14-08 Segunda-feira
A casa de Carlos ficava em um bom bairro aqui no Rio, parecendo ser bastante familiar. Ele estacionou o carro e nós dois descemos.
Assim que entramos na casa, Melissa apareceu, exibindo um sorriso caloroso.
— Erica, que bom vê-la! Por favor, entre.
Entramos e meus olhos se fixaram na barriga protuberante de Melissa, que exibia orgulhosa sua gravidez de oito meses.
— Melissa, você está radiante! Como está se sentindo?
—
Perplexa com a reação explosiva de Murilo ao telefone, tentei processar o que acabara de acontecer. De repente, me vi cercada por perguntas sem resposta, tentando ligar os pontos entre as peças soltas que acabaram de surgir. Com o telefone em mãos, discuti comigo mesma em um sussurro ansioso: — O que aconteceu? Por que Murilo está tão furioso? Será que ele viu a foto? Mas o que tem de errado nisso? Será que ele tem algo contra Maicon? — Não faz sentido... A menos que... Não, não pode ser. Mas e se for? O que mais Murilo esconde? O que ele não quer que eu saiba? Preciso descobrir o que está acontecendo, entender por que ele está agindo assim. Mas como? 17-08 quinta-feira. Acordei na manhã seguinte com uma mistura de determinação e inquietação. A conversa tensa com Murilo ainda ecoava em minha mente, me deixando com mais perguntas do que res
Estava diante do espelho, ajustando os detalhes finais do meu vestido para a festa de lançamento na galeria de Rafael, quando a porta do meu quarto foi abruptamente empurrada, revelando a figura imponente de Murilo. Seu rosto estava contorcido em uma expressão de raiva, e senti um arrepio percorrer minha espinha. Sem dizer uma palavra, Murilo varreu o quarto com seu olhar gélido, antes de fixar os olhos em mim. Senti-me enrijecer diante da intensidade do seu olhar. — Onde você está indo? - Murilo perguntou, sua voz carregada de desconfiança e autoridade. Senti o peso da sua presença dominadora, mas mantive-me firme. — Estou indo a uma festa, Murilo. É o lançamento da galeria de um conhecido. Murilo franziu o cenho, sua expressão se tornando ainda mais sombria. — Você não me disse nada sobre isso. Respirei fundo, tentando manter a calma. — Eu não preci
No dia seguinte, quando Murilo voltou a me tratar com arrogância, eu senti uma onda de frustração e raiva crescer dentro de mim. Seus modos autoritários e seu tom condescendente me irritavam profundamente, mas eu me forcei a manter a calma e não dizer nada. Eu sabia que não adiantaria discutir com ele, apenas alimentaria seu ego inflado.Decidi me afastar e tentar me distrair com outras coisas, mas a sensação de impotência persistia. Eu estava cansada de ser tratada como propriedade de Murilo, como se não tivesse vontade própria. Decidi buscar por um emprego de assistente. Era algo que eu poderia fazer para me sentir independente e útil, além de me dar uma razão para sair de casa e me afastar de Murilo sempre que possível. Abri meu laptop e comecei a pesquisar vagas de emprego na internet, enviando meu currículo para todas as oportunidades que pareciam promissoras.Eu estava esperançosa de que conseguiria um emprego em breve. A ideia de ter algo meu, algo que não estivesse sob o c
Maria se apressou em responder, sua expressão cuidadosamente neutra. — Apenas arrumando o quarto, senhor. Eu me mantive em silêncio, sentindo-me como um animal encurralado diante daquele homem imponente. Minhas mãos tremiam ao meu lado, e eu lutei para manter minha respiração sob controle enquanto esperava por sua próxima reação. Meu coração ainda batia descompassado quando Murilo adentrou o meu quarto, sua presença imponente preenchendo o ambiente com uma tensão palpável. Maria lançou-me um olhar rápido antes de se retirar, deixando-me a sós com ele. Respirei fundo, tentando manter a compostura diante daquela situação desconfortável. O segui e Murilo parecia sério como sempre, seus olhos fixos em mim com uma intensidade que me fazia sentir como se estivesse sendo avaliada. Quando ele falou, sua voz era firme e autoritária, sem espaço para contestações. — Esta noite, você irá para o meu quarto. - disse ele, sua expressão não deixando margem para desculpas ou discussões. Meus o
A noite chegou e eu me vi diante de um dilema angustiante. A ameaça velada no tom de Murilo ao encerrar nossa conversa mais cedo ecoou em minha mente durante todo o dia, deixando um arrepio constante me atormentando.Eu sabia que teria que convencê-lo a arrumar o convite para o baile, mas a ideia de confrontá-lo me enchia de apreensão.Após finalizar o jantar e ver Murilo se dirigir ao escritório, senti uma mistura de ansiedade e determinação crescer dentro de mim. Tomei um banho, tentando afastar os pensamentos tumultuados que dominaram minha mente.Enquanto a água quente caía sobre mim, senti-me estranhamente preparada para o que estava por vir. 25-08 sexta-feiraRecebi um e-mail pela manhã de uma empresa em que havia enviado meu currículo há alguns dias. Ao abrir a mensagem, descobri que eles estavam interessados em me conhecer melhor e me ofereceram uma oportunidade de entrevista naquela tarde.A empolgação tomou conta de mim imediatamente. Era uma chance de dar um passo adiante em minha busca por um emprego e um passa tempo merecedor.Depois de ler os detalhes do e-mail várias vezes para ter certeza de que não estava sonhando, comecei a me arrumar para a entrevista. Escolhi um conjunto elegante, querendo causar uma boa impressão e mostrar minha determinação e profissionalismo. Enquanto o baile prosseguia, eu me encontrava sentada em uma mesa, observando as pessoas ao redor.Murilo continuava atraindo a atenção, especialmente das mulheres, que se aproximavam dele com sorrisos sedutores. Eu não pude deixar de notar como ele parecia à vontade na companhia delas, oferecendo-lhes atenção e gentileza, algo que eu raramente experimentava.Rafael se aproximou, segurando uma taça de champanhe, e me ofereceu um sorriso caloroso. Sua presença trouxe um alívio bem-vindo, e eu aceitei a taça com gratidão.— Erica, que surpresa vê-la aqui. - , disse ele, sentando-se ao meu lado. — Um sonho em cinzas
Pânico no labirinto
Ao acordar, não vi Murilo ao meu lado e presumi que ele já havia partido. No entanto, para minha surpresa, ele entrou no quarto carregando uma bandeja com comida, seguido de perto pelo médico.— Bom dia. - O médico cumprimentou, com um sorriso no rosto.— Bom dia. - respondi, sentando-me na cama e olhando para o médico com curiosidade.— Como você está se sentindo hoje, Erica? - O médico perguntou gentilmente.— Um pouco melhor, obrigada. - respondi, observando-o atentamente enquanto ele fazia alguma