O meu Tutor é um Cowboy
Capítulo 1Amigos no Pantanal.Dito anda até a imensa fogueira, algumas pessoas sentam perto, algumas mulheres passam oferecendo quentão, vinho quente e alguns caldos. A noite está bem fria, ótima para uma boa história ser contada.Dito senta do outro lado da fogueira, levanta as mãos para todos ficarem calados e diz:— Nesse friozinho, nada melhor que uma boa história — diz Dito sentando em um tronco grande, onde todos podem vê-lo. — Vou contar para vocês, uma história de um casal que conheci há pouco tempo. Eles são de Minas Gerais, assim como eu, mas não da mesma cidade. Eu chamo a história de: A babá Grávida do Cowboy.Dito olha para todos que estão calados e prestando atenção, sorridente começa a contar a história.— A história começa com uma jovem adolescente que perdeu os pais, e seu tutor legal era o próprio tio...Todos ficam interessados na história desde o início, Dito interpreta cada personagem da história como ninguém, se fosse um ator teria feito muito sucesso, ele faz caras e bocas para cada personagem, o mais engraçado é ao imitar uma mulher com a não na cintura.Alexandre Gonzalez e Mariza ficam abraçados e sentados um pouco distante dos demais, um sorri para o outro demonstrando todo seu afeto e amor de anos e anos.Perto da fogueira está Natália, ex-assassina de aluguel, parou com essa vida assim que conheceu seu marido, Dito.Um pouco mais distante está Tiago Gonzalez, ele se aproxima sentando do lado dos pais que sorriem para ele.Continuam escutando a história muito interessados, Dito é como um comediante, e arranca várias gargalhadas de todos a sua volta.Tiago encosta no tronco, olha ao redor, contratou muitos funcionários, a maioria casados. Olha para os casais e lembra do seu grande amor.Luciana Durant é seu nome, era muito jovem para ele na época, mas o que contava era seu sentimento, que infelizmente não foi recíproco, traumatizado por não ter tido uma relação recíproca jurou para si mesmo que jamais se interessaria por uma moça tão jovem.Abaixa o olhar, pelo canto dos olhos Mariza olha para Tiago, ele a chama de mãe desde que era um garoto e para ela, ele é como se fosse o seu filho.Mariza tem um filho com Alexandre, que ficou com os outros irmãos em Minas Gerais, onde é o seu lar.— Então! O cara estava bêbado como um gambá... Aquela bebedeira toda lhe custou uma boa dor de cabeça, aí o cara levanta todo torto da cama... — Dito continua contando a história.Tiago está sozinho há muito tempo, mais de um ano, precisa dar um basta nesse sofrimento, mesmo estando longe ainda pensa nela, acredita que no Pantanal agora é o seu lugar, o seu lar.Irá procurar um lugar para se divertir, é um homem jovem com seus desejos sexuais em dia, estar sozinho a tanto tempo só o faz ficar mais faminto.Vai procurar mulheres mais experientes, mais fogosas e quentes, é disso que precisa. Com um sorriso nos lábios toma sua decisão, assim que tudo estiver em ordem irá procurar um puteiro.Olha novamente para o Dito que arranca sorrisos e gargalhada de todos. A maioria dos seus amigos foram ajudá-lo, é muito agradecido, não é fácil começar a trabalhar em uma fazenda do nada, precisa de funcionários para a mão de obra e clientes.A noite passa como um raio, as histórias que Dito conta faz o tempo passar mais rápido, não é um homem de ir dormir muito tarde, então se despede de todos antes da meia-noite e vai para o quarto.Tranca a porta do quarto principal do casarão, devagar tira as roupas, desabotoa a camisa xadrez, tira a camiseta branca, tira o chapéu, o cinturão, as botas, as meias e a calça.Sempre gostou de ter espelho no quarto, para em frente ao espelho, admira o próprio corpo, malhado e bronzeado, do jeitinho que a mulherada gosta, olha para seu pau que está aceso e suspira chateado com essa situação, pois o único jeito de dar um sossego nele é se tocando.Infelizmente é o que vai fazer, mas isso vai acabar e com um pouco de sorte espera que seja amanhã mesmo.Após o banho deita em sua cama, cruza os braços atrás da cabeça, amanhã será outro dia, irá trabalhar duro como sempre fez na vida, pois agora sua responsabilidade é diferente, muitas famílias dependem dele.