Leonardo
A tensão no ar era sufocante. Meu olhar estava cravado em Martina, tentando decifrar cada palavra não dita, cada movimento discreto, cada maldita intenção oculta.
Eu queria acreditar que tudo aquilo era apenas mais um jogo dela, que era apenas sua forma doentia de tentar me manter sob seu controle. Mas uma voz persistente no fundo da minha mente gritava que eu havia cometido um erro.
E se ela me atraiu até aqui apenas para me afastar da minha família?
Senti um frio na espinha, minha mente trabalhando em um milhão de possibilidades ao mesmo tempo.
E se eu tivesse caído na armadilha dela como um completo idiota?
Ela sorriu, os olhos cheios de diversão ao perceber minha hesitação.
"O que foi, Léo? Finalmente percebeu que veio direto para a jaula da leoa?"
Mi
AmberO relógio na parede emitia um tique-taque constante, um som que deveria ser inofensivo, mas que, naquele momento, era como uma lâmina cortando minha paciência.Leonardo já estava lá dentro tempo demais.Meus dedos apertavam a beirada da mesa, meu olhar fixo nomonitor que exibia o sinal do rastreador dele.Ainda estava no mesmo lugar.Nenhuma movimentação. Nenhuma tentativa de saída. Ele continuava perto daquela louca.Ele deveria ter saído há vinte minutos."Isso já passou dos limites." Minha voz saiu mais alta do que pretendia, e Magnus, parado do outro lado da mesa, ergueu o olhar de imediato."Ele ainda tem tempo." A voz dele erafirme, mas não escondia a tensão quese expandia como uma névoa invisível
LeonardoO primeiro sentido que voltou foi a audição.Não o tato, nem a visão. Apenas o som.A princípio, era um zumbido distante, uma estática baixa que me envolvia como um peso invisível. Mas, conforme minha mente emergia do torpor,as vozes começaram a se destacar.Vozes conhecidas."Por quanto tempo ele ainda vai ficar assim?"Amber.Seu tom era fraco, quebradiço. Nunca a ouvi falar assim.Parecia destruída."O médico disse que depende. A droga que usaram nele não era comum, pode levar mais algumas horas para o efeito passar completamente."Magnus.A voz dele estava mais grave do que o normal, carregada de cansaço e preocupação."Mas ele está estável, não está?"Tomaso."Está
AmberO alívio de ver Leonardo acordado mal teve tempo de se instalar antes que umnovo peso me atingisse. Um arrepio percorreu meu corpo, e uma onda de tontura me fezsegurar com força a beirada da cama dele."Amber?" Magnus percebeu primeiro, vindo até mimantes que eu perdesse o equilíbrio.Tentei me afastar, levantar a cabeça, mostrar que estava bem, masmeu corpo não colaborou."Magnus... eu estou..." A frase morreu nos meus lábios quandominhas pernas amoleceram."Peguei você." A voz dele veio firme, me segurando contra seu peito enquanto meu mundo girava.Senti outras mãos em mim –Tomaso se aproximando, preocupado."Amber, você está pálida." A voz de Magnus era um misto de exasperação e preocupa&c
AmberO quarto ficou em silêncio por alguns instantes depois que eu disse os nomes das nossas filhas.Leonardo respirou fundo, seu peito subindo e descendo de forma pesada.Seus olhos estavam diferentes agora.Não era preocupação, não era medo.Era algo maior.Ele segurou meu rosto com delicadeza, como se eu fosse feita de vidro.Como se estivesse tentando gravar esse momento na memória."Francesca e Sophie…" Ele sussurrou, testando os nomes como se saboreasse cada sílaba.Assenti contra seu peito, sentindo meu coração acelerar com a emoção dele.Ele passou os dedos pelo meu cabelo, como se precisasse de algo para se agarrar.Como se estivesse tentando segurar as emoções."Já consigo imaginá-las correndo pela casa com Bella e Louis&he
LeonardoA tensão no ar era quase palpável.Eu precisava sair daquele hospital.Precisavaagir antes que fosse tarde demais.Meus músculos ainda estavam rígidos, meu corpo reclamava pelo esforço, maseu não podia ficar parado.Me movi devagar, tentando levantar da cama. Amber imediatamenteficou em alerta, segurando meu braço com força."Leonardo, não." Sua voz era aflita, carregada de preocupação. "Você acabou de acordar, não pode simplesmente sair andando por aí!"Parei por um segundo,olhando para ela.Meu amor. Minha mulher. A mãe dos meus filhos.Mesmo exausta, mesmo com os olhos vermelhos,ela ainda estava ao meu lado, preocupada comigo antes de pensar em si mesma.Res
LeonardoDois dias haviam se passado desde que Amber mais um problema na gravidez devido aos problemas de nossa vida e a tensão ainda não havia me deixado completamente.Eu nunca odiei tanto o tempo como agora.Ela deveria ter recebido alta ontem, mas alguns exames mostraramalterações leves, e os médicos acharam mais prudente segurá-la mais um dia.Um maldito dia a mais de incertezas.Eu já estavaplenamente recuperado, pronto para sair desse hospital e organizar nossa fuga, masnão saí do lado dela por um segundo sequer.Minha mente, no entanto, não parava. Enquanto Amber descansava,eu trabalhava.Eu precisava de um lugar seguro.Um refúgio onde ela pudesse ter todo o atendimento necessário, sem que ficássemos v
PeterA chuva fina e cortante batia contra o para-brisa enquanto o avião pousava suavemente na pista.Itália.De volta ao maldito lugar onde tudo começou.Eu respirei fundo, sentindoo cheiro do asfalto molhado misturado com o combustível de aviação. Meus dedos tamborilaram contra o apoio de braço, um tique nervoso que só piorava conforme o avião taxiava até a área de desembarque. A quantos anos eu não andava de classe econômica? Eu já tinha perdido até as contas, ainda mais que tinha gastado uma pequena fortuna pelos documentos e visto falso para aquela viagem.Eu não tinha o direito de errar. Não depois de tudo que me fizeram. Não depois de perder tudo o que eu tinha levado a vida toda para conquistar.Dessa vez, eu não falharia.Assim que as portas
AmberO sol começava a se pôr quando deixamos o hospital, tingindo o céu em tons suaves de laranja e rosa. O contraste entre o clima tranquilo e o turbilhão dentro de mim era quase irônico.Eu só queria ir para casa."Mal posso esperar para ver as crianças," murmurei, recostando a cabeça no assento enquanto Leonardo dirigia com firmeza."Tenho certeza de que eles estão ansiosos também," ele respondeu, um leve sorriso brincando em seus lábios. "Bella provavelmente já preparou um enxoval inteiro para as irmãs, e Louis… bem, ele provavelmente ainda está tentando entender como isso aconteceu."Eu ri, imaginando a reação dos nossos pequenos.Eles eram tão diferentes e, ao mesmo tempo, complementavam um ao outro de maneira perfeita."Ele vai superar," brinquei, deslizando a mão so