Sebastian
Coloco dois dedos no espaço entre meus olhos, massageando a minha pele. Continuo tentando entender o que está acontecendo. Leucemia é um dos últimos diagnósticos que pensei que daria. O exame final ainda não saiu, mas pelo que tudo indica é isso mesmo que está em minha filha.
Eu não sei porque isso está acontecendo justamente agora. Parece que Soraya trouxe todos os males com ela, e isso respingou em minha filha. Com certeza isso é culpa daquela mulher. Fecho os punhos. Se ela não tivesse retornado em nosso caminho, nada disso estaria acontecendo.
As mãos delicadas de Diana, massageiam as minhas costas. Relaxo, deixando a tensão de todo um dia estressante,
Soraya- Então. Por que você resolveu trabalhar de limpeza em minha lanchonete? O mundo está disposto a te dar várias oportunidades, bem melhores do que essa. Bem melhores do que lavar pratos e limpar banheiros.Seguro-me para não rolar os olhos. Diogo é encantador, um verdadeiro galanteador de novela. Ele está mais de meia-hora tentando me fazer desistir desse emprego, e eu não consigo entender o que quer com isso.- Diogo, pela terceira vez, eu não vou trabalhar com você em seu escritório de advocacia. Ser sua secretária, seria ótimo para mim, mas eu quero começar com o emprego que eu mesma consegui, não porque você me colocou no cargo.- Por que isso? - ele arqueia uma sobrancelha. - Daria no mesmo.- As pessoas já acham que eu continuo sendo a mesma golpista de antes. Se me verem junto a você, trabalhando ao seu lado, claramente entenderão que eu estou mentindo quando falo que quero meus filhos de volta. Obviamente também não vai soar bem para o juiz eu estar no mesmo local de um
— Soraya. - Geane arqueia uma sobrancelha como se fosse surpresa ter me visto. — Bem que me disseram que você estava trabalhando na limpeza. Está gostando do trabalho?A forma com que ela dissertava, estava repleta de maldade, soberba, esbanjando a verdadeira pessoa que ela é. Por incrível que pareça, Diana, que antes me olhava por cima de seu nariz empinado, agachou minimamente para poder me ajudar a levantar.— Obrigada. - desconfiada, agradeci a ela. Já em pé, encarei minha ex-sogra. — consegui esse trabalho graças a Deus. É de limpeza, sim, mas eu não tenho do que reclamar, está pagando as minhas contas e me ajudando em meu objetivo.— E qual seria o seu objetivo
O dia do baile havia chego. Ao ler o convite, me coloquei surpresa por tudo o que havia de acontecer no evento. Eles pediram para que as mulheres fossem no mesmo padrão de tons de roupas, e acessórios, isso incluía um turbante e uma máscara que veio em uma caixa para presente. Preto era a escolha da vez. No mesmo momento imaginei um vestido belíssimo que havia trago de Miami.Ele possuía um decote em v, abraçando lindamente o meu colo, sua extensão era colada, evidenciando as minhas curvas, e havia uma fenda um pouco provocativa. Ingrid gritou impactada com o traje, o que me fez levantar dois dedos ao ouvido.— Eu não acredito que você foi convidada para o maior baile de todos os tempos! Além disso, foi simplesmente chamada por Diogo Valadares,
O ar faltou. Nossos olhos se encararam com um misto de sentimentos inexplicáveis. Enquanto a melodia da música, se tornava grave, nossos pés acompanhavam em passos duros. Surpreendentemente, enquanto os outros parceiros trocavam de dupla, permanecemos ali, com as mãos unidas olhando ferozmente um para o outro.Não era uma valsa de dois apaixonados, mas sim, de um pai e uma mãe, que estão em conflitos, buscando o melhor para seus filhos. Ele não quer que eu tenha convívio com as crianças e eu desprezo totalmente as suas razões.O aperto de nossas mãos, não estava ligado ao exercer uma dança leve, pelo contrário. A pegada era forte, com a intenção de machucar reciprocamente, e talvez isso refletia o que se passava em nosso interior. Até que chegou em um momento que nos soltamos. Não sabia ao certo quem deu a iniciativa. O principal era que agora estávamos afastados.— Onde você estava? - Diogo perguntou assim que retornei para os seus braços. Ao invés de continuar com as mãos encostadas