— Droga, esqueci que preciso de uma cozinheira... As mulheres dos peões estarão ocupada com outras coisas... Como pude ser tão desligado...?Senta na cama, pega o bloco de anotação e escreve para não esquecer, afinal, amanhã terá mil coisas para fazer, por isso chamou o pai e o Dito, porque sozinho não daria conta.Volta a deitar, dorme que nem percebe, só acorda assim que amanhece. Coloca suas roupas de cowboy e ao ir para a área gourmet feita especialmente para fazer as refeições de todos encontra os pais, Dito e Natália terminando o café.— Bom dia, eu não sei o que faria sem vocês.— Bobagem filho, família é pra essas coisas — diz Alexandre Gonzalez.— Obrigado a todos.Minutos depois todos estão se alimentando para começarem o primeiro dia de trabalho na fazenda: Terra de Ouro.Termina de tomar o café e ao sair encontra um funcionário que está atrasado para o desjejum.— Patrão, desculpe o atraso. O senhor me dá um minuto?— Claro, pode falar.— Um homem o aguarda na porteira, está procurando emprego. Eu disse que precisava conversar com o senhor.— Obrigado, vou ver o que ele sabe fazer. Vá tomar seu café, está quase na hora do trabalho.— Sim, patrão. Licença.Tiago se aproxima da porteira a passos largos, cumprimenta o casal assim que os vê.— Bom dia. Em que posso ajudá-los?— Bom dia, senhor. Estamos procurando emprego, chegamos da Bahia recentemente e ainda não conseguimos arrumar emprego até agora — diz Naldo.— O que sabem fazer?— Fui capataz na minha terra, senhor. A minha esposa é cozinheira de mão cheia.— São apenas vocês dois?— Temos uma filha menor de idade. Deixamos ela com meus parentes, fiquei com medo dela perder o ano de escola.— Claro, entendo.— Mas minha filha é tão boa cozinheira quanto minha esposa, poderá contar com as duas.— Está bem. Estão contratados, traga sua esposa e suas coisas. Depois veremos para trazer sua filha e a registrar na escola.— Obrigado, senhor. Farei isso imediatamente.— Ótimo, pois precisarei de você ainda hoje como capataz.O homem sorri de orelha a orelha, mal está acreditando em sua sorte, muitas fazendas nos últimos dias disse que não tinha vaga e hoje tirou a sorte grande.— Muito obrigado, senhor. Sou Reginaldo, mais conhecido como Naldo — diz esticando a mão.Tiago Gonzalez aceita o cumprimento e aperta a mão do homem.— Tiago Gonzalez. Agora vá, o quero aqui o mais rápido possível.— Agora mesmo patrão!Tiago observa o homem correr feliz, sorri vendo ele entrar em um velho carro e sair. Espera ter feito um bom negócio acreditando nas palavras do homem e o aceitando.Capítulo 2Voltando a viver.Tiago contrata o capataz e sua esposa como cozinheira, agora sim, seu quadro de funcionários está completo.Assina as últimas papeladas que seus advogados mandaram e sai do escritório que fica dentro do casarão para ver como a cozinheira está se saindo.No caminho o capataz o aborda para conversar.— Patrão, preciso conversar com o senhor.— Pode falar — diz aproximando-se do cavalo do capataz.— Conversei com a minha filha, ela disse que não quer perder o ano da escola, que assim que terminar os estudos ela vem trabalhar se o senhor permitir.— Sim, claro. Não tem problema, ela está certa, os estudos em primeiro lugar.O capataz sorri feliz, assim que a filha conseguir terminar os estudos têm emprego garantido, seu sorriso é tão sincero que rugas se formam no canto dos seus olhos.— Obrigado, senhor.Tiago pede para ele guardar o cavalo e o acompanhar até a área gourmet, quer ver se tudo está perfeito para o primeiro dia de almoço na fazenda com todos os
