O corpo estava quentinho e agradável. As dores haviam sumido, tudo em seu ser parecia estar mais forte do que nunca. Ela respirou aquele ar agradável e correu pelo campo, seu coração mais acelerado do que nunca. O sol estava radiante no céu, borboletas azuis voavam na frente de Yulla e algumas se enroscavam em seus cabelos soltos, o vento batia em seu rosto e ela acreditava estar no paraíso. Estava distraída até ver um ser brilhante a sua frente.
Tinha o formato de um corpo feminino, mas brilhava tanto como o sol, o que impedia Yulla de olhá-la por muito tempo. Quando falou sua voz era suave e tranquila:
– Você precisa continuar, se deseja a salvação.
Yulla cerrou os olhos: o qu
Não sabia dizer a quanto tempo estava naquele lugar fétido e imundo, só sabia que quando saísse de lá a garota e todos que a acompanhavam pagariam bem caro por aquilo, principalmente o rapaz de olhos azuis que jogou a maldita pedra mística em sua direção, aquela face ela jamais esqueceria pois fora motivo de sua desgraça, de sua estadia no inferno.Ela sabia também qual era o motivo dele na terra, o que a deixava ainda mais raivosa já que não conseguira fazer com que ele se afastasse de seu destino a quatro anos humanos atrás. Estava um pouco decepcionada consigo, teria que recompensar mais na frente.Ereshkigal foi empurrada por um dos monstros gosmentos e verdes que estavam por ali a deixando mais mal cheirosa ainda. Já est
Existem momentos na vida em que as pessoas querem sumir, dar um tempo de tudo e pensar melhor do que fazer daqui pra frente, mas no caso de Yulla ela queria ter continuado morta do que descoberto algumas coisas.Estava tudo surreal para ela agora, até mesmo Cam do seu lado. Era como se ele não estivesse ali, era como se ela não estivesse ali. Ela suspirou chamando a atenção de Cam que apertou sua mão quase dizendo: "Ei, estou aqui". Ela agradeceu mentalmente a ele por não ter feito perguntas, pois ela não sabia se seria capaz de responde-las como ele gostaria. E o beijo que eles tiveram... bem, o beijo tornara as coisas apenas piores. Era incrível como uma coisa que ela quisera tanto pudesse fazer com que ela sofresse mais ainda.Ela escutou
Laifet fora dado como louco e maníaco por todos os outros caminhantes que não seguiam a sua doutrina de que deviam procurar a deusa apenas para a finalidade de se tornar imortal.Ele ficara irado com aquilo no passado e resolveu mostrar que estava certo em seus ideais de imortalidade, no entanto quando havia conseguido o que queria decidiu que não se envolveria com seres inferiores outra vez. E decidiu também que ninguém além dele mesmo e os seus não encontrariam a fonte vital, o segredo de suas vidas eternas.Ano após ano, centenário após centenário, ele e os seus ambulantes aeternam vigiaram aquele território e achavam que somente eles poderiam ser tão eternos como a deusa. Isso fora a 3000 anos atrás, quando os ca
Laifet era um jovem belo e energético, sempre ia à frente de tudo que sua tribo, os Lackan, faziam, principalmente na parte de movimento dos poderes, da magias de seu povo, que era passado de geração para geração e quando foi escolhido para ser o líder do terceiro grupo de caminhantes existente ele não esperava por menos que aquilo.Depois de um tempo que ele fora escolhido seus comportamentos foram mudando, aquele jovem que era muito aclamado pelas pessoas foi se tornando um homem arredio e desconfiado, ninguém sabia ao certo o motivo daquilo. Ninguém, exceto seus seguidores que já tinham um prelúdio das loucuras que Laifet era capaz.Eles começaram a perceber que alguma coisa estava estranha e muito errada quando Laifet foi contra
Yulla desembaraçava os cabelos com os dedos passando entre os fios molhados. Já estava vestida e tinha um aspecto razoavelmente bem. Cam estava ao seu lado e acabara de embainhar a espada no couro do lobo depois de conferira quando ouviu um zumbido que parecia se aproximar cada vez mais deles, quando ele viu o que era se jogou em cima de Yulla e a derrubou no chão bem a tempo de um raio vermelho passar em uma velocidade sobrenatural atrás deles.O ar saiu dos pulmões de Yulla por alguns segundos por conta do peso de Cam em cima dela. Ele a puxou para cima e gritou para que ela corresse. Mais e mais raios como aquele apareceram, os perseguindo incansavelmente, as árvores atrás deles começaram a pegar fogo.– O que está nos atacando? – Yulla gritou p
Gritos estrangulados ecoaram pelos corredores do castelo, ninguém a vista para saber do que se tratava. Várias pancadas também foram ouvidas e o baque surdo de corpos caindo no piso liso e frio. Ereshkigal andava debochadamente pelo corredor manchando-o com o sangue que estava impregnado em seus pés. Ela lambeu os dedos das mãos sujando seus lábios e penetrando
Sefiron se arrastou ao redor de uma pedra e escorregou em outra que estava cheia de musgo, sua mão ficou com um rasgo profundo e ele tentou cobrir com a outra tentando estancar o sangramento.Estava faminto, há dias que não se alimentava e chegar na margem daquele lago era um alivio incomensurável. Ele jogou um bocado de água, com gosto de sangue, na boca usando suas mãos em concha. Sua barba que antes era limpa estava desgrenhada e suja.Ele colocou mais água na garganta com sua sede ainda não acabada e de repente se viu chorando como uma criança assustada e perdida, o que bem poderia se verdade já que antes achava que tinha uma noção de direção, mas agora estava andando em uma direção que desconhecia. Parecia
Yulla não parava de se debater, não importava o quanto Cam e Rafahel tentasse segurar seus membros, ela sempre dava um jeito de se libertar e correr para fora do campo de visão deles, mas sempre era arrastada outra vez e jogada na maca improvisada que fizeram para ela. Seus gritos ecoavam por toda a floresta. E ela não parava de dizer a mesma coisa:– Gaia! Gaia! Gaia! – era sempre o mesmo nome.Seus olhos se reviravam e ela começava a escumar uma espuma amarelada. Seu corpo estava encharcado de suor, braços arranhados e coração prestes a explodir. Cam não sabia o que fazer, assim como os seus problemas corporais que começaram a surgir quando entrara nas terras sagradas ele não sabia como curá-la de alguma forma. Se sentia o ho