SebástianQuando eu percebi que Diana estava indo em direção ao palco, caminhei rapidamente até um dos organizadores a fim de participar do leilão. Ela havia se inscrito, sem eu saber. Balanço a cabeça. Minha mulher e seu jeito doce de querer me irritar. Ela sabia que eu não iria permitir que outro conseguisse capturá-la, então iniciou esse jogo comigo. Acredito que ela queira chamar minha atenção de qualquer forma.Estava um tão ansioso para chegar a sua vez. Como eu havia me distraído por um instante, todas já estavam ao palco. Para que não houvesse confusão, ergui o meu olhar para o vestido que ela usava, logo a encontrei. Não me interessava olhar as outras, mas sim a minha mulher. A pessoa que quero passar o resto da minha vida ao lado. Sorri com o pensamento.Ela estava lindíssima, posicionada, esperando ser chamada. Era engraçado o seu jeito tímido, se destacava entre as demais. Suas curvas estavam mais acentuadas, o que me fez reparar que ela estava mais bonita do que antes. Com
— Como você pôde? - alarmado, agachei, reunindo os meus pertences. — Se disfarçando com as roupas de Diana, com o intuito de ter uma noite comigo? A que ponto você chegou Soraya. — Acha mesmo que eu faria isso? Você não é tão importante assim Sebastián. Coloco a gravata. Não sei se o nó está torto ou não, é o melhor que pude fazer. Sento na ponta do colchão, me equilibrando a fim de colocar os sapatos. Somente com a possibilidade de Diana descobrir, os cabelos da minha nuca já se arrepiam. — Quantas vezes eu pedi para que você se afastasse de mim, e não me obedeceu? Você é como estorvo em minha vida. - levanto, e encaro seus olhos. — Quanto mais eu te empurro para longe, mais você volta para me atormentar. Estou cansado de sua perseguição! — Eu não quero perseguir você nem a sua família. Quem eu busco são os meus filhos. O meu direito de ser mãe! — Você perdeu o seu direito quando os abandonou. Se lembra disso? Caminho até o espelho mais próximo. Tomo um susto quando vejo os lábi
— Não está acontecendo nada aqui.Rapidamente a segurei pelo braço, e com passos pesados caminhei para fora do evento. As pessoas nos olhavam, curiosas para saber o que havia acontecido. Fofoqueiros! Abutres! Ficam esperando as pessoas terem atritos para fotografar. Tenho nojo disso.Longe deles, encosto ao carro e abro a porta para Diana entrar.— Entre. - ela me responde com um sonoro "não" — Estou sem paciência, Diana. Entre logo nesse carro.— Não sem antes escutar as suas explicações sobre o que aconteceu naquele quarto.— Diana...— Responda.— Porra Diana! Eu já disse para você entrar no carro! Já tive um dia estressante, então, não teste minha paciência! - contrariada, ela entra. Não queria ter que intimidá-la com voz autoritária, infelizmente foi preciso.Com a face emburrada, permanecemos o trajeto todo sem emitir uma palavra. Imaginei que em sua cabeça se passava centenas de perguntas em relação ao que havia ocorrido naquele quarto, estando no mesmo ambiente de minha ex-mulh
— Bom dia, turma. Eu fico muito feliz que todos tiraram uma excelente nota em nossa prova de matemática. Vejo que estudaram em casa. - a professora sorriu. — É excelente saber que os pais estão contribuindo para a evolução de vocês, por isso, vou passar uma redação valendo nota, cujo tema será: "Porque eu amo minha família? "Selene revirou os olhos. Ela dispensava qualquer trabalho que fosse relacionado a sua família. Sabia que sua mãe biológica estava viva, e que não queria saber dos filhos. Geane havia envenenado a cabeça da criança com palavras de insultos a Soraya, fazendo a pequena Selene acreditar que sua mãe era a pior pessoa do mundo, que detestava os filhos e que não os queria.Ao tomar consciência disso, Selene chorava sozinha trancada ao quarto. Ela se sentia a pior das crianças, pois sua mãe não quis ficar com ela. Aos poucos, Diana foi ganhando espaço, e conquistando o coração da menina, então Selene pode ver a mãe refletida no coração de Diana. Ela era a sua verdadeira m