Duncan olhou para seu filho com um misto de gratidão e determinação, diminuindo a distância que os separava. Bastien respondeu ao gesto de seu pai com um abraço caloroso, transmitindo apoio e confiança.— Vou trazê-la de volta — disse Duncan com uma voz firme, sua promessa ecoando com determinação.Bastien, antes de soltá-lo, sussurrou com voz emocionada:— Volte para nós também.Duncan assentiu, compreendendo a importância dessa promessa mútua, e seguiu pelo corredor em direção ao exterior. Seu carro aguardava, e naquele momento, dispensou seu motorista. Ele queria dirigir até o aeroporto, sentir o volante em suas mãos enquanto traçava seu caminho em direção a Tóquio.Os homens de Duncan estavam prontos, em outros carros logo atrás dele, preparados para segui-lo em sua missão de resgate. Ele sentiu o motor ronronar suavemente à vida e, com um giro na ignição, partiu com determinação.Duncan havia antecipado a situação e já tinha um voo reservado para Tóquio. Seu coração batia forte d
Quando o avião finalmente pousou, Rosalie sentiu o peso da incerteza em seus ombros. Estava agora em um país estrangeiro, distante de sua terra natal, e não tinha certeza se Duncan havia conseguido rastrear o trajeto do avião. A sensação de desamparo a consumia, e ela se perguntava o que Victor planejava para o seu destino.Louie, o cúmplice sombrio que a havia arrastado para todo esse pesadelo, segurou-a pelo braço, um lembrete contínuo da violência que pairava sobre ela. A imagem do tiro ecoando na aeronave e da mulher caindo inerte permanecia vívida em sua mente. Aquela mulher havia pago o preço final por estar conectada a Rosalie, e essa responsabilidade pesava sobre seus ombros.Com um vislumbre de esperança, Rosalie olhou para o local de desembarque, considerando a possibilidade de enviar um sinal de socorro para qualquer pessoa que pudesse ajudá-la. No entanto, antes que ela pudesse sequer formular uma estratégia, Victor se colocou diante dela, segurando-a pelo queixo com uma f
Victor encarou a mulher diante dele com um misto de curiosidade e desdém. A última vez que a tinha visto, ela estava presa, inerte em uma cama, incapaz de oferecer qualquer resistência. Agora, aqui estava ela, de pé, determinada a escapar de seu alcance. Victor estava de pé em frente a uma pequena mesinha, servindo-se de uma taça de vinho, quando a mulher o surpreendeu ao entrar sem cerimônias em seu quarto.Com tranquilidade, ele continuou a verter o líquido rubro em seu copo, ergueu-o aos lábios e bebeu, apreciando a sensação do vinho a deslizar por sua garganta.— Não posso dizer que estou surpreso de ver você aqui. Louie é notoriamente incompetente quando se trata de você — Victor proferiu com um toque de cinismo. Rosalie, por sua vez, manteve-se altiva, não cedendo à pressão que a situação impunha.— Qual é o propósito por trás do seu sequestro? Afinal, que utilidade posso ter para você agora? Duncan vai perseguir você até os confins da terra para me resgatar.Um sorriso de escár
Rosalie foi arrastada com brutalidade para um quarto que mais parecia uma prisão, onde um vai e vem constante de mulheres entravam e saíam, como se estivessem participando de um sinistro ritual. O ambiente, apesar de espaçoso, transmitia uma sensação de opressão. As paredes claras, embora belas, pareciam se fechar sobre ela, tornando o espaço ainda mais claustrofóbico. No centro do quarto, uma majestosa cama de dossel dominava a cena, e um espelho grande e luxuoso, refletindo a agonia nos olhos de Rosalie, adornava uma das paredes.No canto do quarto, estrategicamente posicionado como um troféu sinistro, encontrava-se um longo vestido de noiva, uma obra-prima de seda pura. O busto do vestido era esculpido com precisão, um corte reto que se desdobrava elegantemente em uma cauda longa, que fluía como um rio de cetim.Rosalie não precisava de explicações para compreender o que estava acontecendo com ela naquele momento angustiante.Enquanto uma das mulheres, com mãos ágeis e impiedosas,