Capítulo 3Lembranças.Olhando para a mulher à sua frente, ele toca a aba do chapéu em cumprimento enquanto entra.— Temos um bar no cômodo ao lado onde todos se reúnem. Fique à vontade, querido.— Obrigado — diz indo até o local indicado.Entra olhando ao redor, como mora a pouco tempo na cidade, praticamente não conhece ninguém.Algumas mulheres observam com imenso interesse, mesmo as que estão com seus clientes.— Oi bonitão, quer se divertir? — perguntou uma das mulheres que está vestida apenas de lingerie, cinta liga e um vestido transparente muito curto.— Toma uma bebida comigo? — ele perguntou num tom sedutor.— Claro.Ela sorri e senta em seu joelho sedutoramente fazendo ele sentir a maciez de seu traseiro. Com a visão da calcinha fio dental, a pele macia e quente o deixa um pouco desnorteado.À sua frente a mulher sorri, sabe o efeito que causa nos homens, rebola em seu joelho o fazendo ter uma visão melhor ainda.— Você não é daqui bonitão.— Não era. Sou mineiro, vim para
Capítulo 4Um dia por vez...O dia foi cansativo, tanto que não tem ânimo para sair a noite, então senta com os demais perto da fogueira e escuta o Dito contar outra história inédita.— Essa história vai fazer vocês tremerem de medo...— É de lobisomem? — perguntou a esposa de um dos peões.— Não... É uma história um tanto quanto estranha... É sobre um xerife do Velho Oeste, um homem muito temido em sua cidade, por sempre manter a ordem e o respeito. Cada arruaceiro era tratado como devia, os ladrões eram mortos ou presos, um certo dia, depois de horas e horas de trabalho, o Xerife foi em uma taberna tomar uma dose de absinto. Uma mulher estranha, mas muito bonita, pede para ele dormir com ela. Como estava muito cansado ele negou, depois dessa noite, o xerife nunca mais foi visto. Anos depois...Tiago fica impressionado com a história e não perde um detalhe, como seu vinho quente acabou, se levanta e vai até a cozinha pegar mais.Entrando na área gourmet franze a testa vendo Cristina
Capítulo 5Um grave acidente.No fim do dia, Reginaldo e Cristina entram em seu carro sentido o aeroporto. No caminho o casal conversa animadamente, por um milésimo de segundo Reginaldo perde o foco da direção olhando para a esposa enquanto sorri animado.Ao olhar para frente está de frente com um caminhão na pista contrária, a colisão é inevitável.Após a batida, o motorista consegue sair do caminhão, mas antes de ir ajudar o casal o fogo se alastra o fazendo sair de perto, segundos depois o carro explode.***A noite chega, Mariza ficou responsável pelo jantar, os demais aguardam a refeição enquanto Dito conta outra história inédita.Alexandre Gonzalez observa o filho entrar no casarão cabisbaixo, suspira preocupado, pois sabe o que o deixa assim tão triste.— Amor, eu não aguento ver meu garoto assim.— Infelizmente esse tipo de dor demora a passar, mas tenho fé, que nosso garoto irá encontrar o amor verdadeiro em breve.— Tomara...***Nu, Tiago entra no banheiro, toma uma ducha d
