Capítulo 03.

Lembra que em todos os contos de fadas quando éramos pequenos tinha uma bruxa? Não sei se minha vida é um conto de fadas, mas as vezes suspeito por todas as bruxas que tem.

Quando eu disse que a ruiva falsificada da Ana era uma bruxa, eu obviamente não lembrei de minha tia, seu veneno é com certeza mais poderoso que o de Ana. Talvez meu conto de fadas tenha mais que uma bruxa ao decorrer da história. E claro que eu sou a princesa.

Vocês querem saber o motivo de odiar tanto minha tia? Primeiro saibam que o nome dela é Malévola, não, brincadeira, o nome dela é Samanta mesmo, mas devia ser Malévola do tanto que essa mulher é ruim.

Sinto muito amores, mas não vai ser hoje que vocês vão descobrir o motivo desse ódio por ela.

- Posso saber o que está acontecendo aqui? - Pergunto indignada, ah qual é mãe! Sacanagem dessas.

- Me separei de seu tio a dois dias e agora preciso de uma advogada, que vai ser você. - Vocês acreditam que a Malévola/ Samanta disse isso da forma mais firme o possível?

Única coisa que eu consigo fazer é gargalhar, somente em outro planeta eu defenderia ela.

- Camilla, vem pra mamãe. - Cami vem correndo em direção aos meus braços, simplesmente dou um beijo no rosto de minha mãe (que está muito tensa) olho para Samanta e...

- Não tô afim, obrigada.

Puxo Stella e saímos daquele lugar, era só o que me faltava. Fico magoada com minha mãe pois ela nem me avisou.

Vamos para casa e chegando lá recebo uma ligação, vocês por acaso conhecem a dona Marlene? Então, ela é uma pessoa manipuladora. Vocês já devem imaginar que ela me convenceu a advogar para minha tia não é? Mas amores eu tenho um super plano, vou aceitar o caso... mas vou cobrar também! 

Marquei de encontrar minha tia e minha mãe na segunda para acertar um valor, que vai ser bem caro, sou dessas. Não aceitarei assim tão fácil, ainda mais para uma pessoa que me fez tão mal.

...

O final de semana foi bem entediante, eu e Camilla ficamos o dia inteiro em casa e tomamos bastante sorvete. Quando eu digo bastante, é bastante mesmo, três potes. Mas eu amei esse tempo com minha pequena.

Finalmente o dia de encontrar minha tia e minha mãe chegou, antes de mais nada quero explicar para vocês que minha tia tem dois filhos advogados, então se ela me escolheu provavelmente tem um motivo maldoso no meio. Chego no restaurante (que é de classe alta, como o gosto dela) e encontro a mesa de minha mãe.

- Boa tarde, mãe.- Não faço questão de cumprimentar minha tia mesmo, pois ela não merece, e quem achar ruim que se retire.

- Oi Caroline, você percebeu que sua tia está aqui também? 

- Percebi sim. - Me sento na mesa e faço meu pedido.- Então, vamos ao que interessa. Fiz uma análise do seu caso e já decidi o valor.

- Ótimo, quanto? - Essa bruxa me deu um sorrisinho tão falso que eu até me arrepiei. Mas meu amor, eu sou do tipo que passa por cima. Dou um sorriso estilo bem irônico me preparando para dar a melhor resposta de todos os tempos.

- 15 mil reais, "tia". - Minha gente, vocês tinham que ver a expressão que ela fez, foi impagável. Na mesma hora ela desfez seu sorrisinho venenoso.

- Mas é muito caro Caroline! Outros advogados fizeram por 3 mil.

- Então faça com os outros, simples. - Chamo o garçom e peço um sorvete enquanto vejo as duas cochicharem. Quando o garçom sai eu olho para minha tia e parece que ela já tem uma resposta pronta.

-Está bem, eu quero.

- Mesmo? - Arregalo os olhos.

- Claro.- Ela bebe um gole do seu refrigerante.

- Então teremos que analisar melhor este caso.- Abro uma pasta em cima da mesa.- Vi que vocês tem duas casas, três carros e uma loja de materiais de construção.

- Temos.

- E o que você iria querer? Neste caso podemos fazer uma divisão bem justa, como uma casa para cada um, um carro para cada um, o que sobrou nós podemos vender e dividir o valor, e também dividir os lucros da loja.

- Vou querer tudo.

- Tudo? - Fico confusa.- Isso seria quase impossível.

- Você não é tão boa advogada, Caroline? Me prove então.- Como eu já imaginava, está começando a aparecer o motivo pelo qual ela me escolheu.

- Sou sim, mas não injusta.

- Não estou sendo injusta.- Ela responde triste.

- Tem certeza? Eu não acho. Vocês conquistaram tudo juntos e agora você quer tudo para você, além do mais nenhum juiz vai aceitar isso, o processo demoraria anos.

- Eu não ligo, pode demorar.

- Por que isso?

- Porque ele me traiu.- Ela me olha nos olhos pela primeira vez.- E engravidou a amante.- Deixa o copo na mesa.


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