21-09- Quinta-feira
Após o encontro com Murilo, tomei um banho rápido para tentar acalmar meus nervos e me preparei para mais um dia de trabalho.
Era uma luta constante encontrar a motivação necessária para enfrentar tudo o que vinha se acumulando.
No caminho para a empresa, recebi uma ligação de Adriely, que toda empolgada me disse que viria dia 02 de outubro para poder ver algumas coisas sobre o seu casamento e iria me visitar.
Senti um sorriso involuntário se formar em meu rosto, animada com a perspectiva de passar algum tempo com minha amiga.
Ao chegar na empresa, decidi focar em me
Eu estava exausta quando cheguei em casa, esperando apenas um momento de paz depois de um dia tumultuado no hospital.Mas, ao descer as escadas, me deparei com Murilo parado na sala, sua expressão carregada de raiva. Meu coração deu um salto em meu peito, sabendo que não seria uma conversa fácil.Sem querer discutir, passei por ele na tentativa de ir direto para a cozinha, mas Murilo segurou em meu braço, forçando-me a ficar na sala.一 Onde você estava?Encarei seus olhos, que representavam bem a raiva em sua voz. Puxei meu braço do seu aparto e dei alguns passos para trás.
Estava no elevador quando ele parou em um andar e Murilo entrou. Senti-me um pouco reprimida, mas tentei disfarçar. Enquanto o elevador descia lentamente para o estacionamento, eu me vi presa em um espaço confinado com ele.A tensão no ar era palpável, e eu podia sentir seu olhar sobre mim, mesmo sem encará-lo diretamente.Observando-o pelo reflexo do espelho, notei as mudanças em seu semblante. Seu rosto parecia mais magro, os traços tensos, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros. Apesar de tudo, não pude deixar de reconhecer sua beleza, mesmo diante das circunstâncias turbulentas que nos cercavam.Nossos olhares se encontraram brevemente no espelho, mas nenhum de nós disse uma palavra.<
Eu me despeço de Lívia com um abraço caloroso, agradecendo-a pela noite agradável. Ao descer os degraus e abrir o pequeno portão, sou recebida por Murilo, cujo olhar furioso me atinge como uma flecha.Seus olhos, faiscando de raiva, escrutinam cada detalhe do meu rosto antes de se fixarem na casa acima de nós. De volta para mim, ele lança suas palavras carregadas de veneno.一 É aqui que o seu amante mora, não é? Nesse fim de mundo?Meu coração dispara e meu estômago se contorce diante da sua acusação injusta.一 Murilo, não é o que você está pensando. - eu
Quando abri os olhos, tudo era um borrão, uma mistura turva de luz e sombra. Mas logo, a figura de Murilo se materializou diante de mim, sua expressão carregada de preocupação e medo. Eu tossi violentamente, expelindo a água salgada que havia invadido meus pulmões, lutando para recuperar o fôlego.一 Erica… - Sua voz soava distante, cheia de temor. Ele me envolveu em seus braços, segurando-me com força, como se temesse que eu desaparecesse novamente nas profundezas do mar. 一 Não posso... não posso perdê-la, não de novo...Suas palavras, carregadas de medo e desespero, cortaram-me profundamente. Eu sentia o tremor em sua voz, a intensidade de suas emoções transparecendo em cada palavra.
Ao chegarmos em casa, o clima já estava tenso o suficiente para cortar com uma faca. Antes mesmo de darmos um passo para fora do carro, o celular de Murilo tocou, e o nome de Estela piscou na tela. Eu senti meu coração afundar. Bufei, contendo a raiva que borbulhava dentro de mim, e saí do carro, batendo a porta com mais força do que o necessário. Cada toque do telefone parecia ecoar como uma acusação silenciosa, alimentando a frustração que crescia dentro de mim.Antes mesmo de eu abrir a porta da sala, ouvi o seu carro sendo ligado novamente e Murilo sair do estacionamento. Minha raiva atingiu um novo pico. Ele voltou para ela mesmo dizendo que não iria. Suspirei, sentindo-me abandonada e frustrada, mas decidi não deixar essa situação me derrubar. Em vez disso, subi as escadas e fui direto para o banheiro, onde me permiti um momento de calma em um banho quente. O vapor envolveu meu corpo, dissipando um pouco da tensão que se acumulava dentro de mim. Enquanto a água quente do
02-10 sexta-feira.A espera no aeroporto parecia interminável. Eu andava de um lado para o outro na área de desembarque, ansiosa para ver minha amiga. Finalmente, avistei-a saindo pelo portão de desembarque, com um sorriso radiante no rosto.一 Adriely! - chamei, correndo na direção dela.Ela virou-se na minha direção, seus olhos se iluminaram ao me ver. Corremos uma para a outra e nos abraçamos com força, como se o tempo que estivemos separadas tivesse sido uma eternidade.一 Erica, como eu senti sua falta! - Adriely disse, apertando-me com carinho.一 Eu também senti sua falta, amiga. - respondi, segurando suas mãos enquanto nos afastamos o suficiente para nos olharmos nos olhos. 一 Como foi sua viagem?Adriely suspirou, parecendo cansada, mas feliz. 一 Foi tranquila, mas ainda continuo não gostando de voos. Sorri quando ela fez uma careta e segurando sua mala, a ajudei a irmos para o carro onde Carlos estava nos esperando. Ele cumprimentou Adriely e nos acomodamos no banco de trás
一 O que você está falando? -Murilo perguntou e eu me virei, olhando em seus olhos. 一 Estou dizendo que irei passar esses dias junto com Adriely. Estou cansada de ficar sozinha nessa casa. Fechei a porta do quarto e olhei para a minha amiga. 一 Arrume suas coisas, vou arrumar as minhas também. 一 Está falando sério? Vai sair daqui?一 Pelo menos nesses três dias que você estiver aqui, quero me livrar um pouco do peso que essa casa e esse casamento me trazem. Saí do quarto dela e não encontrei Murilo no corredor. Consegui respirar com mais calma e segui para o meu quarto, pegando a mala pequena e colocando algumas peças de roupas e produtos íntimos. Ao descer, encontramos Maria encarando a porta da sala de estar, parecendo um tanto confusa. Ela se virou para a gente, vendo nossas malas. 一 A senhora vai viajar? - Me perguntou e neguei com a cabeça. 一 Não, só vou ficar em um hotel com a Adriely. Serão três dias e se o Murilo não disser que vem, você pode ficar em casa. Ela olhou sur
Enquanto eu caminhava até a cafeteria próxima, minha mente estava em turbilhão, revivendo a humilhação que acabei de enfrentar. Ao entrar, o aroma aconchegante do café me envolveu, trazendo um pouco de calma para o meu estado agitado. Suspirei profundamente e me dirigi ao balcão, onde uma simpática funcionária me cumprimentou.一 Boa tarde! O que posso servi-la hoje?一 Um café americano, por favor. E, se tiver, um pedaço de bolo de cenoura.Enquanto ela preparava meu pedido, eu me sentei em uma das mesas próximas à janela, observando as pessoas passando lá fora. O barulho da rua e o ambiente acolhedor da cafeteria criaram uma espécie de refúgio temporário para mim, onde eu podia processar tudo o que havia acontecido.Enquanto eu observava as pessoas na rua, imersa em meus pensamentos, uma sensação de desconforto começou a se instalar em mim. De repente, um homem parou bem em frente à janela da cafeteria, bloqueando minha visão do lado de fora. Instintivamente, ergui os olhos para e