Capítulo 6Um sentimento diferente.Tiago afaga as costas de Luciana, que por sua vez suspira satisfeita. Sente uma sensação incrível de segurança nos braços do Cowboy, aperta mais os braços ao redor de Tiago o deixando surpreso.— Moça, estamos aqui reunidos para lhe dar os pêsames — fala Dito se aproximando.Luciana levanta a cabeça e olha para o Dito que continua falando:— O que você precisar pode contar conosco.— Obrigada — diz com um breve sorriso.O timbre da voz dela tocou a alma do Tiago o fazendo engolir seco. Mesmo sabendo que precisa se afastar continua abraçado a jovem esperando o tempo dela.Luciana volta a por a cabeça no peito dele fazendo Dito franzir a testa e olhar para Tiago que ergue os ombros.— Pessoal, vamos entrar, ela está muito sensível. Nos vemos as seis da manhã — fiz Alexandre.Todos se levantam devagar, algumas das esposas se aproxima de Luciana, uma segura sua mão, a outra passa a mão em seus cabelos.— Estamos aqui para o que precisar — diz outra.Tia
Capítulo 7Uma presença agradável.Tiago se empolga em cada dedilhada e palavra cantada, fecha os olhos dando ênfase as palavras ditas com melodia.A sequência das palavras, cada tom e ritmo não passa despercebido pelos ouvidos apurados de Luciana.— Quem mais precisa desse amor, sou euPorque de nós quem mais sofreu, fui euPor isso mesmo é que eu te digoNão tem sentido, eu sem você...Como se tivesse sentido alguém às suas costas, para de tocar e olha para trás. Observa os olhos grandes e amendoados observando-o com muito interesse, algo neles não deixa desviar o próprio olhar.Suspirando, consegue abaixar o olhar, contra sua vontade, pega a capa do violão para o guardar. Para quebrar o gelo que se formou entre os dois, é o primeiro a falar.— Não consegue dormir?— Não... — respondeu o seguindo até o canto da sala onde ele deixa o violão.— Precisa de algo? Talvez conversar? — Tiago tenta não demonstrar que está um pouco instável por ter bebido, afinal não quer que ela se assuste
Capítulo 8O cheiro da colônia.Tiago entra na área gourmet, cumprimenta a todos, vai direto até a Luciana que está olhando pela janela e bebericando o café.Senta do lado dela sem deixar de a olhar, ela por sua vez sente um odor amadeirado e refrescante do pós barba, esse cheiro é tão bom que lhe arrepia os cabelos da cabeça.Olha para o lado, mesmo vestido de preto, seu tutor exala charme, ele está mais lindo que na noite anterior.— Você está bem?— Não — responde com os olhos marejados.— Eu sinto muito — fala segurando a mão dela. — Farei o que puder para você se sentir melhor.Luciana sente como se ele estivesse fazendo uma promessa e o abraça enterrando o rosto em seu peito.— Tadinha — diz Natália observando o casal.— É de partir o coração — Dito comenta chateado.Tiago toma o café da manhã com sua protegida e a leva em seu carro no funeral. No caminho ele segura sempre que pode a mão dela pra lhe transmitir segurança.Ao chegar no velório, Tiago deixa Luciana com os pais e v
Capítulo 9Me abraça de novo.Tiago liga o carro e olha para sua protegida dizendo:— Você tem certeza?— Tenho, pois nunca mais os verei. Ao menos quero estar presente no enterro.Eles seguem para o cemitério, Luciana fica o tempo todo abraçada ao Tiago, que está gostando mais do que gostaria de admitir desses abraços.Ao voltarem para a fazenda Terra de Ouro, Tiago deixa Luciana em seu quarto e segue para o escritório.Com tudo isso, acabou esquecendo algumas responsabilidades, entrou no escritório e ficou concentrado.***Dito conversa com Alexandre na área gourmet enquanto tomam um café. Mariza e Natália ligam o fogão a lenha para começarem o jantar, os funcionários foram para o alojamento e suas casas.— Você acha que ela vai se abrir conosco, Natália?— Eu tenho um jeitinho de conseguir o que quero.Preocupada com essa resposta para o que está fazendo para encarar Natália.— O que foi?— Que jeitinho?— Não é meu jeitinho assassino. Também sou um amorzinho quando quero.— Por um