Em um ato de um grito em meio a toda aquela luz e dor, Laura quase não soube definir se estava mesmo viva ou morta.
Digo, ela tinha certeza de que não estava morta, mas não se sentiu muito viva com um punhal enfiado no corpo.
No mesmo segundo em que tudo aconteceu, Martina quis imediatamente voltar a forma humana e tomar Laura em seus braços, a puxando para um lugar seguro. No entanto, sabia que de nada ajudar naquele estado e sua única esperança era ser boa o bastante para acabar com aquela versão macabra da garota por quem teve uma grande atração por anos e que agora matava — apenas tentava matar, Martina colocou isso em sua cabeça, afinal, Laura tinha que viver — a dita como amor de sua vida.
Parecia até uma briga de novela da ex contra a atual, mas a verdade é que Martina era um tanto faz, apenas um meio para chegar em Laura.
E mesmo que tivesse optado por virar humana e salvar Laura, algo ainda mais estranho aconteceu quando a adaga foi cravada e
Nua. Era como se sua mente estivesse despida depois de todos os acontecimentos, se encontrando em sua forma mais pura. Laura ainda se sentia dormente e com um zumbido chato no ouvido quando recebeu alta, mas seu humor estava consideravelmente melhor do que tinha estado nos últimos anos, o que era uma surpresa boa. Já acostumados com o humor da adolescente que vinha se alterando desde a chegada de Martina em sua vida, a família Ortiz não sentiu tanta diferença quanto ela mesma sentia. Havia uma sensação de que vinte toneladas, no mínimo, haviam sido retiradas de cima de seus ombros, que vinha de toda a amargura e tristeza jogada contra Betanie durante sua libertação. Laura não sabia disso com certeza, mas já havia notado uma relação de seu estado antes e depois do acontecimento. Já em casa, foi recebida com vivas, flores e balões por suas amigas, que arriscaram o próprio pescoço pegando sua câmera emprestada para capturar o momento de sua chega
Sentindo-se flutuar com a leveza dos céus, Laura caminhou aquela noite em direção a sua casa assim que desceu do carro de Zuri e se despediu. Tinha em mãos algumas sacolas de roupas e no peito o bater emocionado de seu coração, em parte aliviado que toda a tensão tivesse sido arrancada de seu corpo, em parte saudoso do contato caloroso de Martina.E pensar na garota a fez sentir um clássico bater de asas de milhares de borboletas no estômago e seu rosto se alargar em um sorriso como se estivesse sendo iluminado por mil sóis. Laura não se lembrava de alguma vez ter sentido algo como isso ou mesmo próximo, mas sabia que era extraordinário.Entrou em casa e encontrou os pais e os irmãos assistindo televisão na sala, os quatro voltando seus olhares para ela assim que pôs os pés para dentro e a avaliação de seu estado era tamanha que sentiu as b
O avô de Laura foi embora após duas semanas de treinamento intenso. Tom achou adequado que passasse o que sabia adiante e então eles seguiriam sozinhos porque tinha sua própria vida para cuidar.Laura havia descoberto muito sobre a lua e sobre ela mesma.A começar por como era mexida por ela. Sua introspecção e calma na lua nova. Como tudo se tornava mais intenso na lua cheia. A divisão entre apatia, agressividade e confusão da lua minguante que era bem estranho e conturbado. E a porcaria da lua crescente que a fazia cair e se arrebentar mais que tudo.Assi, a lua nova foi realmente um bom período para aprender sobre si mesma e se descobrir. Algumas coisas pareciam bem irreais, como a bizarrice de mover as coisas com o poder da mente, e se não tivesse passado pela experiência de controlar a maré acharia que estavam inventando todas aquelas coisas, apesar de ainda estar um ta
Após o fim das aulas, Martina e Laura ainda gastaram seu tempo no treino de softball da segunda, momento em que a outra só podia pensar em como ela ficava quente praticando aquele exercício. Principalmente quando estava com o taco e acertava a bola. Os movimentos que fazia... Martina suspirava só em olhar. — E então? — perguntou Laura ao se juntar a ela após o treino — como acha que fui hoje? Martina mordeu o lábio, se aproximando e escorregando uma mão de sua cintura até a lateral de seu quadril. Queria apertar sua bunda que ficava ótima naquela roupa, mas não faria isso assim, daquela maneira, naquele local, então só voltou a mão para sua cintura e apertou, dando a ela um selinho. — Perfeita como sempre, Laurtiz — murmurou contra seus lábios. Laura soltou um risinho, mas não resistiu em passar os braços ao redor de seu pescoço e aprofundar o beijo. Se sentia um pouco estranha, mas estavam sozinhas, já que tinha sido a última a deixar
