Depois daquele final de semana incrível, eu estava como a Lady Gaga, devastada, por ter que voltar a vida normal, passei meus dias todos atolada, entre estudar para o exame da Ordem e terminando a monografia da faculdade.Apesar de eu e Pedro estarmos muito próximos e nos vermos praticamente todos os dias, ele vinha mais no período da noite e dormíamos juntos, desde o começo não nos desgrudamos, mas eu realmente coloquei meu modo em foco durante aquela semana, para conseguir me organizar, ainda que já fosse quase final de semana novamente, por isso naquela noite, quando Pedro me convidou para ir ao Gaúcho, tive que usar de toda a minha força de vontade para recusar. Eu realmente queria muito vê-lo, mas era o meu futuro, a prova mais importante, precisava de foco, ele entendia e respeitava o momento. Já era quase 20 horas quando acabei de estudar as matérias do dia, enquanto organizava meus livros e anotações, vi que Fernanda havia me mandado uma mensagem para conversar
Pude sentir o sangue se esvaindo do meu rosto, quando Nicole me fez aquela pergunta. Ao chegar em sua casa, vi que não estava bem, havia chorado, e eu senti meu coração apertar, eu faria virar pó qualquer um que tivesse feito Nicole chorar, queria abraça-la e dizer que cuidaria dela e de qualquer problema que pudesse ter acontecido, o que não me ocorreu, ao vê-la tão triste, é que o motivo era eu. Não sabia nem por onde começar, como explicar que Vitória não era absolutamente ninguém, que nada se comparava ao que tínhamos, sua confiança em mim estava abalada, eu via em seus olhos, eu não podia colocar tudo a perder. Olhei em seus olhos, com toda a sinceridade que consegui, queria muito que ela pudesse sentir também.- Podemos nos sentar? Ela assentiu, estava calada, esperando meu próximo passo. Talvez eu estivesse tão acostumado com as brigas em minha casa, que o jeito manso de Nicole tenha me causado estranheza, ela não xingava, não gritava, ma
Os dias se seguiram quase que normalmente, continuei indo as aulas, e Pedro trabalhando, continuamos no vendo, ainda que aquela discussão tenha ficado para trás, e eu tenha escolhido dar uma chance ao Pedro, contra todas as probabilidades, por quem ele era comigo, por suas ações gritarem muito mais alto do que qualquer fofoca que eu já havia ouvido a seu respeito, tinha algo no ar, eu podia sentir, era como se tivesse uma nuvem pairando sobre nós, uma tensão. Não éramos assim, não somos assim, talvez seja coisa da minha cabeça, só precisamos de um pouco mais de tempo para que tudo volte aos trilhos. Pedro era uma ótima companhia, se fazia sempre presente, e era muito prestativo e paciente, quando por exemplo eu queria contar uma fofoca sobre as novas músicas da Taylor Swift. Naquela noite, quando ele passou para me pegar, disse que iriamos sair para jantar, fiquei pronta e esperando ansiosamente, coloquei um vestido preto midi, de alças, com um decote bobo, que
Talvez eu não tivesse percebido o que aquela situação com meu pai tinha causado, ou talvez, lá no fundo, mesmo percebendo, fiz o que eu sabia fazer, fiz o que tinha crescido vendo, fiz até por hábito, agi como meu pai, destratei Nicole sem motivo algum, e tudo que ela fez desde o momento que nos conhecemos foi ser gentil comigo, ser doce, e ser nada menos que perfeita, quando vi ela saindo do meu carro com os olhos marejados, percebi o merda que eu era. Não teve mais, nem meio mais, ela não quis me ouvir, não queria falar comigo, mal me olhou. Eu senti ciúmes, de absolutamente nada, senti ciúmes por ser ela, por ela existir, por poderem ver sua beleza a quilômetros de distância, senti ciúmes, porque não sou o bastante, senti ciúmes porque ela com certeza pode achar alguém melhor que eu, senti ciúmes porque eu já vi o que um casamento pode fazer com um casal, e eu não quero perde-la de jeito nenhum, e fiz tudo errado. Ela não tem culpa da minha criação, não tem
Quando Fer me chamou aquele dia para ir ao Gaúcho, eu disse não, mais de uma vez, é o que dizem, quando seu instinto sussurra, escute este caralho! Eu sabia que não devia ter ido, mas ela insistiu, que Pedro não parava de chorar as pitangas, que estava sofrendo e que precisávamos conversar. E eu, na minha ingenuidade pensei que faria uma surpresa para ele, poderíamos tomar um drink e relaxar um pouco, coisa que estávamos precisando, e depois conversaríamos para deixar aquilo para trás. HÁ, inocente. Mal coloquei meus pés no Gaúcho quando vi uma mulher pendurada no pescoço de Pedro, meu sangue ferveu, eu tive que me controlar para não fazer um barraco e sair gritando lá dentro, no melhor estilo esposa traída. Meu corpo criou raízes no chão, eu não conseguia me mexer, não sei o que estava esperando, se queria ver se eles se beijariam ou se ele se afastaria, mas ainda assim, aquele nível de intimidade, não seria uma colega sentindo o perfume dele.
