Na manhã seguinte, como combinado, Emma estava pronta à primeira luz do Sol. Sentada com sua avó na cozinha, enquanto tomava uma xícara de chá com biscoitos, esperava por Ethan. Ela não imaginava que a presença de alguém a faria tão bem, principalmente nesse momento que estava vivendo.Sua vó estava tentando conversar com ela já havia um tempo, mas ela mal ouvia a voz da avó. Havia muito em que pensar: Na noite agradável e divertida que ela não tinha havia muito tempo, no quanto sorriu com Ethan, na conversa fácil que tivera com ele e em todas as coisas que foram ditas naquela noite.Mas havia mais uma questão que estava tirando sua atenção: o espelho. Ela pôde jurar que viu a mudança na expressão do pai quando ela imaginou o quão bom seria se ela o visse antes de partir para o castelo. Só o fato de o espelho ter mostrado a imagem do seu pai que estava bem distante naquele momento, já era impressionante, mas com tudo que tem acontecido ela não duvidou dos poderes mágicos do espelho.E
Arion e os outros estavam posicionados em frente ao castelo, se preparando para a próxima fase do plano. Os garotos já deveriam ter chegado ao templo e poderiam já estar a caminho, então eles tinham que seguir logo.— Então. Quem fica aqui e quem vai? - Arion perguntou— Só é necessário um para lançar a flecha em chamas. Talvez dois para que ninguém fique sozinho. Quanto mais de nós entrar melhor. - Respondeu Marco.— Eu fico e Julian pode ficar comigo! - Ísis falou. - Ele pode ficar observando os garotos se aproximarem enquanto eu preparo as flechas.— Por mim... - Julian deu de ombros.— Então o restante vai entrar comigo, certo? - Arion perguntou olhando para todos, que deram um passo a frente. - Ótimo! vamos! - Arion se colocou a frente com Heron ao seu lado. Marco e Azaff estavam a sua direita e Argos e Althaia a sua esquerda.Eles começaram a correr em direção ao castelo com as armas levantadas. Atacaram os guardas que ficavam nos portões, mas logo havia mais soldados chegando.
Arion abriu os olhos e logo reconheceu onde estava. Seus braços estavam presos para cima e ele estava sentado no chão frio de pedra. Uma tocha queimava próximo a ele, permitindo que visse seus amigos algemados da mesma forma que ele ao longo da cela fria. À sua frente estava a parede de pedra que bloqueava a passagem por onde um dia ele, Emma e os outros passaram. Isso significava que ele estava no nível mais baixo do castelo.A grade da cela não estava fechada. Ele não entendia o porquê. Talvez fosse uma armadilha para Emma ou talvez estavam tão confiantes nas correntes que acharam desnecessário fechar a cela. E de fato, não havia forma de se soltar daquelas correntes pesadas, as algemas já estavam esfolando o pulso sem fazer muito esforço, por tanto, achou desnecessário gastar mais energia com aquilo. Do seu lado direito, Julian, Yanni, Ísis, Marcus, Althaia e Heron estavam desacordados, assim como Azaff, Marco e Argos à sua esquerda.Ele lembrou das últimas coisas que aconteceram:
Arion abriu os olhos de repente. Ele estava sonolento, mas a voz de Emma o despertou. O rapaz ouviu claramente a sua voz. " Estou indo" ela dizia. Ele não sabia se estava delirando, tendo alucinações, se eles talvez estivessem sendo envenenados e isso seria o efeito. Mas algo lhe dizia que não era alucinação. Uma mistura de sentimentos o invadiu: medo, alegria, preocupação e esperança. Ele olhou para os outros, não sabia se era só ele que havia escutado a voz de Emma. Ísis parecia acordada, mas estava pensativa.— Hei... Ísis! Está bem?— Olha pra mim e me diz você! - Ela mandou um olhar que fez Arion estremecer.— Ouviu alguma coisa? - Arion continuou.— Ouvi o quê?— Qualquer coisa.... diferente!— Não... só o seu ronco! Fico feliz que acordou!Arion decidiu parar de insistir. Ela não tinha ouvido nada, se tivesse teria entendido sua pergunta. Os outros também pareciam não ter escutado nada. Julian tinha um olhar distante e os outros estavam adormecidos. Arion alimentou as esperança