O olhar de Duncan estava vermelho, e seu corpo estava cheio de adrenalina quando o corpo inerte do homem caiu ruidosamente no chão, inundando-o com um alívio profundo. Finalmente, o homem que havia orquestrado sua morte estava agora sem vida, seu plano nefasto completamente frustrado. No entanto, essa vitória amarga era obscurecida pela angústia que sentia pela incerteza do paradeiro de Rosalie.A notícia de que ela não estava mais presente na casa de Victor o dilacerou, mas Duncan não estava disposto a se render à desesperança. O som distante de tiros ecoou mais uma vez, proveniente do térreo, indicando que os homens leais a Victor ainda resistiam, como obstáculos persistentes em seu caminho. Determinado a resgatar sua amada, ele se virou e saiu pelo corredor, acompanhado por seus leais companheiros. Duncan mantinha sua arma firmemente em mãos, pronto para enfrentar qualquer obstáculo em seu caminho.Ao chegarem à metade do corredor, foram surpreendidos por homens leais a Victor, e o
Rosalie viu tudo ao seu redor acontecer tão lentamente que, por um momento, ela acreditou que era ela a levar o tiro. A cena se desenrolou diante de seus olhos como um filme em câmera lenta, e a sensação de iminente despedida pairou no ar.Era ela a partir daquele mundo, e tudo em que conseguiu pensar foi que era justo que sua última visão fosse o rosto do homem que amava com tanta força. Seu coração parecia congelado em seu peito enquanto enfrentava o que parecia ser o fim iminente. Ela só lamentou não poder ver o rosto das crianças uma última vez, mas naquelas circunstâncias, era uma dádiva que eles não estivessem ali, poupando-os dessa cena de violência e perigo.Então, ela caiu para trás, seu corpo sendo puxado por Louie, e ambos bateram com força contra o chão frio e duro. A dor de seu impacto foi como um choque em seu corpo, mas a adrenalina ainda bombeava forte em suas veias.Rosalie ainda sentia as mãos de Louie sobre ela, sua presença dominando seu campo de visão, e apenas qu
Ele podia perceber no olhar de Rosalie uma mistura de emoções, incluindo trauma e arrependimento, e entendia que as cicatrizes emocionais do que havia acontecido eram profundas. No entanto, ele não se permitia sentir arrependimento por suas escolhas, pois elas os haviam conduzido até aquele momento crucial em suas vidas.Observou atentamente quando Rosalie desviou o olhar para suas próprias mãos, como se evitasse encará-lo diretamente. Era nesse gesto que ele reconhecia um sinal de que ela estava lidando com questões internas, questões que haviam surgido desde que ele tomara decisões que jamais imaginara tomar.Havia uma escuridão que se infiltrara em sua alma, algo que ele enfrentara ao longo de uma jornada tortuosa e cheia de perigos. Ele se sentia como alguém navegando em um mar negro, lutando contra criaturas aterradoras e monstruosas, e agora compreendia que, de certa forma, havia se transformado em uma delas. As escolhas que fizera haviam cobrado seu preço, e ele não podia volta
Naquele momento terrível, Duncan experimentou uma dor alucinante, uma agonia que parecia transcender os limites da própria compreensão humana. O impacto brutal contra a parede foi como uma avalanche de sofrimento, uma força devastadora que lhe roubou o fôlego instantaneamente. Mesmo que seus pulmões se debatessem em busca de ar, a respiração lhe foi negada, afogando-o em um silêncio angustiante.Todavia, em meio ao mar agitado de sensações avassaladoras, seu único pensamento persistente era o vazio angustiante de suas mãos.Em sua mente, ele revivia o momento em que desesperadamente tentara erguê-las na direção de Rose, uma tentativa desesperada de protegê-la, de assumir parte do impacto da explosão iminente e da parede que se aproximava perigosamente. Mas o destino, caprichoso e implacável, o lançou em direção à parede em uma fração de segundo, separando-o da mulher que amava. Enquanto sua visão turvava e o mundo girava ao seu redor, a única imagem que lhe restou foi a de suas mãos,