecia.— Merda! — Exclamou Yulli agitada. — Então existe mesmo uma profecia.— Você sabia disto? — Rosnei enfurecido, vibrando o poder supremo que escapará quebrando as rochas em volta.— Aaron, se acalme. — Disse Callie, pousando a mão em meu rosto, trazendo o equilíbrio que eu precisava. — Por que isto aconteceu agora?— É a primeira vez que você acessa sua magia direta, seu poder é ligado através
POV: CALLIEArregalei os olhos, surpresa com o desafio claro de Kemilly. A loba, de fato, guardava rancor, e isso se refletia em seu tom e postura. Contudo, eu compreendia seu ponto. Uma Luna precisa ser capaz de conduzir assuntos internos da alcateia, navegar pelos complexos meandros políticos, ser sábia em seus conselhos e, até mesmo, se necessário, ser uma guerreira. Sendo Luna suprema, a responsabilidade era ainda maior. Fraqueza nesta posição não era uma opção.— Que insolência deliberada é esta? — Brandou o Rei Lycan, sua aura assassina causando uma tremenda pressão no ar e em nossos corpos. Cada palavra sua carregava uma ameaça velada, e a tensão era palpável.Kemilly, no entanto, não se intimidou. Com parecendo fixar sua fala ao Rei, ela continuou:— Seguimos você, Alfa supremo, porque p
POV: CALLIELevantei-me rapidamente, tentando ignorar a dor que pulsava em minhas costelas. Kemilly avançava com uma ferocidade implacável, cada movimento calculado para me derrubar, seus passos eram ágeis e difíceis de captar auditivamente por serem mais leves do que do alfa supremo. Ela era uma guerreira habilidosa, mas eu não podia me deixar intimidar. Concentrei-me, chamando a força de minha loba interior, apurando meus sentidos, pronta para revidar e mostrar a todos que eu era digna de ser a Luna suprema.Parei no centro, percebendo a vibração no chão dos passos sutis de Kemilly ao meu redor. Ela vinha por trás. Agachei, desviando de seu golpe, mas não fui rápida o suficiente para evitar sua rasteira que me derrubou ao chão. Rosnei ao sentir a proximidade de seu pé em direção ao meu rosto. Segurei seu pé e a lancei para trás com toda a minh
POV: AARONSaí do campo de treinamento, parando em um ponto próximo para observar a situação. Kemilly estava mais ousada do que de costume; sua tática era inteligente. Ela sabia que, diante da alcateia, eu não poderia favorecer Callie abertamente. Embora fosse óbvio que nenhum dos lobos ali presentes poderia me derrotar, inclusive Kemilly, a luta entre as duas estava equilibrada. Eu não facilitei para Callie, apenas não emanei meu poder, pois não havia necessidade. O que Callie, a loba cega, não sabia ao aceitar o desafio era que havia duas etapas na luta: a primeira em forma humana e a segunda em forma lupina, a menos que uma das lobas desistisse antes.Cerrei os punhos, detestando a situação. A pior parte era ver Callie sendo lançada ao chão com força, arfando de dor. Eu dei um passo à frente, ameaçando intervir, quando Keenan pa
POV: AARONApesar do temor que alguns lobos sentiam, era possível perceber seus conflitos internos e a negação em relação a Callie, o que não era um bom sinal. Nenhum líder deseja ter seu povo se opondo a suas decisões. A aceitação de Callie vinha mais do medo do que do respeito, e isso era um problema, pois não traria vantagens reais.Agora, mais do que nunca, precisávamos angariar aliados para esta guerra. A loba cega precisava provar seu valor e seus poderes, unindo as bruxas ao nosso favor. Somente assim a alcateia a aceitaria de verdade. Coloquei Callie no chão do nosso quarto, acariciando suas bochechas molhadas pelas lágrimas. A voz de sua loba ecoava em nossa ligação: "Não é justo nos tratarem assim."— Não, não é justo — respondi suavemente, vendo-a erguer a cabeça surpresa. — Odeio admitir isso, mas Yulli tem razão. Nós, lobos, ainda somos arcaicos quando se trata de deficiências. Carregamos conosco uma mentalidade primitiva, mas não somos apenas lobos; somos lobisomens. Nos
POV: AARONAdentrei a sala de reuniões preparada para a videoconferência com os errantes. Como era de se esperar, mesmo sem um alfa claramente definido, havia sempre um líder que todos respeitavam e seguiam. O conselho estava reunido, aguardando minha chegada. Sentei-me na cadeira central, com o Beta ao meu lado e, do outro, o Dr. Ryan, um rosto familiar para os lobos errantes, já que ele havia passado pela cidade Convergência realizando tratamentos médicos. Planejávamos usar sua presença como uma vantagem diplomática.Assim que a conferência começou, fiquei surpreso ao perceber que não apenas um, mas três lobos com postura de alfa estavam presentes. Franzi o cenho, intrigado. Alfas coexistindo harmoniosamente sem uma liderança definida? Era algo inédito, especialmente considerando nossa natureza territorial.— Olá, errantes, agradecemos a presença de vocês nesta reunião. — iniciou Keenan com eloquência. Inclinei a cabeça, avaliando cada um dos participantes, que faziam o mesmo, com o
POV: AARON— Não estou os convidando a uma aliança para assumirem o meu lugar. Mesmo com a junção dos três irmãos, suas forças não se equiparam às minhas. No entanto, o Deus Obscuro, apesar de seu imenso poder, montou um exército e tem ganhado vantagem pela quantidade de seguidores. O que estou propondo a vocês é uma aliança para derrotarmos seus seguidores e a Deidade. Eu mesmo irei eliminá-lo!Cada palavra minha reverberando nas paredes como um trovão. Constantine, sempre calculista, mantinha a postura ereta e o olhar fixo em mim, enquanto Dillian parecia dividido entre a raiva e a ponderação. A expressão de Keenan, no entanto, mostrava um brilho de interesse, talvez vislumbrando a lógica por trás da minha proposta.— Vocês sabem que essa guerra não é apenas minha ou não teriam aceitado está reunião. O Deus Obscuro ameaçam todos nós, sozinhos, podemos resistir por um tempo, mas unidos, temos uma chance real de vitória — continuei, firme avaliando suas posturas sabendo que eles busca