Quando Emma despertou, ela estava deitada sobre a mesma mesa de pedra que esteve da última vez. Mas agora, ela não estava presa. Estranhou esse fato e se levantou lentamente, caminhou com cuidado analisando cada canto a procura de uma armadilha. Uma tocha brilhava em um canto e ela a pegou. Segurando firme a tocha em sua mão, caminhou até as escadas, até então ela não viu nada. Começou a subir lentamente, tentando ouvir qualquer coisa, mas tudo estava no maior silêncio possível. Em determinada altura, se lembrou de seus amigos presos e voltou pelas escadas. Desceu correndo, indo em direção a cela que estava vazia quando ela a alcançou.Lembrando-se do espelho, levou a mão ao cinto, mas um som lhe chamou a atenção. Ela voltou para a sala anterior e suas armas estavam dispostas sobre a mesa em que ela estava deitada minutos atrás. A jovem olhou em volta e não havia nenhum vestígio de quem colocou as armas lá. Todas as suas armas. As facas e as adagas que ela havia deixado da última vez
Julian não entendeu o que estava acontecendo. Emma tinha sido atacada diante de seus olhos e agora estava caída no chão. Ethan estava quase desmaiado de exaustão. Sangue escorria da lateral de sua cabeça pelo rosto e pescoço. Tudo que ele ouviu foi a risada sarcástica da criatura de vermelho, e então ele estava sendo arrastado para fora da cela.O rapaz também viu Ethan ser levado. Antes de atingirem as escadas, Julian sentiu que um tecido envolvia o seu rosto e ele não conseguia ver nada a sua frente, pois havia sido vendado. As mãos agora estavam presas para trás. E ele estava sendo empurrado, primeiro escada a cima depois em um piso plano e então escada a baixo. Mais alguns passos e ele foi empurrado para dentro de uma carruagem.O jovem podia sentir cada pedra e buraco que a carroça passava. Seu corpo mal posicionado batia nas laterais da carruagem. Ele tinha certeza que morreria. Estava sendo levado para a morte. Depois de um tempo de viagem, seus ombros e joelhos doíam devido as
Ethan sentiu a presença de alguém em suas costas. Não sabia onde estava e não conseguia mover seu corpo, e ainda estava vendado. Começou a balançar a cabeça numa tentativa de retirar a venda de seus olhos, mas a voz de Emma lhe tranquilizou. Ela estava ali e iria fazer o que pudesse para libertá-lo.O jovem apenas não compreendeu o que ela quis dizer. Por que ela saiu correndo e nem esperou que ele falasse qualquer coisa? Mas não importava. Aquela presença, mesmo que por pouco tempo, lhe fez bem. O tranquilizou. Momentos depois quando achou que estava sozinho novamente, ouviu passos e soube que não era ela. Os passos eram mais pesados e arrastados, e estavam cada vez mais próximos. Odiou aquela venda mais uma vez. — Como está, rapaz?- A voz do homem não soou ameaçadora, mas não a reconheceu.— Quem está aí? - ele perguntou.— Meu nome é Hedi. Sou o pai de Emma!— Ah... - Foi tudo que ele conseguiu responder no momento. Um tempo depois ele continuou. - Emma está bem? Por que o senhor
— Julian... - Ela chamou. - Está me ouvindo?— Emma, meu amor? - Ele girou a cabeça. Ele também estava vendado e não podia vê-la. — Sou eu. Mas por favor, não me chame mais assim! - Ela se afastou.Pegou o espelho, respirou fundo e pediu que o espelho lhe mostrasse seu pai. Ela o viu dormindo. — Pai! - Ela chamou, mas ele não acordou. - PAI! - Ela chamou mais alto e mandou um sentimento de urgência. Ele abriu os olhos, mas parecia confuso. — O espelho! - Ela disse. - O espelho! Ele olhou em volta procurando algo, provavelmente a voz que ouvira em sua mente. Ele pareceu lembrar e pegou o espelho. Pouco tempo depois ela ouviu a voz de seu pai como um sussurro:— Está bem? Olhando para o espelho confirmou com a cabeça. A jovem passou o plano com o pai por um o tempo: o homem deveria pedir para ver Julian e Emma. Ela deveria pedir para ver Ethan e seu pai. Se a magia dispararia a armadilha no momento em que um deles fosse salvo, então ela iria se certificar de que seu pai e ela resga