— Agora a porra da culpa é minha? Eu te chamei para sair, droga — grita, cerrando os punhos.
— Mandando recado pelo Willian? Está achando que eu sou o quê? — grito de volta e vejo que ele está cada vez mais nervoso.
— Você recusa meu pedido, sai sozinha não dando a mínima para o nosso acordo, mente para Willian, e a porra da culpa é minha? — grita indignado, andando de um lado para o outro, passando as mãos nos cabelos.
Essa lista é maior do que eu esperava.
Minha vontade de chorar aumenta.
Quando vejo mais uma vez aquele olhar perdido em um misto de sentimentos ruins, prendo minhas lágrimas, mas o pânico dentro de mim aumenta gradativamente. O que eu menos quero é ter uma crise e demonstrar fraqueza, tento me acalmar afastando esses pensamentos, todos os anos de terapia não podem ter sido em vão.
— Sei que estou errada e que não deveria ter feito isso, mas aquele cara me coagiu. Eu estava tentando me soltar, não sei o que teria feito
— Confesso que será difícil resistir. Você me enlouquece — sussurra aquelas palavras esfregando os lábios nos meus e aos poucos a vergonha de lhe confessar algo tão íntimo se esvai, e quando menos espero retribuo suas carícias, selando nossos lábios com calma. Sua língua vai ganhando espaço em minha boca tornando nosso beijo mais quente e automaticamente subo minhas mãos por seus braços fortes até os fios sedosos de seus cabelos negros, acariciando sua nuca com a ponta dos dedos. Suas mãos se espalmam em minha bunda apertando com vontade, colando nossos corpos, e o desejo de senti-lo por completo volta em cheio ao sentir seu membro rígido pressionado contra meu ventre. Sabia que pela minha idade ser virgem era algo não muito natural, mas nunca me senti à vontade em chegar aos finalmente com um homem antes. Ricardo sempre foi um babaca e maioria das vezes em que estávamos juntos ele acabava bêbado. Jamais pensei em me entregar a alguém fedendo a bebida, depois
Resmungo passando a mão no rosto ao sentir a luz do sol bater em meus olhos, na tentativa de me livrar daquela sensação de desconforto, viro e sou surpreendida com a bela visão de Airon dormindo calmamente ao meu lado. O lençol branco cobre parte de sua cintura e meus olhos passam por todo o seu corpo focando na tatuagem tribal desenhada na metade de suas costas até seu punho esquerdo. Na noite em que nos conhecemos, estava tão assustada que nem mesmo prestei atenção neste pequeno detalhe incrível. Airon é um homem complexo e tenta esconder de todas as formas seus sentimentos, se mostrando frio e calculista, mas a realidade é que ele não consegue manter essa máscara de ódio por muito tempo e acaba demonstrando seu lado protetor e amoroso. Não sei o que aconteceu em seu passado que o leva a criar fortes barreiras em volta do seu coração, mas tenho certeza que seus motivos devem ser complexos e dolorosos pelo que James citou. Não vou negar que esse casamento é
— Espero que isso não se repita — o tom da minha voz sai mais rude do que eu gostaria. — Às vezes você me assusta — sussurra pensativa. — Não quero que tenha medo de mim, não lhe farei mal algum, não sou esse tipo de pessoa. Sei que você não me conhece e está assustada, mas pode ter certeza que sou muito grato por estar me ajudando e por confiar em mim — falo com sinceridade. — Eu sei que tem uma imagem a zelar por ser dono de uma grande empresa, mas seja sincero comigo, não é por esse motivo que me mantém ao seu lado. — Ela se afasta, apoiando apenas as mãos em minhas costas. Pensativo, pondero se devo me abrir com Megan, mas percebo que não estou nem um pouco preparado para entrar nesse assunto. — São assuntos familiares complicados — resumo, tentando encerrar esse assunto que não me agrada. — Entendo se você não sente à vontade em me contar. É cedo ainda, você também não deve confiar muito em mim certo?! — Ela ri constrangida.
