Capítulo 03

Alyssa

— O que você tá fazendo Aly? Não posso acreditar... você ficou louca? — Lea me pegou no flagra, estou com a página do site de fofocas aberta lendo sobre os Martinez.

— Não começa, você sabe dos meus motivos. — Resmungo e fecho a página.

— Aly não quero que se machuque, você não é uma investigadora ou da polícia, você pode acabar se dando mal. — Eu sei que ela está certa, mas não vou admitir isso, minha irmã foi assassinada, quero justiça!

— Lea não me olha assim, preciso saber a verdade... — Ela se aproxima um pouco mais de mim.

— Eu vi o que você fez, estou triste, irritada, você não é da polícia, para de agir como uma doida! — Não estou agindo como uma doida, ela exagerou agora.

— Não sei do que você tá falando. — Levanto do sofá, não quero ser criticada, preciso de apoio, não questionamentos da minha melhor amiga.

— Por que você nunca me ouve? Aly eu encontrei documentos falsos na sua cômoda, estou preocupada, você não era assim entende? Cadê a minha amiga? Eu quero ela de volta e não essa pessoa com sede de vingança. — Merda! Ela descobriu, ela quer me deixar mal.

— Você não devia mexer nas minhas coisas. — Estou irritada, ela é muito intrometida.

— Olha pra você Aly, está toda irritada nem consegue disfarçar, pra que esses documentos falsos? — O quê? Não acredito que ela pegou, ela tem que me devolver, Lea está segurando os documentos falsificados em mãos.

— Devolve! — Me aproximo dela.

— Não! Isso tem que ser rasgado e colocado no lixo! — Lea corre para o outro lado da sala quando tento pegar os documentos das mãos dela.

— Lea se você rasgar esses documentos faço novos, melhor você me devolver agora! — Começo ameaçá-la ela não pode rasgar, paguei muito caro por essas falsificações.

— O que você pretende Aly? Quer morrer como a Olivia? Eu não vou suportar te perder entende? Você é como uma irmã pra mim, não posso deixar que faça uma loucura. — Ela franze o cenho.

— Se acalma um pouco, não vou fazer nada demais está bem? Sim, fiz documentos falsos, Lea você tem que entender que preciso me aproximar daquela família, não posso usar meu verdadeiro nome, não é questão de vingança e sim de justiça! — Falo sendo sincera, preciso saber que monstro assassinou minha irmã.

— Que justiça Aly? Você nem tem certeza de nada, está obsessiva, sempre que falo coisas serias com você, você finge demência. — Minha amiga está me irritando já, não estou obsessiva, apenas quero saber a verdade.

— Vou conseguir provas, você vai ver como estou certa! — Ela revira os olhos, sinto vontade de rir, mas se eu ri agora ela pode até me bater.

— Aly isso é perigoso! Sei que não vai desistir dessa loucura até quebrar a cara, vou te devolver esses documentos, mas não conte comigo para suas loucuras! — Respiro aliviada, ela me entrega os documentos.

— Obrigada, não se preocupa tá? Vou ficar bem. — Abraço Lea.

— Impossível não me preocupar... — Ela faz careta.

— Não seja chata, cadê aquele sorriso lindo? — Começo a fazer cócegas nela.

— Ai, para, voc.. você tá me maltratando, alguém me socorre! TEM UMA LOUCA MORANDO COMIGO! — Ela berra alto, paro de fazer cócegas, ela é louca, mas amo ela por causa dessas loucuras.

— Não seja escandalosa! — Mostro a língua para ela.

— Você é uma bobona Aly, faz cada coisa sem noção.

— Eu né? Vou nem falar nada dona Lea! — Começo a gargalhar e ela também começa, estamos parecendo duas doidas.

— Aly não tinha um nome melhor não? Escolheu logo Melinda, Melinda parece nome de vaca!

— Ah para com isso! É um nome muito bonito, poxa! — Digo, enquanto faço careta olhando para ela. Escolhi o nome Melinda para minha documentação falsa porque sempre achei bonito esse nome.

— Mumu, vaca Melinda quer capim, mumu. — Gargalho alto ao ver ela imitando uma vaca.

— Lea melhor nem continuar ou vou acaba mijando nas calças, os vizinhos podem estar nos ouvindo e pensando tipo: Que loucas, duas adultas agindo como crianças.