O dia de terça-feira amanheceu tão comum quanto qualquer outro dia. Havia aquela preguiça e frio de fim de ano que se aproximava, o que deixaria Laura completamente mal humorada se não fosse o fato de que teria um novo dia com Martina e suas amigas, se divertindo em meio a toda aquela loucura que era a construção de conhecimentos que deveria formar indivíduos cultos. Ficou tão feliz em ver a namorada, que não viu nada além dela ao chegar na escola e encontra-la a esperando no lugar de sempre, sentada sobre uma mesa de concreto em frente a construção. Caminhou a passos largos, vendo Martina olhar com os olhos apertados para algum lugar do lado esquerdo. — Ei, Marbs! — ela a cumprimentou com um sorriso, vendo-a retribuir no exato segundo que se aproximou. — Ei, baby — Laura revirou os olhos para o apelido — como está? — Estou bem, e você? — Vou ficar melhor depois do meu beijo de bom dia — Martina brincou, vendo Laura rir. — Você anda mu
Martina e Laura permaneceram sentadas uma ao lado da outra em silêncio pelo que pareceu uma eternidade. Havia muita coisa se passando por suas cabeças, inclusive a busca por um plano para o que fazer se tudo desse errado. Martina suspirou quando algo que não a agradava e com certeza não agradaria a Laura surgiu em sua mente. — Laura, eu sei que gosta de liberdade, eu também gosto, e sei que odeia toda essa coisa, mas eu acho melhor você não andar por aí sozinha — umedeceu os lábios, olhando uma Laura que não a olhava de volta — isso eu quero dizer na escola. Não queremos correr o risco dele se aproximar e começar essa coisa de te contaminar, certo? Laura não respondeu imediatamente. Não queria admitir que concordava e sentia-se ficando presa e acuada, mas tinha que confessar que estava com medo. O que tinham lido a amedrontou. Toda a ideia de não ter escolha e ser levada para a escuridão a assustava. Ela se lembrava perfeitamente de estar lá,
Considerando o visível risco, Clara e Gabriel chegaram ao acordo com as adolescentes que reforçariam as coisas em torno das duas e que Laura não deveria estar sozinha em hipóteses alguma dentro do racional. Gabriel estava visivelmente abalado sobre os acontecimentos, mas se manteve como se toda a tempestade emocional dentro dele tivesse passado, tentando agir do modo mais racional possível e usando a lógica. Talvez tivesse um pouco em comum com a filha quanto a fingir que nada estava acontecendo. Ele não havia encontrado ninguém em sua caçada. Ninguém lobo, ao menos. O que viu tinha sido muito pior. Ao se deitar com a mulher aquela noite, ele narrou para ela em murmúrios: — Ela estava ali, aquele mesmo vestido daquela noite completamente sujo de seu sangue. Estava destruída definitivamente, a marca em seu pulso... — fungou — e tinha o cheiro dele. — Oh, Gabe! — Eu jamais me esqueceria do cheiro dele — o homem continuou — ou de como ele vem cad
Como tudo estava? Depende. Considerando que ninguém havia sido morto ainda, as coisas estava bem. Porém, também considerando que ninguém havia sido morto ainda, as coisas estavam mal. Não conseguiram contar quantas fadas da noite haviam sido reunidas. Enquanto Martina lidava com dois lobos de poderes acumulados tomados de garotas inocentes, Laura e as meninas tentavam lidar com o resto da bagunça. Não tinha muito o que Zuri e Davine pudessem fazer. Piper nem ao menos tinha seu poder desenvolvido. Laura respirou fundo, tentando se lembrar de tudo o que havia aprendido. O ar. Não sabia se isso funcionaria, mas espalmou as mãos na direção daquelas criaturas e chamou pela visão que tinha com névoa a envolvendo. Quando chegou, imaginou que tornava o ar denso, impenetrável. Sua parede de vidro. — Eu preciso de vocês — sibilou Laura por cima dos cânticos, que haviam mudado, mas para algo pior ainda — não acho que consi