Com Nicole em meus braços, dormindo tão tranquilamente, e depois de termos sobrevivido aquela discussão, não tive coragem de jogar outra bomba, conversaria com ela no momento certo, esclareceríamos tudo e seguiríamos em frente. O problema, é que parece que a hora certa não chegava nunca, tentei puxar o assunto novamente com ela, mas ela estava muito preocupada com as questões da faculdade e exame de ordem chegando, acabei perdendo a coragem, e a cada dia que passava aquilo me deixava mais afoito. Em casa eu e meu pai tratamos de nos evitar, minha mãe percebeu a movimentação, mas não se meteu, ela gostou de Nicole e só me perguntou quando levaria a moça lá novamente, pedindo para chama-la para tomar um café, convenientemente em horários que meu pai não estaria em casa. Outra coisa que ficou clara, é que minha mãe, apesar de não se meter, havia tomado meu partido naquilo, ela não conversou sobre, mas estava mais ríspida com meu pai, talvez quando aquele tratament
Passamos aquelas semanas em tanta paz, que me senti quase como naqueles momentos onde a calmaria vem antes de tempestade. Pedro queria me falar alguma coisa, mas não conseguia, não sei se era algo realmente grave ou se ele só não estava pronto para tocar no assunto, e no meio de tantas coisas da faculdade, também não insisti. Estava em casa com a Mari, que andava mais desanimada, e eu tinha absoluta certeza que isso tinha alguma coisa a ver com Lucas.- Você sabe que eu to quase ouvindo seus pensamentos daqui né? Segurei o riso.- Desculpa Mari, mas, você sabe que se quiser conversar, estou aqui, não importa dia nem hora.- Eu sei Nic, sei mesmo – disse segurando minha mão – eu só... Acho que nem sei direito o que está acontecendo, eu e o Lucas estamos juntos a tanto tempo, que acho que nem percebi quando nos tornamos pessoas diferentes- Vocês conversaram?- Sim, mas não conseguimos chegar a um consenso sabe, ao mesmo tempo que não quero impor nada, parece que
Depois de desabafar com Guilherme, passamos um tempo tomando uma cerveja e assistindo ao jogo, como Nicole ficou de me avisar quando tivessem terminado de estudar, não percebi quando peguei no sono no sofá do meu amigo, acordando no dia seguinte, sem entender nada, demorando um segundo para entender onde eu estava. Peguei no celular e vi as ligações perdidas de Nicole, merda, que mancada ter furado com ela, logo agora que estava pronto para abrir o jogo.Pedro Lima: Linda, peguei no sono aqui na casa do Gui, desculpa, acabei de acordar Minutos se passaram enquanto eu encarava a tela do celular, sem resposta, arrisquei:Pedro Lima: Ei, desculpa mesmo, vou te compensar, prometoNicole B: Quando puder, vem me ver Engraçado que conforme vamos conhecendo alguém, sabemos até os trejeitos da pessoa, e eu sabia que ela estava chateada e não queria conversa pelo telefone. Nicole dificilmente era uma pessoa que perdia a calma, e olha, ela já teve motivos, e, apes