— QUE OUÇAM, CONHEÇO UMA VAQUINHA MELINDA MUMU, MUMU! — Não acredito que essa doida acabou de berrar para todo mundo ouvir.

— Vamos jantar e para de me zoar. — Digo fazendo careta.

— Tudo bem, mas que o nome Melinda lembra vaca isso lembra mesmo.

— Vem chata. — Agarro o braço dela e vamos para cozinha.

Luke

Sinto-me preso nesse quarto, essa casa me sufoca, preciso sair e tomar uma bebida forte, aguentar as broncas do senhor certinho tem me enchido o saco! Pierre quer ser o pai que a gente não tem, mas esquece que o nosso pai tá bem vivo.

— Que se dane! - Murmuro, pego minha carteira e saio do quarto batendo a porta com força.

Vou em direção as escadas e vejo minha irmã Roxie.

— Vai sair Luke? - Ela pergunta.

— Não, me arrumei pra ir dormir! - Digo ironizando.

— Para de ser idiota garoto, só te fiz uma pergunta! - Ela cruza os braços.

Minha relação com a minha irmã tem altos e baixos, mas apesar dela ser terrivelmente irritante amo essa peste.

— Que ir comigo? Mas vou logo dizendo que só volto quando o dia estiver amanhecendo!

— Hum, deixa eu pensar um pouco... Claro que vou né seu bobo, vamos dar logo o fora daqui, antes que o Pierre nos encontre. - Isso mesmo maninha não tenha medo do senhor certinho!

— Verdade, vem, vamos em silêncio. - Seguro a mão da minha irmã e descemos as escadas, até agora a barra está limpa.

Estamos indo em direção a porta de saída, estou aliviado que ninguém nos viu até agora.

— Vocês pensam que vão onde? - Porra! O Pierre apareceu do nada, não imaginava que ele estaria do lado de fora da casa.

— Foi o Luke Pierre, juro que eu não queria, falei várias vezes que não ia sair, ele insistiu muito e tava me puxando pelo braço! - Roxie começa a me acusar, ela é muito mentirosa.

— Isso é mentira, ela veio porque quis! - Começo a fazer careta para Roxie, ela me mostra a língua.

— Voltem para dentro, vocês não vão sair! - Pierre cruza os braços e franze o cenho, ele não é o nosso pai, vou sair sim, sou maior de idade.

— Pierre você não é o nosso pai, nem o nosso pai diz nada, se Roxie ainda quiser ir, ela vai, se não quiser vou sozinho. - Digo já tentando passar por ele.

— LUKE! - Ele berra. — Já disse que não vai sair daqui! Não quero mais problemas das suas irresponsabilidades! Quer sair para arrumar mais confusão? Nem pensar! - Ele tá mesmo fazendo isso? Ergo minha sobrancelha direita enquanto o fito.

— Faço o que eu quiser! - Bato duas vezes no meu peito enquanto falo. — Quero ver você me impedir. - Empurro Pierre e passo por ele.

— NÃO ME VIRA AS COSTAS PIRRALHO! - Ele berra alto fazendo escândalo, o segurança está nos olhando de longe.

— PARA DE DAR SHOW PORRA! - Berro com ele e continuo andando e ele vem atrás.

— O QUE VOCÊ DISSE? - Ele berra, mas eu não olho para trás. — VOCÊ NÃO VAI SAIR DAQUI, ENTENDEU?- Pierre agarra meu braço o colocando atrás das minhas costas, ele tá me machucando.

— VOCÊ NÃO MANDA EM MIM PORRA! - Berro alto e começo a contorcer todo o meu corpo tentando me soltar, ele aperta mais ainda o meu braço, só consigo ouvir as gargalhas da peste da minha irmã.

— O que tá acontecendo aqui? Pierre solta o seu irmão! - Minha salvadora, ouço a voz da nossa mãe.

— Mãe esse irresponsável quer ir para farra e levar a Roxie com ele! Depois do último escândalo Luke não devia sair pelo menos por um mês. - Ele continua segurando meu braço por trás das minhas costas, não consigo ver nossa mãe.