Megan Depois de muito discutir com Airon sobre sua personalidade possessiva, ele acaba me convencendo a passar no hotel para trocar de roupa já que abomina de todas as formas vestidos curtos. Por fim, concordo já que é impossível dialogar com esse homem quando enfia algo na cabeça. Visto uma calça preta, uma camisa azul claro e coloquei uma bota de cano curto, o clima em Las Vegas está variando um pouco e provavelmente sentirei frio ao longo do dia. Enquanto penteio meus cabelos no banheiro, consigo ouvir Katy e Airon brigando no quarto. — Vocês poderiam por favor parar de brigar? — Olho para os dois. — Meg, esse cara é um merda, vou acabar com a raça dele — Katy declara furiosa. Ele ri debochado com ar de superioridade deixando Katy ainda mais irritada. — Parem com isso, vocês tratem de se entender logo — afirmo brava com os dois. — Vamos logo comprar esse vestido antes que eu desista. — Abraço Katy, me despedindo. — N
Volto com o quarto vestido e ele consegue achar um defeito mesmo sendo perfeito. O quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono vestido são a mesma coisa. Um é curto, outro é preto demais, largo, apertado, justo, fechado, colado... eu já estou completamente irritada com aquele homem mandão. — Por que que você não me compra uma burca de uma vez? — explodo revoltada, e ele ergue uma de suas sobrancelhas grossas para mim. — Gostei da sua ideia, apenas com os olhos aparecendo seria perfeito — ele sorri na maior cara de pau. — Você só pode estar brincando Airon. — Elevo minha voz e ele permanece em silêncio me observando. Irritada demais para permanecer naquele ambiente visto minha roupa brava, procuro minha bota que havia perdido no meio da bagunça de vestidos que deixei espalhados pelo cômodo por estar irritada demais com suas exigências. — Está procurando isso? — ele não consegue esconder o sorriso sacana por estar brincando comigo. Suspiro profu
— Katy você não vai dizer nada? — pergunto preocupada. — É que ainda não consigo acreditar que você não é mais virgem — ela diz, olhando para mim com uma cara assustada de quem está passada com a notícia. — De tudo que te contei você só lembra dessa parte? — fico envergonha. — Não... Da parte que a bunda dele é uma delícia também — ela ri. Bom, essa parte não consegui esconder de Katy, afinal tenho um fraco por bundas e barbas. — Você ficou cinco meses com Ricardo e não deixou ele te tocar. — Ela me observa duvidosa. — Não me sentia confortável com Ricardo, ele não era carinhoso e na maioria das vezes estava bêbado e fedendo a álcool. — Abaixo meu olhar. — Mas com o senhor magnata você se sentiu muito à vontade, né, sua safada? — Ela sorri abertamente. — Sua idiota, vou tomar banho para começar a me arrumar. — Me levanto e antes de chegar ao banheiro escuto ela me chamar. — Meg, estou feliz que você está consegu
Airon para o carro em frente ao prédio que mais se parece com um cassino, há um longo tape vermelho estendido na entrada, vários fotógrafos e repórteres se aglomeram uns aos lados dos outros na competição de quem consegue as melhores fotos ou os melhores comentários. Me preparo para descer, mas Airon apoia sua mão sobre a minha por um momento. Volto minha atenção para ele que me observa pensativo e receoso. — Aconteceu algo? — pergunto preocupada. — Não quero que aconteça o que aconteceu na boate novamente então achei que seria bom você usar uma aliança — ele diz enquanto retira a pequena caixinha preta de veludo do bolso do terno. — Eu também usarei uma — afirma pensativo. Mordo os lábios o observando sem saber ao certo o que se passa na cabeça desse homem. Uma hora ele me apedreja por pouco e outra quer garantir que eu não seja abusada. Airon é um verdadeiro mar de contradições. Ele abre a pequena caixinha revelando suas alianç
— Sr. Markcross, como vai? — Ele estende sua mão para Airon que retribui o aperto gentilmente. — E essa linda mulher ao seu lado? Ainda não a conheço. — Me observa sorridente. Antes mesmo de esperar Airon responder sua pergunta, ele segura minha mão e deposita um beijo molhado e exagerado. Franzo as sobrancelhas incomodada com a sua demora em beijar minha mão, puxando-a de volta rapidamente. — Essa é minha esposa Megan, senhor Trevor, como já deve saber pelos noticiários nos últimos dias — diz entredentes, com uma carranca evidente. — Claro que fiquei sabendo, mas não sabia que ela era tão linda. Airon lhe lança um olhar frio e ameaçador intimidando o homem à nossa frente que logo se despede. — Desse jeito vai afastar todos à sua volta — comento, ignorando seu estado de humor sensível. — Droga — Airon bufa contrariado. Às vezes ele é tão carinhoso que não consigo entender suas mudanças bruscas de humor. Ele acar