— SOLTA O LUKE PIERRE! - Minha mãe berra. — O garoto só quer se divertir um pouco não tem nada demais, se a pequena Roxie quer ir também que vá! - Isso ai mãe põe o Pierre no lugar dele.

— Mãe a senhora vai deixar ele sair e levar a Roxie junto? Ele vai causar em algum lugar e nos trazer dor de cabeça! - Pierre é muito mentiroso! Não vou causar problema nenhum! A culpa é desses sites de fofoca, sou um santo, só tomo umas de vez em quando para aguentar essa família. Eles todos merecem sofrer como sofri, não importa a minha dor, todos eles são iguais, egoístas que só pensam em si mesmos, dane-se tudo isso! Vou beber mesmo e fazer o que bem quiser!

— PIERRE, SOLTA O SEU IRMÃO! - Mamãe grita, e eu não queria estar no lugar dele, como queria ver a cara dele agora, meu irmão sempre teve medo dos nossos pais.

— A senhora está criando cobras, não reclame depois. - Ele reclama e me empurra soltando o meu braço.

— NÃO ME VIRA AS COSTAS PIERRE! - Nossa mãe berra irritada, ele vira-se nos olhando, seguro o meu riso, ele está me fuzilando com o seu olhar de fúria.

— Vou pro meu quarto, não quero ver esse idiota fazendo babaquice. - Meu irmão diz em um tom de voz agressiva e vai embora com o rabinho entre as pernas.

— Você ainda vai Roxie? - Vejo minha irmã quieta no canto.

— Não sei do que você tá falando vou dormir... - Ela revira os olhos fingindo não saber do que estou falando, minha querida irmã pode enganar a todos com essa atuação de vítima, mas não me enganará jamais! Roxie é o diabo disfarçado de boa menina.

— Vou sozinho então! - Me aproximo da nossa mãe e beijo seu rosto, logo em seguida vou caminhando até a garagem, entro e olho para todos os carros, escolho um com um sorriso no rosto.

— Não vejo a hora de sair daqui! - Murmuro já pegando a chave do carro, as chaves ficam na parede da garagem, adentro o carro que escolhi e ligo o som.

Respiro fundo, toco no volante me sentindo orgulhoso, queria ver a cara do Pierre agora.

— Agora vai começar a minha noite. - Murmuro.

— A minha também! - Ouço uma voz, olho no retrovisor e não acredito no que estou vendo.

— PORRA PIERRE!- Berro assustado ao ver meu irmão sentado no banco do passageiro. — VAI ASSUSTAR O CÃO PORRA, SAI DO CARRO! - Que vontade que tô de chutar ele daqui!

— Não precisa esse escândalo todo maninho, vamos logo, você não quer tanto sair? Então eu vou junto!- Não, ele não vai! Saio do carro e abro a porta do passageiro.

— SAI PIERRE! - Grito e ele sorri de canto de boca, que desgraçado! — Nossa mãe me deixou sair, não falou nada pra você vir junto comigo, deixa de palhaçada porra! - Começo a puxá-lo e ele me chuta.

— Não adianta me puxar que eu não vou sair! - Tento puxá-lo um pouco mais, mas como ele é mais forte me puxa para dentro do carro.

— ME SOLTA PORRA! - Berro me debatendo.

— Se calma maninho, não estou querendo brigar, vamos logo que estou querendo curtir muitooo. - O desgraçado tá com ironia.

— NÃO VOU A LUGAR NENHUM COM VOCÊ PIERRE! - Grito saindo de dentro do carro e indo em direção a outro veículo, enquanto me distancio ouço Pierre gargalhar.

— Nem adianta tentar que está tudo trancado! - O Filho da puta com certeza, planejou tudo isso! Ele saiu do carro só para rir mais um pouco de mim! Sou um idiota, nem estranhei quando vi só 3 chaves na parede, ele planejou tudo desde o início, sabia muito bem qual carro escolheria.

— Ok, você venceu! - Digo fazendo cara de derrotado, pode rir de mim o quanto quiser irmão, mas você não vai comigo! Vou me aproximando dele, mas desviu o caminho indo em direção ao carro, e entro rapidamente e arranco com ele, vejo pelo retrovisor Pierre fazendo cara feia, começo a gargalhar dentro do carro, e ligo o som no último volume e sigo o meu caminho como o vitorioso que sou.

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